LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- JOVENS
3º Trimestre de 2019
Título: A razão da
nossa esperança — Alegria, crescimento e firmeza nas cartas de Pedro
Comentarista: Valmir Nascimento
Lição 3: Vivendo em santidade e integridade
Data: 21 de julho de 2019
TEXTO DO DIA
“Mas, como é santo
aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,
porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.15,16).
SÍNTESE
A santidade de Deus,
o atributo da sua perfeição moral, é a razão que nos inspira ao vivermos de
maneira santa e íntegra neste mundo.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Êx 39.30
Santidade ao Senhor
TERÇA — 1Ts 3.13
Irrepreensíveis em santidade
QUARTA — 1Ts 4.7
Chamados para a santificação
QUINTA — 1Ts 4.3
Santificação, a vontade de Deus
SEXTA — Js 3.5
Santificai-vos para sempre
SÁBADO — Ap 5.10
Feitos reis e sacerdotes
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
COMPREENDER os conselhos de Pedro para uma vida de
santidade;
REFLETIR a respeito do mandamento divino para sermos santos
em toda nossa maneira de viver;
SABER acerca do fundamento e da natureza da Igreja.
INTERAÇÃO
Depois de falar sobre a esperança da salvação, Pedro exorta
os leitores da sua Carta para uma vida de santidade. O apóstolo estava
preocupado com a salvação dos crentes, mas também com a santidade e integridade
moral deles. Afinal, uma coisa está intimamente ligada à outra. Em nossos dias,
falar em santificação parece algo antiquado e politicamente incorreto. Para os
relativistas morais da pós-modernidade, ninguém deve dizer a outra pessoa como
se comportar em termos éticos, pois cada um possui o seu próprio conceito do
certo e do errado, sobrando pouco espaço para falar de retidão, caráter e
virtudes morais. Em meio ao caos moral da presente era, o chamamento dos
cristãos à santidade pelo apóstolo Pedro mostra-se altamente relevante.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Estimado(a)
professor(a), nesta lição teremos a oportunidade de ensinar aos nossos alunos a
respeito da santidade e santificação. Recorde que, segundo a Bíblia, a
santificação refere-se ao estado daqueles que foram salvos por Cristo (1Co
6.11; Cl 2.10; Hb 10.10), mas também ao processo de contínuo aperfeiçoamento
dos crentes (2Co 7.1). Além disso, se possível, esclareça o significado das
palavras santidade, santificação, santificar, santíssimo, santo e santuário,
utilizando o quadro abaixo:
TEXTO BÍBLICO
1 Pedro
1.13-16,22-25; 1 Pedro 2.9,10.
1 Pedro 1
13 — Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento,
sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação
de Jesus Cristo,
14 — como filhos obedientes, não vos conformando com as
concupiscências que antes havia em vossa ignorância;
15 — mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver,
16 — porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou
santo.
22 — Purificando a vossa alma na obediência à verdade, para
caridade fraternal, não fingida, amai-vos ardentemente uns aos outros, com um
coração puro;
23 — sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas
da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre.
24 — Porque toda carne é como erva, e toda a glória do
homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;
25 — mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é
a palavra que entre vós foi evangelizada.
1 Pedro 2
1 — Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
2 — vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora,
sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora,
alcançastes misericórdia.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Para muitos estudiosos, a Primeira Carta de Pedro, além de
“Epístola da Esperança”, também poderia ser chamada de “Epístola da Vida
Santa”, pois enfatiza a importância da santidade após o novo nascimento. Uma
vez que os crentes foram agraciados pela salvação, e adquiriram uma esperança
viva, agora devem dar mostras da nova vida por meio de uma conduta íntegra.
Apesar de remeter à ideia de separação e consagração, santidade não significa
isolamento social ou afastamento de outras pessoas. Os salvos testificam que
são santos vivendo de acordo com a vontade de Deus, e interagindo em uma
sociedade contaminada pelo pecado. Isso exige ter contato com o mundo. Por tal
razão, faz todo o sentido a oração de Jesus acerca dos seus discípulos: “Não
peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15). Como isso em
mente, aprenderemos nesta lição a respeito do santo estilo de vida dos salvos.
I. CONSELHOS PARA UMA VIDA DE SANTIDADE
A palavra “portanto” empregada por Pedro em 1.13 conecta o
raciocínio anterior com o tema a seguir apresentado. Assim, o apóstolo apresenta
três conselhos para uma vida de santidade:
1. Prepare a mente. A expressão “cingindo os lombos do vosso
entendimento” tem um sentido metafórico; remete à prática da época de amarrar a
vestimenta acima da cintura para ficar pronto para a ação. O conselho é que os
crentes preparem as suas mentes, a fim de poderem pensar adequadamente e com
profundidade nas coisas de Deus. Isso porque a santificação abrange
primeiramente a mente, o centro das decisões e das faculdades da pessoa. Quando
aceitamos Cristo, em arrependimento, passamos por um processo de conversão, do
grego metanoia (At 3.19), que significa mudança de pensamento. Por isso, Paulo
diz que temos a mente de Cristo! (1Co 2.16).
