LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- JOVENS
1º Trimestre de
2019
Título: Rumo à
Terra Prometida — A peregrinação do povo de Deus no deserto no livro de Números
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 4: A presença de Deus no deserto
Data: 27 de Janeiro de 2019
TEXTO DO DIA
“Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois
dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então, os filhos de Israel se
alojavam e não partiam; e, alçando-se ela, partiam” (Nm 9.22).
SÍNTESE
A presença de Deus no meio do povo era garantia de
segurança, alegria e descanso. Pois, caminhar pelo deserto envolvia correr
perigos dos mais diversos.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Sl 140.13
Na presença de Deus, somente os retos habitarão
TERÇA — Sl 31.20
Presença de Deus, lugar de esconderijo
QUARTA — Sl 16.11
Presença de Deus, lugar de alegria
QUINTA — Gn 4.16
Sair da presença de Deus, uma grande tragédia
SEXTA — Sl 68.7,8
A presença de Deus faz tremer a terra
SÁBADO — Êx 33.14
A presença de Deus traz descanso
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
MOSTRAR como Deus se manifestou ao povo no deserto, e
como os hebreus, a princípio, obedeceram voluntariamente o mover da nuvem e da
coluna de fogo;
EXPLICAR como foi o início da caminhada no deserto e os
primeiros pecados do povo;
COMPREENDER como Deus orientou a Moisés para que ele
escolhesse setenta cooperadores.
INTERAÇÃO
Professor (a), é
imprescindível haver um bom relacionamento entre os docentes de uma mesma
classe, pois isso influencia diretamente no trabalho a ser realizado.
Assim sendo, agende uma reunião com seu(s) colega(s), a
fim de ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema do trimestre, desenvolver
estratégias e atividades para a classe, etc. Faça desse um momento de interação
e estreitamento de laços, independente de quantos professores existam na
classe. Todos devem trabalhar com um só propósito, o que só é possível se
houver um bom diálogo. Assim, realizarão muito mais pela classe, uma vez que,
ao planejar as atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos,
ninguém ficará sobrecarregado e o trabalho será bem mais dinâmico.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Peça que os alunos
relatem, de forma resumida, alguns testemunhos de heróis e heroínas da fé.
Homens e mulheres que viveram em santidade diante do Senhor e como a glória de
Deus se manifestou em suas vidas.
Reflita com os alunos a respeito do elo que existe entre
santificação e a manifestação da presença de Deus, como mencionado nos
testemunhos. Conclua dizendo que, a santidade é o requisito principal para ser
cheio(a) do Espírito Santo. Assim, os alunos compreenderão porque, na narrativa
de Números, a menção a leis e regras para a santificação de todos, antecederam
o aparecimento da nuvem da presença. Essa conversa deve abrir a discussão a respeito
do tema da aula de hoje, que vai tratar a respeito da presença de Deus no
deserto.
TEXTO BÍBLICO
Números 9.15-22.
15 — E, no dia de
levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do
Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo
até à manhã.
16 — Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de
noite, havia aparência de fogo.
17 — Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os
filhos de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os
filhos de Israel assentavam o seu arraial.
18 — Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel
partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a
nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial.
19 — E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o
tabernáculo, então, os filhos de Israel tinham cuidado da guarda do SENHOR e
não partiam.
20 — E era que, quando a nuvem poucos dias estava sobre o
tabernáculo, segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR,
partiam.
21 — Porém era que, quando a nuvem desde a tarde até à
manhã ficava ali e a nuvem se alçava pela manhã, então, partiam; quer de dia
quer de noite, alçando-se a nuvem, partiam.
22 — Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha
dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então, os filhos de Israel
se alojavam e não partiam; e, alçando-se ela, partiam.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Caminhando com
Deus, pelo deserto, o povo estava aprendendo uma lição espiritual a cada dia.
As diversas leis tinham o objetivo de mostrar que um Deus santo requeria um
povo santo (Lv 20.7). Entretanto, as pessoas que saíram do Egito não tinham
noção dessa exigência divina e foram conhecendo o caráter de Deus à proporção
que seguiam rumo à Canaã.
