Lições Bíblicas CPAD - Adultos
2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico
amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição 7: Poder sobre as doenças e morte
Data: 17 de Maio de 2015
TEXTO ÁUREO
“E
de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta
se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” (Lc 7.16).
VERDADE PRÁTICA
Ao
curar os enfermos e dar vida aos mortos, Jesus demonstrou o seu poder
messiânico e provou também o amor de Deus pela humanidade caída.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
— Lc 5.24
Jesus
e o seu poder para perdoar e curar a todos
Terça
— Lc 5.12,13
Jesus
e a sua compaixão pelos doentes e necessitados
Quarta
— Lc 5.17
Jesus
e a autoridade para curar toda enfermidade
Quinta
— Lc 10.17-19
Jesus
e a delegação de autoridade aos seus discípulos
Sexta
— Lc 17.20,21
Jesus
e a manifestação do Reino de Deus para todos
Sábado
— Lc 21.31
Jesus
anunciou eventos que precederiam a vinda literal do Reino
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas
4.38,39; 7.11-17.
Lucas
4
38
— Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a
sogra de Simão estava enferma com muita febre; e rogaram-lhe por ela.
39
— E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E
ela, levantando-se logo, servia-os.
Lucas
7
11
— E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele
iam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão.
12
— E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um
defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande
multidão da cidade.
13
— E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e
disse-lhe: Não chores.
14
— E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse:
Jovem, eu te digo: Levanta-te.
15
— E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe.
16
— E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um
grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.
17
— E correu dele esta fama por toda a Judeia e por toda a terra
circunvizinha.
HINOS SUGERIDOS
7,
121 e 517 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicar
o objetivo de Jesus ter mostrado seu poder sobre as doenças e morte.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I.
Conscientizar os alunos de que o perdão é terapêutico.
II.
Mostrar que uma das razões das curas, no ministério de Jesus, era a
compaixão.
III.
Analisar a autoridade de Jesus para curar.
IV.
Ressaltar a redenção do nosso corpo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A
morte, assim como as doenças, físicas, emocionais e espirituais, são resultados
da Queda. Porém, Jesus veio ao mundo para nos libertar do poder do pecado. A
cura divina faz parte da sua obra expiatória. Deus não se importa somente com a
nossa alma e espírito, mas também com nosso corpo. Por isso, em seu ministério
terreno, o Mestre curou a todos que iam até Ele. Jesus não mudou; Ele continua
curando os enfermos. Então, aproveite o tema da aula e, ao final, não deixe de
orar por aqueles que estão doentes. Creia que Jesus tem poder para curar as
enfermidades físicas, emocionais e espirituais de seus alunos. Para o Mestre
não existe nada impossível.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As
doenças, enfermidades e a morte existem como consequências da entrada do pecado
no mundo. Escrevendo aos Romanos, Paulo afirma que “como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Jesus, o Messias prometido nas
Escrituras, veio para tratar do problema do pecado e das suas consequências (Is
53.4-7; 6.1,2). Com esse fim, Jesus, durante o seu ministério terreno, curou
doentes e ressuscitou os mortos (Mt 8.14-17; Lc 7.11-15). Todos os
evangelistas, especialmente Lucas, destacam esse fato (Lc 4.16-19).
Nesta
lição, vamos estudar alguns dos registros bíblicos sobre a autoridade do Senhor
para curar doentes e ressuscitar os mortos.
Jesus
tem poder e autoridade sobre as doenças e a morte.
I.
DOENÇAS, PERDÃO E CURA
1.
Culpa, perdão e cura. Certa vez, Jesus disse a um paralítico que o
perdoava, e os escribas e fariseus murmuraram entre si: “Quem é este que diz
blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Lc 5.21). Foi por causa
dessa incredulidade que o Senhor propôs: “Qual é mais fácil? Dizer: Os teus
pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda?” (Lc 5.23).
As
palavras de Jesus provocaram espanto na cidade de Cafarnaum. Antes de declarar
o paralítico curado, Jesus primeiramente proferiu uma palavra de perdão. No
contexto do Antigo Testamento, o pecado e as doenças eram conceitos
inter-relacionados (Sl 103.3). Essa era a crença popular de Israel nos dias de
Jesus, e o contexto mostra que o paralítico também pensava assim. O ensino
neotestamentário revelará que, de fato, há uma relação entre o pecado e as
doenças (Jo 5.14; Tg 5.15,16). Todavia, devemos observar que nem sempre a lei
de causa e efeito pode ser usada para justificar determinadas doenças ou fatos
ocorridos (Jo 9.1,2; Lc 13.1-5). Na narrativa lucana, Jesus, o Filho do Homem,
demonstrou o seu poder tratando o problema da alma, removendo a culpa e depois
cuidou do corpo, removendo a enfermidade (Lc 5.24).
2.
A ação de Satanás. É um fato bíblico que toda doença e enfermidade existem
como consequência da entrada do pecado no mundo (Gn 2.17). Por outro lado, a
Escritura mostra também que há enfermidades que vem por conta do julgamento de
um pecado pessoal (1Co 5.5; 11.30) enquanto outras, como demonstra Lucas, estão
associadas à ação de Satanás (Lc 13.10,11). Embora nem toda doença possa ser
atribuída à ação de demônios, todavia esse era o caso aqui. Quando confrontou o
chefe da sinagoga, Jesus deixou claro essa verdade (Lc 13.16). Jesus demonstrou
seu poder sobre a enfermidade e sobre aquele que a causara, Satanás.
