Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
4º Trimestre de
2014
Título: Integridade
Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai
Cabral
Lição 10: As Setenta
Semanas
Data: 07 de
Dezembro de 2014
TEXTO ÁUREO
“Setenta semanas
estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir
a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a
justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn
9.24).
VERDADE PRÁTICA
Deus revela os seus
mistérios a quem reconhece a sua soberania e submete-se a sua vontade em amor e
contrição.
HINOS SUGERIDOS
105,
483, 231.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 21.18-22 O
ensino de Jesus sobre a fé
Terça - Pv 15.29; Sl 141.2 Deus está
pronto a ouvir
Quarta - Pv 11.2; 29.23 Humildade e
sabedoria
Quinta - Dt 9.18-29 Uma vida de
oração
Sexta - Mt 13.1-2 Deus
revelou os mistérios do Reino
Sábado - Dn 9.1-10 Daniel, um
homem de oração
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Daniel 9.20-27.
20 - Estando eu ainda falando, e orando, e
confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha
súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21 - estando eu, digo, ainda falando na oração,
o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando
rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde.
22 - E me instruiu, e falou comigo, e disse:
Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido.
23 - No princípio das tuas súplicas, saiu a
ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido
na palavra e entende a visão.
24 - Setenta semanas estão determinadas sobre o
teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim
aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão
e a profecia, e ungir o Santo dos santos.
25 - Sabe e entende: desde a saída da ordem
para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete
semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão,
mas em tempos angustiosos.
26 - E, depois das sessenta e duas semanas,
será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir,
destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao
fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
27 - E ele firmará um concerto com muitos por
uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de
manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à
consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, na lição de hoje estudaremos as setenta semanas do livro de Daniel.
Este é um assunto que deve ser estudado com muita dedicação. Depois de estudar
com zelo as profecias do profeta Jeremias, Daniel compreendeu o futuro do seu
povo. A profecia de Daniel começou a se cumprir a partir do decreto da
restauração de Israel por ordem do rei Artaxerxes (Ne 2.1-8). Porém, a profecia
ainda não se cumpriu na íntegra, pois a septuagésima semana de Daniel foi
interrompida pelo Todo-Poderoso. A Igreja de Cristo não verá o cumprimento
total desta profecia, pois antes que a septuagésima semana se cumpra ela já
terá sido arrebatada.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
· Conhecer que
Daniel compreendeu o futuro de Israel após estudar as profecias de Jeremias.
· Compreender as
setenta semanas profetizadas no livro de Daniel.
· Saber os
propósitos da septuagésima semana.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para introduzir o
segundo tópico da lição desta semana reproduza o esquema abaixo conforme as
suas possibilidades. Com o auxílio do esquema, explique que a profecia de
Daniel começou a se cumprir a partir do decreto da restauração de Israel por
ordem de Artaxerxes (Ne 2.1-8), em 444 a.C. Em seguida, diga aos alunos que
essa profecia não foi cumprida cabalmente, pois a septuagésima semana de Daniel
foi interrompida por Deus. Então deu-se o advento da Igreja. Afirme que a
Igreja deve primeiramente ser arrebatada, para em seguida, a profecia sobre a
septuagésima semana cumprir-se literal e plenamente.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Soberania: Qualidade ou condição de soberano;
superioridade derivada de autoridade, domínio, poder.
Diferentemente dos
capítulos anteriores, o nono capítulo de Daniel não descreve o futuro dos
impérios mundiais, mas o de Israel. Nesta lição, estudaremos a pesquisa de
Daniel quanto à profecia de Jeremias: as setenta semanas, um período de 490
anos para o povo judeu. Este período compreende o fim do tempo da escravidão e
do exílio dos israelitas em terras estranhas. A partir de uma circunstância
histórica, Deus revelou a Daniel uma verdade futura acerca do seu povo. Pelo
período de setenta anos, Israel veria a soberania de Deus intervindo em seu
futuro. E após uma visão estarrecedora dos capítulos 7 e 8, referente ao tempo
vindouro, em que “um rei feroz” prefigurava o futuro Anticristo, o profeta
enfraqueceu-se física e emocionalmente, restando-lhe tão somente orar e buscar
o socorro de Deus.
I. DANIEL INTERCEDE A DEUS PELO SEU POVO (Dn 9.3-19)
1.
O tempo da profecia de Jeremias (vv.1,2). Daniel,
agora um ancião, ainda exercia suas atividades políticas sob domínio de Dario.
O profeta esquadrinhou a mensagem do livro de Jeremias. E descobriu que a
profecia de Jeremias determinava um tempo de setenta anos de cativeiro para os
judeus. Logo este tempo marcado pelo sofrimento chegaria ao fim. Ao compreender
a mensagem, o profeta Daniel orou a Deus, pedindo-lhe o cumprimento da promessa
ao seu povo e que, por fim, Ele restaurasse o reino a Israel.
2.