Quando preparamos e entregamos a mente para o Senhor,
deixamos que Ele seja o guia das nossas decisões. Obviamente, ainda assim, não
podemos impedir que determinados pensamentos entrem em nossa mente. Nesse caso,
Stan Toler, na obra Repense a Vida, aconselha que “tudo que podemos fazer é
administrá-lo quando já se é um pensamento negativo, pecador e destrutivo,
podemos prendê-lo, rejeitá-lo e lançá-lo fora da mente. Se é um pensamento
positivo, santo e produtivo, podemos detê-lo, meditar sobre ele e aplicá-lo à
vida. O pecado não acontece quando temos um pensamento passageiro, mas quando
nos concentramos em um pensamento pecador em vez de expulsá-lo”.
A verdadeira santidade requer a compreensão daquilo que
estamos fazendo ou deixando de fazer. Agir pela simples obrigatoriedade, sem
saber a razão, não é santidade, é mera religiosidade farisaica! Uma mentalidade
regenerada pelo Senhor nos habilita a entender a importância de uma vida
íntegra e sincera.
2. Seja sóbrio. Pedro também assevera que o cristão deve ser
sóbrio, ou seja, ter domínio próprio, autocontrole, pois a vida cristã é
incompatível com os excessos. Além de significar ao crente abster-se da
embriaguez, a sobriedade refere-se também ao viver com moderação, em constante
equilíbrio (Ef 5.18; Rm 12.3). Tal virtude deve ser uma característica dos
salvos, porquanto as Escrituras assim nos exortam reiteradamente (1Ts 5.6; 2Tm
4.5). Aplicada ao consumo, a santificação promove na vida do crente uma postura
contracultural, no sentido de rejeitar e se afastar da cultura dominante que
valoriza a moda e tudo aquilo que é supérfluo. O consumo santificado significa
apartar-se do modelo consumista em curso na sociedade contemporânea, e
desenvolver um estilo de vida frugal, com hábitos de consumo santos,
disciplinados pelo fruto do Espírito (Gl 5.22).
3. Espere na graça. A santificação envolve ainda esperar
inteiramente na graça. Diante do contexto sombrio a que estavam submetidos, os
destinatários são encorajados a olharem para frente e aguardarem em Deus. Isso
não é passividade, é paciência: o ato de confiar na providência divina.
Vivemos em uma cultura imediatista e acelerada, na qual as
pessoas perderam o hábito de esperar. “Tudo ao mesmo tempo e agora” é um dos
slogans que caraterizam a sociedade contemporânea. O adoecimento emocional e
psíquico que acomete boa parte da população de hoje é em grande parte
consequência da ansiedade descontrolada. Portanto, a espera confiante em Deus,
além de preparar o coração para o futuro, contribui para que o crente tenha uma
vida emocionalmente saudável.
Pedro também assevera que o cristão deve ser sóbrio, ou
seja, ter domínio próprio, autocontrole, pois a vida cristã é incompatível com
os excessos.
II. A ORDEM DA
SANTIDADE
1. Filhos obedientes e inconformados. Considerando que a
santificação se prova com ações reais, somos exortados como “filhos da
obediência” (ARA) a ter um padrão de conduta exemplar. Tal expressão, comum
naquele tempo, é uma maneira de dizer “que nossas vidas são caracterizadas por
um obediência contínua ao Senhor e à sua Palavra”, como bem observou o teólogo
pentecostal Stanley Horton. A prova dessa obediência sincera é a inconformidade
com o mundo (Rm 12.2) e com as concupiscências — os desejos e as paixões
carnais da antiga vida. Quando a santidade de Deus molda o nosso caráter, não
nos conformamos com o pecado. Ainda que o cristão esteja sujeito a uma batalha
interna contra a carne (Rm 7.20), não deve achar normal cometer qualquer tipo
de pecado, muitas vezes sob a justificativa do “não tem problema”.
2. O imperativo da santidade. O apóstolo Pedro reitera uma
ordem divina: Sede santos, porque eu sou santo! (Lv 11.44; 19.2). A santidade
não é uma opção na vida cristã. É um imperativo para nos tornarmos cada vez
mais parecidos com aquele que nos chamou (Sl 99.9; Ap 4.8). A santidade é o
atributo moral de Deus. Nenhum outro atributo divino é tão solenizado nas
Escrituras como esse: “Não há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora
de ti” (1Sm 2.2).
