LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- JOVENS
1º Trimestre de 2019
Título: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do povo
de Deus no deserto no livro de Números
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 2: Os preparativos para a conquista
Data: 13 de Janeiro de 2019
TEXTO DO DIA
“Os filhos de
Israel assentarão as suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as
insígnias da casa de seus pais; ao redor, defronte da tenda da congregação,
assentarão as suas tendas” (Nm 2.2).
SÍNTESE
O povo de Deus deve
viver em unidade, santidade, e também deve conhecer sua força e preparar-se
para os embates da vida; sabendo, especialmente, que a vitória vem do Senhor.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Pv 21.31
O cristão deve se preparar para a batalha
TERÇA — At 17.30
Deus não leva em conta os tempos da ignorância
QUARTA — 1Co 14.40
O cristão deve fazer tudo com decência e ordem
QUINTA — Hb 11.24
O cristão precisar reconhecer a quem pertence
SEXTA — At 20.24
O cristão deve ter uma vida de serviço
SÁBADO — 1Pe 1.16
O cristão deve ter uma vida de santidade
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
APRESENTAR o modelo social criado por Deus para os
hebreus;
EXPLICAR como se deu o processo da formação da identidade
nacional;
MOSTRAR o cuidado de Deus para com a vida espiritual dos
hebreus ainda no deserto.
INTERAÇÃO
Professor(a), é imprescindível que haja um bom
relacionamento entre os docentes de uma mesma classe, pois isso influencia
diretamente no trabalho a ser realizado, como veremos nesta lição. Assim, a
interação com seu(s) colega(s) docentes, logo no início do trimestre, será
importantíssimo, a fim de ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema da
revista, desenvolver estratégias e atividades para a classe. Invista tempo na
construção de laços de amizades “em volta da Arca da Aliança”, pois trará um
senso de propósito, unidade e pertencimento ainda mais forte. Com isso, será
possível realizarem muito mais pela classe, uma vez que, ao planejar as
atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos, ninguém ficará
sobrecarregado e o trabalho será bem mais produtivo e dinâmico.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Caro(a) professor(a), é importante que você utilize
recursos didáticos em suas aulas, pois eles facilitam a aprendizagem. Por isso,
procure apresentar gravuras a respeito dos costumes daquele tempo, tanto em
Israel como no Egito, local da formação cultural daqueles mais de dois milhões
de ex-escravos. Também é interessante a exibição de pequenos vídeos extraídos
da internet, tudo isso para contextualizar, ainda mais, os alunos. Certamente
será muito estimulante, para eles, compreenderem as circunstâncias históricas
da lição. Faça, com criatividade que Deus lhes concedeu, com que seus alunos
passem entre as tendas do acampamento hebreu. Ore, peça a Deus estratégias para
que cada lição alcance a mente e o coração dos seus alunos.
TEXTO BÍBLICO
Números 1.1-4,18,19,52,53.
1 — Falou mais o SENHOR a Moisés, no deserto do Sinai, na
tenda da congregação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua
saída da terra do Egito, dizendo:
2 — Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de
Israel, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais, conforme o
número dos nomes de todo varão, cabeça por cabeça;
3 — da idade de vinte anos para cima, todos os que saem à
guerra em Israel, a estes contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.
4 — Estará convosco de cada tribo um homem que seja
cabeça da casa de seus pais.
18 — e ajuntaram toda a congregação no primeiro dia do
segundo mês, e declararam a sua descendência segundo as suas famílias, segundo
a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, cabeça
por cabeça;
19 — como o SENHOR ordenara a Moisés, assim os contou no
deserto do Sinai.
52 — E os filhos de Israel assentarão as suas tendas,
cada um no seu esquadrão e cada um junto à sua bandeira, segundo os seus
exércitos.
53 — Mas os levitas assentarão as suas tendas ao redor do
tabernáculo do Testemunho, para que não haja indignação sobre a congregação dos
filhos de Israel; pelo que os levitas terão o cuidado da guarda do tabernáculo
do Testemunho.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Os israelitas permaneceram no deserto do Sinai (após a
história narrada em Êxodo), mas o lugar da manifestação de Deus tinha migrado
do monte para a planície do deserto (Nm 3.14), onde estava o tabernáculo
(erguido um mês antes — Êx 40.17; Nm 1.1). Nesse cenário, Deus levantou líderes
para guiar o seu povo: Moisés, Arão (Nm 1.1,3) e um líder de cada tribo de
Israel (Nm 1.4). O Senhor mencionou-os nominalmente (Nm 1.5-15), declarando,
que eles seriam “príncipes das tribos de seus pais” (Nm 1.16).
