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terça-feira, 4 de agosto de 2015

CONSELHOS GERAIS - LIÇÃO 06 COM SUBSIDIOS


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SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO


Lições Bíblicas CPAD  - Adulto   -    3º Trimestre de 2015

Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 6: Conselhos gerais
Data: 9 de Agosto de 2015

TEXTO ÁUREO
 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos [...]” (At 20.28).

VERDADE PRÁTICA
 O pastor precisa cuidar das ovelhas do Sumo Pastor com o mesmo zelo com que cuida de sua família.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Mt 26.41
O crente precisa orar e vigiar para não cair em tentação
 Terça — Nm 14.18
“Deus não tem o culpado por inocente”
 Quarta — Jo 7.24
Jamais devemos julgar pela a aparência
 Quinta — Cl 3.23
Devemos trabalhar para o Senhor e não para os homens
 Sexta — Lc 12.21
A insensatez do homem revelada na busca por riquezas
 Sábado — Ef 2.10
Fomos criados em Jesus para as boas obras

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 1 Timóteo 5.17-22; 6.9-10.
 1 Timóteo 5
17 — Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.
18 — Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.
19 — Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas.
20 — Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.
21 — Conjuro-te, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.
22 — A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.

1 Timóteo 6
9 — Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10 — Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

HINOS SUGERIDOS
 62, 369, 577 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Mostrar que o zelo do pastor pelo rebanho de Cristo precisa ser semelhante ao zelo que tem por sua família.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Refletir acerca do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas do Senhor.
II. Apresentar as orientações bíblicas com respeito ao trato com os presbíteros.
III. Compreender os conselhos paulinos sobre a sã doutrina.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
 Na lição de hoje veremos o cuidado e a dedicação de Paulo para com sua missão pastoral. Ele estava atento aos assuntos de interesse da igreja. Ao ler as suas epístolas pastorais, podemos perceber que Paulo deu especial importância à manutenção dos obreiros, discorreu sobre a questão da disciplina dos líderes, especialmente dos presbíteros que viessem a falhar. De forma bem clara, doutrinou a respeito dos relacionamentos na igreja local.
Paulo recomenda que “os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (5.17). É importante ressaltar que neste texto, presbíteros significam pastores. Assim como os doze apóstolos de Jesus deixaram tudo para segui-lo, muitos homens, na igreja do primeiro século, deixaram tudo para se dedicar ao pastorado. Estes deveriam ser sustentados pela igreja. “Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário” (5.18). Aos coríntios, ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção dos obreiros (1Co 9.6-10).

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Na lição de hoje estudaremos partes do capítulo cinco e seis da primeira Epístola de Timóteo. Neste capítulo Paulo dá a Timóteo instruções mais específicas quanto à liderança da igreja. Paulo deseja que o jovem pastor prossiga alegremente e de modo irrepreensível. Como pastor, Timóteo precisava aprender a lidar com os idosos e com todas as demais faixas etárias que compunham a igreja. O pastor precisa cuidar, apascentar o bebê, a criança, o adolescente, o jovem, o adulto e o ancião, pois todos fazem parte do rebanho do Senhor.
No capítulo seis Paulo vai dar prosseguimento as suas recomendações quanto ao relacionamento de Timóteo com as ovelhas.


PONTO CENTRAL

O pastor deve cuidar do rebanho com zelo e dedicação.

 I. O CUIDADO COM O REBANHO
 1. O cuidado com os anciãos (5.1). O pastor precisa se relacionar bem com os membros de diferentes idades. Paulo procurou ensinar a Timóteo a maneira correta de lidar com as pessoas mais velhas. Todavia, isso não significa dizer que o pastor não deve corrigir, disciplinar os mais velhos, porém segundo o Comentário Bíblico Beacon o conselho de Paulo a Timóteo é: “Em vez de repreender o mais velho, solicite-lhe; apela a ele como se fosse teu pai”.

2. O cuidado com as mulheres idosas e viúvas (5.2). As mulheres idosas deveriam ser tratadas como mães, ou seja, membros da família. O pastor deve proteger as irmãs idosas e ajudá-las para que continuem a crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.
Paulo também dá a Timóteo algumas orientações para que ele pudesse resolver as questões das viúvas na igreja (5.3-8). No mundo antigo, as viúvas enfrentavam uma situação difícil. Não havia o serviço de previdência social e quando o marido morria, se os filhos e parentes não cuidassem delas, elas passavam por sérias dificuldades financeiras. Não havia espaço para a mulher viúva no mercado de trabalho, por isso, a igreja deveria sustentar aquelas que não tinham nenhum parente.

