SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO
Lições Bíblicas CPAD
- Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de
Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 5:
Apostasia, fidelidade e diligência no Ministério
Data: 2 de Agosto de 2015
TEXTO ÁUREO
“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos
tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a
doutrinas de demônios” (1Tm 4.1).
VERDADE PRÁTICA
A apostasia e a infidelidade a Deus são características
marcantes dos tempos do fim.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Mt 7.15
O cuidado com os ensinos dos falsos profetas
Terça — Hb 3.12
Que não haja em nós um coração infiel
Quarta — 1Pe 2.2
Desejando o “leite racional, não falsificado”
Quinta — 1Pe 1.15
Santos em toda a nossa maneira de viver
Sexta — Jr 48.10
A maldição de se fazer a obra do Senhor relaxadamente
Sábado — Hb 12.14
O cultivo da santificação na nossa vida diária
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Timóteo 4.1,2,5-8,12,16.
1 — Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos
tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a
doutrinas de demônios,
2 — pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo
cauterizada a sua própria consciência,
5 — porque, pela palavra de Deus e pela oração, é
santificada.
6 — Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro
de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens
seguido.
7 — Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te
a ti mesmo em piedade.
8 — Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas
a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há
de vir.
12 — Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo
dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.
16 — Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera
nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que
te ouvem.
HINOS SUGERIDOS
210, 306 e 432 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a apostasia e a infidelidade a Deus são
características do tempo do fim.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o
professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Tratar a respeito da apostasia dos homens.
II. Compreender que o bom ministro deve ser fiel ao
Senhor.
III. Refletir a respeito da diligência no ministério.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito da apostasia,
fidelidade e diligência no ministério cristão. O termo apostasia vem do grego
apostásis e significa o abandono premeditado e consciente da fé cristã. Ao
estudar a Palavra de Deus, vemos que no Antigo Testamento, Israel por várias
vezes apostatou da fé. Em tempos de apostasia, os profetas eram levantados pelo
Senhor para denunciar o pecado e conduzi-los novamente ao Senhor. O profeta
tinha o dever de confrontar o povo, alertando contra o pecado. Mesmo sendo
perseguidos, muitos profetas foram fiéis ao Senhor e ao seu ministério, não
permitindo a apostasia do povo. Atualmente, o pastor, não pode se calar diante
da apostasia do nosso tempo. É preciso confrontar as pessoas mediante o ensino
das Escrituras Sagradas. Paulo foi incisivo ao orientar Timóteo para que ele
doutrinasse a igreja a fim de que os membros não fossem seduzidos pelos falsos
ensinos, apostando da fé. Atualmente, por falta de ensino, muitos estão
abandonando a fé genuína em Jesus Cristo, caindo nas garras do Inimigo. Para
combater a apostasia, a liderança precisa investir no ensino bíblico. Jesus
certa vez, declarou: “Errais não conhecendo as Escrituras” (Mt 22.29)
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos enfatizar o cuidado que os líderes
devem ter com os falsos mestres a fim de que não destruam o rebanho do Senhor.
Timóteo foi enviado à igreja de Éfeso para combater os falsos mestres e suas
heresias e é exortado por Paulo para que realize a sua missão com excelência.
PONTO CENTRAL
Na atualidade, muitos estão apostatando da fé genuína em
Jesus Cristo por falta de ensino das Sagradas Escrituras.
I. A APOSTASIA DOS HOMENS
1. A apostasia. A igreja em Éfeso estava sob o ataque dos
falsos mestres. Paulo não se omitiu nem se intimidou diante deles, mas com
coragem e ousadia combateu os ensinos heréticos que estes disseminavam. Ele
tomou todas as providências necessárias para coibir a ação maligna. Paulo foi
incisivo ao advertir Timóteo, para que ele doutrinasse a igreja em Éfeso a fim
de que os irmãos não viessem apostatar da fé cristã. O que significa apostasia?
Significa “abandono premeditado e consciente da fé cristã”. Sabemos que no
Antigo Testamento foram muitas as apostasias cometidas pelos israelitas. Para
Deus a apostasia é vista como um “adultério espiritual”.
2. Doutrinas de demônios (v.1). Os falsos mestres eram e
continuam sendo uma ameaça para a Igreja de Cristo. Há uma igreja, na América
Central, cujo líder e fundador dizia ser Jesus Cristo. Esse “falso Cristo”
faleceu há pouco tempo. Na igreja por ele fundada, um dos símbolos mais
importantes é o número 666, a quem atribuem perfeição e santidade, quando a
Palavra de Deus diz que tal número é símbolo que identifica “a besta” ou o
Anticristo (Ap 13.18). Isso é exemplo de “doutrina de demônio”. O líder precisa
estar atento e alertar suas ovelhas quanto a estas doutrinas.
3. Espíritos enganadores. Os falsos mestres eram
mentirosos e faziam de tudo para que os crentes da Igreja em Éfeso seguissem
“espíritos enganadores”. Sabemos que Satanás é enganador. Ele procura, de todas
as formas, iludir os crentes a fim de que estes abandonem a fé verdadeira.
Atualmente, temos visto a atuação de muitos espíritos enganadores. A internet
tem contribuído para disseminar muitas heresias e enganar muitos que são fiéis
ao Senhor. Uma das doutrinas malignas que se tornou comum, nos tempos atuais é
a desvalorização do casamento heterossexual (homem e mulher), enquanto o
casamento entre homossexuais vem sendo incentivado pelos meios de comunicação.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Paulo advertiu a Timóteo para que ele combatesse os
falsos mestres e seus ensinos que levavam as ovelhas à apostasia.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O Espírito Santo revelou explicitamente que haverá, nos
últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo.
Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar
a verdade (2Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias.
Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará
pouca resistência em muitas igrejas.
A popularidade dos ensinos antibíblicos vem, sobretudo
pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa posição cerrada à obra de
Deus. A segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de
satanismo, espiritismos, ocultismos, possessão e engano demoníacos, no mundo e
na igreja.
A proteção do crente contra tais enganos e ilusões
consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a
conscientização de que os homens de grandes dons e unção espirituais podem
enganar-se, e enganar os outros com suas misturas de verdade e falsidade. Essa
conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a
vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor dEle.
Os crentes fiéis não devem pensar que pelo fato da
apostasia predominar dentro do cristianismo nesses últimos dias, não poderá
ocorrer reavivamento autêntico, nem que o evangelismo segundo o padrão do NT
não será bem-sucedido. Deus prometeu que nos ‘últimos dias’ salvará todos
quanto invocarem o seu nome e que se separarem dessa geração perversa, e que
Ele derramará sobre eles o seu Espírito Santo” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
RJ: CPAD, p.1870).
II. A FIDELIDADE DOS MINISTROS
1. O bom ministro (v.6). Timóteo deveria dar instruções
ao rebanho do Senhor, agindo como um “bom ministro de Cristo”. Segundo o
Comentário Bíblico Beacon, “a palavra grega traduzida por ministro (diakonos) é
a mesma palavra traduzida por ‘diáconos’ em 3.8”. O bom ministro é aquele que
serve a Igreja, exortando, ensinando e discipulando suas ovelhas. Pois todo o
crente precisa estar firmado na fé e na doutrina cristã (v.6b). O bom ministro
zela pela vida espiritual do rebanho do Senhor. O pastor precisa ser um
estudioso da Bíblia a fim de “conhecer a sabedoria e a instrução” para entender
as palavras da prudência (Pv 1.2). O estudo das Escrituras conduz o pastor e as
ovelhas à sabedoria, em todos os aspectos da vida.
2. Rejeitando as fábulas profanas. “Mas rejeita as
fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade” (v.7). As
“fábulas profanas e de velhas”, segundo o Comentário Bíblico Beacon, seriam as
superstições ou mitos e lendas a respeito de determinados assuntos. Paulo
ensina a Timóteo que tais crendices são profanas e não edificam a Igreja.
Quando os crentes não são orientados a lerem a Bíblia, nem tampouco a
estudarem, quase sempre se portam como meninos espirituais. Daí porque há tanto
emocionalismo e modismos nos cultos. Tais pessoas, por não conhecerem a Palavra
e não estarem firmados nela, acabam sendo levadas por todo vento de doutrinas e
engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente (Ef 4.14).
3. O exercício físico e a piedade (v.8). Paulo não estava
desaprovando a ideia do bem-estar físico. O que ele queria dizer, para uma
comunidade que valorizava excessivamente os exercícios físicos e o corpo, é que
tais práticas, ainda que saudáveis, só serviam para esta vida. Enquanto que “a
piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há
de vir” (v.8b). Sabemos que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso,
precisa ser bem cuidado.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A fidelidade do ministro no ensino da Palavra de Deus e
no combate as heresias.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e
dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os
têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados. Se o
dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de Deus para a
igreja, principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho, não estará ‘limpo
do sangue de todos’. Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por
ter deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1677).
III. A DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
1. O ensino prescritivo. “Manda estas coisas e ensina-as”
(v.11). Era uma determinação de Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse
na ministração da doutrina à igreja em Éfeso, visto que as heresias estavam se
espalhando com certa facilidade. A exortação de Paulo é de grande valor para os
dias atuais, em que, em muitas igrejas, há um desprezo pela Palavra de Deus.
2. O exemplo dos fiéis (v.12). Timóteo era um jovem
pastor, com cerca de 30 a 35 anos, e fora enviado para doutrinar uma igreja,
onde já havia anciãos ou presbíteros, com mais idade. Por isso, Paulo o exorta
a ser um exemplo em tudo. O pastor, não importa a idade que tenha, precisa ter
consciência de que será sempre um exemplo para o seu rebanho, por isso, precisa
ter cuidado com seu modo de falar, agir e até de se vestir.
3. O cuidado que o ministro deve ter com o aprendizado.
“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (v.13). Um ministro do
evangelho precisa estar constantemente estudando e aprendendo para que possa
exortar, ensinar a Igreja. Infelizmente, há pastores que nunca leram a Bíblia
toda. Além da Bíblia é preciso ler outros livros que vão edificar o pastor e
contribuir para a edificação da Igreja.
É importante também ressaltar que neste versículo o
vocábulo “ensinar” tem o sentido de instruir doutrinariamente na verdade.
Todavia, para “ensinar”, o líder precisa gostar de aprender.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O ministro de Deus deve ser diligente quanto ao
aprendizado da Palavra de Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“‘Ninguém despreze a sua mocidade [...]’ (1Tm 4.12). A
palavra grega é neotes, que indica uma pessoa que é adulta, mas abaixo dos 40
anos. No mundo antigo, não era esperado que uma pessoa com a idade de Timóteo,
provavelmente nos seus 30 anos de idade, tivesse obtido o discernimento e a
sabedoria requerida para os líderes.
Podemos entender, em virtude do ambiente social, no qual
os pagãos e judeus igualmente esperavam que uma pessoa tivesse entre 40 e 60
anos para ser qualificado a compreender e aconselhar, por que Timóteo, com 30
anos de idade, pode ter estado hesitante em afirmar sua autoridade.