A confissão dos pecados de um povo (vv.3-11,20). A oração de Daniel demonstrou uma atitude
confessional e de reconhecimento da culpa. Ele não apenas informou a
culpabilidade do seu povo, mas a sua própria também: “pecamos, e cometemos
iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus
mandamentos e dos teus juízos” (v.5). A despeito da sua integridade, Daniel não
foi presunçoso diante da justiça de Deus, pois ele colocou-se debaixo da mesma
culpa do povo e suplicou o perdão a Deus.
3.
Daniel reconheceu a justiça de Deus (vv.7,16). A princípio, como um ser humano imerso no
sofrimento, Daniel não compreendeu a manifestação da justiça de Deus contra o
seu povo, mas ao mesmo tempo ele estava convicto acerca da perfeição da justiça
divina.
Não podemos,
entretanto, confundir o juízo de Deus com os acertos de contas humanos. A
justiça divina não é justiça humana.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As
guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e carnais
que carregamos em nosso interior.
II. DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO (Dn 9.24-27)
1.
As setenta semanas (v.24). Daniel
confirmara que Jeremias profetizou os setenta anos do exílio de Israel (Jr
25.11-13; 2Cr 36.21). Por isso, na Bíblia, o número setenta ganhou um sentido
profético. Assim, cada dia da semana pode significar um ano; cada semana, um
período de sete anos. Então, as setenta semanas compreendem o período de 490
anos, setenta multiplicado por sete. Mas quando se deu o início do cumprimento
das setenta semanas? Para respondermos a esta pergunta, temos de explicar
primeiramente a expressão “setenta semanas”:
a)
Explicação. O versículo 24 afirma que Deus
determinou as setenta semanas. O bloco que forma os versículos 24-27 é
profeticamente dividido em três grupos: 1) sete semanas (49 anos); 2) sessenta
e duas semanas (434 anos); 3) uma semana (7 anos). Estes somam as setenta
semanas:
b)
O primeiro grupo (1). O início desta profecia deu-se
com o decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais estudiosos do
assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes Longímano, baixado em
445 a.C. (cf. Ne 2).
c)
O segundo grupo (2). É o período do advento do
Messias, Jesus de Nazaré (vv.25,26). Neste tempo o Senhor foi morto e mais
tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do
exército romano, Tito, em 70 d.C.
d)
O terceiro (3). Esta semana ainda não aconteceu
(v.27). Compare o versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como se trata
de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana refere-se, então,
ao período que implicará o advento do Anticristo e o início do tempo de
tribulação para Israel.
2.
Os três príncipes são mencionados na profecia (vv.25,26). O primeiro príncipe é o Messias (v.25). O
segundo apareceu posteriormente e destruiu a cidade de Jerusalém e o santuário
em 70 d.C., trata-se do general Tito (v.26). E o terceiro príncipe surgirá no
futuro, na última semana profetizada por Daniel (v. 27). Este príncipe não é o
Messias “tirado” (9.26), mas certamente um personagem mais poderoso que Antíoco
Epifânio e o general Tito. Trata-se, portanto, do Anticristo (2Ts 2.3-9; 1Jo
2.18).
3.
O intervalo que precede a septuagésima semana (v.27). O estudo das Escrituras demonstra um longo
intervalo de tempo que precede a septuagésima semana. A Bíblia identifica este
intervalo profético como “o tempo dos gentios”. A comunhão espiritual entre
judeus e gentios, mediante a salvação em Cristo, formou um novo povo para Deus:
a Igreja (Ef 2.12-16; 1Pe 2.9,10). Atualmente, estamos no tempo da graça de
Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18,19).
Após o tempo
gentílico virá a última semana que, identificada pelas profecias bíblicas,
significa um tempo de Grande Tribulação. É neste tempo que o “assolador”, isto
é, o “anticristo” ou “o homem do pecado” ou “o homem da perdição”, virá sobre a
asa das abominações (v.27).
Os sinais que
precedem a revelação dessa figura abominável estão ocorrendo por toda parte.
Todavia, a Igreja de Cristo não mais estará neste mundo, pois a noiva do Senhor
será arrebatada antes do tempo da tribulação (1Co 15.51,52).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Na
Bíblia, o número setenta ganhou sentido profético, pois a partir desta visão
profética Deus revelou o futuro do seu povo a Daniel.
III. OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27)
1.
Revelar o “homem do pecado” (2Ts 2.3). De
acordo com as profecias, nem Antíoco Epifânio nem o general Tito foram objetos
das predições do versículo 27 de Daniel. A passagem bíblica começa com o
pronome “ele”, também identificado como “o rei de cara feroz”; “o chifre
pequeno”; “o animal terrível e espantoso”. Mas quem será o personagem do livro
de Daniel? Em o Novo Testamento, ele é identificado como “o anticristo” (1Jo
2.18; 4.3) e “a besta que saiu do mar” (Ap 13.1). Apesar de apresentada numa
linguagem simbólica, a personagem é literal. Trata-se de um líder mundial
poderoso que chamará a atenção das nações pela sua diplomacia, astúcia e
inteligência política.