3. O cuidado com os ministros fiéis (v.17). Os líderes que são fiéis ao Senhor e à Igreja devem ser estimados e apoiados. Sabemos que não é fácil agradar a todos e que os líderes sempre acabam sendo alvo de críticas. Como temos tratado os líderes de nossas igrejas? Com estima e apreço? Assim como os primeiros apóstolos, muitos dos obreiros de Éfeso deixaram tudo para seguir a Cristo, vivendo exclusivamente da igreja e para a igreja. O cuidado espiritual e econômico fazia parte das recomendações de Paulo a Timóteo. Aos coríntios, ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção dos obreiros (1Co 9.6-10).

SÍNTESE DO TÓPICO (I)
 O pastor precisa se relacionar bem com todos e cuidar dos membros com amor.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Nos tempos da Bíblia, as viúvas geralmente não tinham meio de ganhar a vida. Aquelas que não tinham filhos nem netos que as sustentassem eram literalmente necessitadas. Os judeus e os primeiros cristãos mostraram grande preocupação por estas mulheres, e eram cuidadosos em prover para elas. Esta carta a Timóteo sugere que as viúvas cristãs não se limitavam a receber ajuda. Aquelas que tivessem demonstrado um caráter cristão recebiam papéis quase oficiais na igreja (5.9,10), e um ministério ativo junto a jovens casadas (Tt 2.3-5).
Paulo, no entanto, limita ainda mais os membros neste papel oficial, embora sem limitar os direitos das viúvas que não tinham famílias que as sustentassem. Ele incentiva as viúvas jovens a se casarem novamente. E adverte que ‘a viúva que vive em deleites, vivendo, está morta’. A expressão ‘que vive em deleites’ é uma única palavra em grego, spatalao, que significa viver auto indulgentemente ou em luxúria. Paulo não está acusando estas viúvas de uma conduta sexual errada, mas sim de materialismo, de uma perspectiva voltada a si mesmas, que contrasta com a de uma viúva que ‘espera em Deus e persevera de noite e de dia em rogos e orações’.
Uma mulher assim está ‘morta’ no sentido de que ela é insensível às realidades que marcam os outros como sendo particularmente vitais e vivos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.471-72).

II. O TRATO COM O PRESBITÉRIO
 1. Acusação contra os presbíteros. Os presbíteros, ou pastores, não são isentos de falhas. Eles estão sujeitos a pecar, por isso, precisam vigiar e orar ainda mais (Mt 26.41). Nenhum obreiro pode pensar que é infalível. Sabemos que os líderes cristãos são alvo de críticas, calúnias, injúrias e difamações, por isso, Paulo dá orientações importantes quanto aos pastores dizendo: “Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas” (1Tm 5.19 cf. Dt 19.15). Mas, se o líder for realmente culpado, precisa se arrepender, confessar, deixar os seus pecados e ser disciplinado (Pv 28.13). Encobrir os erros daqueles que pecaram não é a solução, pois “Deus não tem o culpado por inocente” (Nm 14.18).

2. A repreensão aos presbíteros. “Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor” (5.20). Aqui, Paulo ensina a respeito da forma como aqueles que pecaram e tiveram suas faltas comprovadas por testemunhas, devem ser disciplinados. O pastor que aplica a disciplina precisa ter muito cuidado para agir conforme a reta justiça. A disciplina deve ser feita de maneira criteriosa, com sabedoria e amor.

3. O cuidado com a saúde (v.23). Paulo aconselhou Timóteo a não beber somente água pura, mas misturar um pouco de vinho à água. Não sabemos ao certo o porquê de tal conselho, mas sabemos que naquele tempo as pessoas não podiam contar com os medicamentos que temos hoje. Sabemos também que o crente não deve beber vinho. Encontramos na Palavra de Deus inúmeras advertências a respeito do vinho (Lv 10.9; Pv 20.1; 23.31 e Ef 5.18). O importante aqui é ressaltar que esse texto contraria a ideia de que o crente não pode adoecer. Certamente Paulo sofreu algum tipo de enfermidade (Gl 4.13); seus companheiros, como Trófimo, adoeceram (2Tm 4.20). Essas pessoas não tinham fé? Estavam em pecado? De forma alguma! O líder também está sujeito a enfermidade, por isso, precisa cuidar da sua saúde física e emocional a fim de que possa cuidar do rebanho do Senhor.