É significativa a apresentação de novos critérios pelos
quais a igreja deve avaliar os seus líderes. O que qualifica uma pessoa para a
responsabilidade de liderança na igreja de Deus não é a idade, mas sim o
caráter. Timóteo e os líderes devem dar exemplo para os crentes no modo de
falar, na vida, no amor, na fé e na pureza” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.471).
CONCLUSÃO
Temos que ter cuidado, pois atualmente muitos estão
apostatando da fé e se deixando levar por doutrinas de homens e de demônios.
Para combater os falsos ensinos, o pastor deve conhecer a Palavra de Deus e
ensiná-la ao rebanho. O pastor e seus auxiliares precisam conhecer as doutrinas
bíblicas a fim de que possam ensinar a sã doutrina.
Que o Senhor guarde os ministros e as igrejas dos ataques
do maligno, da apostasia nesses últimos tempos que antecedem a vinda de Jesus.
PARA REFLETIR
A respeito das Cartas Pastorais:
Como Deus vê a apostasia?
Como um adultério espiritual.
Segundo a lição, qual doutrina maligna que vem se
tornando comum nos dias atuais?
A desvalorização do casamento hetero.
Quem é o bom ministro?
O bom ministro é aquele que serve a igreja, exortando,
ensinando e discipulando suas ovelhas.
De acordo com a lição, o que o bom ministro precisa fazer
constantemente?
Ele precisa estudar a Palavra de Deus, ler bons livros e
estar sempre aprendendo.
Qual o sentido da palavra “ensinar” no versículo 13?
O vocábulo ensinar tem o sentido de instruir
doutrinariamente na verdade.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Apostasia, fidelidade e diligência no Ministério
Muitos confundem “apostasia” com o desvio de uma pessoa
em relação a uma “instituição religiosa”. Não podemos insistir nesse tipo de
dúvida, pois a apostasia está descrita na Bíblia como um acontecimento sério e
pouco comum. Sim, não é comum quem teve um encontro pessoal com Deus, provando
da sua boa Palavra, apostatar-se da fé, mas é biblicamente possível também não
podemos confundir simples frequentadores de templos com lavados e remidos no
sangue de Jesus.
A palavra “apostasia” vem do vocábulo do grego antigo
apóstasis, que significa “estar longe de”, isto é, no sentido de “revolta”,
“rebelião”, “afastamento doutrinário e religioso”, “apostasia da verdade”. Por
isso, apostasia se refere, ao contrário da crença popular, uma decisão
deliberada, consciente, aberta ou oculta, contra fé genuína do Evangelho.
Na “esteira” da apostasia precedem os ensinos falsos,
malignos e fantasiosos. São as “doutrinas de demônio” que o apóstolo Paulo
menciona na epístola. Uma das maneiras desses ensinos manifestarem-se na igreja
é os seus propagadores elegerem um tema da Bíblia como ênfase doutrinária, como
se o fiel que não conhecesse aquele assunto não teria acesso aos “mistérios de
Deus”. Assim, no interior do homem que influência outras pessoas com esses
falsos ensinos, nasce a egolatria e cresce a síndrome de autossuficiência.
O apóstata não se vê apóstata. Não reconhece nem
considera a possibilidade de ele ter-se transformado deliberadamente num
apóstata da fé. Por isso, o elemento fundamental para ele voltar atrás é quase
impossível de ocorrer: o arrependimento. Para os ministros de Cristo defenderem
a Igreja da apostasia, antes de tudo, eles precisam honrar a fé em Jesus
Cristo, a simplicidade do Evangelho, servindo a igreja com amor e fidelidade.
Sendo arautos de Deus para toda boa obra. Os ministros de Deus, os servidores
da Igreja de Cristo, devem estar aptos a ensinar e a contradizer os falsos
ensinadores. Rejeitando as “fábulas profanas”, ensinamentos que em nada
edificam a Igreja de Cristo.
Portanto, aos ministros de Cristo cabe a diligência na
fé, ensinando as Sagradas Escrituras e apresentando-se como modelos ideais que
estimulem os fiéis a viver a fé. Persistirem na pesquisa, no estudo exaustivo e
sistemático das Escrituras Sagradas. Que o Senhor nosso Deus guarde o seu povo
da apostasia!
Que o Senhor guarde o seu povo!
SUBSIDIOS
1TIMOTEO 4.1 — Mas o Espírito expressamente diz que,
nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios,
1TIMOTEO 4.2 — pela hipocrisia de homens que falam
mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência,
Em todos os lugares e
situações em que “a igreja do Deus vivo” enaltece e explicita com fé o mistério
da verdadeira devoção, a beatitude em Cristo, entra em cena também o jogo
enganoso da devoção falsa, separada de Deus. A manifestação do Cristo pressiona
para que seja revelada a imagem contrária, o anticristo.
O mesmo Espírito que revela o mistério da beatitude desvenda
também o poder opositor dos espíritos aliciadores. Às declarações proféticas
sobre Timóteo, segundo as quais ele pode e deve ser um verdadeiro mestre de
palavras saudáveis, correspondem as declarações proféticas sobre os falsos
mestres, cujas palavras se alastram como um tumor canceroso. Onde o mistério da
fé e da beatitude brilha, ele desmascara o cenário sombrio da incredulidade e
do ateísmo. Também esse pano de fundo é chamado de mistério, porque não é
acessível ao conhecimento e à compreensão humanos.
A igreja que serve e ora, e que se abre para a verdade
redentora, está abrigada no Verdadeiro, contudo, ao mesmo tempo, e justamente
por isso, está exposta ao poder da mentira e da sedução, e isso não diz
respeito apenas às mulheres, mas a todos os membros da igreja, dos quais
diversos já apostataram da fé e muitos ainda hão de apostatar.
1TIMOTEO 4.1 O Espírito afirma expressamente que,
nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por atentarem para espíritos
enganadores e doutrinas de demônios.