Os hebreus tinham potencial para conquistar o território
de Canaã, mas lhes faltou humildade, obediência e fé, para seguirem até o fim.
Todos aqueles líderes, nomeados por Deus, e seus companheiros, morreram no
deserto. Começaram bem, mas terminaram mal. Por isso, os fatos narrados em
Números devem ser cuidadosamente observados, pois trazem graves advertências
para todos.
I. CRIANDO A ORDEM SOCIAL
1. Censo para a guerra. O livro de Números começa com o Senhor
determinando a contagem dos israelitas aptos para a guerra, expressão repetida
várias vezes em Números 1. O Senhor estava revelando, assim, que haveria
guerras, pois os inimigos continuariam colocando obstáculos ao projeto de Deus,
aliás, os israelitas já tinham lutado e vencido uma batalha contra os
amalequitas (Êx 17.8-16).
Interessante que, mesmo com a promessa de Deus “[…] a tua
semente possuirá a porta dos seus inimigos” (Gn 22.17), Israel precisava
conhecer sua força militar e preparar-se para os embates futuros; crendo que o
Senhor daria força, estratégia, e desenvoltura belicosa para guerrear e vencer
os inimigos. Eles só não poderiam ficar inertes, pois a Terra Prometida seria
conquistada com muito esforço. Definitivamente, a vida dos servos de Deus nunca
foi, nem nunca será fácil.
2. Censo sem discriminação. Observa-se que a iniciativa
do censo foi de Deus e não de Moisés (Nm 1.1,2). O Senhor anelava que eles se
credenciassem, que assumissem a posição de guerreiros, afinal não eram mais
escravos. Os que se sentissem aptos para o alistamento seriam agregados ao
exército de Israel. Deus usaria a todos que se dispusessem a lutar.
O censo não seria feito levando em consideração a posição
econômica, a intelectualidade, a força física ou outros requisitos; o objetivo
era conhecer o número de jovens, “da idade de vinte anos para cima, capazes de
sair à guerra em Israel” (Nm 1.2,3). Ninguém apto seria desprezado,
demonstrando o princípio segundo o qual toda pessoa “nascida de novo” é um
instrumento de Deus, pois certamente recebeu algum talento do Senhor (Mt
25.14-30).
3. Senso organizacional. Depois de fazer o censo, o
Senhor ordenou como as tribos deveriam ser distribuídas no acampamento: a
Norte, Sul, Leste e Oeste do tabernáculo, quer quando estivessem acampados,
quer quando estivessem em marcha (Nm 2.1-32). É impressionante como, ao longo
das Escrituras Sagradas, Deus demonstrou ser extremamente detalhista e
organizado. O improviso não faz parte do Reino de Deus. A descendência e o nome
das famílias era importante para Deus, por isso foram contados nominalmente (Nm
1.18). A posição geográfica das tribos também foi determinada por Deus,
certamente observando o número de pessoas em cada família. Isso nos mostra que
o Senhor tem cuidado pelo seu povo e por sua obra, nada acontecendo por acaso
ou coincidência. Deus sempre tem o controle de tudo e nenhum dos seus
propósitos pode ser impedido (Jó 42.2).
Pense!
Se Deus não é afeito a improvisos, por que, às vezes, Ele
age surpreendentemente, quebrando a ordem e frustrando expectativas?
Ponto Importante
Deus sempre tem um plano, e Ele nunca erra. As surpresas
são apenas para os homens que não conhecem a mente do Senhor. Ele, porém, já
conhece o fim desde o começo.
II. CONSTRUINDO A IDENTIDADE NACIONAL
1. Senso de pertencimento. Ao analisar as determinações
divinas, nos primeiros capítulos de Números, observa-se que Deus mostrou
interesse com o senso de pertencimento social dos hebreus. Devido ao longo
período em que viveram no Egito, esse censo foi eventualmente fragmentado.