SÍNTESE DO TÓPICO (II)
 Nenhum obreiro é infalível, por isso, a Palavra de Deus apresenta a maneira correta de disciplinar aqueles que erram.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Presbíteros (5.17-20). Paulo observa que os presbíteros ‘dirigem os interesses da Igreja’. O vocábulo grego proestotes quer dizer presidir, supervisionar a vida da congregação. A expressão ‘merecedores de dobrados’, no contexto, parece querer se referir aos os aspectos financeiros e de respeito.
A mensagem de Deuteronômio 19.15 insiste que até mesmo os comuns do povo devem ser protegidos contra as acusações de terceiros. O cargo público faz com que seus ocupantes sejam mais vulneráveis à hostilidade e falsas acusações do que as outras pessoas. Se acreditarem nessa acusação, estariam obstruindo a liderança.
Na igreja, não há quem esteja isento de responsabilidades. Com efeito, a projeção do cargo de presbítero implica em censura pública caso venha a cometer alguma falta. Ao protegermos nossos líderes da responsabilidade de seus atos pecaminosos, corrompemos a igreja, pois seus membros não levarão a sério quando forem admoestados” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.837).

III. CONSELHOS GERAIS
 1. Aos que não respeitam a sã doutrina (6.3,4). Doutrina “é a exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia”. Na igreja em Éfeso havia alguns falsos mestres que resolveram disseminar falsos ensinos. Algumas igrejas, infelizmente, têm sucumbido aos apelos dos falsos mestres que deturpam a sã doutrina (1Tm 1.10), falsificando a Palavra (2Co 4.2), e seguindo os ensinos de Balaão. Para piorar ainda mais a situação, essas igrejas, à semelhança de Tiatira, acabam tolerando a imoralidade (Ap 2.14,15,20,22). Porém, a autêntica noiva de Cristo mantém-se fiel às Escrituras (Jo 14.15,21,23; Tt 1.9), pois, é “a igreja do Deus vivo a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15).

2. Aos que querem ser ricos (6.9,10). É muito eloquente a exortação de Paulo acerca dos que buscam riquezas. Ele se refere aos “que querem ser ricos” ou que vivem buscando bens materiais, não dando valor às coisas de Deus. São como o rico da parábola, de quem Jesus disse: “Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus” (Lc 12.21). Paulo não é contra o possuir bens materiais, pois estes podem ser usados para o Reino de Deus, beneficiando a obra do Senhor. Paulo fala aqui do desejo de ser rico a qualquer custo. Ele fala do amor ao dinheiro e da cobiça. A Palavra de Deus nos ensina que a cobiça leva a todos os tipos de males: adultério, roubo, corrupção, suborno, etc.

3. Conselhos aos ricos (6.17-19). Paulo aconselha aos ricos que não sejam arrogantes e não depositem sua esperança na riqueza. Os bens materiais são efêmeros, pois não vamos levar nada quando partirmos desta vida (6.17). Paulo exorta aos ricos que “façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis” (6.18). As boas obras não salvam ninguém (Ef 2.8,9), mas são necessárias ao bom testemunho cristão e fazem parte da vida cristã (Ef 2.10). O crente sábio não entesoura para esta vida, mas para a futura (Mt 6.19-21).

 SÍNTESE DO TÓPICO (III)
 Paulo apresenta a Timóteo, e à Igreja do Senhor, vários conselhos úteis quanto ao ensino e o trato para com o rebanho do Senhor.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Foge destas coisas (1Tm 6.11-19). ‘Fugir’ no sentido figurativo significa evitar ou abster-se. Voltemos às costas para o desejo de tudo o que este mundo tem a oferecer e optemos pela justiça, piedade, fé, amor, tolerância e gentileza. Se estas qualidades são verdadeiras em nós, também é o nosso tesouro. Assim, estaremos a salvo das tentações que arrastam e lançam muitos à ruína.
Aos ricos, Paulo recomenda que não sejam arrogantes nem depositem sua esperança na riqueza. Mudem todo o foco de sua expectativa para o futuro com Deus. Usem o dinheiro para as boas obras. Sejam generosos e repartam. Estejam seguros de que o fundamental seja ampliado a cada dia, não na terra, mas nos céus” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.838).