O Espírito Santo revela pelos lábios de profetas com
palavras claras e inequívocas, e não em palavras enigmáticas ou visões cujo
sentido ainda precisa ser explicado, aquilo que precisa ser dito à igreja (CI
13). Diante dessa afirmação pode-se pensar em uma profecia concreta, proferida
no passado, acerca do caráter do fim dos tempos, que na verdade possuía
validade geral, mas que, em consonância com as circunstâncias de uma igreja ou
de um indivíduo, tornava a falar de forma direta “para a situação”,
iluminando-a.
O Espírito da profecia revela tanto o mistério de Deus como
o poder mentiroso do mal. Profecia é parte inseparável do discernimento de
espíritos. Instruído justamente por esse Espírito, o primeiro cristianismo
sabia que a vinda do reino de Deus está indissoluvelmente ligada a tribulação,
sofrimento, tentação e luta, provocados pela oposição e pelo aliciamento do
espírito da sedução. Os evangelhos atestam unanimemente que desde o começo era
preciso levar em conta que com o surgimento do verdadeiro Messias também se
apresentariam muitos falsos messias e que em nome do verdadeiro profeta (Jesus)
apareceriam muitos falsos profetas. Da mesma forma Paulo profetizava desde
muito cedo que depois dele surgiriam falsos mestres, ou que até já tinham
aparecido. O apóstolo ensinou a igreja a examinar os espíritos dos profetas,
porque também os falsos mestres reivindicam ser inspirados pelo Espírito. Por
essa razão não se deve acreditar sem um criterioso discernimento em mestres que
se apresentam com erudição, poder da palavra ou carisma. Porque quem ingenuamente
dá ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas de demônios, quem dirige a eles
sua atenção e se rende às suas ardilosas insuflações há de apostatar da fé. O
que Paulo escreve aqui não é novidade ou surpresa nem no contexto de suas
demais cartas nem na presente carta. Paulo sempre entende a heresia em conexão
com a sedução e obcecação satânicas. Os hereges mencionados em 1Tm 1.3,6 e a
apostasia já acontecida por causa da ação deles, bem como a tentação especial
das mulheres na igreja de Éfeso (1Tm 2.14), representam somente o começo
daquilo que ainda se manifestará de forma mais explícita no tempo vindouro (1Tm
4.1).
Não é por acaso que acontece a ligação com 1Tm 3.16: a
confissão causada pelo Espírito, em favor daquele que foi revelado na carne,
causa por meio desse mesmo Espírito a advertência contra os hereges.
Nos últimos dias
pode significar tanto um prazo posterior quanto último. Não há diferença de
peso entre 1Tm 4.1 e 2Tm 3.1. O tempo é tardio e tensionado em direção das
últimas coisas. “O prazo é escasso.”
Oposição e apostasia crescentes são sinais da proximidade do
fim. Ainda que o Espírito da profecia desvende um âmbito no qual presente,
passado e futuro são um só, não deixa de persistir nas past, como nos demais
textos do NT, a tensão entre o período atual como tempo do fim e o encerramento
do fim dos tempos.
Apostatar da fé:
aqui o verbo designa a apostasia intencional e consciente, ou seja, mais
intensa que em 1Tm 1.6,19; cf. Lc 8.13s: pessoas que “apostatarão no momento da
tentação”; Hb 3.12: “afastar-se do Deus vivo através de um mau coração de
incredulidade”. A palavra também pode ter o sentido de “ceder”: a viúva não se
afasta do templo. Timóteo não deve ceder, mas perseverar, ficar.
Espíritos enganadores:
Errar não é – como diz o ditado – humano, mas em última análise – como enfatiza
a Bíblia – demoníaco, porque por trás do erro está o poder da sedução. Em
nenhum contexto o erro é mais trágico do que no contexto religioso. A pessoa
acredita servir a Deus, mas na verdade é refém dos demônios.
Doutrinas de demônios:
a igreja está exposta a uma influência sistemática sob supervisão organizada.
“Satanás cria uma nova religião! Essa é a tentação do fim dos tempos.” Ao único
Espírito Santo se contrapõem muitos espíritos não-santos, à única doutrina saudável
, as muitas doutrinas prejudiciais.
1TIMOTEO 4.2 Em termos gramaticais “hipocrisia” na
verdade poderia se referir a “demônios”, mas é mais plausível pensar nos que,
influenciados por eles, falam mentiras e atualmente agem na igreja. Hipocrisia:
dissimulação, pretender ou querer ser o que não se é. Os que falam mentiras
(pseudologoi) são falsos apóstolos (pseudo-apostoloi). A composição freqüente
de palavras com o prefixo “pseudo” (falso), usual também em nosso idioma,
assinala a mentira falsificadora, a semelhança enganosa, e em última análise a
alegada autenticidade que pertence à pseudo-religião com sua
pseudo-religiosidade. Trata-se de uma forma de devoção sem a força da verdade e
realidade trazidas por Deus. Quando se abandona e renega a fé alicerçada sobre
a verdade de Deus, a superstição da mentira passa a dominar. No entanto,
mentira não é apenas falar falso, o poder da mentira perpassa todas as esferas
da vida, a própria vida se torna mentirosa. A mentira da vida falsifica tudo,
ainda antes e sem que uma palavra inverídica seja pronunciada. Os
pseudoprofetas, cujo ser equivale a lobos vorazes, aparecem em vestes de
cordeiro como inofensivos e inocentes portadores de felicidade. A igreja deve
precaver-se contra eles. Aos servos autênticos não devem ser desconhecidas as
investidas ardilosas de Satanás, chamado o “pai da mentira”. Além do argumento
de que uma mentalidade que se considera esclarecida descarta tudo o que é
“demoníaco” como arcaico ou irreal, também se poderia levantar contra Paulo a
acusação de que ele demoniza seus adversários. Não podemos analisar aqui a
dimensão do demoníaco de forma aprofundada. Deve bastar agora a menção de que
essa categoria faz parte do conteúdo indemissível da revelação bíblica. Aliás,
quanto à acusação da demonização cabe dizer: não se trata, nesse caso, de
injustificadamente declarar hereges pessoas que pensam de forma diferente, o
que favoreceria ou até mesmo justificaria a tendência humana de julgar
precipitadamente. Evidentemente, quando não se cogita ou não se leva a sério a
referência expressa ao falar profético, i. é, ao discurso causado pelo
Espírito, não é possível haver compreensão para a luta espiritual. Esse bom
combate da fé não luta contra carne e sangue (pessoas visíveis), mas contra
poderes intelectuais da maldade no mundo invisível.