2.
A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). O
Anticristo “fará uma aliança com muitos por uma semana” (v.27). Note a
expressão “com muitos”! Esta quer dizer que o Anticristo fará uma aliança com
Israel, mas de início esta aliança não será unânime entre os judeus. Contudo, o
Anticristo terá influência suficiente para impor a sua liderança política e,
por fim, alcançar o sucesso e sua completa aceitação entre os judeus.
A força política do
Anticristo será reconhecida nos três primeiros anos e meio, isto é, na primeira
metade da última semana, quando a marca desse tempo será um período de falsa
paz e harmonia. Em seguida, surgirá um tempo de sofrimento e tamanha aflição em
todo o mundo. Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse tempo, a
segunda fase da Grande Tribulação. Entretanto, e antes de tudo isso ocorrer, a
Igreja será arrebatada e estará para sempre com Cristo na glória.
3.
Revelar a vitória gloriosa do Messias. Jesus
Cristo, o Messias prometido, será revelado quando da sua segunda vinda visível
sobre o Monte das Oliveiras (Zc 9.9,10). O Rei aniquilará por completo o
poderio do Anticristo, do falso profeta e do próprio Diabo (Ap 19.19-21) e
estabelecerá um reino de paz e harmonia no mundo todo. Esta é uma mensagem de
esperança para o nosso coração. Não tenhamos medo, creiamos tão somente! Breve
Jesus voltará! Alegremo-nos nesta esperança!
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os
propósitos da septuagésima semana são revelar ao povo de Deus o “homem do
pecado”, “a Grande Tribulação” e o tempo da vitória gloriosa do Messias.
CONCLUSÃO
Vivemos um tempo de
incredulidade. Muitos se dizem teólogos, mas negam e desprestigiam as profecias
bíblicas. Eles preferem as alegorias ao invés de se debruçarem sobre as
Escrituras e estudá-las com fé, graça e humildade. Entretanto, a Igreja não
pode rejeitar as verdades futuras de nosso Senhor. Portanto, corramos e
prossigamos em conhecê-lo mais, sabendo que um dia tudo será desvendado aos
nossos olhos.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.) Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
ZUCK, Roy B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2009.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
ZUCK, Roy B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2009.
EXERCÍCIOS
1. Em
relação à profecia de Jeremias, o que Daniel descobriu?
R. Ele descobriu que a profecia de Jeremias determinava um tempo de setenta
anos de cativeiro para os judeus. Logo este tempo marcado pelo sofrimento
chegaria ao fim.
2. O
que a oração intercessória de Daniel demonstrou?
R. A oração de Daniel demonstrou uma atitude confessional e de
reconhecimento da culpa.
3. Como
está dividido o bloco dos versículos 24-27?
R. O bloco que forma os versículos 24-27 é profeticamente dividido em três
grupos: 1) sete semanas (49 anos); 2) sessenta e duas semanas (434 anos); 3)
uma semana (7 anos).
4. Como
é identificado o intervalo da “septuagésima semana”?
R. Esta última semana refere-se ao período que implicará o advento do
Anticristo e o início do tempo de tribulação para Israel.
5. Mencione
os propósitos da septuagésima semana.
R. Revelar ao povo de Deus o “homem do pecado”, “a Grande Tribulação” e o
tempo da vitória gloriosa do Messias.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“O
CONTEXTO DA PROFECIA
Daniel entendeu, a
partir das profecias de Jeremias, que o exílio na Babilônia duraria setenta
anos (Dn 9.2; Jr 25.11; 29.10). Ele reconheceu que a restauração dependia do
arrependimento nacional (Jr 29.10-14), de modo que Daniel intercedeu
pessoalmente por Israel com penitência e petições. Ele orou especificamente
pela restauração de Jerusalém e do Templo (Dn 9.3-19). Aparentemente, Daniel
esperava o cumprimento imediato e completo da restauração de Israel com a
conclusão do cativeiro dos setenta anos. No entanto, a resposta que lhe foi
entregue pelo arcanjo Gabriel (a profecia dos setenta anos) revelou que a
restauração de Israel seria progressiva e se cumpriria definitivamente somente
no tempo do fim” (LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.)Enciclopédia Popular de Profecia
Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.429).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
As
Setenta Semanas
O capítulo nove de
Daniel é um dos mais controvertidos e especulados da Bíblia. Quantas datas
foram marcadas para a vinda de Jesus a partir desse capítulo? Quantas pessoas
pensaram que o Anticristo foi o Hitler? Ou o Papa? Tudo a partir da leitura
desse capítulo.
O que se tem no
capítulo nove é a terceira visão dos mistérios proféticos a respeito do tempo
do fim onde de forma direta e através do anjo Gabriel o profeta Daniel recebeu
de Deus tais informações. Duas divisões naturais aparecem neste capítulo: a
oração de Daniel (vv.3-19) e a resposta divina transmitida pelo anjo Gabriel
(vv.20-27).