CONCLUSÃO

Paulo era cuidadoso em sua missão pastoral. Ele se preocupava com diversos assuntos de interesse da igreja, de sua liderança e de seus membros. Deu especial importância à manutenção dos obreiros, discorreu sobre a questão da disciplina dos líderes, especialmente dos presbíteros que vierem a falhar. De forma bem clara, doutrinou igualmente sobre o relacionamento humano, na igreja local, entre servos e senhores.

PARA REFLETIR
 A respeito das Cartas Pastorais:

Como Paulo aconselha Timóteo a tratar as mulheres idosas?
Ele aconselha a tratá-las como a mães.

Qual era a situação das mulheres viúvas nos tempos bíblicos?
A situação era difícil, não havia espaço para as mulheres viúvas no mercado de trabalho.

Como deveria ser a repreensão aos presbíteros?
Deveriam ser repreendidos na presença de todos.

Segundo a lição, como deve ser a disciplina?
Ela deve ser feita de maneira criteriosa, com sabedoria e amor.

Qual o conselho de Paulo aos ricos?
Que não sejam arrogantes e não depositem sua esperança na riqueza.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Conselhos Gerais

O texto que estudaremos na presente lição são partes dos capítulos cinco e seis da primeira epístola de Timóteo. É a ultima lição que abordará a primeira epístola de Paulo a Timóteo. Um ponto muito importante para a liderança cristã é a exposição de Paulo a partir do versículo 17. Ali, aparecem algumas responsabilidades dos líderes e da própria igreja em reconhecê-los como tais: “os presbíteros que governem bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (v.17). Ou seja, se o presbítero for servidor e competente, segundo consta em 1 Timóteo 3.1-7, naturalmente ele terá da comunidade local respeito e tratamento digno. Neste aspecto, a orientação do apóstolo é que o jovem pastor não recebesse nenhuma denúncia de incompetência ministerial, ou prática pastoral soberba e autoritária, que fosse um “blefe”. Por isso, a orientação de Paulo para que façam a denúncia com o mínimo de duas ou três testemunhas.
O contrário do que pensam muitos, a orientação do apóstolo Paulo não se dá pelo viés do “corporativismo ministerial”, mas o da prudência e o do senso de justiça para não sermos injustos no julgamento de um líder cristão (como igualmente não se deve ser injusto no julgamento de um membro local). Entretanto, no caso de uma denúncia autenticamente comprovada contra um oficial da igreja, a orientação apostólica é clara: “aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor” (1Tm 5.20). A liderança cristã deve honrar sua vocação, principalmente na disciplina.
Entretanto, temos de ter o cuidado de não fazermos uma “caça às bruxas”, pois há uma grande diferença entre a pessoa arrependida de seu pecado e outra impenitente, de dura cerviz. Para a pessoa impenitente, a mensagem das Escrituras é clara, a fim de causar impacto em seu coração e ser salva no dia do juízo: “o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus” (1Co 5.1-5). Mas para a pessoa arrependida de coração, a mensagem de Jesus Cristo é a mesma dada à mulher adúltera: “E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais” (Jo 8.10). O sumo pastor é um só, e o seu nome é Jesus Cristo.


SUBSIDIOS

NORMAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PRÁTICA
1 Timóteo 5:17-22
Esta passagem consiste numa série de normas muito práticas para a vida e a administração da Igreja.

