SUBSIDIO COMPLEMENTAR ELABORADO PELO EVANGELISTA NATALINO ALVES DOS ANSJOS - MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS(MISSÃO) DE COTEGIPE - BAHIA.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- ADULTOS
1º Trimestre de 2019
Título: Batalha Espiritual — O povo de Deus e a guerra
contra as potestades do mal
Comentarista: Esequias Soares
Lição 5: Um
inimigo que precisa ser resistido
Data: 03 de Fevereiro de 2019
TEXTO ÁUREO
“Sujeitai-vos,
pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus provou na tentação do deserto que o Diabo
não é invencível.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 37.8
Quem resiste ao mal abandona a ira
Terça — Pv 6.16-19
As sete coisas às quais devemos resistir porque Deus as
aborrece
Quarta — Ef 4.27
Resistir ao Diabo é não dar lugar a ele
Quinta — Ef 6.13
Temos a armadura de Deus para resistir no dia mau
Sexta — 1Pe 5.9
A resistência ao Diabo e ao pecado deve ser firme na fé
em Jesus
Sábado — Ap 12.11
Os vencedores são os que resistem ao mal pelo sangue do
Cordeiro
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 4.1-10.
1 — Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura,
não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2 — Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e
não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis.
3 — Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o
gastardes em vossos deleites.
4 — Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade
do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do
mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 — Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito
que em nós habita tem ciúmes?
6 — Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste
aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes.
7 — Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele
fugirá de vós.
8 — Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as
mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração.
9 — Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai;
converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza.
10 — Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
HINOS SUGERIDOS
157, 323 e 491 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Estabelecer a perspectiva bíblica de resistência ao
Diabo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Falar a respeito dos destinatários, conteúdo e tema da
epístola;
II. Refletir a respeito dos deleites da vida;
III. Conscientizar que devemos resistir o Inimigo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Para a lição desta
semana é imprescindível o estudo sobre a epístola de Tiago. Vamos estudar
acerca da resistência que devemos ter contra o Maligno. O texto em análise na
presente lição é Tiago 4.1-10, uma seção bíblica que trata do tema de
santidade. Ou seja, você deve estudar o panorama geral da epístola e o assunto
doutrinário de santidade. Nesta seção, veremos que resistir ao Diabo é, na
verdade, submeter-se à vontade de Deus, resistindo as tentações da carne que
tentam nos impor um estilo mundano de vida. Aqui, Tiago nos faz um chamado à
santidade!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Essa seção da epístola de Tiago é, em outras palavras, um
chamado à santidade. A carta é dirigida aos cristãos do primeiro momento da
história sagrada. Tiago mostra que resistir ao Diabo já era um bom começo. A
presente lição esclarece por que devemos resistir às paixões e mostra ainda que
a amizade com o mundo é inimizade contra Deus.
Um bom início de preparação para a aula desta semana é
estudar a Carta de Tiago. Assim, é possível compreender bem contexto em que se
encontra a seção que nos interessa. Logo, será possível perceber em seus
estudos que o contexto da seção versa a respeito do “chamado à santidade”. Esse
procedimento é importante porque a ausência dele permite ao movimento moderno
de “batalha espiritual” distorcer e forçar tanto o texto bíblico.
O Diabo não é invencível.
I. A EPÍSTOLA DE
TIAGO
A Epístola de Tiago é o escrito mais antigo do Novo
Testamento e tem por objetivo evitar desentendimentos entre os discípulos de
Cristo. Segundo a maioria dos expositores bíblicos, a sua composição não vai
além do ano 45 d.C.
1. Destinatários. A carta foi dirigida especificamente
aos primeiros cristãos dispersos, de origem judaica, pelo vasto império romano
(Tg 1.1); e, de maneira geral, a todos os crentes em Jesus em todos os lugares
e em todas as épocas. Trata-se de um livro prático, muito próximo do Sermão do
Monte proferido por Jesus em Mateus 5 a 7 e importantíssimo para a conduta do
cristão.