Um ano depois da saída do Egito, os hebreus estavam tendo
uma nova revelação a respeito da presença de Deus. O Senhor estava com eles,
acompanhando-os numa coluna de fogo nas noites congelantes do deserto e,
durante os dias, sob o sol escaldante de um dos lugares mais quentes do mundo,
uma monumental nuvem trazia refrigério para milhões de pessoas. O Altíssimo,
carinhosamente, fazia-os viver em uma temperatura agradabilíssima, podendo
eles, assim, desfrutarem de uma paisagem inigualável, de dia ou de noite. Com o
movimento da nuvem ou coluna de fogo, Deus indicava o momento de parar a
caminhada e de prosseguir.
I. A NUVEM E A COLUNA DE FOGO
1. A presença contínua. Quando o povo levantou o
tabernáculo, o qual foi feito conforme o modelo dado por Deus no monte Sinai, a
nuvem da presença do Senhor surgiu gloriosamente (Nm 9.15). Os milhões de
peregrinos que estavam ao redor do tabernáculo, nas suas respectivas tribos,
entenderam perfeitamente que se tratava de uma manifestação divina.
No fim da tarde, quando o sol declinava e a temperatura
começava a cair, outro milagre acontecia: a nuvem ficava com uma aparência de
fogo, permanecendo assim até pela manhã, quando, novamente, voltava a ser um
refúgio contra o sol. Esse processo perdurou, continuamente, por quase 40 anos
(Nm 9.16). O Senhor estava testemunhando a todo o povo: “E eis que estou
contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta
terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn 28.15).
2. O mover imprevisível. O texto de Números 9.17-23 fala
a respeito do mover imprevisível de Deus, representado nos deslocamentos da
nuvem e da coluna de fogo. Impressionante como o Espírito Santo, que inspirou
os escritores bíblicos, fez questão de mencionar que, às vezes, o referencial
da presença de Deus permanecia no mesmo lugar um ano ou, inexplicavelmente,
menos de um dia.
Interessante perceber, também, que não havia nenhum
fenômeno natural perceptível que antecedesse os movimentos vertical (subida e
descida sobre o tabernáculo) e horizontal (mudança geográfica) da nuvem ou da
coluna de fogo. O Senhor, por sua soberania, de dia ou de noite, sem mandar
qualquer aviso, simplesmente transferia o lugar da nuvem ou a coluna de fogo.
Não havia, nem há, paradigmas para entender o mover de Deus. Porventura, nos
dias atuais, não é com a mesma imprevisibilidade e aparente ilogicidade
eventual que Deus age?
3. A obediência voluntária. Deus estava treinando os
israelitas para que eles, com alegria, aprendessem a obedecer ao Senhor. Vale
lembrar que, repetidamente, as Escrituras dizem que eles eram rebeldes ou de
“dura cerviz” (Dt 10.16; Jr 7.26; Mc 10.5; At 7.51). Assim, por vezes, a nuvem
passava um longo período parada e, depois, numa sequência inesperada, era
transferida de lugar rapidamente, mas o povo a seguia, como se vê: “Segundo o
dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR, partiam; da guarda do
SENHOR tinham cuidado, segundo o dito do SENHOR pela mão de Moisés” (Nm 9.23).
Os que servem a Deus devem aprender a obedecer
voluntariamente ao Senhor, de todo coração, como Davi recomendou a Salomão (1Cr
28.9), para que tenham vitória nas grandes lutas que travarem. A obediência é
um segredo, uma bússola, um mapa e um caminho. Andar por ela é sinal de
sabedoria, humildade, fé e sempre produz os resultados da verdadeira
prosperidade na vida.
Pense!
Vale a pena obedecer a Deus mesmo quando aquilo que Ele
requer aparenta ser irracional ou ilógico?
Ponto Importante
Fazer a vontade de Deus sempre é a melhor decisão para
seu povo, sob quaisquer circunstâncias, pois o Senhor é o sumo bem e Ele jamais
se equivoca.
1. A ordem para marchar (10.11-13). Deus possui um
aguçado senso de beleza e organização, entretanto esse traço de seu caráter
justifica-se não apenas pela estética e estratégia de suas determinações, mas
sobretudo em face do grande amor pelo seu povo.