A respeito da
oração de Daniel é importante que o professor considere algumas questões
importantes:
1. A oração de Daniel foi motivada por uma
reflexão acerca das profecias de Jeremias. O povo judeu passaria setenta anos
cativo e desolado (v.2);
2. Enquanto empenhava-se por entender a mensagem
do profeta Jeremias, Daniel humilhou-se na presença de Deus e jejuou (v.3);
3. Daniel suplica ao Senhor confessando o pecado
do povo e colocando-se, juntamente com o povo cativo, responsável por aquele
pecado (vv.4-14);
4. Suplicou também pela misericórdia divina
lembrando esta mesma misericórdia quando o Senhor livrou o Seu povo do Egito e,
igualmente, usou de justiça para castigar o pecado de Jerusalém (vv.15,16).
5. Por fim, Daniel pede a Deus para libertar a
cidade santa, Jerusalém, e a nação cujo Deus é o Senhor (vv.17-19);
6. O anjo Gabriel responde a Daniel após o
processo de busca por resposta divina. É interessante destacar que é a primeira
vez que um anjo aparece se locomovendo no Antigo Testamento. Antes, outros
anjos apenas apareciam.
O capítulo pelo
qual estamos estudando revela a disposição e a motivação de Daniel em buscar os
desígnios de Deus. Embora não seja, neste espaço, a nossa intenção criar uma
espécie de receita de bolo para buscarmos a Deus, pois entendemos que as
experiências espirituais são de caráter subjetivo, cada pessoa tem a sua
experiência com o Pai, mas é impossível não observarmos algumas características
que chama-nos atenção na atitude de Daniel: a sua sede de conhecer a vontade de
Deus, a humildade; a sinceridade; a disposição em orar e jejuar. Que a atitude
de Daniel estimule-nos a buscarmos a vontade de Deus para a nossa vida!
SUBSIDIOS
As Setenta Semanas
“As revelações de
Deus são dadas apenas a quem reconhece a soberania de Deus e a Ele se submete
em oração - Dn 9.1-27.
capítulo 9 é, indiscutivelmente, a profecia mais importante do
livro de Daniel. Neste capítulo a profecia ganha um sentido histórico especial
e ao mesmo tempo escatológico, tanto em relação a Israel, quanto em relação ao
mundo. Diferentemente dos capítulos anteriores, esta revelação não se preocupa
com os poderes mundiais, mas trata de uma revelação especial sobre o futuro de
Israel que afeta, indiscutivelmente, todo o mundo. Nos capítulos anteriores,
tais como os capítulos 2,4, 7 e 8, se percebe que Deus utilizou figuras
diferentes do mundo mineral (metais), bem como, figuras do mundo animal para
ilustrar os acontecimentos futuros do mundo. Na realidade, Deus usa elementos
neutros como os metais (ouro, prata, cobre, ferro e barro), e elementos do
mundo animal, para tratar de aspectos políticos, morais e espirituais. Todos
esses capítulos tem uma relação especial com Israel que é o alvo da profecia.
No capítulo 9, Deus revela a Daniel fatos futuros do povo de
Israel utilizando número de semanas, dias e anos. Esses números ganham uma
linguagem especial na sua interpretação em relação ao povo de Israel. Daniel,
ao rever o livro do profeta Jeremias descobriu uma profecia literal que estava
chegando ao seu cumprimento. O período de 70 anos predito para um tempo de
escravidão e exílio do povo judeu em terras estrangeiras estava chegando ao
fim. Porém, Deus toma esta
circunstância histórica para revelar outra verdade futura acerca do seu povo.
Seria outro período de 70 semanas de anos totalizando 490 anos literais, sob o
qual Israel experimentaria a força da soberania de Deus sobre Israel que
afetaria o mundo inteiro. Depois da visão estarrecedora dos capítulos 7 e 8,
quando Daniel visualiza espiritualmente o futuro com “um rei feroz de
semblante” que prefigura numa perspectiva escatológica o futuro Anticristo, ou
seja, “o homem do pecado”, Daniel enfraqueceu física e emocionalmente e lhe
restou, tão somente, orar e buscar o socorro de Deus.
I - DANIEL ORA A DEUS
PELO SEU POVO
Daniel examina o
tempo da profecia de Jeremias (9.1 -4)
“No ano primeiro de Dario,filho deAssuero, da nação dos
medos” (9.1). Em 539 a. C., Daniel já tinha mais de 80 anos de idade. Era um
ancião respeitado por mais de 60 anos em reinos anteriores, mas ainda exercia
atividades políticas sob o domínio de Dario. Dario era filho de Assue- ro, rei
conhecido pelo nome que não pode ser confundido com o rei Assuero da história
de Ester (Et 1.1). Entretanto, o rei Dario de Dn 5.31; 6.1 e 9.1 é a mesma
pessoa, a quem Ciro da Pérsia o designou para ser o rei da Babilônia. E
interessante notar que o rei Dario de 9.1 é o que veio a ser rei sobre o reino
dos caldeus (Babilônia).