Assim, Deus determinou que as pessoas acampassem “junto ao seu estandarte,
segundo as insígnias da casa de seus pais” (Nm 2.2). O senso de pertencimento
deveria nortear todos.
A vida no acampamento deveria ser notoriamente
comunitária, sem espaço para egocentrismos ou egoísmo, pois o Senhor já havia
ordenado: “[…] amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv
19.18). Cada clã deveria funcionar no afã de fazer o bem aos seus integrantes,
mas também aos vizinhos, tudo em santidade e constante adoração a Deus, tendo o
tabernáculo ao centro. Nas festas, nos descansos, nas viagens, nas guerras, as
tribos sempre deveriam estar juntas. Afinal, onde existe amor, existe milagre!
Quando Deus preside um ajuntamento, essa regra é imutável.
2. Senso de serviço. O livro de Gênesis mostra o homem
perdendo a comunhão com Deus; no livro do Êxodo, a humanidade reencontra o
caminho da comunhão; em Levítico, o homem é ensinado a respeito da verdadeira
adoração e em Números, é ensinado a servir. Um novo comportamento começava a
surgir, representado na expressão: “Assim fizeram os filhos de Israel; conforme
tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim o fizeram” (Nm 1.54).
Os filhos de Israel estavam acostumados a servir por
obrigação, debaixo do jugo egípcio, mas agora eles deveriam aprender a servir
uns aos outros em amor. Especialmente os levitas, que não trabalhavam
secularmente e deveriam ser mantidos pelas demais tribos, bem como, e
sobretudo, em relação ao santuário do Senhor. Isso seria uma bênção, já que,
por intermédio do serviço ao próximo, e a Deus, as pessoas são aperfeiçoadas,
pois, à proporção que elas se doam, em amor, vão morrendo um pouco mais para
seus egoísmos e vaidades, e são vivificadas para com Deus. Os hebreus
precisavam aprender a servir a Deus e ao próximo.
3. Senso de reverência sacerdotal. Deus escolheu a tribo
de Levi como a sua propriedade particular, fazendo com que seus membros não
trabalhassem, nem fossem à guerra, mas que cuidassem exclusivamente da
manutenção e das celebrações do santuário. Isso, possivelmente, foi um choque
cultural para aquela nação de ex-escravos. Entretanto, em nenhum momento do
Pentateuco, registra-se qualquer tipo de incômodo contra esse “privilégio”
levítico. A distinção estabelecida por Deus foi plenamente admitida, conforme
está escrito: “[…] conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos
levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram” (Nm 8.20).
Dessa forma, em regra, as demais tribos reverenciavam a
função sacerdotal da tribo levítica, não obstante tenham se rebelado
especificamente contra Moisés e Arão em algumas oportunidades.
Pense!
A construção da identidade nacional dos filhos de Israel
aconteceu por contingências sociais ou por intervenção divina?
Ponto Importante
Todos os detalhes que levaram à construção da identidade
dos filhos de Israel como nação foram estabelecidos diretamente por Deus;
concluindo, assim, que foi um grande milagre.
III. CUIDANDO DA VIDA ESPIRITUAL
1. A importância dos levitas. Antes de conquistar a Terra
Prometida, Deus determinou um levantamento numérico dos guerreiros, organizou o
acampamento e mostrou como seriam os deslocamentos. Ele incutiu na mente do
povo o senso de pertencimento social e a necessidade do serviço no tabernáculo
e ao próximo, além de criar um serviço de assistência aos levitas. Assim, em
linhas gerais, a vida social e político-administrativa dos filhos de Israel
estava bem encaminhada formalmente, mas ainda precisavam ser estabelecidos
alguns princípios religiosos. Para o ensino e a função sacerdotal, o Senhor
escolheu a tribo de Levi (Nm 3.11,12). Isso era de vital importância, pois os
hebreus precisavam ser ensinados a respeito da Lei do Senhor, recentemente dada
no Sinai, para que vivessem em serviço e santidade, pois só assim teriam uma
jornada vitoriosa.
2. Vida espiritual no centro. Em Números 2.2 Deus
determinou que a “tenda da congregação” ficasse localizada no meio do
acampamento, quer o arraial estivesse em deslocamento, quer não, obviamente por
ser aquele o lugar mais protegido e importante. O Senhor estava mostrando ao
povo que a vida espiritual (representada pelo santuário móvel) constituía-se no
bem mais precioso daquela jornada, por isso deveria estar no centro.