2. Conteúdo. O conteúdo da epístola parece confirmar essa
antiguidade, isso pelos aspectos cristológicos praticamente ausentes. O nome de
Jesus só aparece duas vezes nos seus cinco capítulos (Tg 1.1; 2.1). Há pouco
ensino doutrinário, pois a assembleia dos discípulos era ainda tida como
sinagoga: “Porque, se entrar na sinagoga de vocês um homem” (Tg 2.2 — Nova
Almeida Atualizada). O termo “igreja” aparece aqui (Tg 5.14), mas o emprego da
palavra “sinagoga” como alternativa mostra que Tiago vem de uma época em que os
discípulos eram chamados de “o movimento de Jesus”.
3. Tema. Ao separar a fé das obras, a epístola enfatiza o
cristianismo prático e nos dá munição para resistir ao Inimigo e ao pecado.
Tiago retoma o tema tratado no capítulo anterior sobre a “amarga inveja em
sentimento faccioso em vosso coração” (Tg 3.14), próprio de uma sabedoria
“terrena, animal e diabólica” (Tg 3.15) e presente na vida daqueles primeiros
cristãos. Esses problemas vêm atravessando os séculos e hoje não é diferente,
pois o problema da natureza humana permanece o mesmo. O ensino aqui está
tratando do caráter cristão que precisa ser afinado com o sentimento de Cristo.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A carta de Tiago foi dirigida aos primeiros cristãos
dispersos no império romano e enfatiza um cristianismo eminentemente prático.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir a
lição dessa semana, sugerimos reproduzir o esquema proposto conforme a sua
possibilidade e fazer uma exposição geral a respeito da epístola.
Tiago emprega aqui uma metáfora que ainda hoje usamos em
nossos debates, discussões e conversas sobre dificuldades nas mais diversas
áreas da vida.
1. Guerras e pelejas (v.1). Há quem afirme que essas
guerras e pelejas sejam uma referência às disputas internas que havia entre os
judeus de Jerusalém nos levantes contra Roma. A população da Judeia estava
dividida nessa época sobre a luta pela libertação do poder romano. Mas não é
disso que Tiago está falando aqui. Essas palavras metafóricas são pesadas e
mostram o nível das disputas entre os crentes por causas dos deleites, ou seja,
os maus desejos interiores (v.2). Não se trata aqui de debates teológicos entre
os mestres. A expressão “guerras e pelejas” refere-se às discussões acirradas
sobre “o meu e o teu”, e isso é muito grave.
2. Os deleites. Ou maus desejos que eram a motivação
dessas pelejas: “dos vossos deleites” (v.1). O termo “deleites” (vv.,3) é
hedoné que aparece cinco vezes no Novo Testamento para descrever deleites ou
prazeres ilícitos (Lc 8.14; Tt 3.3; Tg 4.1,3; 2Pe 2.13). Originalmente
significava o prazer experimentado pelo sentido do paladar, posteriormente por
meio dos outros sentidos e da mente; no período helenista, o conceito se
restringiu ao significado de “gozo sensual, deleite sexual”. É a procura
indiscriminada do prazer. O hedonismo permeia o pensamento pós-moderno. Hoje,
qualquer esforço disciplinado ou o mínimo de sacrifício para se atingir um
objetivo são tratados com profundo desgosto.
3. Cobiçosos e invejosos (v.2). A versão bíblica ARC
(Almeida Revista e Corrigida) omite aqui o verbo “matar” que consta do texto
grego: “Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja” (Nova Almeida
Atualizada). Esse homicídio não é literal; diz respeito ao ódio, que é como
homicídio aos olhos de Deus (Mt 5.21,22; 1Jo 3.15). A cobiça é o desejo
excessivo de possuir o que pertence ao outro, e a inveja é um sentimento de
tristeza e pesar pela alegria, felicidade e sucesso de outra pessoa. O cristão
deve se contentar com o que tem (Lc 3.14; Fp 4.12; Hb 13.5). Cabe aqui
ressaltar que esse ensino não é uma apologia à pobreza e à miséria, pois não é
pecado desejar e buscar, de maneira lícita, tudo o que é útil à vida, desde que
os nossos desejos sejam afinados com os de Deus.