(1) Deve-se honrar adequadamente os anciãos, e também pagar-lhes como corresponde. No Oriente quando se debulhava, as hastes de trigo se deixavam na era; logo se fazia com que várias juntas de bois caminhassem sobre eles; ou se atava os bois num poste no meio, como um eixo. e eram partidos ao redor do grão; outras vezes se acoplava a eles um pau de debulhar, aquele que se fazia passar e repassar sobre o trigo; mas em todos os casos se deixava os bois sem focinheira; estavam livres para comer todo o grão que quisessem como prêmio pelo trabalho que estavam fazendo. A lei existente de que não se devia atar a boca aos bois encontra--se em Deuteronômio 25:4. A afirmação de que todo obreiro é digno de seu trabalho pertence a Jesus (Lucas 10:7). O mais provável é que Ele tenha citado um provérbio. Todo homem que trabalha merece seu sustento, e quanto mais trabalha, mais terá ganho e merecido. O cristianismo nunca teve nada que ver com a ética suave e sentimental que exige salários iguais para todos. O que recebe o homem deve ser sempre proporcional a seu trabalho. Mas devemos notar quais são os anciãos que devem ser especialmente honrados e retribuídos. Trata-se daqueles que trabalham na pregação e no ensino. Não se trata aqui do ancião que se limitava a dar conselhos e recomendações, cujo serviço consistia em palavras, discussões e argumentos e que considerava terminados seus deveres de ancião quando se sentou a uma mesa e falou. O homem que verdadeiramente honrava a Igreja era aquele que trabalhava para edificá-la com sua pregação da verdade às pessoas, e com sua tarefa de educar os mais jovens e os novos conversos no caminho cristão.

(2) A Lei judia estabelecia que não se podia condenar a ninguém com o testemunho de uma só pessoa: “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniqüidade ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo depoimento de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o fato” (Deuteronômio 19:15).
A Mishnah, a lei rabínica codificada, ao descrever o processo de um juízo diz: " A segunda testemunha era igualmente trazida e examinada.
Se fosse encontrado que o testemunho dos dois coincidia, seu o caso era aberto para a defesa." Quer dizer, se sustentava-se uma acusação com a evidência de uma só testemunha, considerava-se que não havia motivo para iniciar uma causa.

Em épocas posteriores as normas da Igreja estabeleceram que as duas testemunhas deviam ser cristãs, porque teria sido fácil para um pagão malicioso inventar uma falsa acusação contra um ancião cristão para desacreditá-lo, e através dele à Igreja. Nos primeiros dias da Igreja, as autoridades eclesiásticas não duvidavam em aplicar a disciplina, e Teodoro de Mopsueste, um dos pais primitivos, assinala quão necessária era esta norma, porque os anciãos estavam expostos sempre ao desagrado e especialmente a ataques maliciosos "como aquela desforra que tinham sido repreendidos por seus pecados". Uma pessoa a que se tinha chamado à ordem podia querer obter sua revanche acusando maliciosamente a um ancião de alguma irregularidade ou algum pecado. O certo é que este seria um mundo mais feliz, e a Igreja seria mais feliz, se a pessoa compreendesse que difundir ou repetir histórias a respeito das pessoas, que não são, nem podem ser seguras, é nada menos que um pecado. Os falatórios irresponsáveis, caluniosas e maliciosas fazem danos infinitos e causam muitas feridas, e Deus não deixará de castigar.

(3) Aqueles que persistem no pecado devem ser repreendidos publicamente. Essa reprimenda pública tinha um duplo valor. Fazia com que o pecador considerasse seriamente sua forma de ser, e despertava o sentimento de vergonha; e fazia com que outros se cuidassem de não ver-se envoltos eles mesmos numa humilhação similar. A ameaça da publicidade não é má, se faz com que a pessoa se mantenha no caminho correto, ainda que seja por medo. Um dirigente sábio, saberá quando é o momento de calar as coisas, e quando deve fazer uma reprimenda  pública. Mas seja o que for que aconteça, a Igreja não deve dar ao mundo nunca a impressão de que está tolerando o pecado.

(4) Timóteo vê-se urgido a administrar sua tarefa sem favoritismos nem preconceitos. D. S. Easton escreve. "O bem-estar de toda comunidade depende da disciplina imparcial." Nada faz mais mal que tratar a algumas pessoas como se não pudessem fazer o mal, ou a outros como se não pudessem fazer o bem. A justiça é uma virtude universal, e nela a Igreja nunca deve estar por baixo das normas de imparcialidade que até o mundo exige com razão.

(5) Previne a Timóteo que “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos”. Isso pode significar uma de duas coisas.

(a) Pode ser que signifique que não deve ser muito ligeiro em impor as mãos a qualquer pessoa para ordená-la numa função da Igreja. Antes de promover-se a uma pessoa num negocio, ou no ensino, ou nas forças armadas, deve dar prova de que ganhou A ninguém imponhas precipitadamente as mãos essa promoção e que a merece. Ninguém deveria começar no posto mais alto. A pessoa deve dar provas de que merece uma posição de responsabilidade e liderança. Isto é duplamente importante na Igreja; porque uma pessoa que é elevada a uma alta função e logo fracassa nela ou a desacredita, não só traz desonra sobre si mesmo, mas também sobre a Igreja. Num mundo crítico a Igreja não pode deixar de ser muito cuidadosa no que concerne à classe de pessoas que escolhe como dirigentes.