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
O
perdão é terapêutico. Muitas doenças são resultado da falta de perdão, de
mágoas e ressentimentos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O
poder de Deus repousa sobre Jesus de forma que Ele possa curar os doentes. ‘A
virtude [poder] do Senhor’ (Lc 5.17) é outra maneira que Lucas tem de falar
sobre a unção do Espírito. Jesus não precisa de endosso de líderes religiosos
para o seu ministério; o Espírito lhe concede autoridade para curar os doentes.
Vemos esta autoridade quando quatro homens levam um paralítico para Ele. Jesus
está numa casa, e grande multidão barra o acesso. Mas pela persistência dos
companheiros do paralítico, ele é descido pelo telhado da casa à presença de
Jesus. Não há dúvida de que a multidão espera um milagre; sua reputação como
aquEle que cura já tinha se espalhado (Lc 4.40-44).
Em
vez de curá-lo, Jesus pronuncia que os pecados do paralítico estão perdoados.
Jesus reconhece a fé dos quatro companheiros, destacando pela primeira vez a
importância da fé nos milagres (Lc 7.9; 8.25,48,50; 17.19; 18.42). O foco está
na fé destes amigos, mas a fé do paralítico tem uma lição profunda. Ele precisa
de ajuda física e espiritual de Jesus. Ele não recebe apenas a cura para o
corpo, mas também o perdão dos pecados. Salvação plena e completa que abrange
as bênçãos espirituais e físicas depende da fé” (Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. Volume 1. 1ª Edição. RJ, CPAD, p.345).
II.
RAZÕES PARA CURAR
1.
A compaixão. Os Evangelhos mostram que uma das razões da cura dos enfermos
no ministério de Jesus estava em sua capacidade de demonstrar compaixão (Lc
5.12,13). Você sabe o que significa compaixão? Segundo o Dicionário
Houaiss, significa: “sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia
pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la”. Jesus se identifica com
o sofrimento humano. Ele cura as enfermidades porque é misericordioso (Mc 3.5;
Mt 20.34). E você? Diante dos enfermos e necessitados, tem se mostrado
compassivo? Precisamos ser cheios do Espírito Santo para que nossos corações
sejam repletos de compaixão pelo próximo.
2.
Manifestação messiânica. Lucas registra que em uma de suas visitas à
cidade de Jericó, Jesus teve um encontro com um mendigo cego (Lc 18.38-42). O
relato nos revela outra razão para as curas no ministério de Jesus — a
revelação da sua natureza messiânica. O título: “Filho de Davi” usado pelo
mendigo era uma clara alusão ao Messias prometido como mostram outros textos
bíblicos (Mt 1.1; 12.23; 22.42). Era uma atribuição do Messias curar os doentes
(Is 61.1; Lc 4.18). De acordo com Mateus, o Messias tomou sobre si,
vicariamente, as nossas doenças e enfermidades (Is 53.4,5; Mt 8.14-17).
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
Uma
das razões para Jesus curar era a compaixão.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor,
para iniciar o tópico, faça a seguinte indagação: “O que movia Jesus a curar as
pessoas?”. Ouça os alunos e explique que Jesus era movido pela compaixão e misericórdia
para com os carentes.
“No
NT, a palavra ‘misericórdia’ é a tradução da palavra grega eleos ou ‘piedade,
compaixão, misericórdia’ (veja seu uso em Lucas 10.37), e oiktirmos, isto é,
‘companheirismo em meio ao sofrimento’.
No
Antigo Testamento, representa duas raízes distintas: rehem, (que pode
significar maciez), ‘o ventre’, referindo-se, portanto, à compaixão materna
(1Rs 3.26, ‘entranhas’), e hesed, que significa
força permanente (Sl 59.16) ou ‘mútua obrigação ou solidariedade das partes
relacionadas’ — portanto, lealdade. A primeira forma expressa a bondade de
Deus, particularmente em relação àqueles que estão em dificuldade (Gn 43.14; Êx
34.6). A segunda expressa a fidelidade do Senhor, ou laços pelos quais
‘pertencemos’ ou ‘fazemos parte’ do grupo de seus filhos. Seu permanente e
imutável amor está subentendido, e se expressa através do termo berit, que significa
‘aliança’ ou ‘testamento’” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Ediçãp. RJ:
CPAD, 2010, p.1290).
III.
AUTORIDADE PARA CURAR
1.
Autoridade recebida. Lucas, mais do que todos os outros evangelistas,
associa a pessoa do Espírito Santo ao ministério de cura de Jesus (Lc 4.16-18).
O texto de Lucas 5.17 diz que antes da cura do paralítico de Cafarnaum a
“virtude do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17). A palavra “virtude”,
do grego dynamis é a mesma
usada em Atos 1.8 para se referir ao poder do Espírito Santo. Dymanis é o poder do
Espírito Santo para realizar milagres. Jesus curava os enfermos porque a unção
do Espírito Santo estava sobre Ele. Esse é um fato relevante na teologia de
Lucas. Ele retrata Jesus como sendo cheio do Espírito Santo (Lc 4.1),
capacitado por esse mesmo Espírito para realizar milagres e também para curar
os doentes (Lc 4.14; 5.17).
2.
Autoridade delegada. Se por um lado Jesus é capacitado pelo Espírito Santo
para realizar milagres, por outro, Ele dá esse mesmo poder aos seus discípulos.