(9.2) Daniel entende que o número de anos da profecia de
Jeremias havia chegado. Ele disse: “entendi pelos livros que o número de anos,
de quefalou o Senhor ao profeta feremias”. Consultando a profecia, Daniel
descobre o que Deus disse ao profeta Jeremias: “quando se cumprirem os setenta
anos, castigarei a iniquidade do rei da Babilônia”(]v 25.11,12). Uma vez que a
punição já havia acontecido contra a Babilônia, Daniel entendeu que o momento
de cessarem as assolações de Jerusalém havia chegado. Ele descobre que a
profecia que o tempo dos 70 anos de cativeiro estava chegando ao fim, “Setenta
anos” era o tempo da indignação divina contra Jerusalém e as cidades de Judá
conforme falou Zacarias 1.12, que disse: “Então o anjo do Senhor respondeu e
disse: O Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém e
das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” Outra
profecia está descrita em 2 Cr 36.21 que
diz: “para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que
a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até
que os setenta anos se cumpriram”. No texto de Daniel 9.2, o servo de Deus orou
com todas as suas forças pedindo a Deus que cumprisse a promessa da sua graça
sobre Israel, restaurando o seu reino e a sua cidade.
Daniel ora objetivamente a Deus: “e eu dirigi o meu rosto ao
Senhor” (9.3). Daniel demonstrou que a oração precisa ter ousadia e temor de
Deus no coração. Ele dirigiu seu rosto ao Senhor, isto é, ele não usou de
subterfúgios para falar com Deus, mas expôs sua face para se apresentar ao
Senhor. A oração foi o meio providencial para que se cumprisse o que já estava
determinado por Deus (Is 42.24,25; 43.14,15; 48.9-ll;Jr 49.17-20; 50.4,5,20).
Daniel orou e intercedeu pelo seu povo. “E orei ao Senhor,
meu Deus, e confessei... ” (9.4-6). Daniel teve a humildade de confessar o
pecado do seu povo incluindo ele mesmo. Ele não viu apenas a culpa da sua
gente, mas a sua também. Ele usa a expressão: “pecamos cometemos iniquidade”
(9.5). A despeito de ser homem íntegro, não foi presunçoso diante da justiça de
Deus. mas colocou-se debaixo da mesma culpa pedindo perdão a Deus. Daniel teve
uma atitude de intercessão que dominou seu coração diante de Deus. Essa atitude
em favor do seu povo foi demonstrada com total humildade. Ele estava convencido
da soberania de Deus e seu poder para manifestar o seu perdão, mas acima de
tudo, para cumprir a sua palavra. Daniel sabia que não podia adiantar nem
atrasar o cumprimento dos desígnios divinos para com Israel. Ele preferia
colocar-se diante de Deus como alguém que sabia da incapacidade do seu povo
para entender que a disciplina do Senhor estava se cumprindo, mas que havia
algo futuro que ainda se cumpriria na história de Israel. Daniel depois de
haver expressado seu reconhecimento da grandeza de Deus, se volta para si mesmo
e para seu povo, se identificando com os pecados de Israel (Dn 9.5,6).
Daniel reconheceu a
justiça de Deus (9.7)
“A ti, Senhor, pertence a justiça” (9.7). Esta é uma
declaração teológica que dá sustentação à nossa fé. Em relação aos homens, toda
justiça é relativa, porque nossas justiças são como trapos de imundícia. Porém,
em relação à natureza divina, a justiça de Deus faz parte da sua essência, isto
é, a justiça “é a maneira ou modo pela qual sua essência é expressa para com o
mundo”. A santidade é sua essência, por isso, a justiça é a retidão da natureza
divina que o revela como um Deus justo. Deus sendo Deus, ele é o que ele é, e
não precisa ser nem se esforçar. Quando Daniel confessa e declara que a
“justiça pertence a Deus”está, de fato, proclamando a perfeição dessas
qualidades morais como intrínsecas a Deus. No caso da oração de confissão de
Daniel sobre o seu povo, mesmo que não pudesse entender totalmente a
manifestação da justiça de Deus contra sua gente permitindo sua humilhação e
extradição, Daniel sabia que a justiça de Deus é perfeita. Ele mesmo diz: “A
ti, Senhor, pertence a justiça” (9.7).
“mas a nós, a confusão de rosto” (9.7). Ora, o que isto quer
significar? “Confusão de rosto” significa “corar de vergonha”, ficar com a cara
vermelha de vergonha. Por quê? Por causa dos pecados enumerados por Daniel e
que estavam na sua memória, tanto para as tribos do norte como as tribos do
sul. Todo o Israel, por causa dos seus pecados foi deportado para fora de sua
terra. Porque “a confusão de rosto”? Na oração, Daniel é específico e diz:
“Porque pecados contra Ti” (9.8). O pecado de Israel em toda a sua dimensão de
prevaricação, desobediência, impiedade, e toda sorte de pecados que afastou
Israel dos mandamentos divinos, provocou a manifestação da justiça de Deus.