O Senhor mandou fazer duas trombetas de prata, uma
sofisticada obra de arte (a prata era depurada no fogo, daí por que é símbolo
da redenção na Bíblia), as quais serviam para conclamar o povo para se reunir e
dar o sinal de partida do acampamento, tudo muito organizado. Entretanto, mais
adiante, Deus disse que as trombetas também seriam tocadas quando os israelitas
estivessem em dificuldades (o toque das trombetas era uma verdadeira oração) e
nas festas religiosas (Nm 10.2,9,10). Dessa forma, o início de toda caminhada
era marcado, simbolicamente, por um momento de oração. O toque das trombetas movia
o coração de Deus em favor do povo e o Senhor se lembrava da aliança firmada. A
promessa de Deus, feita desde os dias do patriarca Abraão, seria cumprida, pois
Deus é fiel.
2. Confiança do líder abalada (10.29). Em meio a tantas
demonstrações eloquentes do cuidado de Deus, percebe-se uma falta de confiança
do líder Moisés, pois convidou Hobabe, seu cunhado, para guiar o povo nos
caminhos do deserto (Nm 10.29-32). Ora, a presença de Deus, representada na
nuvem e na coluna de fogo, sinalizava perfeitamente quando o povo deveria
acampar e seguir viagem, e qual rota percorrer, mas Moisés entendeu que seria
bom ter alguém com experiência para “ser seus olhos” e socorrê-los em tempo
oportuno. Mas, o Senhor compreendeu a fraqueza do líder e sequer o repreendeu.
Moisés também precisava aprender a confiar. Vê-se, porém, que em nenhum outro
momento Hobabe é mencionado nas Escrituras, dando provas que o convite de
Moisés foi estéril e inócuo. Deus é quem comanda e guia os passos do seu povo.
3. O pecado da murmuração (11.1-10). Na caminhada dos
hebreus pelo deserto, o Senhor sempre esteve presente cuidando do seu povo,
mas, como visto anteriormente é inevitável que as fraquezas dos líderes
apareçam e, infelizmente, também, existam rebeliões. Em Números 11.1-10 diz-se
que aconteceu murmuração no meio do povo por causa da comida (toda murmuração
dirige-se, em primeiro plano, contra Deus) e o Senhor levou em consideração as
palavras proferidas a tal ponto que muitos israelitas morreram como castigo
pela rebelião.
Judas escreveu a respeito de alguns indivíduos não
recomendáveis que eram “murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo
as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as
pessoas por causa do interesse” (Jd v.16). Certamente o que os israelitas
fizeram foi muito grave diante do Senhor, pois a Bíblia diz que a maldição não
vem sem causa (Pv 26.2). Importante que cada cristão aprenda a ser agradecido,
de todo coração, e nunca despreze o “pão” que Deus dá.
Pense!
Não teria Deus agido injustamente ao matar pessoas por
apenas reclamarem do cardápio alimentar?
Ponto Importante
Deus é a suma justiça. Ele jamais exacerba em seus
juízos, por isso, a maldição não vem sem causa.
III. DEUS LEVANTA COOPERADORES
1. Carga pesada. Na caminhada com Deus, pelo deserto a
cada dia os limites humanos são testados. O grande Moisés que, pouco tempo
antes, tinha convidado Hobabe para ser “seus olhos” na peregrinação (tinha
plano até para quando Deus falhasse na orientação), agora pensa em desistir do
ministério. Ele concluiu: “Eu sozinho não posso levar a todo este povo, porque
muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu to peço, se
tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal” (Nm
11.14,15).
A resposta que Deus ofereceu a Moisés ressoa como modelo
ministerial pelos séculos. O líder é feito de “carne e osso” e, por isso,
precisa de apoio e companhia. Sempre que Deus quis fazer algo significativo,
antes de tudo, montou uma equipe. Talvez Moisés, até aquele instante,
acreditasse ser possível liderar sozinho, mas o Senhor permitiu que ele ficasse
esgotado emocionalmente para aprender a depender mais dEle. Então, o Altíssimo
designou setenta anciãos para auxiliar o seu servo.