Tendo o Mestre convocado os Doze, concedeu-lhes poder e autoridade sobre todos
os demônios, e para efetuarem curas. Também os enviou a pregar o Reino de Deus
e a curar os enfermos (Lc 9.1,2). Aquilo que Jesus começou a fazer pelo poder
do Espírito Santo teria continuidade através de seus seguidores. O Senhor
delegou à Igreja o mesmo poder que estava sobre si (Lc 9.1,2; 10.9,18,19; At
1.8; 4.8; 13.9). Dessa forma a Igreja estaria capacitada a cumprir a sua
missão. Quando a Igreja negligencia a Terceira Pessoa da Trindade, perde não
somente o seu foco, mas também a sua identidade.
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
Jesus
tinha autoridade para curar os enfermos e libertar os oprimidos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Autoridade
para Curar
Jesus
embarca num ministério como o descrito em Lucas 4.18,19. Depois de sua rejeição
na sinagoga de Nazaré, Ele vai para Cafarnaum, a cerca de trinta e dois
quilômetros de distância. Esta cidade está na orla do mar da Galileia e serve
de base para o ministério de Jesus na Galileia. Ele ‘desceu’, o que expressa
adequadamente a descida de Nazaré a Cafarnaum, localizado ao nível do mar.
A
narrativa de Lucas sobre o ministério de Jesus em Cafarnaum concentra-se nos
atos poderosos de Jesus acompanhados pelo poder e autoridade do Salvador. A
expulsão de um demônio que estava num homem (Lc 4.33-37), a cura da sogra de
Pedro (Lc 4.38,39) e várias outras curas à tardinha (Lc 4.40,41) são atos da
compaixão para com pessoas em necessidades desesperadora.
Os
primeiros dois milagres implicam poder na palavra de Jesus, e os outros, seu
toque curativo. Seu ensino e milagres exprimem sua autoridade profética e
carismática“ (Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2009, pp.340,41).
IV.
A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO
1.
O reino presente. Jesus não apenas demonstrou poder sobre as doenças e
enfermidades, mas também sobre a própria morte (Lc 8.53-55). Um dos aspectos da
manifestação do Reino de Deus, isto é, o domínio de Deus entre os homens, era a
sua realidade já presente (Lc 17.20,21). As curas e ressurreições de mortos
atestavam isso (Lc 7.22). Jesus veio para destruir o poder do pecado e vencer a
morte!
2.
O reino futuro. Se por um lado temos o Reino de Deus em seu aspecto
presente, por outro temos o seu aspecto futuro (Lc 21.31; 23.43). Como vimos,
as curas dos doentes e a ressurreição dos mortos registradas nos Evangelhos
demonstravam a realidade presente do Reino. Mas a realidade do Reino não foi
manifesta em sua totalidade. Pessoas continuam ainda lutando com doenças e mesmo
aqueles que foram ressuscitados por Cristo morreram posteriormente. O Reino em
sua plenitude só se consumará na segunda vinda de nosso Senhor, quando teremos
a redenção do nosso corpo e nunca mais haverá morte (Ap 21.4).
SÍNTESE
DO TÓPICO (IV)
Um
dia Jesus vai redimir o nosso corpo e não estaremos mais sujeitos às
enfermidades e à morte.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A
ressurreição de Cristo mediante o Espírito é a garantia de que seremos
ressuscitados e transformados de tal maneira que nosso corpo ressuscitado será
imortal e incorruptível (1Co 15.42-44,47,48,50-54).
Nosso
corpo ressurreto será semelhante ao Seu (Fp 3.21). Embora Deus tenha criado a
humanidade à sua semelhança, e que a imagem divina no homem haja continuado a
existir depois da queda (Gn 9.6), somos informados que Adão ‘gerou um filho à
sua semelhança, conforme a sua imagem’ (Gn 5.3). Por isso, Paulo diz: ’Assim
como trouxemos a imagem do [homem] terreno, assim traremos também a imagem do
[homem] celestial‘ (1Co 14.49). Nosso novo corpo será tão diferente do atual
quanto a planta é diferente da semente (1Co 15.37).
O
corpo ressurreto do crente também é descrito como ‘espiritual’ em contraste com
o nosso corpo ‘natural’. Geralmente concorda-se que ‘espiritual’ (gr. pneumatikon) não significa
‘consistente em espírito’, pois esse corpo não é imaterial, etéreo ou sem
densidade. Os discípulos sabiam por sua própria experiência que o corpo
ressurreto de Cristo era real e palpável — não era fantasma, mas diferente,
ajustável tanto à terra quanto ao céu, e não limitado às atuais condições de
tempo e de espaço. Por isso, nosso corpo ressurreto é chamado ‘celestial’
(gr. epouranios).
Embora
o corpo presente seja terreno, natural, com as mesmas limitações que Adão tinha
depois da queda, o corpo ressurreto adotará qualidades e glórias sobrenaturais.
Embora ainda sejamos seres infinitos, totalmente dependentes de Deus, nosso
corpo será um instrumento perfeito para capacitar-nos a corresponder ao
Espírito Santo de maneiras novas e maravilhosas” (HORTON, Stanley M.
(Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª
Edição. RJ: CPAD, pp.615,616).
