LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- JOVENS
1º Trimestre de 2019
Título: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do povo
de Deus no deserto no livro de Números
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 5: Decidindo o seu futuro
Data: 03 de Fevereiro de 2019
TEXTO DO DIA
“Ao qual nossos
pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se tornaram
ao Egito” (At 7.39).
SÍNTESE
Sempre haverá
dificuldades na vida daquele que caminha com Deus, mas nunca se deve perder a
fé no cumprimento de suas promessas, porque Ele é sumamente fiel!
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Hb 11.1
A fé é o firme fundamento do futuro
TERÇA — Mt 17.20
A fé remove montanhas
QUARTA — Hb 10.38
O justo viverá da fé
QUINTA — Rm 4.18,19
A fé nos faz crer contra a esperança
SEXTA — 1Sm 17.45
A fé em Deus nos faz triunfar
SÁBADO — Jd 3
A necessidade de batalhar pela fé
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
EXPLICAR porque Deus enviou espias até Canaã;
MOSTRAR que a murmuração evidencia a falta de fé;
COMPREENDER que frutos amargos são colhidos em
decorrência da desobediência e falta de fé.
INTERAÇÃO
Querido(a)
professor(a), as lições desta revista possuem um elo que as interligam, pois
tratam de temas sequenciais do livro de Números. De modo que será confuso para
um aluno compreender a lição atual se ele não tiver conhecimento das
anteriores. Se ficarem muito calados durante a aula, procure mobilizá-los,
estimulando-os a perguntarem, opinarem, etc. Sempre motive seus alunos para que
não faltem à próxima aula e convidem os ausentes. Essas lições são
importantíssimas para o crescimento da fé em Deus, pois trazem valiosas
orientações que se adequam perfeitamente ao nosso dia a dia, pois retratam a
angustiante trajetória do povo de Deus pelo deserto.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Na aula anterior
foi abordado o tema da presença de Deus, fazendo assim uma ponte para essa
lição cujo foco é o futuro, pois não é razoável pensar em ser feliz no futuro,
se no presente, não se caminhar com o Senhor. Faça as seguintes indagações aos
alunos: “Como vocês veem o futuro?”; “O que esperam dele?”; “Como encará-lo?”.
Aguarde as respostas e ouça-os com atenção. Você se surpreenderá com a forma de
pensar dos alunos e isso o ajudará a conhecê-los melhor. Em seguida, diga-lhes
que, certamente, os filhos de Israel enfrentaram esses mesmos questionamentos
acerca do futuro, mas não souberam equacioná-los e não tiveram fé!
TEXTO BÍBLICO
Números 13.26-33;
Números 14.1,2.
Números 13
26 — E caminharam, e vieram a Moisés, e a Arão, e a toda
a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades, e, tornando,
deram-lhes conta a eles e a toda a congregação; e mostraram-lhes o fruto da
terra.
27 — E contaram-lhe e disseram: Fomos à terra a que nos
enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o fruto.
28 — O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e
as cidades, fortes e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque.
29 — Os amalequitas habitam na terra do Sul; e os heteus,
e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam ao pé
do mar e pela ribeira do Jordão.
30 — Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés e
disse: Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque, certamente,
prevaleceremos contra ela.
31 — Porém os homens que com ele subiram disseram: Não
poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.
32 — E infamaram a terra, que tinham espiado, perante os
filhos de Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é
terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são
homens de grande estatura.
33— Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque,
descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos e assim
também éramos aos seus olhos.
Números 14
1 — Então, levantou-se toda a congregação, e alçaram a
sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite.
2 — E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés
e contra Arão; e toda a congregação lhe disse: Ah! Se morrêramos na terra do
Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto!
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Israel já desfrutava de extraordinários milagres de Deus.
Eram aquecidos nas noites frias do deserto, pelo calor de uma gigantesca coluna
resplandecente, e durante o dia, logo pela manhã, colhiam um pão maravilhoso
que caía diariamente do céu — o maná. Quando o sol, naquela região árida, ia
esquentando, os israelitas não eram incomodados, porque havia uma cortina
térmica (a nuvem da presença de Deus) que os protegia (Sl 121.5). A caminhada
do povo de Deus, em qualquer época, sob quaisquer contingências, apresenta-se,
sobretudo, como uma jornada de fé.