4. Adúlteros e adúlteras (v.4). Tiago continua a
linguagem metafórica usada desde o Antigo Testamento para descrever a apostasia
de Israel e sua infidelidade a Javé, seu Deus. A infidelidade a Deus é em si
mesma um adultério espiritual. Tiago especifica que se trata de um assunto que
envolve homens e mulheres. Assim como a intimidade, o amor, a beleza, o gozo e
a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do
relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (2Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). A
antítese segue nessa mesma linha de pensamento, pois de igual modo a
infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão é chamada na Bíblia de
adultério espiritual, ou prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez
16.32; Ap 2.20).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
As guerras e as pelejas, conforme semanticamente
expostas, são consequências dos desejos por deleites da vida. A cobiça, a
inveja e o adultério são frutos disso.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
Para contrapor a
ideia de vida egoísta e de pecado, leve em conta este belíssimo texto
doutrinário sobre o ensino de John Wesley: “[…] Wesley incita os cristãos no
caminho da perfeição completa para empreender obras de misericórdia e de
piedade. Ele observa: ‘É por meio da paciente continuação em fazer o bem, em
usar toda a graça que já lhe foi concedida, que você deve buscar o dom completo
de Deus, a completa renovação de sua alma, a completa libertação do pecado’. Em
termos de obras de misericórdia em particular, os crentes devem servir os
pobres com vigor e sacrifício diligente, ministrando acerca de suas
necessidades materiais e espirituais. Na verdade, em 1748, Wesley escreve que
as pessoas engajadas em ministrar aos oprimidos ‘fazem o bem o máximo que
podem, até mesmo para o corpo dos homens’. Mas, a seguir, indicando sua
preferência por um ministério global, ele acrescenta: ‘Muito mais ele se
regozijará se puder fazer algum bem para a alma de algum homem’. E dois anos
depois, Wesley continua esse tema em seu sermão […] (Sobre o Sermão do Monte de
nosso Senhor, Décimo Terceiro Discurso) em que escreve: ‘Além de tudo isso,
você é zeloso com as boas obras? Você, quando tem tempo, faz o bem a todos os
homens? Você alimenta o faminto, e veste o nu, e visita o órfão e viúva em sua
aflição? Você visita os que estão doentes? Ajuda o que está preso? Você acolhe
o estrangeiro? Amigo, suba mais alto. […] Ele capacita-o a trazer os pecadores
das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus’” (COLLINS, Kenneth.
Teologia de John Wesley: O Amor Santo e a Forma da Graça. RJ: CPAD, 2010,
pp.372-73).
CONHEÇA MAIS
Hedoné — Hedonismo
“[Do gr. hedoné; do lat. hedonismus ] Doutrina filosófica
da época pós-socrática, segundo a qual o prazer individual e imediato é o
supremo bem da vida humana”. Leia mais em Dicionário Teológico, CPAD, p.173.
III. RESISTINDO AO INIMIGO
A ideia de Tiago, ao concluir essa seção da epístola, é a
mesma exortação que fez o apóstolo Pedro, inspirado por Levítico 11.44; 19.2;
20.7: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda
a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou
santo” (1Pe 1.15,16).
1. Tiago apresenta a receita para resistir ao Inimigo.
Ele mostra que o Espírito Santo está em nós (v.5), o que é confirmado em outras
partes do Novo Testamento (1Co 3.16; 6.19; Ef 2.22). Na verdade, o cristianismo
é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17). Assim, o
Espírito Santo em nós não quer um coração dividido: “É com ciúme que por nós
anseia o espírito, que ele fez habitar em nós?” (v.5, Nova Almeida Atualizada
). Essa vantagem nos permite viver uma vida santa e resistir ao Inimigo. Nisso
temos a ajuda de Deus, que “resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos
humildes” (v.6).