CONCLUSÃO
Ao
curar os doentes e dar vida aos mortos, o Senhor Jesus mostrou o seu poder
sobre o pecado e suas consequências. As pessoas que presenciavam o Filho do
Homem realizar sinais e maravilhas exclamavam admiradas: “Deus visitou o seu
povo” (Lc 7.16). Deus visitou um povo esquecido, sofredor, carente, oprimido e
sem esperanças! Sim, o Verbo havia se tornado carne para participar dos sofrimentos
humanos. Ele tem poder para curar as doenças físicas e espirituais da
humanidade (Lc 9.11).
PARA REFLETIR
Sobre
os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Qual
era a concepção do judaísmo sobre as doenças?
No
judaísmo havia a tendência de ligar a doença ao pecado e também à ira divina.
Sabemos que as enfermidades tiveram sua origem na Queda, porém não podemos
considerar que toda enfermidade é resultado do pecado ou fruto de ação
demoníaca.
De
acordo com a lição, por que Jesus curava os doentes?
Ele
curava movido pela compaixão.
A
cura do cego de Jericó revela outra razão para as curas. Qual seria?
A
revelação da natureza messiânica do Senhor.
Por
que nosso corpo continua vulnerável às doenças?
Porque
ainda não recebemos um corpo glorificado.
Você
crê que Jesus continua a curar os enfermos?
Resposta
pessoal. Jesus não mudou, Ele continua a curar os enfermos e a libertar os
oprimidos.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Poder
sobre as doenças e morte
Doença
e morte, geralmente, uma consequência da outra. O ministério de Jesus de
Nazaré, quase sempre, se deparou com essas duas realidades. Quantos doentes e
enfermos o nosso Senhor curou? Coxos, cegos, deficientes físicos, leprosos,
lunáticos, mãos mirradas etc. Quantas pessoas foram ressuscitadas? — o relato
mais famoso é a ressurreição de Lázaro, um amigo de Jesus. A compaixão era a
característica marcante de Jesus de Nazaré, e é hoje, pois Ele tinha a
capacidade de se colocar no lugar do doente ou da família que perdeu um ente
querido, para sentir a sua dor. Nosso Senhor sabia que diante do quadro da
doença ou da morte, o ser humano encontra-se frágil, sem chão e absolutamente
vulnerável para as consequências da vida. Quando Jesus curava alguém era sua compaixão
pelo sofrimento alheio que podia ser destacada, e não o desejo de ficar
conhecido na província da Galileia por causa do seu divino poder.
Jesus
venceu todas as doenças e venceu a morte, a maior inimiga do ser humano na
Cruz. Isto não significa que estejamos livres dessas realidades plenamente.
Não, não estamos! Ainda habitamos um corpo frágil, limitado e comum. O nosso
corpo não foi redimido nem revestido do corpo glorioso que nos espera um dia
(1Co 15). Entretanto, o que Jesus fez na Cruz do Calvário é suficiente para
sabermos que cremos num Jesus poderoso que tem compaixão por nós.
Num
tempo onde pessoas usam a fé alheia para tirarem vantagens, como prometer
bênçãos de curas em troca de dinheiro, fazer maquiagem do Evangelho para
autopromoverem-se, é urgente conclamarmos a Igreja do Senhor a olhar para o
Evangelho e tomar a decisão de seguir a Jesus até as últimas consequências. Com
isso não estamos prometendo cura, nem muito menos que se alguém morrer irá
ressuscitar. Queremos apenas frisar que essas obras gloriosas são uma
iniciativa de Deus, segundo a sua livre soberania e graça.
O
nosso Senhor continua a curar enfermidades e a ressuscitar mortos. Por isso a
Igreja do Senhor deve ser encorajada a orar sempre pelos enfermos. Tomarmos à
mão o azeite e ungir o enfermo. Sim, Deus pode curar a pessoa necessitada para
a sua honra e glória. É tempo de rogarmos a Deus em favor das pessoas que
precisam. Lembrando que Ele venceu a morte e pelas suas pisaduras fomos
sarados. Portanto, embora haja muita mentira e engano em relação a curas e
ressurreição dos mortos, não podemos perder de vista que o nosso Senhor cura e
ressuscita os mortos. Ele é Senhor e conhece todas as coisas.
SUBSIDIOS
Jesus
cura a sogra de Simão Pedro – Lc 4.38-39
38 – Deixando ele a
sinagoga, foi para a casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se enferma,
com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela.
39 –
Inclinando-se ele para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou; e logo se
levantou, passando a servi-los.
Depois do episódio ocorrido na
sinagoga, provavelmente ao final do culto, Jesus dirigiu-se à casa de Simão,
que posteriormente veio a ser o grande apóstolo Pedro. Segundo o presente
texto, esse discípulo, originário de Betsaida (Jo 1.44), morava em Cafarnaum.
Pedro era casado (cf. 1Co 9.5) e morava com a esposa e a sogra em uma casa. Marcos
relata que Jesus estava acompanhado de Simão, André, Tiago e João (Mc 1.29). A
sogra de Simão jazia acometida de forte febre. Pedro e sua esposa pediram ao
Senhor que se compadecesse dela.
Mateus informa que Jesus tocou
a enferma (Mt 8.15); Marcos relata que ele a tomou pela mão (Mc 1.31); de
acordo com Lucas, Jesus inclinou-se sobre ela. Conseqüentemente, o Senhor
chegou à cabeceira da cama e demandou em tom de comando que a febre cessasse. A
febre cedeu. A mulher convalescida levantou-se imediatamente e serviu Jesus e
seus acompanhantes. Esse dia tornou-se
um dia de festa para a casa de Simão. A família sentiu que não havia em
Cafarnaum nenhuma casa tão agraciada como a dela.