(b) Na Igreja primitiva era costume impor as mãos sobre um pecador penitente que tinha dado prova de seu arrependimento e tinha retornado ao redil. Estava estabelecido: "Quando cada pecador se arrepende e mostra frutos de seu arrependimento, ponha-se as mãos sobre ele, enquanto todos oram por ele."

Eusébio, o historiador da Igreja, relata-nos que era um costume antigo que os pecadores arrependidos fossem recebidos novamente com a imposição de mãos e com oração. Se esta passagem refere-se a isso, pode tratar-se de uma advertência a Timóteo que não seja muito ligeiro  em receber novamente à pessoa que havia trazido desonra à Igreja; que esperasse até que tivesse demonstrado que sua penitência era genuína e que estava verdadeiramente decidido a modificar sua vida para concordar com suas manifestações de penitência.

Isto não quer dizer em nenhum momento que se deva manter à distancia a esta pessoa e que se deve tratá-la com suspicácia e desconfiança. Tal pessoa deve ser tratada com toda simpatia em seu período de prova ajudando-a o e guiando-a. A comunidade cristã nesse momento deve fazer tudo o que esteja a seu alcance para ajudar à pessoa a que se redima e comece outra vez. Significa que não se deve tomar com ligeireza a condição de membro da Igreja, e que as pessoas devem mostrar seu penitência pelo passado e sua determinação para o futuro, não antes de ser recebido na comunidade da Igreja, mas sim antes de ser recebido como membro dela. A comunidade da Igreja existe para ajudar a estas pessoas a redimir-se a si mesmos, mas o ser membros da Igreja é para aqueles que dedicaram suas vidas a Cristo verdadeira e sinceramente.

O PERIGO DO AMOR AO DINHEIRO
1 Timóteo 6:9-10
Este és um das passagens mais citadas e mais erroneamente interpretados que há na Bíblia. A Escritura não diz que o dinheiro é a raiz do mal; diz que o amor do dinheiro [BJ e NVI: amor ao dinheiro] é a raiz do mal. Esta é uma verdade da qual os grandes pensadores clássicos estavam tão conscientes como os mestres cristãos. Demócrito disse: "O amor ao dinheiro é a metrópole de todos os males". Sêneca fala de: "O desejo daquilo que não nos pertence, do qual surge todo o mal da mente". "O amor ao dinheiro", disse Focilides, "é a mãe de todos os males". Filo falou de "O amor ao dinheiro que é o ponto de partida da maior transgressão da lei". Ateneu cita um provérbio: "O prazer do ventre é o começo e a raiz de todo mal".

O dinheiro em si mesmo não é nem bom nem mau; simplesmente é perigoso porque o amor ao mesmo pode ser mau. Com o dinheiro pode-se fazer muito bem; com ele também pode-se fazer muito mal. Com dinheiro podem-se satisfazer egoisticamente os próprios desejos; e com ele pode-se responder generosamente ao clamor do próximo necessitado. Com dinheiro pode-se comprar o caminho para as coisas proibidas e facilitar o atalho ao mal; com ele pode ser mais fácil para alguém viver como Deus quer que se viva. O dinheiro não é mau, mas é uma grande responsabilidade. O dinheiro outorga poder, e o poder tem um duplo sentido, porque se pode ser poderoso para bem e para mal. Quais são então os perigos especiais envoltos no amor ao dinheiro?

(1) O desejo de dinheiro tende a ser uma sede insaciável. Um provérbio romano dizia que a riqueza era como a água de mar: à medida que mais se toma, em lugar de acalmar a sede, deseja-se beber mais. O estranho da riqueza é que pareceria não chegar nunca o momento em que se pode dizer: Basta! Sempre somos arrastados pelo desejo de um pouco mais.