2. A submissão a Deus. Essa submissão e humildade a Deus
é descrita de várias maneiras, como “resistir ao diabo” (v.7) e se aproximar de
Deus; limpar as mãos, “vós de duplo ânimo” (v.8). O duplo ânimo diz respeito
aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg
1.8). Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). As mãos
são instrumentos das ações e o símbolo de toda a conduta. Para que elas sejam
limpas, é necessário primeiro um coração purificado (Sl 24.4; 1Pe 1.22).
3. Os lamentos e os resultados. Tiago continua com as
suas exortações: sentir as nossas misérias, lamentar, chorar, substituir o riso
pelos lamentos, sentir angústia e nos humilhar diante de Deus (v.9). Essas
exortações resultam em bênçãos, entre elas, a de que o Diabo fugirá de nós, e o
Senhor nos “exaltará” (v.10). Trata-se de uma vitória completa em Cristo.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Para resistirmos o Inimigo, precisamos submeter-nos a
Deus.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Para concluir a
lição desta semana, sugerimos uma reflexão com os alunos acerca do “ser
cristão”. Ora, ser cristão é submeter-se inteiramente a Cristo. Mas o que isso
significa na prática? Faça essa reflexão a partir deste texto da
espiritualidade clássica pentecostal: “O segredo do Cristianismo está em ser.
Está em ser possuidor da natureza de Jesus Cristo. Em outras palavras está em
ser: Cristo em caráter; Cristo em demonstração; Cristo em poder de transmissão.
Quando o indivíduo se entrega ao Senhor e se torna filho de Deus, ele passa a
ser como um cristo-homem — um cristão. Tudo o que a pessoa faz e diz dali em
diante deve ser a vontade, as palavras e as obras de Jesus, da mesma maneira
como Jesus falou e fez absoluta e completamente a vontade do Pai” (LAKE, John
G. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003,
pp.43-44).
CONCLUSÃO
Tiago relaciona uma série de exortações que, se
praticadas em conjunto, resultarão na completa resistência ao Inimigo de nossa
alma. O que Deus espera de nós é que sejamos santos como Ele é santo. Resistir
ao Inimigo, no contexto de Tiago, resume-se em que cada um de nós
sujeitemos-nos à vontade de Deus e cheguemos-nos a Ele; e devemos ainda
purificar as mãos e limpar o coração. É essa dependência de Deus que nos leva à
vitória em Cristo.
PARA REFLETIR
A respeito de “Um
inimigo que precisa ser resistido” responda:
O que mostra a
palavra “sinagoga” em Tiago 2.2?
O emprego da palavra “sinagoga” como alternativa mostra
que Tiago vem de uma época em que os discípulos eram chamados de “o movimento
de Jesus”.
A que se refere a
expressão “guerras e pelejas”?
A expressão “guerras e pelejas” se refere às discussões
acirradas sobre “o meu e o teu”.
O que só o
cristianismo tem e que fez dele a única religião do planeta com tal
característica?
Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta
que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17).
O que significa a expressão “duplo ânimo” (Tg 4.8)?
O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e
divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8).
Quais as bênçãos
resultantes das exortações de Tiago?
Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas a de que
o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos “exaltará” (v.10).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Um inimigo que
precisa ser resistido
Prezado professor, prezada professora, um bom início de
preparação para a aula desta semana é estudar a carta de Tiago. Assim, é possível
compreender bem o contexto em que se encontra a seção que nos interessa na
lição. Logo, será possível perceber em seus estudos que o contexto da seção
exposta na lição versa a respeito do “chamado à santidade”. Esse procedimento é
importante porque a ausência dele é que permite o movimento moderno de “batalha
espiritual” distorcer ou forçar tanto o texto bíblico.