Aqui escreve Lucas, o médico.
Com febre muito alta – cada palavra é uma palavra médica. Os escritores médicos
gregos dividiam as febres em maiores (grandes) e menores. Lucas sabia justamente
como descrever esta enfermidade.
Há três grandes verdades neste
curto incidente:
(1) Jesus estava sempre
disposto a servir. Vinha da sinagoga. Todo pregador sabe como se sente depois
do serviço. Tem necessidade de descansar, suas forças o abandonam. A última
coisa que quer é uma multidão a seu redor e um novo chamado. Mas embora Jesus
deixou a sinagoga e entrou na casa de Pedro, chegou até ele o clamor insistente
da necessidade humana. Não alegou que estava cansado e devia repousar.
Respondeu sem queixar-se.
Jesus estava sempre preparado
para ajudar; seus seguidores devem fazer o mesmo.
(2) Jesus não precisava ter uma
multidão a seu redor para realizar um milagre. Mais de uma pessoa faria diante
de uma multidão um esforço que nunca faria em particular. Muitos se encontram
muito melhor em sociedade que em seus próprios lares.
Muitas vezes somos amáveis,
corteses e serviçais para com os estranhos e todo o contrário quando não nos
vêem nada mais que os nossos. Mas Jesus estava preparado para pôr em jogo todo
seu poder em uma casa aldeã do Cafarnaum, quando as multidões se foram.
(3) Quando a sogra de Pedro
sarou, levantou-se imediatamente e os servia. Deu-se conta de que tinha
recuperado sua saúde para utilizá-la no serviço a outros. Não queria carinhos
nem mimos; queria continuar cozinhando e servindo a sua família e a Jesus. As
mães são sempre assim. Faríamos bem em recordar que se Deus nos deu o dom sem
igual da saúde e a força, foi para que o utilizemos sempre no serviço de
outros.
Embora não pareça, à primeira
vista, a cura da sogra de Simão Pedro na verdade foi um tipo de exorcismo
também. No v. 39 Jesus repreendeu a febre. A palavra “repreender” é a mesma que
se usa com freqüência para significar a expulsão de demônios (como foi usada no
v. 35, acima). Não se pode declarar com certeza se Jesus entendeu que a febre
era
causada por um poder demoníaco,
ou se meramente o Senhor estava personificando a doença. (É muito improvável,
porém, que em Lucas 8:24 o Senhor tivasse em vista as forças demoníacas, quando
“repreendeu” a tempestade.) No entanto, fica bem claro que Jesus demonstrou seu
poder sobre as forças que oprimem e afligem a humanidade.
A ressuscitação do jovem de
Naim – Lc 7.11-17
Na seqüência da cura milagrosa
à distância Lucas relata em seu material exclusivo um episódio em que o Senhor,
com solícita misericórdia, ajuda uma viúva na miséria. O Senhor compadece-se
não apenas de uma pessoa cuja grande fé é admirável, mas também demonstra sua
comiseração quando o lamento na miséria fez desaparecer qualquer vestígio de
fé.
a) O encontro com um funeral –
Lc 7.11-12
11 – Em dia subseqüente,
dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e
numerosa multidão.
12 – Como se aproximasse da
porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande
multidão da cidade ia com ela.
O relato transporta-nos a uma
encantadora paisagem diante dos contrafortes do pequeno monte Hermon. Esta
paisagem é delimitada ao norte pelo monte Tabor e ao pelo Hermon. Nela
situava-se, a sudeste de Nazaré e nas cercanias de Endor, a pequena cidade de
Naim. Naim ficava 50 km a sudoeste de Cafarnaum. Talvez fosse necessária uma
caminhada de dois dias para chegar de Cafarnaum até Naim. O nome dessa
localidade significa “a encantadora” ou, segundo o Talmude, “a agradável”. Na
ribanceira diante do portão oriental da cidade ressaltam penhascos, que eram
usados como sepulturas. Jesus aproximava-se da cidadezinha pela estrada de
Daberate (K. E. Wilcken traz um interessantíssimo relato sobre “Naim hoje”).
No momento certo, Jesus chega,
acompanhado dos discípulos e de uma grande multidão, às proximidades do portão
da cidade de Naim. O que acontece diante deste portão pode ser designado como
uma prova perfeita da providência e condução divinas particularmente
consoladoras. O Pai no céu determinou que muitas testemunhas presenciassem esse
milagre da ressuscitação de um morto.
O fato de que o funeral se
dirigia para fora da cidade não era um acontecimento fortuito, mas devia-se à
circunstância de que os judeus não permitiam o sepultamento de seus mortos
dentro da cidade (entre os vivos) - somente podiam ser enterrados fora dos
muros de suas localidades.
O Senhor teve de caminhar
cinqüenta quilômetros de Cafarnaum até Naim – como sempre, por uma estrada
quente, poeirenta, sujeitando-se a sede e insolação torturantes – a fim de,
aqui em Naim, devolver o único filho, falecido, a uma viúva enlutada e
desesperada.
Os três elementos desse v. 12
descrevem uma tríplice aflição, que se intensifica a cada elemento e provoca
uma compaixão cada vez maior.