(2) O desejo de riquezas está baseado numa ilusão. Basicamente o desejo de riquezas está fundamentado em duas coisas. Em primeiro lugar está no desejo de segurança; e, em segundo lugar, quando se crê ter chegado a um mínimo de segurança, o desejo de obter mais riquezas está fundamentado no desejo de comodidades e luxos. Mas a riqueza não pode comprar a segurança. Não pode comprar as coisas mais importantes. Não pode comprar a saúde; não pode comprar o verdadeiro amor. Não preserva da tristeza e da morte. A segurança fundamentada em coisas materiais está condenada ao fracasso e a ruína. Tal segurança está fundada sobre a areia.

(3) O desejo de obter dinheiro tende a tornar o homem egoísta. Estimula o espírito competitivo. Se alguém é miserável pelo desejo de riqueza não será nada para ele que alguém tenha que permanecer pobre para que ele possa acumular mais. O desejo de riqueza fixa os pensamentos do homem em si mesmo, e outros se convertem em meros meios ou obstáculos no caminho para o seu enriquecimento. É muito certo que isto não teria que acontecer; mas também é muito certo que em realidade acontece.

(4) O estranho é que o desejo de riqueza está baseado no desejo de segurança, mas termina por causar só preocupações e ansiedades. Quanto mais se tenha que guardar, mais se terá para perder. E, se se tiverem grandes posses, a tendência será a de sentir-se acossado pelo risco das perder. Há uma velha fábula a respeito de um camponês que rendeu um grande serviço a um rei. O rei o premiou dando-lhe uma grande soma de dinheiro. Por um tempo o homem se sentiu maravilhado, mas chegou o dia em que voltou a ver o rei e lhe pediu que recebesse sua retribuição  de volta, porque em sua vida tinha entrado a preocupação, até então desconhecida, de perder o que tinha. O homem que menos tem, perderá menos; o homem que mais tem se sentirá açoitado pelo temor de perder o que tem.

(5) O amor ao dinheiro facilmente pode levar a homem a formas equivocadas de obtê-lo, e portanto levá-lo finalmente à dor, ao pesar e ao remorso. Isto é certo até fisicamente. Em sua paixão por obter pode levar seu corpo à ruína de sua saúde e fazer de sua velhice um cansaço em lugar de um descanso. Poderá descobrir muito tarde o dano que seu desejo tem feito a outros, e sentir-se carregado pelo remorso das coisas que não realizou e das conseqüências que não podem reverter-se.
É um dever cristão tentar ser independente, poder pagar as dívidas, prover uma casa, um lar e oportunidades para a família, provendo prudentemente para o futuro; mas avaliar tudo em termos de dinheiro, fazer com que o amor ao dinheiro seja a força principal de nossas vidas, nunca pode ser mais que o mais perigoso dos pecados.


OS PASTORES E SEUS DEVERES

TEXTO ÁUREO
 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos [...]” (At 20.28).

VERDADE PRÁTICA
 O pastor precisa cuidar das ovelhas do Sumo Pastor com o mesmo zelo com que cuida de sua família.

At 20.28 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”

Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor de uma igreja local.

PROPAGANDO A FÉ.
(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9).

(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (20.26; ver nota). Os pastores de nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).

GUARDANDO A FÉ.
Além de alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.

(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja de Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).

(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26; cf. Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2Tm 1.14; Ap 2.2).

(3) É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2Tm 1.13,14).

(4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).

(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5).

EXEMPLO DE PAULO COMO OBREIRO DO SENHOR JESUS

ATOS  20.26 ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS. A palavra sangue é empregada normalmente no sentido de derramamento de sangue, ou seja: o crime de provocar a morte dalguma pessoa (cf. 5.28; Mt 23.35; 27.25).
(1) Aqui significa que se alguém ali morresse espiritualmente e se perdesse para sempre, Paulo estaria isento de culpa.
(2) Se os pastores não quiserem ser considerados culpados pela perdição de pessoas que eles pastoreiam, deverão declarar-lhes toda a vontade de Deus (v. 27).

ATOS  20.19 COM MUITAS LÁGRIMAS. Paulo, em muitas ocasiões, menciona que servia ao Senhor com lágrimas (v. 31; 2 Co 2.4; Fp 3.18). Nesse discurso diante dos anciãos de Éfeso (vv. 17-38), Paulo refere-se à admoestação que, com lágrimas, lhes dirigiu durante três anos (v. 31). As lágrimas não resultaram de fraqueza; pelo contrário, Paulo via a condição perdida da raça humana, a maldade do pecado, a distorção do evangelho e o perigo de rejeitar o Senhor, como coisas tão graves, que sua pregação era freqüentemente acompanhada de lágrimas (cf. Mc 9.24; Lc 19.41).