“A solução para o pecado”. “Ao Senhor, nosso Deus, pertence
a misericórdia e o perdão”(9.9,10). Esta declaração enfática do profeta revela
que a justiça de Deus manifesta-se em ações de misericórdia e perdão. Jeremias
contribui com este conceito, quando diz: “As misericórdias do Senhor são a
causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim”(Lm
3.22). Subtende-se por estes versículos que Israel não tinha nada que pudesse
evitar a punição divina, senão a misericórdia e o perdão, que são manifestações
do caráter de Deus. Não há nada que justifique Israel dos seus pecados e Daniel
sabia disso. Então, apelou ao caráter de Deus para perdoar e restaurar o seu
povo.
(9.11-14) “Daniel reconhece a soberania de Deus sobre todas
as coisas. No versículo 7, Daniel vê a Deus como Deus justo em sua natureza
divina, e no versículo 9, ele o vê como alguém que sabe perdoar e usar de
misericórdia. Nos versículos 10-14, Daniel mostra os pecados do seu povo e
declara que a maldição por isso, trouxe o exílio, a opressão, a perda de sua
terra, a exploração estrangeira e, permitindo tudo isso, Deus estava ensinando
Israel a manter a sua fidelidade para com Ele.
(9.15-19) Daniel intercede pelo seu povo e relembra a
libertação milagrosa do Egito (v. 15).No versículo 16, ele ora e intercede pela
sua cidade de Jerusalém que ficou sob o domínio dos inimigos estrangeiros. No
versículo 17, Daniel ora pela restauração do Templo de Jerusalém, que foi
destruído por Nabucodonosor no ano 586 a. C. Esses versículos revelam a oração
de Daniel que se apresenta diante de Deus sem apelar para própria justiça, mas
amparado nas “muitas misericórdias” de Deus. No versículo 19, Daniel pede a
Deus “que não tarde em responder” a sua oração. Esse pedido é típico do homem
em relação a Deus. Sempre temos pressa em nossa angústia e desejamos respostas
imediatas. Mas Deus não tarda nem se atrasa em suas respostas. Ele é Deus
Soberano e absoluto sobre todas as coisas.
A resposta de Deus a
Daniel (9.20)
“Estando eu ainda falando, e orando... ”(9.20). No versículo
19, Daniel orava a Deus e pedia urgência na resposta à sua oração. No tempo de
Deus, a resposta cabia perfeitamente no canal de resposta divina. Daniel ainda
estava orando quando a resposta de Deus chegou até ele, para sua surpresa e
alegria (v. 20). Mais uma vez a intervenção e resposta vêm através de um anjo
de Deus. Os anjos sempre tiveram uma participação ativa delegada por Deus na
resposta às orações dos seus servos na terra. A resposta divina foi imediata e
veio por intermédio do mesmo anjo que esteve com ele na visão junto ao rio Ulai
(8.1,2). Esse anjo volta para revelar coisas mais sublimes e sérias acerca da
intervenção divina na vida de Daniel (9.20,21). Gabriel veio para instruir e
aclarar a visão na mente de Daniel afirmando-lhe que a resposta da sua oração
estava vindo porque “era muito amado” do Senhor (9.23).
O texto diz que o anjo “veio voando rapidamente” (9.21).
Quem pode imaginar a rapidez de locomoção dos anjos? Nada e ninguém! Ainda que
eles não possam estar em dois lugares ao mesmo, porque não são onipresentes,
eles possuem um poder de locomoção incalculável, uma vez que as leis de
gravidade e da física não podem retê-los nem podem envolvê-los. Segundo a
Bíblia, eles voam como a rapidez de um relâmpago (Mt 28.3). Gabriel é um anjo
que exerce uma atividade especial delegada por Deus, especialmente, o vemos
sempre comunicando a vontade divina para os servos de Deus na terra.
(9.22,23) O comunicado da resposta a Daniel. “No princípio
das tuas súplicas, saiu a ordem”(v. 23). O anjo Gabriel assegurou a Daniel que
Deus ouvira a sua oração desde o momento em que ele começou a orar, porque ele
gozava da intimidade e do amor de Deus de um modo especial, a ponto de
comunicar a Daniel o seguinte: “eu vim para to declarar, porque és muito
amado”. Sem dúvida, Daniel pode ser comparado a outros homens na Biblia que
gozavam do amor, da amizade e da intimidade de Deus, tais como: Enoque (Gn
5.22); Abraão, o amigo de Deus (2 Cr 20.7; Is 41.8); Paulo, o apóstolo dos
gentios (At 9.15) e, por último, Daniel, o qual era muito amado por Deus.