1) Um jovem havia falecido. De
acordo com o AT, ser ceifado na metade dos dias na terra representava um juízo
(Sl 55.23; 102.25).
2) A morte do único filho é um
juízo particularmente duro de Deus e por isso é motivo de luto extraordinário.
Em 1Rs 17.18 a viúva de Sarepta, na Fenícia, diz ao profeta Elias, quando seu
único filho havia morrido: “Ó homem de Deus… Vieste a mim para trazeres à
memória a minha iniqüidade e matares o meu filho!”
Em vista disso, a amargura por
causa da dor pelo único filho era até mesmo proverbial em Israel.
3) A mãe enlutada era viúva. Do
AT depreende-se que a condição de viúva era muito dura em Israel. Em numerosas
passagens bíblicas é dito que uma viúva depende da compaixão, porque está sem
arrimo e ajuda. De acordo com a opinião judaica, um castigo de Deus era
especialmente duro quando transformava mulheres em viúvas. Por isso aqui o
lamento é duas vezes maior (Rt 1.20s; 1Tm 5.5; Jó 24.3).
b) O milagre da
ressuscitação do morto – Lc 7.13-15
13 – Vendo-a, o Senhor se
compadeceu dela e lhe disse: Não chores!
14 – Chegando-se, tocou o
esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!
15 – Sentou-se o que
estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe.
Diante da porta da cidade de
Naim, duas caravanas completamente diferentes se encontraram: uma era movida
pela morte, o rei dos terrores (Jó 18.14), a outra era conduzida pelo príncipe
da vida, por Jesus, o Cristo. Segundo o costume oriental, as mulheres
carpideiras e os tocadores de flauta e címbalos iam à frente do funeral. A
viúva enlutada caminhava “na frente” do andor mortuário, e não atrás como nós
costumamos fazer. O andor, carregado nos ombros por quarto homens, era uma
tábua sem tampa, sobre a qual jazia o morto, enrolado em um pano de linho. Só
seu rosto não estava coberto. Por último, o andor era seguido pelos amigos e
conhecidos.
“Quando o Senhor viu a viúva e
mãe enlutada, teve compaixão dela.” Com profunda consternação Jesus proferiu a
carinhosa palavra: “Não chores!” Ele, que ouviu o choro aflito da mãe que se
tornara solitária, inclina-se para consolar a mulher profundamente abatida. É
uma palavra suave e delicada, forte e promissora, muito singela, aquela que
ouvimos dos lábios do Redentor. Suas duas palavras não são o consolo vão de um
ser humano (Jó 16.2). Suas palavras simples manifestam o mais intenso poder do
consolo divino. Aquilo que ele declara à viúva, afundada em sua aflição, é um
testemunho de seu amor compassivo para com todos os que choram. Representa um
vigoroso prenúncio do grande e pleno “Não chores!” do vitorioso Leão da tribo
de Judá (Ap 5.5; 21.4).
Essa única e singela palavra
foi suficiente. Ele aproximou-se calado. Calmamente tocou o andor mortuário. Os
carregadores, que segundo o costume caminhavam com passo rápido, pararam.
Com tensa expectativa a
multidão calada observa o Senhor. A palavra de sua misericordiosa compaixão é
sucedida pela soberana ação de socorro. Não se diz que ele tenha tocado o morto
com a mão. O Senhor sobre vida e morte tocou somente o andor. O Senhor tampouco
invocou a Deus, como fez Elias no passado (1Rs 17.21), mas exerceu apenas um
simples comando em autoridade própria. Jesus profere sua segunda palavra
onipotente, que soa semelhante às palavras de ressuscitação da filhinha de
Jairo e na sepultura de Lázaro. É ela: “Jovem, eu te digo: levanta-te!” Essa
exclamação majestosa penetrou até o mundo dos mortos. O falecido recebera a
palavra do Senhor. A palavra da vida, saída dos lábios do Príncipe da vida,
gerou força vital no falecido. O morto aprumou-se. Não havia necessidade de
auxílio de terceiros, de uma mão, para erguê-lo. O morto levantou-se sozinho e
começou a falar. Vivia novamente como se jamais tivesse morrido. O Cristo (o
Ungido), o Messias, acordou alguém da maca mortuária com a mesma rapidez e
facilidade com que outra pessoa tenta
despertar alguém do sono. De que modo maravilhoso o Cristo demonstra a
diferença entre ele e seus criados e servos!
Não deixemos de ler o relato em
que Elias ressuscita um morto, em 1Rs 17.19-22, comparando-a com as três
ressureições operadas pelo Senhor! Que imensa diferença! A frase: E ele o
restituiu à sua mãe contém uma reminiscência das duas ressurreições de
mortos no AT (1Rs 17.23; 2Rs 4.36).
c) O efeito do milagre – Lc 7.16
16 – Todos ficaram possuídos
de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós;
e: Deus visitou o seu povo.
O retorno à vida do filho único
da viúva pela palavra onipotente de Jesus causou um efeito alvoroçador em todas
as testemunhas oculares.
Por meio da ressuscitação deste
morto Jesus revelou-se como o Messias esperado pelo povo. Suas testemunhas
oculares agora viam nele o “grande profeta” que Deus havia suscitado em seu
meio (cf. Dt 18.15,18).