Os sedutores seduzidos, que
encontraram prazer e lucro na sedução das pessoas, estão cauterizados na
consciência. Talvez exerça influência aqui a idéia de que essas pessoas são
marcadas pelo demônio. Sua consciência está paralisada, a ponto de já não serem
capazes de sentir vergonha ou arrependimento por seu agir. “Perderam qualquer
senso de vergonha.”
Os hereges
não devem ser atacados, nem pela difamação e muito menos pela violência, mas é
preciso advertir contra eles. Seu ensino e agir precisam ser desmascarados como
perniciosos.
1TIMOTEO 4.1 APOSTATARÃO ALGUNS DA FÉ. O Espírito
Santo revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia
organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo e da verdade bíblica (cf. 2 Ts
2.3; Jd 3,4).
(1) Aparecerão na igreja pastores de grande capacidade e
poderosamente ungidos por Deus. Alguns realizarão grandes coisas por Deus, e
pregarão a verdade do evangelho de modo eficaz, mas se afastarão da fé e
paulatinamente se voltarão para espíritos enganadores e falsas doutrinas. Por
causa da unção e do zelo por Deus que tinham antes, desviarão a muitas pessoas.
(2) Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de
amar a verdade (2 Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos
dias (cf. Mt 24.5,10-12; ver 2 Tm 3.2,3, notas). Por isso, o evangelho liberal
dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas
igrejas (4.1; 2 Tm 3.5; 4.3; ver 2 Co 11.13).
(3) A popularidade dos ensinos antibíblicos vem sobretudo
pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa oposição cerrada à obra de
Deus. A segunda vinda de Cristo será
precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismo, ocultismo, possessão
e engano demoníacos, no mundo e na igreja (Ef 6.11,12).
(4) A proteção do crente contra tais enganos e ilusões
consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a
conscientização de que homens de grandes dons e unção espirituais podem
enganar-se, e enganar os outros com sua mistura de verdade e falsidade. Essa
conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a
vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor de Deus (Sl
25.4,5,12-15).
(5) Os crentes fiéis não devem pensar que pelo fato da apostasia
predominar dentro do cristianismo nesses últimos dias, não poderá ocorrer
reavivamento autêntico, nem que o evangelismo segundo o padrão do NT não será
bem-sucedido. Deus prometeu que nos "últimos dias" salvará todos
quantos invocarem o seu nome e que se separarem dessa geração perversa, e que
Ele derramará sobre eles o seu Espírito Santo (At 2.16-21,33,38-40; 3.19).
2CORINTIOS 11.3 CORROMPIDOS OS VOSSOS SENTIDOS.
Alguns em Corinto enfrentavam o grave perigo de serem enganados por falsos
pregadores e de aceitarem um evangelho distorcido (v.4). Ao acolherem os
ensinos desses "obreiros fraudulentos" (v.13), afastavam-se da sua
devoção sincera a Cristo. Nas igrejas dos nossos dias, também há os que se
apresentam como ministros da justiça (v.15), mas cujos ensinamentos contradizem
a Palavra de Deus e levam seus seguidores ao naufrágio espiritual (ver as duas
notas seguintes; Mt 23.13).
2CORINTIOS 11.4 ALGUÉM PREGAR... OUTRO EVANGELHO. Os
falsos mestres podem declarar que a revelação bíblica é verdadeira e, ao mesmo
tempo, afirmar que possuem revelações extra-bíblicas ou conhecimentos de igual
autoridade às Escrituras, e válidos para a igreja inteira. Esses falsos ensinos
geralmente envolvem a fé cristã num sincretismo de outras religiões e
filosofias. Resultam daí os seguintes erros:
(1) A suposta nova "revelação" é colocada no mesmo
nível de autoridade que a revelação bíblica apostólica original.
(2) As Escrituras ocupam um lugar secundário, e Cristo é
colocado em lugar inferior em relação aos "santos", ou fundadores de
um movimento ou igreja.
(3) Os falsos mestres alegam ter uma compreensão mais
profunda ou exclusiva das supostas "revelações ocultas" nas
Escrituras.
2CORINTIOS 11.13 OBREIROS FRAUDULENTOS,
TRANSFIGURANDO-SE EM APÓSTOLOS. Satanás, o grande enganador (v.3; Jo 8.44),
utiliza homens maus como seus agentes, transformando-os em "falsos
apóstolos e obreiros fraudulentos".
(1) A Bíblia diz que esses ministros e líderes enganosos são
pessoas que, capacitadas por Satanás, (a) dão a impressão de realizarem grandes
coisas na obra de Deus (v. 15; Ap 13.2), (b) pregam mensagens evangélicas
atraentes (v.4; ver 1 Tm 4.1) e (c) aparentam ser pessoas santas, mas, na realidade,
rejeitam a piedade e negam a sua eficácia (2 Tm 3.5).