Jesus, na realidade, era “o Filho amado de Deus”(Mt 3.17). Esse privilégio não
discrimina ninguém. Apenas requer a mesma atitude de devoção para com Deus à
semelhança desses exemplos.
II - DEUS REVELA A DANIEL,
PELA ORAÇÃO O FUTURO DO SEU POVO
A revelação das
setenta semanas (9.24)
“setenta semanas estão determinadas...” (9.24). A profecia
ganha um sentido especial, porque depois que Daniel descobriu que o profeta
Jeremias, seu contemporâneo, havia profetizado que o exílio de Israel duraria
setenta anos, ele entendeu que esse número tinha um significado especial (Jr
25.11-13; 19.10). Não se tratava de um tempo aleatório, mas, de fato,
significava um tempo especial de anos que envolveria o seu povo Israel. O
número setenta, então, ganha um sentido escatológico, para significar, na
linguagem bíblica, cada dia da semana
significando um ano, e assim, cada semana pode referir-se a um período de sete
anos. Portanto, as setenta semanas compreendem, a 70 x 7 = 490 anos. A contagem
dessas setenta semanas teria o seu início a partir do decreto de Artaxerxes
(445 a.C.). No versículo 24 está escrito que estas semanas “estão determinadas”
por Deus.
A profecia divide as “setenta semanas” em três períodos
distintos. O primeiro período de “sete semanas”, é equivalente a 49 anos, ou
seja, sete períodos de sete anos. O segundo período seria de sessenta e duas
semanas. Subtende-se que se trata de 62 x 7= 434 anos. Essas sessenta e duas
semanas, somadas às sete primeiras semanas, chegariam ao tempo da restauração
de Jerusalém até a vinda do Messias. O terceiro período implica em “uma
semana”, ou seja, sete anos, quando haverá uma invasão do Anticristo e se
iniciará um tempo de tribulação para Israel. E o período denominado como “o da
grande tribulação”(9.27).
Revelados três
príncipes mencionados na profecia (9. 25,26)
O anjo Gabriel explica os elementos especiais da visão para
melhor entendimento de Daniel.
O primeiro príncipe é chamado Messias (9.25) e o segundo
príncipe é aquele que aparecerá posteriormente e destruirá a cidade de
Jerusalém e o santuário (9.26). O príncipe Ungido (Messias) aparecerá depois de
cumpridas as 69 semanas, e se trata de Jesus Cristo, o qual foi rejeitado pelos
judeus, condenado e morto no calvário. Jesus é o Ungido de Deus, o qual veio
para que se cumprisse a pena capital contra o pecado condenatório. Seu papel
foi o de “fazer cessar a transgressão, dar fim aos pecados e expiar a
iniquidade” (9.26).
O segundo príncipe tem um caráter físico referindo-se “ao
príncipe que há de vir” (9.26) e refere-se, especificamente, aTito, o príncipe
romano, filho do Imperador Vespasiano, enviado para destruir Jerusalém e o
templo (“o santuário”).Tito, com suas milícias romanas entrou em Jerusalém no
ano 70 d.C. e destruiu tudo, profanando o santuário de Israel e desterrando
totalmente ao povo judeu. A partir dessa destruição, os judeus deixaram de ser
um povo estabelecido como nação, espalhando-se pelo mundo inteiro. Jesus
profetizou e chorou sobre a cidade de Jerusalém e a sua destruição (Lc
19.41-44; 21.20-24).
O terceiro príncipe surgirá no futuro na última semana
profetizada (9.27). Esse príncipe não é o Messias “cortado” (9.26), mas
subtende-se que se trata de um personagem mais forte que Antíoco Epifanio e,
também,Tito. Está implícito na frase “o príncipe que há de vir” uma
interpretação que obedece a lei de dupla referência, porque inevitavelmente,
aponta para o futuro. Esse príncipe é mencionado em Dn 8.23 como “o rei feroz
de cara” (ou, o rei feroz de semblante” que o apóstolo Paulo o chama de “homem
do pecado” e “filho da perdição”( 2 Ts 2.1-8). O apóstolo João o chama de “o
anticristo”(l Jo 2.18). Esse príncipe surgirá na “última semana”da profecia de
Daniel e diz que ele “destruirá a cidade e o santuário”.
A revelação do
tríplice período das 70 semanas (9.25-27)
O primeiro período contém “sete semanas” equivalentes a 49
anos literais, que começaram ainda no reino de Artaxerxes, no mês de Nisã
(abril) de 445 a.C. O seu início deu-se a partir “da saída da ordem para
restaurar e para edificar a Jerusalém” (9.25). Nesse período de 49 anos (sete
semanas) foram reconstruídos os muros e a cidade de Jerusalém.
O segundo período contém “sessenta e duas semanas”
equivalentes a 434 anos literais (9.25). Esse segundo período refere-se ao
tempo do fmal da Antiga Aliança com Israel até a chegada do “Ungido”, o Messias
profetizado, revelado, porém ultrajado e rejeitado pelo seu povo, foi morto e
foi cortado (9.26).