Deus lhes dava mantimento, conforto e proteção, porém
requeria deles (como requer da Igreja) uma atitude de fé. Eles precisavam
enxergar o futuro através dos olhos do Altíssimo e deveriam acreditar que
“aquilo que Deus diz é verdade”. Diante disso, o Senhor determinou que Moisés
enviasse espias à Terra Prometida. Os israelitas seriam postos à prova! É deste
ponto que, hoje, prossegue a saga do povo de Deus no deserto.
I. OS ESPIAS
1. O fim da jornada. Em Números 13, Deus acena para o fim
da caminhada. Espias deveriam ser enviados para analisar o extraordinário
presente de Deus — a Terra da Promissão. Doze homens, representando suas
tribos, deveriam subir à Canaã (v.17). As conquistas dadas pelo Senhor ao seu
povo sempre são representadas por “subidas”. É interessante o fato de que Deus
tenha se ocupado em fazer com que os filhos de Israel declarassem o desejo de
conquistar a promessa, por Ele anunciada. Eles precisavam somente dizer: Que
linda e abençoada terra, meu Senhor.
Os espias eram representantes de todos que saíram do
Egito. Eles tinham sobre si o compromisso de comunicar aos hebreus o que estava
além do rio Jordão. A terra que mana leite e mel estava muito próxima e poucos
instantes separavam os ex-escravos da maior conquista de suas vidas. O Senhor
lhes daria mais que um lugar para habitarem, sobretudo lhes outorgaria
dignidade enquanto indivíduos e nação. A promessa feita, ainda, ao patriarca Abraão,
o amigo de Deus, estava plenamente em vigor, não obstante os séculos
decorridos.
2. O tempo da alegria. Deus não escolheu um tempo
qualquer para essa visita in locu tão especial. Está escrito que era o tempo
das “primícias das uvas” (Nm 13.20). Um período que simbolizava tudo de bom, o
tempo de sublime alegria, porque estava acontecendo uma colheita muito grande,
de excelentes frutos. As pessoas de Canaã estavam tão felizes que,
possivelmente, nem desconfiavam da verdadeira intenção daqueles doze homens que
atravessavam seu território.
Aquele tempo de alegria em Canaã prenunciava uma vitória
maiúscula para os hebreus, recompensa das mãos do Senhor, prometida há mais de
quatro séculos. Moisés pediu que eles olhassem tudo, analisassem minuciosamente
e, por fim, enfatizou: “[…] esforçai-vos e tomai do fruto da terra […]” (Nm
13.20). Essa seria a prova incontestável de que o Senhor falara a verdade
quanto ao potencial agrícola daquela região.
3. A antessala da vitória. Quando os representantes dos
filhos de Israel foram enviados à Canaã, eles estavam vivendo na antessala da
vitória. Possivelmente havia uma grande expectativa do povo pelos
desdobramentos sociais e políticos a partir daquela expedição missionária. Os
espias passaram 40 dias transitando na Terra Prometida, observando tudo que
tinha sido determinado por Moisés.
No fim do período, trouxeram alguns frutos da Terra
Prometida e tudo era esplendidamente bom. Deus nunca se equivoca em nenhum de
seus conceitos! Provavelmente os israelitas estavam com muita esperança ao
perceberem os espias chegando com um gigantesco cacho de uvas (além das romãs e
figos). Mas, logo que os viajantes abriram a boca, o que era alegre expectativa
transformou-se num inacreditável tormento emocional.
Pense!
Por qual razão Deus quis que os espias fossem enviados à
Canaã?
Ponto Importante
O Senhor queria que o povo de Israel declarasse que
confiava na sua fidelidade, acreditando que Ele cumpriria a palavra empenhada;
afinal, “o justo viverá da fé”.