Muitos concebem a santidade como algo bastante severo e até
mesmo opressor, resultado do esforço humano. Longe disso, a santificação
decorre da ação libertadora e transformadora de Deus em nós. Quando o Senhor
nos ordena à santidade, na verdade está querendo que o deixemos trabalhar em
nós, corrigindo, guiando e purificando as nossas vidas (Jo 17.17; 1Ts 5.23). A
santificação não decorre do mérito do homem, mas da graça de Deus. Mas este
processo requer a disposição e a cooperação do indivíduo (1Jo 3.3). O Espírito
Santo é o agente da santificação (Rm 1.4) e a Palavra de Deus, o instrumento
(Jo 17.17).
3. Santidade que gera integridade. Vale notar que a
santidade não envolve somente uma área de nossas vidas, mas se aplica a toda a
nossa maneira de viver. Isso porque santidade tem a ver com integridade;
santificação produz uma conduta autêntica, honesta e virtuosa, que afasta o
salvo das práticas reprováveis. Nas palavras de John Eldredge: “Você não
consegue se tornar íntegro sem se tornar santo, nem pode se tornar santo sem se
tornar íntegro. As duas coisas andam juntas”. Por esse motivo, logo adiante,
Pedro apresenta uma lista de cincos vícios morais que os cristãos devem deixar:
malícia, engano, fingimentos, invejas e murmurações (2.1).
4. A razão da nossa santidade. Depois de recomendá-los a uma
vida de temor a Deus (v.17), Pedro faz recordar da razão para uma conduta digna
por parte do crente. Não fomos resgatados por ouro e prata, e sim pelo precioso
sangue de Jesus (vv.18,19). Que maravilha sabermos que a nossa salvação não
está firmada em coisas perecíveis e passageiras, mas sim no sangue do Filho de
Deus.
III. A NATUREZA DA
IGREJA
1. Cristo, a pedra de esquina. No início do capítulo 2,
Pedro reflete sobre a natureza da Igreja de Cristo. Numa interpretação
distorcida de Mateus 16.18, muitos acreditam que Pedro seja o fundamento da
Igreja. Mas enquanto Pedro é um pedra pequena, por isso também chamado de
Cefas, Jesus é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada. A metáfora da
pedra de esquina é uma referência direta a Cristo. Naquele tempo, pedra de
esquina ou pedra angular era a mais importante de uma construção, aquela que
ficava na base e dava a direção do edifício. Logo, a base sobre a qual a Igreja
está edificada não é o apóstolo, mas o próprio Senhor Jesus. Ele é a pedra
principal, o firmamento espiritual da sua Igreja. Através dele nos tornamos
pedras vivas (v.5). Embora rejeitada pelos homens incrédulos e desobedientes,
Ele é a rocha eleita e preciosa para os crentes (vv.6,7).
2. Igreja, o povo eleito de Deus. O objetivo do apóstolo é
demonstrar que os crentes encontram-se numa posição privilegiada: “Mas vós sois
a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido […]”
(v.9). Tais designações, anteriormente aplicadas à nação de Israel, referem-se
agora à Igreja. Na antiga aliança, a nação de Israel foi eleita para ser um
canal de bênção para as demais nações (Gn 12.3). Mas, devido à sua
desobediência e fracasso, Deus faz surgir um novo povo, formado por todos
aqueles que creram em Cristo e em sua obra salvadora, sejam judeus, sejam
gentios (Ef 2.14). A missão desse povo é anunciar as virtudes daquele que nos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (2.9).
A expressão geração eleita evidencia que, em termos
bíblicos, a eleição para a salvação não é só individual, mas também corporativa
(cf. 2Ts 2.13), sempre por intermédio de Cristo. A nossa eleição vem de Deus:
“sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1Ts 1.4)
3. Sacerdócio real. Ao dizer que somos o sacerdócio real,
Pedro destaca que, enquanto o ofício de sacerdote era privilégio dos membros da
tribo de Levi, na Nova Aliança a Igreja ocupa a posição de sacerdócio real.
Portanto, não precisamos de mediadores entre nós e Deus. A Reforma Protestante
revigorou a doutrina do sacerdócio de todos os crentes, no sentido de que cada
cristão tem livre acesso à presença do Pai, tendo como único mediador o Senhor
Jesus Cristo (1Tm 2.5).
Pedro faz recordar da razão para uma conduta digna por parte
do crente. Não fomos resgatados por ouro e prata, e sim pelo precioso sangue de
Jesus.