Sobre a epístola de Tiago
No primeiro tópico da lição, o comentarista faz uma breve
introdução sobre a carta. Ele passa pelos destinatários, destaca os principais
conteúdos da epístola e se concentra no tema da carta. O comentarista mostra
como se trata um tema atual com seriedade bíblica. Ora, não se pode versar
sobre uma seção bíblica, ou um assunto bíblico, sem dar-lhe atenção de acordo
com o devido contexto. Quando buscamos o que o texto bíblico quis dizer
exatamente aos nossos primeiros irmãos, os leitores originais de Tiago, nós
temos maior garantia de não cometer injustiças com o texto da Bíblia.
Sobre os “deleites da vida”
O segundo tópico trabalha o tema dos deleites da vida,
passando pelos quatro primeiros versículos do capítulo 4. Os temas que Tiago
emprega nos versículos 1 a 4 são “guerras e pelejas”, “os deleites da vida”,
“cobiça e inveja”, “adultérios”. Aqui, nestes primeiros versículos, o escritor
da epístola prepara a plataforma para o convite de resistência do crente.
Sobre resistir o inimigo
O terceiro tópico trata da resistência do crente. Este só
pode resistir ao Diabo porque o Espírito Santo lhe habita. Fica claro na
epístola que quando resistimos os instintos mais primitivos de nossa natureza
humana, tal como a disposição para a contenda, para os prazeres, para a cobiça
e inveja, para o adultérios, com o auxílio do Espírito Santo, então, resistimos
o Diabo. Com uma vida de santidade perseverante no Senhor, as tentações
impostas pelo Diabo fugirão de nós. A vida cristã precisa ser vivida em
santidade, com o auxílio do Espírito Santo. O Diabo, nosso adversário, tentará
nos desestabilizar. Mas se lhe resistirmos em Cristo, na força do Espírito
Santo, ele fugirá. Quem perseverar, em Cristo, resistirá o Diabo. Quem
resistir, em Cristo, vencerá o Diabo.
SUBSIDIO COMPLEMENTAR
TIAGO 4.1 DONDE VÊM
AS GUERRAS E PELEJAS ENTRE VÓS? A origem principal das contendas e conflitos na
igreja concentra-se no desejo de reconhecimento, honrarias, glória, poder,
prazer, dinheiro e superioridade. A satisfação dos desejos egoístas torna-se
mais importante do que a retidão e a vontade de Deus (cf. Mc 4.19; Lc 8.14; Gl
5.16-20). Quando isso ocorre, surgem conflitos egocêntricos na congregação. Os
causadores dessa situação demonstram que não têm o Espírito e que estão fora do
reino de Deus (Gl 5.19-21; Jd. 16-19).
TIAGO 4.2 GUERREAIS.
Esta palavra pode ser usada aqui figuradamente no sentido de odiar (cf. Mt
5.21,22).
TIAGO 4.3 PEDIS E NÃO
RECEBEIS. Deus deixa de responder as orações dos que amam os prazeres e que
desejam honra, poder e riquezas (ver v.1 nota). Todos devemos tomar consciência
disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de
desejos egoístas. As Escrituras nos dizem que Deus aceita somente as orações
dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o invocam em verdade (Sl
145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc 18.14) e daqueles que
pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14)
TIAGO 4.4 AMIZADE DO
MUNDO É INIMIZADE CONTRA DEUS? "A amizade do mundo" é adultério
espiritual, i.e., infidelidade a Deus e ao nosso compromisso de dedicação a Ele
(1 Jo 2.15-17; cf. Is 54.5; Jr 3.20). Significa acatar os pecados, os valores e
os prazeres malignos do mundo. Deus não aceitará semelhante amizade (Mt 6.24),
porque é um Deus zeloso (Êx 20.5; Dt 5.9). Um exemplo de amizade desse tipo é a
participação do crente em sociedades secretas (i.e., a filiação a lojas
maçônicas) que exigem juramentos, ritos e práticas religiosas antibíblicos e
comunhão com incrédulos, coisas essas que estão proibidas na Palavra de Deus
(Mt 5.33-37; 2 Co 6.14). O crente não pode pertencer a tais sociedades sem
transigir com a doutrina cristã (2 Pe 3.16), com os padrões divinos, com o
princípio bíblico da separação do mundo (2 Co 6.17,18) e com sua lealdade a
Cristo (Mt 6.24)
TIAGO 4.5 O ESPÍRITO
QUE EM NÓS HABITA. A construção do versículo 5, em grego, não é muito clara.