II. MURMURAÇÃO E FÉ
1. A vista humana. Os espias que voltaram de Canaã
dirigiram-se aos seus líderes e ao povo, levando consigo a prova da bênção de
Deus: o fruto da terra. Então confirmaram que, de fato, da Terra Prometida
manava leite e mel — a expressão não tinha sido nenhum exagero de Deus e a
prova disso era o fruto (Nm 13.26,27). Em seguida, porém, afirmaram que as
cidades eram muito bem protegidas e os moradores podiam ser considerados
gigantes (Nm 13.28,29). Um verdadeiro terror!
O olhar humano dos representantes das dez tribos trouxe
consequências terríveis para a história do povo de Deus. Um desespero abateu-se
imediatamente sobre os descendentes de Isaque. No dia a dia da vida, inúmeros
medos solapam a mente humana, como foi mencionado pelo apóstolo Paulo (2Co 7.5),
entretanto isso não pode obstruir a visão daqueles cujos corações estão
firmados em Deus (Sl 108.1).
2. A visão da fé. No meio dos doze espias havia dois
homens de fé: Josué e Calebe. Eles não viviam segundo o que viam, mas eram
guiados pela fé. Logo quando os dez espias começaram a desanimar o povo, Calebe
levantou-se e proferiu palavras de fé e exortação. Ele compreendia, como Martin
Luther King, que “mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a
aurora de uma grande realização”. Ele sabia que Deus poderia fazer, num
movimento, o que os homens passariam meses e anos para realizar.
Josué e Calebe, com ímpeto, refutaram instantaneamente os
outros companheiros de viagem, pois estes haviam dito que os cananitas eram
mais fortes do que eles e, que, por tal motivo, Israel não deveria conquistar a
Terra Prometida (Nm 13.30).
3. O poder do desânimo. O discurso negativo dos dez
espias adentrou o coração dos hebreus a ponto de fazer com que esquecessem das
promessas do Senhor. O povo, subitamente, esqueceu-se do Deus que deu um filho
a Abraão na sua velhice, através de uma mulher estéril. Esqueceram-se daquEle
que trouxe as dez pragas ao Egito e os tirou com mão forte e braço estendido
das garras de Faraó. Nenhuma imagem, palavra, teoria, ou discurso seria mais
eloquente do que o poder do desânimo disseminado pelos espias incrédulos.
Está escrito que toda a congregação chorou naquela mesma
noite (Nm 14.1). O projeto de Deus, dado e confirmado para várias gerações de
crentes fiéis, estava, agora, fulminado no coração daqueles ex-escravos, por
causa de uma única abordagem pessimista de um grupo de dez homens infiéis.
Pense!
Por que a reação dos israelitas às más notícias trazidas
pelos espias incrédulos foi tão contundente?
Ponto Importante
O povo de Israel tinha saído do Egito, mas o Egito não
tinha saído deles. Por isso, as palavras de Deus soavam tão timidamente em seus
corações!
III. COLHENDO FRUTOS AMARGOS
1. O povo volta ao Egito. O momento mais decisivo e
alegre do povo transformou-se no pior de todos os pesadelos, pois segundo Atos
7.39 eles voltaram ao Egito em seus corações. Anelaram a escravidão, o pecado,
as festas pagãs, e abandonaram ao Senhor. Eles preferiram os ídolos egípcios e
apostataram da fé. “E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos
ao Egito” (Nm 14.4). Nesse momento, Moisés e Arão caíram de joelhos diante de
todo o povo, ao passo que Josué e Calebe rasgaram suas vestes e tentaram animar
o povo a confiar em Deus; porém, ao contrário, todos tencionaram apedrejá-los,
o que só não aconteceu porque Deus manifestou a sua glória (Nm 14.5-10). Uma
cena incrível! Como pessoas alcançadas pela bondade maravilhosa de Deus foram
tão ingratas e incrédulas? Não acontece isso, porventura, muitas vezes em
nossos dias?
2. O povo é reprovado. Os mais de seiscentos mil homens
adultos daquela geração foram, então, reprovados pelo Senhor: não entrariam na
Terra Prometida. A promessa que repousava sobre eles passou para a geração
seguinte. Eles não eram dignos de herdar a bênção divina, pois viram a glória
do Senhor e os sinais realizados no Egito e no deserto, mas mesmo assim
rejeitaram Deus por dez vezes e não obedeceram à voz do Eterno.