Eles deveriam ter levado aquela verdade a sério, pois
nela residia toda a esperança de sucesso, enquanto nação, daqueles ex-escravos.
Deus estava ensinando que a vitória acha-se em permitir que o Senhor ocupe o
lugar mais nobre — o centro de tudo. Estratégia, planejamento operacional,
coragem, força e capacidade intelectual são importantes, mas o segredo da
prosperidade — para o crente — está em entregar a Deus o primeiro lugar na vida
(Mt 6.33).
3. Vivendo para servir. Quando os filhos de Israel saíram
do Egito não tinham regras a seguir, mas agora o Senhor ensinava um novo padrão
doutrinário e cultural que eles deveriam adotar. Era o início, o nascedouro da
cosmovisão judaico-cristã.
O Senhor estabeleceu muitas (e detalhadas) regras para
que, por elas, o povo desenvolvesse uma vida plena de santidade e serviço. Não
é por acaso que entre os capítulos 3 e 9 de Números, o Espírito Santo ensinou
inúmeras condutas que envolviam tanto a celebração cultual como o dia a dia do
povo, — Deus estava deixando muito claro sobre a necessidade de os hebreus
viverem no centro da sua vontade.
Pense!
Os israelitas estavam preparados para seguir um novo
padrão de comportamento como o ditado no Monte Sinai?
Ponto Importante
As leis dadas por Deus, no Sinai, não eram duras, mas
justas e visavam evitar que os hebreus morressem no deserto.
CONCLUSÃO
Como visto, os preparativos da viagem no deserto incluíam
organização, estratégia, sentimento de unidade entre as tribos, mas, principalmente,
o desenvolvimento de um profundo senso de compromisso do povo com Deus e a sua
Palavra. O Senhor tinha chamado o seu filho do Egito e, por isso, estava
ensinando-o a andar e dando-lhe mantimento, mas quanto mais o atraía, mas se ia
de sua face (Os 11.1-4).
ESTANTE DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
HORA DA REVISÃO
1. Os fatos estudados nesta lição aconteceram em qual
lugar?
No deserto do Sinai.
2. O censo mencionado em Números 1.1 foi determinado por
Deus quanto tempo após o término da construção do tabernáculo?
Um mês.
3. Segundo a lição, a concordância do povo em relação ao
sacerdócio levítico ficou demonstrada em qual texto bíblico?
Números 8.20.
4. Segundo a lição, qual a importância dos levitas?
Os hebreus precisavam ser ensinados sobre a Lei do
Senhor, por meio dos sacerdotes e levitas, para que o povo não morresse no
deserto e pudesse entrar em Canaã.
5. Por que razão há leis ao longo do livro de Números?
O Senhor estabeleceu muitas (e detalhadas) regras para
que, por elas, o povo desenvolvesse uma vida plena de santidade e serviço.
SUBSÍDIO
“Você já percebeu que tudo depende da visão? O saudoso
reverendo Myles Munroe ensinava que ‘o maior dom que Deus deu ao homem não foi
o dom da vista, mas o dom da visão. A vista é uma função dos olhos, mas a visão
é uma função do coração. Com a vista vemos o que é, mas com a visão vemos o que
poderia ser. Com a vista enxergamos apenas o que está diante dos nossos olhos.
Com a visão enxergamos além do que nossos olhos físicos podem ver’. O apóstolo
Paulo nos orienta a não viver por vista, mas sim por fé, ou seja, pela visão
que nos é dada por Deus.
Um líder sem visão é fadado ao fracasso. Onde não há
visão o povo perece. É fantástico aprender do próprio Cristo a importância de
se tornar um líder com visão. O primeiro passo de um líder cristão que deseja
ser um visionário, é uma entrega total ao Senhor. Somente uma vida de
intimidade e total dependência de Deus podem consolidar os direcionamentos
certos para uma liderança eficaz. Se o líder busca em Deus a sabedoria para
construir seus projetos não há como as coisas saírem erradas” (LINS, Luaran.
Chamados para Liderar: Um Guia Prático para Líderes de Adolescentes e Jovens.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2017, p.17).
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