O terceiro período contém apenas “uma semana” equivalente à
“sete anos” quando o 3o príncipe”, identificado no Novo Testamento como
“Anticristo” “Jarâ uma aliança com muitos por uma semana” (9.27).
Profeticamente, esta “última semana” complementa as “setenta semanas
profetizadas”. Entretanto, uma vez cumpridos os dois períodos de sessenta e
nove semanas, resta, tão somente, a última semana. Independente das interpretações
discordantes, o pensamento pré-tribulacionista, entende que esse período de
“uma semana” chegará ao seu cumprimento após um intervalo profético entre a 69a
e 70a semanas. Esse intervalo profético é identificado na Bíblia como “o tempo
dos gentios” quando a união entre judeus e gentios formaria um novo povo, a
igreja (Ef 2.12-16). Estamos vivendo
esse tempo da igreja (1 Pe 2.9). Outrossim, esse período de “uma semana” é,
também, identificado pelas profecias bíblicas como um tempo de “grande
tribulação”, especialmente, para o povo judeu. Nesse tempo virá “o
assolador”(Anticristo), ou seja, “o homem do pecado”, “o filho da perdição”, o
“anticristo” que virá sobre “a asa das abominações” (Dn 9.27).
A igreja de Cristo não entrará nessa fase das abominações praticadas
pelo “homem do pecado”, ainda que sintamos os sinais da sombra desse
personagem, a igreja será, antes, arrebatada. Os que esperam entrar na primeira
fase da Grande tribulação esquecem que só se justifica o arrebatamento da
Igreja pelo fato de que ela não conhecerá o anticristo, nem experimentará a
força do seu domínio no mundo (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17).
III -O PROPÓSITO DA
SEPTUAGÉSIMA SEMANA
O versículo 27 nos obriga a reconhecer que nem Antíoco
Epifânio, nemTito têm cumprido os terríveis presságios da declaração dessa
escritura do v. 27. As ações realizadas neste versículo não correspondem ao
personagem do versículo 26. Na realidade, a predição do versículo 27 remonta a
uma época escatológica.
Revelar o “homem do
pecado” (2 Ts 2.3)
A escritura começa com o pronome “ele” (v. 27). Quem? Que
personagem será esse? O personagem é identificado, também, como “o rei de cara
feroz”;“o chifre pequeno” que surge do “animal terrível e espantoso”,
representando o império romano. Do ressurgimento desse antigo império romano
surgirá “o príncipe romano” (Dn 7.25). Esse personagem é, também, identificado
na linguagem do Novo Testamento como “o anticristo” (1 Jo 2.18;
4.3) e como “a Besta que saiu do mar”(Ap 13.1). O personagem
é apresentado numa linguagem figurada mas a sua existência será literal. Ele
será um líder mundial que chamará a atenção das nações da terra pela
inteligência que demonstrará na diplomacia e na astúcia política.
Revelar o tempo da
Grande Tribulação
O texto diz que “ele fará uma aliança com muitos por uma
semana” (9.27). Será, na verdade, uma aliança que Ele fará com Israel. O texto
diz: “com muitos”, indicando que ele não terá a unanimidade do apoio
israelense, mas o suficiente para se impor com sua liderança política, que
inicialmente alcançará sucesso e aceitação. Sua força política será notada e
reconhecida no estabelecimento de um sistema político, alavancado e apoiado
pelo velho mundo, a Europa, ou seja,
o antigo império romano ressurgido. Os três primeiros anos e
meio, a metade da semana, serão marcados pela quebra do pacto feito entre esse
Líder e Israel, e se iniciará um grande período de sofrimento, perseguição e
morte em Israel. Na interpretação pré-tribulacionista. A igreja já não estará
na terra, porque antes, ela será arrebatada e estará com Cristo na sua glória
nos céus. Portanto, a igreja não entrará na Grande Tribulação. Ela não estará
na terra, quando o Anticristo fizer o acordo com Israel (Dn 9.27). A Tribulaçao
diz respeito ao mundo de então e a Israel especialmente.
Revelar a vitória
final na Segunda Vinda de Cristo
Jesus Cristo, o Messias prometido, se revelará de modo
especial na sua vinda pessoal e visível sobre o Monte das Oliveiras (Zc
9.9,10).Ele virá e instalará um reino de paz e harmonia no mundo, desfazendo
por completo o Anticristo, o falso profeta e ao próprio Diabo (Ap 19.19-21). Na
Grande Tribulação, os juízos de Deus serão manifestos sobre Israel, mas na
vinda pessoal, Israel será restaurado e governará com Cristo por mil anos (Ap
20.2,5).
CONCLUSÃO
Vivemos tempos de incredulidade quando muitos que se dizem
teólogos negam as profecias e preferem alegorizar as revelações de Deus dadas
aos seus servos. Entretanto, a igreja não pode se deixar levar pelo engano de
falsos mestres que rejeitam as verdades futuras estabelecidas pelo Senhor.
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