2. Dividindo a carga. Deus, de maneira sábia, pediu que
Moisés escolhesse setenta líderes para que o auxiliasse. A escolha seria de
Moisés, porém eles seriam instrumentos do Senhor, para ajudar na condução da
obra. Observa-se um segundo aspecto relevante nessa história: os auxiliares precisavam
ter o mesmo espírito de Moisés, pensar a mesma coisa, compartilhar do
alinhamento do entendimento do líder, ação precípua do Espírito Santo. Só assim
a carga pesada das atribuições seria, de fato, compartilhada.
Pouco tempo depois houve o episódio das codornizes, o
primeiro teste dos 70 líderes (Nm 11.31-35). Deus é bom e fiel, pois,
certamente, se Moisés estivesse sozinho nessa nova e grave situação ele teria
sucumbido.
3. Insubmissão. Moisés, depois de ter a carga
administrativa aliviada pelos setenta líderes chancelados por Deus, viu ruir os
apoios mais importantes que tinha: o de Miriã e Arão, seus amados irmãos, os
quais se insurgiram fortemente contra ele, mas “o SENHOR o ouviu” (Nm 12.2). Os
irmãos de Moisés foram repreendidos pelo Senhor, inclusive Miriã ficou leprosa
por causa dessa insubmissão ao líder. Ferir o princípio da autoridade e
submissão, desobedecendo a liderança, não é uma atitude sábia e prudente, ainda
que existam ponderações de natureza administrativa consideráveis.
Pense!
As ponderações de Miriã e Arão contra Moisés não
deveriam, ao menos, terem sido discutidas por Deus na reunião feita com eles no
santuário?
Ponto Importante
O princípio da autoridade e submissão tem grande
relevância para Deus, por isso, havendo rebelião, o Senhor sequer discute as
argumentações apresentadas.
CONCLUSÃO
A maior consolação que os israelitas poderiam ter no
deserto era a certeza da presença contínua de Deus com eles; e o Senhor
demonstrou inequivocamente tal realidade, através da nuvem ou da coluna de fogo
que nunca abandonaram o povo. Mesmo diante dessa certeza, tanto os líderes
quanto o povo cometeram erros, os quais não ficaram impunes, servindo isso de
exemplo para a igreja hodierna.
ESTANTE DO PROFESSOR
DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2008.
HORA DA REVISÃO
1. Cite dois
sinais que Deus realizou, os quais demonstravam a presença dEle entre o povo.
A nuvem e a coluna de fogo.
2. Em quais momentos a nuvem e a coluna de fogo podiam
ser vistas?
Durante o dia a nuvem e à noite, a coluna de fogo.
3. De qual material foram feitas as duas trombetas que
convocavam o povo?
De prata batida.
4. Qual o nome do cunhado de Moisés que foi convidado
para ser o “guia do povo”?
Hobabe.
5. Segundo a lição, por que os irmãos de Moisés foram
repreendidos pelo Senhor?
Eles foram repreendidos pelo Senhor porque foram
insubmissos ao líder.
SUBSÍDIO
“Os capítulos 9 e
10, em especial, centram-se na presença do Senhor no meio do seu povo. A primeira
metade do capítulo 9 reconta a celebração da primeira Páscoa do deserto,
(9.1-14), celebração essa que, acima de tudo, lembra-lhes a presença do Senhor
quando, de forma extraordinária, libertou-os do Egito. Na segunda metade do
capítulo, Deus promete prover uma nuvem para guiar os viajantes e para
lembrá-los de sua presença contínua […].
No início do capítulo 10, a finalidade de tocar as
trombetas é para que Deus e o povo lembrem-se uns dos outros (10.9,10). E nos
versículos seguintes a nuvem move-se pela primeira vez. Portanto, a primeira
parte de Números é um resumo da forma especial como Deus preparou seu povo ao
instruí-lo sobre a pureza, ao conceder-lhes os sacerdotes e, acima de tudo, sua
presença especial.
O Senhor preparou o seu povo naquela época e o prepara
hoje. Você já pensou nisso? Você já pensou na forma como Senhor o prepara?
Talvez tudo isso lhe pareça uma informação religiosa casual, todavia, Deus teve
o cuidado em fazê-lo à sua imagem. Você foi projetado com a capacidade de compreender
as palavras” (DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2008, pp.138,139).
Nenhum comentário:
Postar um comentário