Segundo o testemunho de uma
série de passagens do NT (Mt 21.11,46; Mc 6.15; Lc 13.33; 24.19; Jo 1.21,45;
6.14; 4.25; 5.45-47; At 3.22s; 7.37), a profecia de Moisés acerca do grande
profeta se cumpriu em Jesus de Nazaré, o Cristo.
A certeza de que o Messias
esperado, o Cristo, chegara em Jesus é sublinhada ainda por meio da afirmação
de que Deus teria visitado ou inspecionado seu povo. Esse período de visitação
refere-se à irrupção da era messiânica (cf. Lc 1.68,70). Começou o ano da graça
do Senhor (Lc 4.19).
3. A divulgação da notícia
de seus feitos – Lc 7.17
17 – Esta notícia a respeito
dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
Essa fala, ou essa notícia de
Jesus, o Cristo (Messias), espalhou-se por toda a Judéia.
A observação da ampla
divulgação do ato miraculoso de Jesus é praticamente uma transição para o
episódio subseqüente a respeito de João Batista. O precursor do Senhor também
havia recebido a notícia da atuação do grande profeta e da misericordiosa
visitação de Deus.
LUCAS 5.24 O FILHO DO HOMEM. O Filho do Homem é
a expressão predileta usada por Jesus ao referir-se a si mesmo. Dn 7.13 parece
ser o antecedente no uso que Jesus fez da expressão. Daniel empregou o título,
para descrever uma pessoa que viu numa visão; alguém como um filho de homem ,
vindo nas nuvens do céu, e que recebe um domínio eterno (ver Dn 7.13). Com este
título, Jesus declara a verdade que Ele é o Messias prometido e enviado por
Deus. Jesus emprega o termo:
(1) como substituto do termo eu (Mt 11.19);
(2) quando faz declarações importantes (Mt 20.28; Mc 10.45);
(3) quando prediz sua própria morte na cruz (Mt 17.22; Mc
8.31; Lc 9.44);
(4) quando fala a
respeito da sua ressurreição (Mt 17.9);
(5) quando se refere à sua volta em glória à terra (Mt
24.27; Mc 13.26; 14.62); e
(6) quando fala da sua atuação no juízo futuro (Mt 13.41).
LUCAS 5.19 TRANSPORTARAM. UM HOMEM ...
PARALÍTICO. Os amigos do paralítico tinham uma grande fé em Jesus para realizar
a cura, pois estavam resolutos a levá-lo a Jesus. Nós também devemos ter fé em
Cristo, ante as necessidades dos nossos conhecidos. Devemos também aproveitar
todas as oportunidades para trazê-los a Jesus. O Espírito de Deus proporcionará
essas oportunidades, se realmente desejamos levar outras pessoas a Cristo.
LUCAS 10.19 SERPENTES
E ESCORPIÕES. São termos indicativos das mais perigosas forças espirituais
do mal. O crente tem domínio sobre os espíritos malignos, pois Cristo nos deu
seu poder e autoridade sobre Satanás.
LUCAS 17.21 O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE VÓS.
Jesus ensina que a natureza atual do reino de Deus é espiritual, e não
material, nem política. O Reino de Deus não vem com aparência exterior (v. 20),
i.e., não vem como poder político terrestre. Pelo contrário, está dentro dos
corações dos crentes, no meio deles, e consiste em justiça, e paz, e alegria no
Espírito Santo (Rm 14.17). Ele se manifesta, ao vencermos, pelo poder do
Espírito Santo, o poder do pecado, da enfermidade e de Satanás, e não pela
conquista de reis e nações. Quando Jesus vier novamente a este mundo, o reino
será visto com todo o seu poder e glória (v.24; cf. Mt 24.30), quando ele
triunfar sobre reis e nações (Ap 11.15-18; 19.11-21).
EXODO 15.26 EU SOU O SENHOR, QUE TE SARA. Se os
israelitas, zelosamente, obedecessem ao Senhor e o seguissem, Ele não
permitiria que nenhuma das enfermidades ou pragas que Ele lançou sobre os
egípcios os afligissem. Essa promessa revela que o desejo primordial de Deus é
curar o seu povo, e não infligir-lhe doenças e enfermidades (23.25; Dt 7.15; Sl
103.3; 107.20; Ez 18.23,32; 33.11). Quanto à promessa de cura divina segundo o
novo concerto.
ISAIAS 53.4 ELE TOMOU SOBRE SI AS NOSSAS ENFERMIDADES.
O NT cita este versículo em Mt 8.17, com referência ao ministério de Jesus, na
cura dos enfermos tanto física, como espiritualmente. O Messias sofreria o
castigo que nos era devido, para nos livrar das nossas enfermidades e doenças,
e não somente dos nossos pecados. É, portanto, bíblico orarmos pela cura física.
Assim como Ele levou sobre si os nossos pecados, Ele também levou a doença e a
aflição que nos atinge (ver as duas notas seguintes).
ISAIAS 53.5 FERIDO PELAS NOSSAS TRANSGRESSÕES.
Cristo foi crucificado por nossos pecados e nossas culpas diante de Deus (cf.
Sl 22.16; Zc 12.10; Jo 19.34; 1 Co 15.3). Como nosso substituto, Ele sofreu o
castigo que merecíamos, e pagou a penalidade dos nossos pecados a penalidade da
morte (Rm 6.23). Por isso, podemos ser perdoados por Deus e ter paz com Ele
(cf. Rm 5.1).
ISAIAS 53.5 PELAS SUAS PISADURAS FOMOS SARADOS.