Pode significar que a tendência natural do espírito humano é opor-se a Deus e
ao próximo e desejar os prazeres pecaminosos do mundo (v. 4). Porém, essa
tendência pode ser alterada pela graça de Deus pois alcança todos aqueles que
humildemente aceitam a salvação em Cristo (v. 6).
TIAGO 4.6 DEUS
RESISTE AOS SOBERBOS. Deve ficar gravado em nossos corações e mentes o quanto
Deus aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas faz Deus rejeitar nossas
orações e reter sua presença e graça para conosco. O exaltado em si mesmo, que
busca a honra e a estima dos outros a fim de satisfazer o seu orgulho, afasta
de si a ajuda de Deus. Mas para aqueles que com humildade se chegam a Deus, Ele
lhes dá abundância de graça, de misericórdia e de ajuda em todas as situações
da vida (ver Fp 2.3; Hb 4.16; 7.25).
TIAGO 4.8 CHEGAI-VOS
A DEUS. Deus promete estar perto de todos que se afastam do pecado, que
purificam os seus corações e que o invocam verdadeiramente arrependidos. A
comunhão com Deus trará sua presença, graça, bênçãos e amor.
TIAGO 4.11 NÃO FALEIS
MAL UNS DOS OUTROS. É desprezar a lei divina do amor em relação a uma pessoa
que está sendo acusada de algo:
(1) não procurar conhecer os detalhes da situação;
(2) não falar com a própria pessoa que está sendo acusada; e
(3) difamar essa pessoa.
TIAGO 4.15 SE O
SENHOR QUISER. Os crentes, ao estabelecerem alvos e planos para o futuro,
sempre devem buscar a Deus e a sua vontade. Não devem agir como o rico
insensato (Lc 12.16-21); pelo contrário, devemos reconhecer que a verdadeira
felicidade e uma vida de beneficência dependem totalmente de Deus. O princípio
pelo qual devemos viver deve ser: "Se o Senhor quiser". Se for
sincera a nossa oração "Faça-se a tua vontade" (Mt 26.42), estejamos
certos de que nosso presente e futuro estarão aos cuidados protetores do nosso
Pai celestial (cf. At 18.21; 1 Co 4.19; 16.7; Hb 6.3).
TIAGO 4.16
PRESUNÇÕES. Quando a pessoa atinge alvos estabelecidos, a sua tendência é
gloriar-se. Esta jactância vem da falsa suposição de que tudo quanto realizamos
é produto do nosso próprio esforço e não da ajuda de Deus e do próximo. O NT
nos exorta a gloriar-nos em nossas fraquezas e na dependência de Deus (2 Co
11.30; 12.5,9).
EFESIOS 6.11 A
ARMADURA DE DEUS. O cristão está engajado num conflito espiritual com o mal.
Esse conflito é descrito como o combate da fé (2 Co 10.4; 1 Tm 1.18,19; 6.12),
que continua até o crente galgar a vida do porvir (2 Tm 4.7,8; ver Gl 5.17).
(1) A vitória do crente foi obtida pelo próprio Cristo,
mediante a sua morte na cruz. Jesus travou uma batalha triunfante contra
Satanás, desarmou as potências e potestades malignas (Cl 2.15; cf. Mt 12.28,29;
Lc 10.18; Jo 12.31), levou os cativos com Ele (4.8) e redimiu o crente do
domínio do maligno (1.7; At 26.18; Rm 3.24; Cl 1.13,14).