(2) Esses obreiros se disfarçam em "apóstolos de
Cristo" (v.13) e "ministros da justiça" (v.15). Dessa maneira,
imitam os verdadeiros ministros de Cristo e colocam na sua mensagem toda
"aparência de piedade" (2 Tm 3.5). Parecem sinceramente solícitos e
amorosos, e falam em perdão, paz, felicidade, fraternidade e muitas outras
coisas construtivas, mas vivem sob a influência de Satanás. O evangelho deles
é, geralmente, segundo o raciocínio humano, e não uma interpretação verdadeira
da revelação de Deus, como temos nas Escrituras (cf. Gl 1.6,7; 1 Pe 2.1-3). A
sua mensagem não é segundo a doutrina apostólica do NT (ver 1 Jo 4.1).
(3) Todos os crentes devem precaver-se desses ministros e
líderes enganosos (vv. 3,4; Mt 7.15; 16.6) e não devem se deixar levar pelo
carisma deles, nem por sua eloqüência, preparo, milagres, altas estatísticas ou
mensagem popular.
(4) Todos os líderes religiosos devem ser julgados de
conformidade com sua atitude e fidelidade, ante a redenção, pelo sangue de
Jesus Cristo, e o evangelho, conforme ensinaram Jesus e os escritores do NT
(ver Gl 1.9).
2CORINTIOS 3.1 NOS ÚLTIMOS DIAS... TEMPOS TRABALHOSOS.
Os últimos dias incluem a era cristã na sua totalidade. Paulo, porém, profetiza
pelo Espírito Santo (cf. 1 Tm 4.1) que as coisas se tornarão piores à medida
que o fim se aproximar (cf. 2 Pe 3.3; 1 Jo 2.18; Jd 17,18).
(1) Os últimos dias serão assinalados por um aumento cada
vez maior de iniqüidade no mundo, um colapso nos padrões morais e a
multiplicação de falsos crentes e falsas igrejas dentro do reino de Deus (Mt
24.11,12; ver 1 Tm 4.1). Esses tempos serão espiritualmente difíceis e penosos
para os verdadeiros servos de Deus.
(2) Paulo faz essa advertência a fim de reanimar os obreiros
que, com suas igrejas, permanecerem leais a Cristo e à sua revelação. A plena
bênção da salvação em Cristo e o poderoso derramamento do Espírito Santo
continuarão à disposição dos que permanecem leais à fé e à prática dos ensinos
do NT. A apostasia na igreja redundará em mais graça e poder para os que se
mantiverem firmes na fé original que foi entregue aos santos (At 4.33; Rm 5.20;
Jd 3)
2CORINTIOS 3.2 AMANTES DE SI MESMOS. Paulo apresenta
uma lista de pecados que têm suas raízes no amor próprio (vv. 2-4). Alguns,
hoje, ensinam que a falta do amor a si mesmo (amor-próprio) é a raiz do pecado.
A revelação bíblica ensina o contrário.
2CORINTIOS 3.3 SEM AFETO NATURAL. Nos últimos dias,
o crente deve estar disposto a enfrentar um volume esmagador de impiedade.
(1) O apóstolo profetiza que Satanás promoverá uma grande
destruição na família. Os filhos serão "desobedientes a pais e mães"
(v. 2), e os homens e mulheres não terão afeto natural (gr. astorgoi). Esta
expressão pode ser traduzida "sem afeição à família", e refere-se ao
desaparecimento dos sentimentos de ternura e amor naturais; falta esta
demonstrada por uma mãe que rejeita os filhos, ou mata seu bebê; por um pai que
abandona a família, ou os filhos que negligenciam os devidos cuidados para com
seus pais idosos (ver Lc 1.17).
(2) Os homens e mulheres passarão a amar idolatradamente o
dinheiro e os prazeres, e estarão sempre em busca disso para a satisfação de
seus desejos egoístas (v. 2). Ser pai ou mãe, com suas responsabilidades e encargos,
e amor sacrificial na criação de filhos, já não será considerado missão nobre,
nem dignificante (vv. 2-4). Pais amorosos darão lugar, cada vez mais, a pais
egoístas e desumanos que abandonarão seus filhos (cf. Sl 113.9; 127.3-5; Pv
17.6; Tt 2.4,5; ver 2 Tm 4.3,4).
(3) Se os pais cristãos quiserem preservar suas famílias nos
tempos difíceis dos últimos dias, devem hoje protegê-las contra as práticas
infames da sociedade em que vivem (Jo 21.15-17; At 20.28-30), separá-los dos
costumes sórdidos do mundo e evitar que os ímpios influenciem seus filhos (At
2.40; Rm 12.1,2). Os pais precisam aceitar o plano de Deus para a família (ver
Ef 5.21-25), e não proceder como os ímpios (Lv 18.3-5; Ef 4.17). Eles, e suas
famílias, realmente precisarão ser como forasteiros e peregrinos na terra (Hb
11.13-16)
2CORINTIOS 3.5 TENDO APARÊNCIA DE PIEDADE. Paulo se
refere àqueles que dizem ser crentes, e, aparentam santidade, porém, não
demonstram que foram libertos por Deus, do pecado, do egoísmo e da imoralidade.
Tais pessoas toleram a imoralidade nas suas igrejas e ensinam que é possível
praticar os pecados citados nos versículos 2-4 e, ao mesmo tempo, serem crentes
(cf. vv. 5-9; 4.3,4; 2 Pe 2.12-19; ver 1 Co 6.9).