Esta cura refere-se à salvação, com todas as suas bênçãos, espirituais e
materiais. A doença e a enfermidade são conseqüências da queda adâmica e da
atividade de Satanás no mundo. Para isto o Filho de Deus se manifestou; para
desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8). Cristo concedeu os dons de cura à sua
igreja (1 Co 12.9) e ordenou a seus seguidores curar os enfermos, como parte da
sua proclamação do Reino de Deus (Lc 9.1,2; 10.1.8,9,19).
A CURA DIVINA
Mt 8.16,17 “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos
endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou a
todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo
profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as
nossas doenças.”
A PROVISÃO REDENTORA DE DEUS.
(1) O problema das
enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da
morte, i.e., às consequências da queda. Enquanto a ciência médica considera as
causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos,
a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou
fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que
afetou a constituição física e espiritual do homem (e.g., Jo 5.5,14), e (b)
Satanás (e.g., At 10.38; cf. Mc 9.17, 20.25; Lc 13.11; At 19.11,12).
(2) A provisão de Deus através da redenção é tão abrangente
quanto as conseqüências da queda. Para o pecado, Deus provê o perdão; para a
morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade,
Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15). Daí, durante
a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra
de Deus, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as bênçãos do reino
de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o
povo (4.23,24).
A REVELACÃO DA VONTADE DE DEUS SOBRE A CURA. A vontade de
Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras principais nas
Escrituras.
(1) A declaração do próprio Deus. Em Êx 15.26 Deus prometeu
saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus
mandamentos (ver Êx 15.26, nota). Sua declaração abrange dois aspectos:
(a) “Nenhuma das enfermidade porei sobre ti [como
julgamento], que pus sobre o Egito”; e
(b) “Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus
continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que
os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra
(cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).
(2) O ministério de Jesus. Jesus, como o Filho encarnado de
Deus, era a exata manifestação da natureza e do caráter de Deus (Hb 1.3; cf. Cl
1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno (4.23,24; 8.14-16; 9.35; 15.28; Mc
1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de Deus na prática (Jo
6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de
Deus curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.
(3) A provisão da expiação de Cristo. (Is 53.4,5; Mt
8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e
suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e
corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes
gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o
perdão e a cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus
para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16). O crente deve
prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de
Cristo, inclusive a cura do corpo.
(4) O ministério contínuo da igreja. Jesus comissionou seus
doze discípulos para curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino
de Deus (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para
fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia de Pentecoste o
ministério de cura divina que Jesus iniciara teve prosseguimento através da
igreja primitiva como parte da sua pregação do evangelho (At 3.1-10; 4.30;
5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18; 1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O
NT registra três maneiras como o poder de Deus e a fé se manifestam através da
igreja para curar:
(a) a imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17);
(b) a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do
enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e
(c) os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co
12.9). Note que são os presbíteros da igreja que devem cuidar desta “oração da
fé”.
IMPEDIMENTOS À CURA. Às vezes há, na própria pessoa,
impedimentos à cura divina, como:
(1) pecado não confessado (Tg 5.16);
(2) opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13);
(3) medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7);
(4) insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26;
Jo 5.5-7);
(5) o povo (Mc 10.48);
(6) ensino antibíblico (Mc 3.1-5; 7.13);
(7) negligência dos presbíteros no que concerne à oração da
fé (Mc 11.22-24; Tg 5.14-16); (8) descuido da igreja em buscar e receber os
dons de operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30;
6.8; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31; Hb 2.3,4);
(9) incredulidade (Mc
6.3-6; 9.19, 23,24); e
(10) irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co
11.29,30). Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da
doença física em crentes dedicados (e.g., Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20).
Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma
enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).
O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO EM BUSCA DA CURA DIVINA. O que
deve fazer
o crente quando ora pela cura divina para si?
(1) Ter a certeza de que está em plena comunhão com Deus e
com o próximo (6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16; ver Jo 15.7 nota).
(2) Buscar a presença de Jesus na sua vida, pois é Ele quem
comunica ao coração do crente a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9;
Fp 2.13; ver Mt 17.20, nota sobre a fé verdadeira).
(3) Encher sua mente e coração da Palavra de Deus (Jo 15.7;
Rm 10.17).
(4) Se a cura não ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo
15.1-7), examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer
efetuar na sua pessoa.
(5) Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos
familiares e amigos (Tg 5.14-16).
(6) Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e
aprovado ministério de cura divina (cf. At 5.15,16; 8.5-7).
(7) Ficar na expectativa de um milagre, i. e., confiar no
poder de Cristo (7.8; 19.26).
(8) Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo
tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13).
(9) Saber que a demora de Deus em atender as orações não é
uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus tem em mente um propósito
maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória (cf. Jo 9.13; 11.4,
14,15, 45; 2Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm 8.28).
(10) Reconhecer que, tratando-se de um crente dedicado, Deus
nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na
palma das suas mãos (Is 49.15,16).
Nota: A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos
médicos (9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).
SUBSIDIOS ELABORADO PELO EVANGELISTA:
NATALINO ALVES DOS ANJOS
PROFESSOR NA E.B.D. e PESQUISADOR.
FONTE DE PESQUISA:
Comentário biblico Esperança
Novo Comentário Biblico Contemporaneo
Comentário Biblico Willian Barclay
Bíblia de Estudo Pentecostal
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Comentário biblico Esperança
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