ATOS  20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que era útil ou necessário à salvação de seus ouvintes. O ministro do evangelho deve ser fiel ao anunciar toda a verdade de Deus à sua congregação. Não deve procurar agradar aos desejos dos ouvintes, nem satisfazer o gosto deles, nem promover sua própria popularidade. Mesmo se tiver que falar palavras de re-preensão e de reprovação, ensinar contrariamente a preconceitos naturais, ou pregar padrões bíblicos opostos aos desejos da natureza carnal; o pregador fiel entregará a verdade plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm 4.1-5).



RIQUEZA E POBREZA

Lc 18.24,25: “E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.”

Uma das declarações mais surpreendentes feitas por nosso Senhor é que é muito difícil um rico entrar no reino de Deus. Este, porém, é apenas um dos seus ensinos sobre o assunto da riqueza e da pobreza. Esta sua perspectiva é repetida pelos apóstolos em várias epístolas do NT.

(1) Predominava entre os judeus daqueles tempos a idéia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus. Os fariseus, por exemplo, adotavam essa crença e escarneciam de Jesus por causa da sua pobreza (16.14). Essa idéia falsa é firmemente repelida por Cristo (ver 6.20; 16.13; 18.24,25).

(2) A Bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca (cf. 1Co 10.19,20; Cl 3.5). Por causa da influência demoníaca associada à riqueza, a ambição por ela e a sua busca freqüentemente escravizam as pessoas (cf. Mt 6.24).

(3) As riquezas são, na perspectiva de Jesus, um obstáculo, tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Transmitem um falso senso de segurança (12.15ss.), enganam (Mt 13.22) e exigem total lealdade do coração (Mt 6.21). Quase sempre os ricos vivem como quem não precisa de Deus. Na sua luta para acumular riquezas, os ricos sufocam sua vida espiritual (8.14), caem em tentação e sucumbem aos desejos nocivos (1Tm 6.9), e daí abandonam a fé (1Tm 6.10). Geralmente os ricos exploram os pobres (Tg 2.5,6). O cristão não deve, pois, ter a ambição de ficar rico (1Tm 6.9-11).

(4) O amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade (Cl 3.1). O egoísta e cobiçoso já não centraliza em Deus o seu alvo e a sua realização, mas, sim, em si mesmo e nas suas possessões. O fato de a esposa de Ló pôr todo seu coração numa cidade terrena e seus prazeres, e não na cidade celestial, resultou na sua tragédia (Gn 19.16,26; Lc 17.28-33; Hb 11.8-10).

(5) Para o cristão, as verdadeiras riquezas consistem na fé e no amor que se expressam na abnegação e em seguir fielmente a Jesus (1Co 13.4-7; Fp 2.3-5).

(6) Quanto à atitude correta em relação a bens e o seu usufruto, o crente tem a obrigação de ser fiel (16.11). O cristão não deve apegar-se às riquezas como um tesouro ou garantia pessoal; pelo contrário, deve abrir mão delas, colocando-as nas mãos de Deus para uso no seu reino, promoção da causa de Cristo na terra, salvação dos perdidos e atendimento de necessidades do próximo. Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus (12.31-48). Os tais devem ser generosos, prontos a ajudar o carente, e serem ricos em boas obras (Ef 4.28; 1Tm 6.17-19).

(7) Cada cristão deve examinar seu próprio coração e desejos: sou uma pessoa cobiçosa? Sou egoísta? Aflijo-me para ser rico? Tenho forte desejo de honrarias, prestígio, poder e posição, o que muitas vezes depende da posse de muita riqueza?

ITIMOTEO  6.8 ESTEJAMOS... CONTENTES. Os crentes devem estar satisfeitos, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Caso surjam necessidades financeiras específicas, devemos confiar na providência de Deus (Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2 Ts 3.7,8), a ajudar os necessitados (2 Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas (2 Co 8.3; 9.6,7). Não devemos querer ficar ricos (vv. 9-11).

FONTE DE PESQUISA:
Comentário Bíblico Esperança - Novo Testamento
Comentário Bíblico Willian Barclay - Novo Testamento
Bíblia de Estudo Pentecostal















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