2CORINTIOS 3.8 RESISTEM À VERDADE. Uma das coisas
que identifica o falso mestre na igreja é a sua oposição às verdades básicas do
evangelho, ou sua indiferença para com elas (ver 1 Tm 4.1).
ATOS 20.29 ENTRARÃO... LOBOS CRUÉIS. Movidos
pela ambição de edificar seus próprios impérios, ou por amor ao dinheiro, ao
poder, ou à popularidade (e.g., 1 Tm 1.6,7; 2 Tm 1.15; 4.3,4; 3Jo 9),
impostores na igreja, perverterão o evangelho original segundo o NT:
(1) repudiando ou rejeitando algumas das suas verdades
fundamentais;
(2) acrescentando-lhe idéias humanistas, filosofias,
sabedoria ou psicologia;
(3) misturando suas doutrinas e práticas com coisas como os
ensinos malignos da Nova Era ou do ocultismo e espiritismo;
(4) e tolerando modos
de vida imorais, contrários aos retos padrões de Deus (ver 1 Tm 4.1; Ap 2.3);
ver o estudo FALSOS MESTRES). Que tais lobos realmente entraram no meio do
rebanho e perverteram a doutrina e prática apostólicas em Éfeso, fica evidente
em 1 Tm 1.3,4,18,19; 4.1-3; 2 Tm 1.15; 2.17,18; 3.1-8. As epístolas pastorais revelam
uma rejeição geral dos ensinos bíblicos apostólicos, que naquele tempo começou
a ganhar ímpeto em toda a província da Ásia
ATOS 20.31 PORTANTO, VIGIAI. Os dirigentes do
povo de Deus sempre devem ter sensibilidade para discernir os membros das suas
congregações, que não são sinceramente leais, e dedicados a viver conforme a
mensagem original de Cristo e dos apóstolos. Devem estar em tão íntima comunhão
com o Espírito Santo que, com cuidados e lágrimas, se preocupem com seus
membros, sem nunca cessar, noite e dia, de admoestar o rebanho, a respeito do
perigo que o ameaça, sempre dirigindo os fiéis para o único alicerce seguro
Cristo e a sua Palavra.
ATOS 20.33 DE NINGUÉM COBICEI A PRATA. Paulo
dá um exemplo a todos os ministros de Deus. Ele nunca visou a riqueza, nem
buscou enriquecer através do seu trabalho no evangelho (cf. 2 Co 12.14). Paulo
teve muitas oportunidades de acumular riquezas. Como apóstolo, tinha influência
sobre os crentes, e realizava milagres de curas; além disso, os cristãos
primitivos estavam dispostos a doar dinheiro e propriedades aos líderes
eclesiásticos de destaque, para serem distribuídos aos necessitados (ver
4.34,35,37). Se Paulo tivesse tirado vantagem dos seus dons e da sua posição, e
da generosidade dos crentes, poderia ter tido uma vida abastada. Não fez assim
porque o Espírito Santo dentro dele o orientava, e porque amava o evangelho que
pregava (cf. 1 Co 9.4-18; 2 Co 11.7-12; 12.14-18; 1 Ts 2.5,6).
A APOSTASIA PESSOAL
Hb 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um
coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo”.
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como
substantivo (At 21.21; 2Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi,
traduzido “apartar”). O termo grego é definido como decaída, deserção,
rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava
ligado.
(1) Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico
com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo
assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a
salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (cf. Lc 8.13; Hb
6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da
igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora
relacionados entre si:
(a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os
ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm
4.3); e,
(b) a apostasia
moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser
escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).
(2) A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da
apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união
com Cristo, como para nos motivar a perseverar na fé e na obediência. O
propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser
enfraquecido pela idéia que afirma: “as advertências sobre a apostasia são
reais, mas a sua possibilidade, não”. Antes, devemos entender que essas
advertências são como uma realidade possível durante o nosso viver aqui, e
devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a salvação final. Alguns
dos muitos trechos do NT que contêm advertências são: Mt 24.4,5,11-13; Jo 15.1-6;
At 11.21-23; 14.21,22; 1Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1Tm 4.1,16; 6.10-12; 2Tm 4.2-5;
Hb 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6; Tg 5.19,20; 2Pe 1.8-11; 1Jo 2.23-25.
(3) Exemplos da apostasia propriamente dita acham-se em Êx
32; 2Rs 17.7-23; Sl 106; Is 1.2-4; Jr 2.1-9; At 1.25; Gl 5.4; 1Tm 1.18-20; 2Pe
2.1,15,20-22; Jd 4,11-13, para comentários sobre a apostasia que, segundo a
Bíblia, ocorrerá dentro da igreja professa nos últimos dias desta era.
(4) Os passos que levam à apostasia são:
(a) O crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente
a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra
de Deus (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).
(b) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do
que as do reino celestial de Deus, o crente deixa paulatinamente de
aproximar-se de Deus através de Cristo (4.16; 7.19,25; 11.6).
(c) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se
torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef
5.5; Hb 3.13). Já não ama a retidão nem odeia a iniqüidade (ver 1.9 nota).
(d) Por causa da dureza do seu coração (3.8,13) e da sua
rejeição dos caminhos de Deus (v. 10), não faz caso da repetida voz e
repreensão do Espírito Santo (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
(e) O Espírito Santo se entristece (Ef 4.30; cf. Hb 3.7,8);
seu fogo se extingue (1Ts 5.19) e seu templo é profanado ( 1Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se
daquele que antes era crente (Jz 16.20; Sl 51.11; Rm 8.13; 1Co 3.16,17; Hb
3.14).
(5) Se a apostasia continua sem refreio, o indivíduo pode,
finalmente, chegar ao ponto em que não seja possível um recomeço.