(2) No presente, o cristão está empenhado numa guerra
espiritual que ele trava, mediante o poder do Espírito Santo (Rm 8.13), (a)
contra os desejos corruptos dentro de si mesmo (1 Pe 2.11; ver Gl 5.17 nota),
(b) contra os prazeres ímpios do mundo e todos os tipos de tentações (Mt 13.22;
Gl 1.4; Tg 1.14,15; 1 Jo 2.16), e (c) contra Satanás e suas forças (ver 6.12
nota). O crente é conclamado a se separar do presente sistema mundano, repudiando os seus males (cf. Hb 1.9;
), vencendo suas tentações e morrendo para elas (Gl 6.14; 1 Jo 5.4), e
condenando abertamente os seus pecados (cf. Jo 7.7).
(3) A milícia cristã deve guerrear contra todo o mal, não
por seu próprio poder (2 Co 10.3), mas com armas espirituais (2 Co 10.4,5; Ef
6.10-18).
(4) Na sua guerra espiritual, o cristão é conclamado a
suportar as aflições como bom soldado de Cristo (2 Tm 2.3), sofrer em prol do
evangelho (Mt 5.10-12; Rm 8.17; 2 Co 11.23; 2 Tm 1.8), combater o bom combate
da fé (1 Tm 6.12; 2 Tm 4.7), guerrear espiritualmente (2 Co 10.3), perseverar
(6.18), vencer (Rm 8.37), ser vitorioso (1 Co 15.57), triunfar (2 Co 2.14),
defender o evangelho (Fp 1.16), combater pela fé (Fp 1.27), não se alarmar ante
os que resistem (Fp 1.28), vestir toda a armadura de Deus (6.11), ficar firme
(v.v. 13,14), destruir as fortalezas de Satanás (2 Co 10.4), levar cativo todo
pensamento (2 Co 10.5) e fortalecer-se na guerra contra o mal (Hb 11.34)
EFESIOS 6.12 HOSTES
ESPIRITUAIS DA MALDADE. O cristão trava um conflito espiritual contra Satanás e
uma multidão de espíritos malignos (ver Mt 4.10 ).
(1) Os poderes das trevas são os governantes espirituais do
mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 1 Jo 5.19), que incitam os ímpios
(2.2), se opõem à vontade de Deus (Gn 3.1-7; Dn 10.12,13; Mt 13.38,39) e
constantemente atacam os crentes (v. 12; 1 Pe 5.8).
(2) É uma vasta multidão (Ap 12.4,7), altamente organizada
em forma de império do mal, tendo categorias e ordens (2.2; Jo 14.30)
EFESIOS 6.17 A ESPADA
DO ESPÍRITO. A "espada do Espírito, que é a palavra de Deus", é a
arma ofensiva do crente, para uso na guerra contra o poder do mal. Por esta
razão, Satanás fará todos os esforços possíveis para subverter ou destruir a
confiança do crente na Palavra. A igreja precisa defender as Escrituras
inspiradas contra o argumento de que ela não é a Palavra de Deus em tudo que
ensina. Abandonar a posição e a atitude de Cristo e dos apóstolos para com a
Palavra de Deus é destruir seu poder de convencer, corrigir, redimir, curar,
expulsar demônios e vencer o mal. Negar sua fidedignidade total, em tudo quanto
ela ensina é entregar-nos a Satanás (ver 2 Pe 1.21 nota; cf. Mt 4.1-11).
EFESIOS 6.18
ORANDO... NO ESPÍRITO. A guerra do cristão contra as forças espirituais de
Satanás exige dedicação a oração, i.e., orando "no Espírito",
"em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por
todos os santos", "com toda perseverança". A oração não deve ser
considerada apenas mais uma arma, mas parte do conflito propriamente dito, onde
a vitória é alcançada, mediante a cooperação com o próprio Deus. Deixar de orar
diligentemente, sob todas as formas de oração, em todas as situações, é
render-se ao inimigo e deixar de lutar (Lc 18.1; Rm 12.12; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts
5.17).
FONTES;
MANUAIS BIBLICOS
ENCICLOPÉDIAS BIBLICAS
COMENTÁRIOS BIBLICOS
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL
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