As pessoas que um dia participaram dos banquetes
espirituais e se fizeram participantes do Espírito Santo e, depois, decidiram
apostatar da fé, correm o risco de não serem mais admitidas por Deus. Esse
risco não só é real, como também é impreterível (Hb 6.4-6).
3. Quarenta dias se tornam em quarenta anos. Deus
demonstrou indignação pela falta de confiança dos israelitas, por isso Ele
transformou 40 dias de desânimo e falta de fé em 40 anos de caminhada pelo
deserto (Nm 14.33,34). Um ensinamento que o povo de Israel jamais esqueceria.
Deus estava mostrando que a dúvida em relação à sua
Palavra traria sérias consequências. Nunca perca a fé, jamais murmure, olhe
para o futuro com esperança e sempre creia no poder de Deus. Se o povo for
obediente, a vitória será certa, mas se apostatar da fé, e voltar ao Egito,
atrairá para si uma dor e vergonha que nunca serão esquecidas.
Pense!
Por que Deus transformou 40 dias de desânimo em 40 anos
de deserto?
Ponto Importante
Os hebreus tinham saído do Egito, mas o Egito não tinha
saído deles. Por isso, as palavras de Deus soavam tão timidamente em seus corações!
CONCLUSÃO
A geração que saiu do Egito tinha, de fato, enormes
dificuldades para conquistar os “gigantes” de Canaã; mas, quaisquer que fossem
os obstáculos, Deus lhe introduziria, como prometido, naquela boa terra. Os
hebreus só precisavam crer e obedecer, porém preferiram a rebeldia em seus
corações. Por isso, morreram e foram enterrados em sepulturas no deserto.
Poderia ter sido diferente, pois “o justo viverá da fé”.
ESTANTE DO PROFESSOR
PARROTT, Les. Você
é Mais Forte do que Pensa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
HORA DA REVISÃO
1. Conforme a
lição, ao determinar o envio de espias, o que Deus estava indicando?
Deus estava indicando o fim da caminhada.
2. Segundo Números 13.20, em que momento Deus comissionou
os espias?
No tempo das primícias das uvas.
3. Identifique pelo menos uma passagem bíblica que
demonstre a fé e obediência de Calebe.
Números 13.30.
4. Qual referência bíblica afirma que os hebreus voltaram
ao Egito em seus corações?
Atos 7.39.
5. Qual a lição que Deus ensinou ao transformar 40 dias
de desânimo dos espias em 40 anos de caminhada no deserto?
Se o povo for obediente, a vitória será certa, mas se
apostatar da fé, e voltar ao Egito, atrairá para si dor e vergonha que nunca
serão esquecidas.
SUBSÍDIO
“A fé encoraja
nossas crenças e expectativas com confiança. A fé pode nos tornar destemidos.
‘Ter esperança é ouvir a melodia do futuro. Ter fé é dançar ao som dessa
melodia’, declarou Rubem Alves.
Como a fé realiza esta obra sobrenatural? Concedendo-nos
uma perspectiva eterna. Pessoas de fé enxergam a vida de modo diferente. O
otimismo cheio de esperança acerca do futuro, quando reforçado pela fé, modera
nossa ansiedade acerca do presente. Olhamos para a vida com lentes maiores. Ver
os problemas da vida com as grandes lentes do futuro ajuda a colocar em
perspectiva os aborrecimentos de hoje, problemas no carro, discussões na
família, voos atrasados. Muitas coisas que antes nos aborreciam agora podem ser
vistas como o que de fato são: irritações triviais, temporárias.
Mas a fé vai além de nos ajudar a lidar com meros
aborrecimentos. Vemos o verdadeiro poder da fé com mais clareza nos momentos de
dor. A fé transforma a esperança em uma certeza de que o sofrimento fará
sentido mesmo quando nossa perspectiva terrena não vê sentido algum. Em outras
palavras, quando a dor nos atinge até a alma e as provações nos dão um soco no
estômago, a fé é responsável por manter viva a nossa esperança” (PARROTT, Les.
Você é Mais Forte do que Pensa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, p.52).
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