CONCLUSÃO
Como vimos nesta lição, para os salvos a santidade nunca sai
de moda. Mesmo em tempos de relativismo moral e inversão de valores, nós
cristãos temos a responsabilidade de sermos santos em toda a nossa maneira de
viver. Isso porque, a santificação verdadeira leva a uma vida íntegra, a ser
testemunhada em todas as esferas da sociedade. Não podemos nos esquecer que
fazemos parte não de um clube social ou de uma associação religiosa, e sim da
Igreja de Cristo, o povo eleito de Deus.
ESTANTE DO PROFESSOR
NASCIMENTO, Valmir. O
Cristão e a Universidade: Um guia para a defesa e o anúncio da cosmovisão
cristã no ambiente universitário. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016.
HORA DA REVISÃO
1. Qual o sentido da
expressão “cingindo os lombos do vosso entendimento”?
A expressão tem um sentido metafórico; remete à prática da
época de amarrar a vestimenta acima da cintura para ficar pronto para a ação.
Em nossos dias, possui a mesma acepção de “arregaçar as mangas”.
2. Qual a principal razão pela qual os crentes devem ser
santos?
Porque Deus é santo (1Pe 1.15,16).
3. O que era uma pedra de esquina?
Pedra de esquina ou pedra angular era a mais importante de
uma construção, aquela que ficava na base e dava a direção do edifício
4. Quais são os cinco vícios morais que Pedro aponta em sua
Primeira Carta?
Malícia, engano, fingimentos, invejas e murmurações (1Pe
2.1).
5. Conforme a lição, qual doutrina foi revigorada na Reforma
Protestante?
A doutrina do sacerdócio de todos os crentes, no sentido de
que cada cristão tem livre acesso à presença do Pai, tendo como único mediador
o Senhor Jesus Cristo (1Tm 2.5)
SUBSÍDIO I
A Importância da
Santificação
“[…] Embora o homem tenha a propensão ao pecado em
decorrência da Queda, as Escrituras deixam entrever que após salvação em
Cristo, o crente, por obra do Espírito Santo, passa por um processo de
santificação. Antônio Gilberto lembra que a santificação possui dois aspectos.
O primeiro é a santificação posicional, que ocorre mediante a fé por ocasião do
novo nascimento (1Co 1.2; Hb 10.10; Cl 2.10; 1Jo 4.17; Fp 1.1). O segundo é a santificação
progressiva (1Pe 1.15,16; 2Co 7.1; 3.17,18), pela qual estamos em processo
constante de santificação. Em Hebreus 10.10,14 essa verdade é enfatizada,
declarando o processo contínuo de santificação em nosso viver aqui e agora
proveniente de tal posição: ‘sendo santificados’.
Antônio Gilberto lembra ainda que a santificação deve
ocorrer em ‘todo o vosso espírito, e alma, e corpo’ (1Ts 5.23), significando
que ‘devemos ser santos em nosso viver, e em nossa conduta — isto é, em nosso
caráter, internamente —, e em nosso proceder, externamente’. Nossa vida
natural, diz ele, é uma série diuturna de hábitos, práticas e costumes, que
podem ser bons ou maus, ou um misto dos dois. E evidente que um povo santo,
porque pertence a Deus, deve ter costumes santos” (NASCIMENTO, Valmir. O
Cristão e a Universidade: Um Guia para a Defesa e o Anúncio da Cosmovisão
Cristã no Ambiente Universitário. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.241).
SUBSÍDIO II
A Metáfora da Pedra
ou do Templo (2.4-8)
“Antes de aplicar essa imagem a seus leitores, Pedro
aplica-a a Jesus. Ao responder ao chamado de Deus, seus leitores vieram a Ele,
a ‘pedra viva’. Essa descrição de Jesus pode parecer estranha aos ouvidos
modernos. No entanto, escrita por alguém que teve seu nome mudado por Jesus, de
Simão para Cefas (em aramaico) = Pedro (em grego) = Pedra (como em João 1.42) e
que havia ouvido Jesus falar de si mesmo, em termos do Antigo Testamento, como
sendo uma pedra que os edificadores rejeitaram (Mc 12.10-12; cf. Sl 118.22),
essa metáfora torna-se bastante apropriada e significativa. Pedro qualifica
essa pedra como ‘viva’, não só deixando bem claro que está escrevendo
metafórica e espiritualmente, mas talvez aludindo até à ressurreição de Jesus
dos mortos (1.3,19-21). Desenvolve essa alusão à morte e ressurreição de Jesus
ao descrevê-lo como ‘rejeitado pelos homens’ e, ao mesmo tempo, como eleito por
Deus e precioso.
[…] Não só? Jesus é uma pedra viva, mas os leitores de Pedro
também são ‘como pedras vivas’, uma descrição que indica sua intima identificação
com o Senhor” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ:
CPAD, 2004, p.1705).
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