(a) Isto é, a pessoa que no passado teve uma experiência de
salvação com Cristo, mas que deliberada e continuamente endurece seu coração
para não atender à voz do Espírito Santo (3.7-19), continua a pecar
intencionalmente (10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar para Deus, pode
chegar a um ponto sem retorno em que não há mais possibilidade de
arrependimento e de salvação (6.4-6; Dt 29.18-21 nota; 1 Sm 2.25 nota; Pv 29.1
nota). Há um limite para a paciência de Deus (ver 1 Sm 3.11-14; Mt 12.31,32; 2
Ts 2.9-11; Hb 10.26-29,31; 1 Jo 5.16).
(b) Esse ponto de onde não há retorno, não se pode definir
de antemão.
Logo, a única salvaguarda contra o perigo de apostasia
extrema está na admoestação do Espírito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais os vossos corações ( 3.7,8,15; 4.7).
(6) É próprio salientar que, embora a apostasia seja um
perigo para todos os que vão se desviando da fé (2.1-3) e que se apartam de
Deus (6.6), ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz
do Espírito Santo (ver Mt 12.31, nota sobre o pecado contra o Espírito Santo).
(7) Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam
de Deus (3.12), podem pensar que ainda são verdadeiros crentes, mas sua
indiferença para com as exigências de Cristo e do Espírito Santo e para com as
advertências das Escrituras indicam o contrário. Uma vez que alguém pode
enganar-se a si mesmo, Paulo exorta todos aqueles que afirmam ser salvos:
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós
mesmos" (ver 2 Co 13.5 nota).
(8) Quem, sinceramente, preocupa-se com sua condição
espiritual e sente no seu coração o desejo de voltar-se arrependido para Deus,
tem nisso uma clara evidência de que não cometeu a apostasia imperdoável. As
Escrituras afirmam com clareza que Deus não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9;
cf. Is 1.18,19; 55.6,7) e declaram que Deus receberá todos que já desfrutaram
da graça salvadora, se arrependidos, voltarem a Ele (cf. Gl 5.4 com 4.19; 1 Co
5.1-5 com 2 Co 2.5-11; Lc 15.11-24; Rm 11.20-23; Tg 5.19,20; Ap 3.14-20; note o
exemplo de Pedro, Mt 16.16; 26.74,75; Jo 21.15-22).
QUALIFICAÇÕES MORAIS
DO PASTOR
1Tm 3.1,2 “Esta é uma
palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém,
pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio,
honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar.”
Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e.,
aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um
encargo nobre e importante (3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja
confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque
Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser
chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo
os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não
deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu
desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que
tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses
preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente
em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da
honra e credibilidade da elevada posição de ministro.
(1) Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente
morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja
é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade
administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministerais
concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas
decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam
primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí,
o Espírito Santo estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele
precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo e aos
seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de
fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter
deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco”
conduz à posição de governar “sobre o muito”.
(2) O líder cristão deve ser, antes de mais nada, “exemplo
dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na
fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.
(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de
perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor
a Cristo e ao evangelho (4.12,15).
(b) O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a
verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo
dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém
cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1Co 11.1;
Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).
(3) O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do
crente no lar, no casamento e na família
(3.2,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro
deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à
esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de Deus?”
(3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota
que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à
sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo
atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua
esposa.
(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados
morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de
liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente
perdoadas pela graça de Deus, mas perderam a condição de servir como exemplo de
perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT,
Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de
elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver
Gn 49.4 nota; Lv 10.2 nota; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23 nota; Jr 23.14; 29.23).
(5) A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha
a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua
vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja
perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13,
se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que
cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há
certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o
opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão
(cf. 2Sm 12.9-14).
(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de
Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21;
12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa
continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo violado os padrões já
mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.
(a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro
espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas
inteiramente diferentes. Deus não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos
outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis
da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada
com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos.
(b) Segundo a revelação divina no NT e os padrões do
ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor
de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal,
falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou
muito sangue (1Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao
seu pecado, dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu
castigo divino pelo resto da sua vida (2Sm 12.9-14).
(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as
qualificações justas exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros,
conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus
pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo
dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza”
(4.12).
OS PASTORES E SEUS
DEVERES
At 20.28 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre
que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de
Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela
cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando
a direção de Deus em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de
presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas
pelo Espírito Santo em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o Espírito que
constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de
Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o
exercício do ministério de pastor de uma igreja local.
PROPAGANDO A FÉ.
(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as
ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que
o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si
com o sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap
5.9).
(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como
pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e
ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar:
“estou limpo do sangue de todos” (20.26). Os pastores de nossos dias também
devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra,
instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a
longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes,
dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
GUARDANDO A FÉ.
Além de alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor
deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro
Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários
vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas
antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a
influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de
Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de
subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos
desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu
evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene
obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se
aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela
graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus
Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na preservação da
pureza da igreja de Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva
com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na
igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho
apostólico (20.30).
(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e
dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os
têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados
(20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática
todo o conselho de Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto à
vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos”
(20.26; cf. Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se
perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da
Palavra ( 2Tm 1.14; Ap 2.2).
(3) É altamente importante que os responsáveis pela direção
da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais
na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente
mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e
demais segmentos administrativos da igreja (2Tm 1.13,14).
(4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as
Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça”
(20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade
da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao
rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é
verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6 nota; 1Tm
4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da
comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela
sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e
que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo
deixará de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5).
FONTES DE PESQUISAS:
Comentário Bíblico Willian Baclay - N.T
Comentário Bíblico Esperança - N. T.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário