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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

DANIEL, NOSSO CONTEMPORÂNEO - LIÇÃO 01 COM SUBSIDIOS


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Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 4º Trimestre de 2014

Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje
Comentarista: Elienai Cabral

 Lição 1: Daniel, Nosso “Contemporâneo”
Data: 05 de Outubro de 2014

TEXTO ÁUREO

Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)” (Mt 24.15).

VERDADE PRÁTICA

Daniel é um exemplo de perseverança na fidelidade a Deus e de integridade moral, estimulando-nos a confiar no projeto divino.

HINOS SUGERIDOS

58, 61, 84.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 3.15
A primeira profecia escatológica

Terça - Gn 22.18; 26.4; 28.14; 49.10
A promessa para Abraão

Quarta - Is 7.14; 9.6; 42.1-4; 52.13-15
A predição da vinda do Rei e Redentor
  
Quinta - Dn 2.44,45; 7.13,14
A predição do reino vindouro

Sexta - Jr 23.3; Is 11.11; Ez 37.1-11
A promessa de restauração de Israel

 Sábado - Mt 24.15
Jesus cita Daniel

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Daniel 1.1,2; 7.1; 12.4.

Daniel 1
1 - No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2 - E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.

Daniel 7
1 - No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisas.

Daniel 12
4 - E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.

INTERAÇÃO

Prezado professor, neste trimestre estudaremos o livro do profeta Daniel. Este livro é um dos preferidos das pessoas que gostam de estudar a escatologia bíblica. Aprendemos com Daniel não somente acerca de assuntos escatológicos, pois o seu testemunho é um exemplo de fidelidade a Deus e de integridade moral. Daniel viveu grande parte dos seus anos como exilado em uma sociedade idólatra, servindo a reis ímpios, todavia não se contaminou. O comentarista do trimestre é o pastor Elienai Cabral — conferencista e autor de várias obras publicadas pela CPAD, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e também da Casa de Letras Emílio Conde. Que Deus abençoe a sua vida e a de seus alunos. Bons estudos!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Conhecer panoramicamente o livro de Daniel.
·   Explicar a autoria e a história por trás do livro de Daniel.
·   Compreender os fatos que propiciaram o exílio na Babilônia.


 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, a fim de introduzir a primeira lição do trimestre, reproduza o esquema abaixo para os alunos. Utilizando o quadro, faça uma exposição panorâmica do livro de Daniel, explicando o propósito e suas principais divisões. Enfatize os personagens centrais, os acontecimentos mais importantes e as principais profecias. Que você possa extrair importantes lições deste grande livro do Antigo Testamento.


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Providência: Ação pela qual Deus conduz os acontecimentos e as criaturas para o fim que lhes for destinado.

Dada a importância do livro de Daniel, nós o estudaremos sob a perspectiva da escatologia bíblica. Indiscutivelmente, Daniel é um profeta bíblico que não ficou restrito ao passado. Ele é contemporâneo! O seu nome, a sua vida e obra são um exemplo de perseverança em Deus. Embora vivendo em circunstâncias adversas e numa cultura pagã, Daniel não perdeu a fé no Deus Altíssimo e o vínculo com o seu povo.
O capítulo 24 do Evangelho de Mateus revela um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus. Ali, o Mestre de Nazaré cita o profeta Daniel (v.15). Conquanto as profecias de Jesus nos remetam ao contexto de Israel, as evidências proféticas descritas em Mateus 24 não se aplicam apenas à história do povo judeu, mas igualmente à todas as etapas da história humana como descrita no livro de Daniel.

I. A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL

1. A formação histórica de Israel. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3). Eles tiveram um filho chamado Isaque, o filho da promessa de Deus (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Do segundo filho, Jacó, surgiu um clã de 12 filhos. O clã cresceu e multiplicou-se e, posteriormente mudou-se para o Egito. Ali a família de Jacó aumentou em número, tornando-se um povo altamente abundante em terra estrangeira. A partir de então, formou-se Israel, a futura nação projetada por Deus. Mas com o passar do tempo a família judaica perdeu as benesses que desfrutava nos anos do rei egípcio que respeitava a liderança e a história de José no Egito. Entretanto, através de uma intervenção divina, e sob a liderança de Moisés, os israelitas saíram do Egito e peregrinaram pelo deserto até a terra de Canaã por quarenta anos. A partir da libertação egípcia, Israel viveu sob a égide de um governo teocrático, isto é, governado diretamente por Deus e através de homens chamados por Ele para esta função.
2. O governo teocrático. Moisés morreu e o seu substituto foi Josué. Sob o seu comando, Israel conquistou a terra de Canaã e instituiu um governo em que a autoridade governamental vinha de Deus — a teocracia. Esse período perdurou aproximadamente trezentos anos, incluindo o período dos juízes. Foi um tempo difícil porque Israel afastou-se da direção divina e “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25).
3. O governo monárquico. O reino de Israel esteve sob a liderança de Saul, Davi e Salomão por cento e vinte anos. O rei Salomão morreu em 931 a.C. marcando assim a decadência política, moral e religiosa da monarquia. Roboão, o seu filho, assumiu o reino, mas acabou dividindo-o em dois: o do Norte e o do Sul.
O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim. No ano de 722 a.C. o Império Assírio dominou o reino do Norte e subjugou o seu rei, os príncipes e todo o povo.
O reino do Sul teve momentos de glória, mas igualmente de calamidades. Constituído por alguns reis piedosos e outros ímpios, acabou por ser invadido pelo Império da Babilônia. Entre os anos 606 a.C. e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de Jerusalém: príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., deixando em Judá apenas os pobres e os deficientes. Toda esta história propiciou a intervenção divina na vida de Israel para preservação do projeto original de Deus.


SINOPSE DO TÓPICO (I)

Deus chamou Abraão e a partir dele deu início à história do povo judeu.


II. OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA

1. O contexto político do reino de Judá. Em 606 a.C. Nabucodonosor invadiu Jerusalém e, além da nobreza, tomou da cidade todos os utensílios do Templo: ouro, prata e pedras preciosas. Jeoaquim, rei de Judá, não resistiu e tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e também a confiança dos seus valentes. Entre os cativos expatriados para Babilônia estava o profeta Ezequiel (Ez 1.1-3). O exército de Nabucodonosor destruiu o Templo, saqueou Jerusalém e arrasou política, moral e espiritualmente o reino de Judá. Babilônia se impôs como império por mais de quatro décadas. Israel foi humilhado, passando de nação próspera à tributária da Babilônia!
2. Israel no exílio babilônico. Quando uma liderança perde a intimidade com Deus e, por consequência, a credibilidade entre os homens, como aconteceu com os últimos reis de Israel e de Judá, a tragédia espiritual e moral é inevitável. O cativeiro de 70 anos na Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente cumprido (2Cr 36.21). Por outro lado, Deus nos ensina a conhecer os seus desígnios. Foi no exílio babilônico que Israel aprendeu a conhecer a Deus e não aceitar outro deus em seu lugar. O cativeiro propiciou a volta do povo de Deus à comunhão com o Altíssimo.
A partir desse panorama histórico compreenderemos o livro do profeta Daniel. Para isto, precisamos igualmente conhecer os aspectos gerais e a importância do livro e da pessoa do chamado “profeta do cativeiro”.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

O povo de Deus se rebelou contra o Senhor e como não se arrependeu, sofreu com o exílio na Babilônia.


III. DANIEL, O AUTOR E O LIVRO

1. O homem Daniel. Há pouca informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de que ele era da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu inteligente e bem instruído. Ele possuía firmes convicções no Deus de Israel e era contemporâneo de dois importantes profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel. Certamente esses profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do jovem Daniel. Em 597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a Babilônia (Ez 43.6,7). Ali esse experiente profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel como um homem de sabedoria e de justiça (Ez 14.14).
2. A importância do livro. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético. No plano geral da revelação divina, o livro de Daniel ocupa um lugar de suma importância. Do capítulo 1 ao 6 o conteúdo é histórico, e do 7 ao 12, profético.
O conteúdo histórico do livro contém experiências que revelam a soberania e o cuidado de Deus para com aqueles que lhe são fiéis. Já o conteúdo profético traz predições escatológicas, em sua maioria, ainda não cumpridas. Por este último conteúdo cremos na “contemporaneidade” de Daniel.
3. A autoria e as características do livro. Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre os anos 606 e 536 a.C. Ele iniciou sua obra escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no palácio de Susã (Dn 8.2). O livro contém doze capítulos, majoritariamente escrito em hebraico, excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi escrita em dialeto aramaico.
Além de histórico, o livro de Daniel contém revelações proféticas cumpridas e outras que ainda vão se cumprir no futuro. São revelações concernentes ao povo de Israel e aos gentios. Deus revelou a Daniel o futuro das nações através da linguagem alegórica. Portanto, pode-se classificar o livro de Daniel como gênero apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo trazendo esperança para o povo de Deus, pois ali, Israel é o ponto convergente dos fatos futuros.


SINOPSE DO TÓPICO (III)

Umas das razões da importância do livro de Daniel está no fato de que, em sua maioria, as predições escatológicas ainda não se cumpriram.


CONCLUSÃO

O livro de Daniel nos mostra o compromisso de um homem que se dispõe a servir a Deus, mantendo a sua integridade moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema idólatra e opressor da Babilônia. Aprendemos igualmente que a história humana não é casual, mas dirigida pelo Deus soberano, que faz todas as coisas contribuírem para o bem daqueles que amam ao Senhor.

VOCABULÁRIO

Acurácia: Precisão de uma determinado processo de informação.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ZUCK, Roy (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013

EXERCÍCIOS

1. Com quem tem início a história do povo judeu?
R. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3).

2. Quantas tribos constituíam os reinos do Norte e do Sul?
R. O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim.

3. Quanto tempo durou o cativeiro de Israel?
R. Setenta anos.

4. Daniel era contemporâneo de quais profetas?
R. De Jeremias e Ezequiel.

5. Quais são os dois conteúdos distintos do livro de Daniel?
R. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Hermenêutico

“Uma correta interpretação de Daniel esclarece a revelação de que Deus tem um futuro para Israel. Um raciocínio crítico acerca da mensagem profética de Daniel cria uma concepção fictícia da importância do livro. Tamanho erro na interpretação exclui o significado das profecias e torna o livro de Daniel em um conto de fadas.
O livro de Daniel é a chave de todas as profecias bíblicas. Sem ele, remotas revelações escatológicas e seu escopo profético são inexplicáveis. As grandes profecias do Senhor, no discurso do monte das Oliveiras (Mt 24,25; Mc 13; Lc 21), bem como 2 Tessalonicenses 2 e o livro de Apocalipse (ambos mencionam o Anticristo de Daniel 11), só podem ser compreendidas com a ajuda das profecias de Daniel” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.175).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Hermenêutico

“Uma correta interpretação do livro de Daniel
A fim de interpretar corretamente Daniel, duas premissas são relevantes: (1) O livro é genuíno e foi escrito pelo profeta Daniel no século VI a.C. Muitos críticos afirmam que o livro de Daniel faz parte daquilo que conhecemos como literatura apocalíptica, que veio a surgir já no período helenístico. Eles sustentam que fraudes de autoria e data são comuns neste gênero literário. Tais suposições racionalistas são, contudo, inaceitáveis. A interpretação de qualquer livro considerado apocalíptico não exige uma hermenêutica específica ou sistemas interpretativos especiais. Mudar sua hermenêutica é separar a profecia bíblica de seu cumprimento histórico. É uma tentativa liberal de se considerar a profecia como mito ou fantasia. (2) Uma interpretação precisa depende do fato de a profecia não ser apenas possível, mas também do fundamento dos verdadeiros e genuínos escritos bíblicos apocalípticos. As profecias levaram muitos supostos estudiosos a rejeitarem a genuinidade das visões de Daniel. Muitos críticos rejeitaram de forma cabal o que é claramente uma profecia predita. A única forma de explicarem a meticulosidade e a acurácia das profecias de Daniel é relegando-as a uma época posterior e a um outro autor” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.175)

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Daniel, nosso contemporâneo

O livro de Daniel foi (e talvez ainda seja) objeto de algumas controvérsias entre os teólogos. Não por acaso, um crente batista, Willian Miller (ou Guilherme Miller), no ano de 1831, através de uma série de cálculos, popularizou a interpretação de Daniel 8.14 cujo resultado previa a volta de Jesus em 22 de Outubro de 1844. Miller errou na interpretação e até hoje o nosso Senhor não veio!
Anteriores a Willian Miller, outros intérpretes chegaram às conclusões semelhantes: o Jesuíta Manuel Lacunza (1731-1801); o jurista mexicano, Gutierry de Rozas (1835); Adam Burwell, missionário canadense da sociedade para propagação do Evangelho (1835); R. Scott, padre anglicano e, em seguida, pastor Batista (1834); o missionário inglês, Joseph Wolff (1829). Por que um livro bíblico, a Palavra de Deus, traria tantas discrepâncias?
O problema não está na Bíblia, mas em quem a interpreta. Por isso, devemos considerar algumas informações ao iniciar o nosso estudo em Daniel:
Um relato histórico. O conceito conversador e tradicional de que o livro de Daniel é histórico e remonta os próprios dias do profeta era unânime até aparecer a crítica moderna da Bíblia. Ainda assim, não temos razões para mudar este conceito hoje.
O livro. O texto foi escrito em hebraico, entretanto, os capítulos da seção 2.4 a 7.28 foram redigidos em aramaico. Derivado da Caldeia, o aramaico era um idioma popular das relações internacionais do período imperial babilônico.
O Esboço. Este nos ajuda a compreender a unidade literária do livro de Daniel. A estrutura da obra bíblica consta assim: (I) História [1-6] e (II) Profecia [7-12].
(I) História: Daniel na Babilônia [1]; as duas imagens — o sonho e a estátua de Nabucodonosor [2 e 3]; Dois reis sob disciplina — o orgulho de Nabudonosor e a profanação de Belsazar [4 e 5]; O decreto de Dario [6].
(II) Profecia: As duas visões dos animais-impérios — os quatro animais / o bode e o carneiro [7 e 8]; A explicação das duas profecias — os 70 anos de Jeremias e os acontecimentos dos últimos tempos [9-12].
Propósito. Revelar o escape de Deus para o Seu povo, apesar das injustiças promovidas pelos impérios pagãos. O profeta Daniel mostra que o Senhor julgará os poderes políticos do mundo que institucionalizam a injustiça. Quando entendemos a unidade literária de Daniel os símbolos e as figuras apresentadas no livro tornam-se complementos do assunto central: a Soberania de Deus.

SUBSIDIOS
Daniel, nosso “Contemporâneo”
A história de Daniel é uma história de fidelidade a Deus, de integridade moral e de confiança no projeto divino.
Daniel é um personagem do Antigo Testamento que os estudiosos o identificam, antes de tudo, como um estadista na corte de impérios pagãos da Babilônia e da Pérsia. Na sua história de judeu criado e formado no palácio do reino de Judá, Daniel não exercia nenhuma atividade religiosa, pois não era da família sacerdotal, nem era um profeta. Entretanto, sua fidelidade a Deus e o seu temor demonstrado, deu-lhe o privilégio de ser alguém que Deus revelaria coisas profundas acerca do futuro do seu povo exilado na Babilônia.
Quando os livros do Antigo Testamento foram organizados, o livro de Daniel não constava na lista dos livros canonizados na primeira reunião de livros sagrados. O livro de Daniel só veio aparecer na terceira reunião de livros (o kethubhim), quando foram reunidos os livros proféticos denominados “os Escritos”. Uma das razões estava no fato de o livro de Daniel ter sido escrito muito tempo depois da maioria dos livros proféticos. O reconhecimento de que seu livro tinha um caráter profético tem o testemunho de Cristo que confirmou a historicidade de Daniel, o qual se referiu a ele como um profeta (Mt 24.15). Os biblicistas e teólogos reconhecem, ao longo da história, que Daniel foi um dos mais importantes profetas de Israel à semelhança de I saí as, Jeremias e Ezequiel. Suas profecias falam de um tempo específico do tratamento de Deus   com o seu povo. São profecias relativas ao “fim do tempo”, um período especial no mundo, em que Deus trataria especialmente com Israel e com todas as nações que se levantariam contra o povo de Deus naquele tempo. Suas profecias não são isoladas do restante das profecias bíblicas quanto ao futuro. Fatos e personagens, mesmo que demonstrados numa linguagem figurada, são identificados com outras profecias no Antigo e no Novo Testamento.
A vida e o ministério de Daniel, o profeta e estadista, desenvolveram-se em meio a grandes mudanças e transformações sociais, religiosas e políticas do mundo de então. Com o desaparecimento do Império Assírio em 606 a.C., entra no cenário o poderoso Nabucodonosor que se tornou um dos mais famosos reis de todo o “Fértil Crescente”, cujo reinado durou 43 anos. Nesse período, Nabucodonosor foi um imperador tenaz e conquistador, além de ter restaurado cidades e templos em ruínas, ele construiu canais, represas e portos, contribuindo com a civilização daquela época. Foi ele que conquistou nações e, entre as quais, o reino de Judá e seus príncipes e sábios.
Daniel, Ananias, Misael e Azarias foram os jovens levados cativos, dos filhos de Judá, para o Palácio da Babilônia. A estes quatro jovens, Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e, a Daniel, deu entendimento em toda a visão e sonhos (Dn 1.17). A contemporaneidade de Daniel diz respeito ao fato de que as visões e revelações concedidas por Deus a ele têm uma abrangência profética aos nossos tempos.
Desde o período do cativeiro babilónico, passaram-se aproximadamente 2.500 anos (550 a.C. — 2.014 d.C.) e o profeta Daniel é, indiscutivelmente, um profeta que não ficou restrito ao passado. Daniel é um profeta para nossos tempos; é um profeta contemporâneo. O nome, a vida e a obra do profeta Daniel são um exemplo de um homem que, mesmo estando em circunstâncias adversas, em meio a uma cultura pagã, não perdeu o vínculo com o seu povo e com a sua fé em Deus. No Evangelho de Mateus temos um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus no qual Ele cita o profeta Daniel (Mt 24.15). As profecias de Jesus tinham um caráter especial porque se referiam essencialmente ao povo de Israel. Entretanto, podemos perceber que as evidências proféticas não se restringiam apenas a Israel, mas tinham e têm um alcance e abrangência à toda a humanidade. A preocupação de Jesus era responder a algumas questões que os judeus faziam quanto à vinda do Messias para estabelecer o seu Reino na terra.
Alguns biblicistas e pesquisadores da história bíblica, ao analisarem o livro de Daniel do ponto de vista histórica-crítica, criaram dificuldades para aceitar o conteúdo profético e teológico do livro de Daniel. Porém, o cumprimento de algumas das profecias na história de Israel, não só deram credibilidade ao livro, como serve de base para o cumprimento do restante da profecia para o “fim do tempo” (Dn 8.17). Portanto, o livro de Daniel não pode ser relegado a um papel secundário no cânon das Escrituras. A igreja de Cristo reconhece o valor da história e da profecia desse livro e proclama a Fé no Deus Todo-Poderoso que controla e domina a história.
Para entendermos o livro de Daniel em termos de história e profecia, precisamos conhecer alguns elementos que dão consistência ao seu estudo.

I. O CONTEXTO HISTÓRICO DO LIVRO DE DANIEL
Ao estudar o livro de Daniel e para entendê-lo precisamos saber que esse livro não é ficção, mas está intimamente relacionado com todos os acontecimentos deste mundo em relação ao tempo, à geografia e à história. E um livro que tem data e foi escrito em determinada ocasião. Por isso, as profecias, mediante as visões e revelações de Deus dadas ao seu servo Daniel tem respaldo histórico. Os eventos proféticos nos levam a entender o plano divino para Israel e o resto do mundo.
A revelação do projeto de Deus com Israel
Existem fatos na história da humanidade que os historiadores e pesquisadores não conseguem explicar. São os fatos que envolvem a presciência divina. Deus, em sua presciência escolheu um   homem do meio da humanidade existente para ser o protótipo de um projeto que o colocaria na história.
Esse projeto começou com um dos personagens mais extraordinários da Bíblia Sagrada chamado Abraão. Ele e sua mulher Sara (Gn 12.1-3) seriam o ponto de partida para o cumprimento desse projeto. De Abraão sairia uma família, uma raça, uma etnia especial que representaria os interesses de Deus na terra. Abraão e Sara, na sua velhice, geraram um filho especial chamado Isaque, o filho da promessa (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque se casa com Rebeca e gera dois filhos, os gêmeos Esaú e Jacó. Do segundo filho Jacó, com uma prole de 12 filhos foi formada uma nação, a nação projetada por Deus. A família de 12 filhos cresceu e, por esse modo, os desígnios de Deus para a semente de Abraão se cumpriam historicamente. Obedecendo ao propósito divino, esta família mudou-se, posteriormente, para o Egito. Naquela terra, a família aumentou em número tornando-se um povo gigantesco. Com a morte do antigo Faraó e morto, também, José, a família proliferou-se na terra do Egito, mas perdeu as benesses do tempo de José e passaram a viver como escravos por quatrocentos anos, até que Deus os tirou do Egito com mão forte e poderosa. Os filhos de Jacó tornaram- se conhecidos como os filhos de Israel. Saíram do Egito, por uma intervenção divina e viveram no deserto por quarenta anos sob a liderança de Moisés. A partir de então, esse povo viveu sob a égide de um governo diretamente de Deus, um governo teocrático, através de homens chamados para esse mister.

Deus estabelece um governo teocrático para Israel
Durante o período que Israel caminhou pelo deserto, o povo aprendeu a depender de Deus sob uma liderança teocrática através de Moisés. Quando Moisés morreu, Deus levantou Josué para substituí-lo e, sob o seu comando, Israel conquista a terra de Canaã. O período seguinte corresponde o dos juizes que dura aproximadamente trezentos anos, quando o governo teocrático continua. O período dos Juizes foi um período difícil porque Israel afastou-se da direção divina preferindo a Monarquia.

Deus permite a Israel um governo monárquico
Por cento e vinte anos o Reino de Israel esteve sob a liderança dos reis Saul, Davi e Salomão. Em 931 a.C., Salomão morre e inicia-se um período de decadência política, moral e religiosa. Seu filho Roboão assume a coroa, mas o reino acabou dividido em dois, o do Norte e o do Sul. O Reino do Norte, com dez tribos e o Reino do Sul com duas tribos. Em 722 a.C., a Assíria entrou nas terras de Israel e subjugou o Reino do Norte com todos os seus príncipes e líderes do povo, inclusive o rei. O Reino do Sul não foi por menos. O reino teve momentos de glória e de calamidade. Seus reis, alguns piedosos e outros ímpios deixaram o temor do Senhor e seus líderes religiosos perderam o respeito do povo e se corromperam. A Babilônia, através de Nabucodonosor entre 587 e 606 a.C, invadiu as terras do reino do Sul, quando reinava em Jerusalém o rei Jeoaquim, o qual estava sob o domínio do faraó do Egito chamado Neco (2 Rs 23.34). Nabucodonosor dominou Jerusalém e levou cativo os seus príncipes de Israel, entre os quais, Daniel. Toda essa história propiciou a intervenção divina na vida de Israel para preservação do projeto original.

A divisão política do Reino de Israel
Depois do reino de Salomão houve divisão em Israel. Dez tribos formaram o reino de Israel e duas outras tribos (Judá e Benjamim) formaram o reino de Judá. O reino de Israel, com as tribos do norte, foi tomado pela Assíria no ano 722 a.C., e o reino do sul ( de Judá) foi tomado pela Babilônia em 586 a.C. Em 605 a.C., Nabucodonosor fez mais que dominar a terra de israel. No ano 605 a.C.,esse rei invadiu Jerusalém e levou cativos os nobres e todos os utensílios de valor, de ouro, prata e pedras preciosas. O rei Jeoaquim, rei de Judá não resistiu e tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e perdendo, também, os homens de confiança. Entre os cativos estava o profeta Ezequiel (2 Rs 24.8). O exército de Nabucodonosor destruiu o templo e saqueou a cidade de Jerusalém. Judá ficou arrasada política, moral  e espiritualmente. A Babilônia se impôs com seu império por mais de quatro décadas. O povo de Israel foi humilhado, saqueado de seus pertences e tornou-se tributário da Babilônia.

O exílio inevitável na Babilônia
Quando uma liderança má perde sua relação com Deus como aconteceu com os últimos reis de Israel e de Judá, a tragédia espiritual, moral e material torna-se inevitável. O cativeiro profetizado por Jeremias de 70 anos na Babilônia teve o seu cumprimento ( 2 Cr 36.21). Por outro lado, Deus nos ensina a conhecer o traçado de seu caminho para que cumpramos seus desígnios, porque foi no exílio babilónico que Israel aprendeu a conhecer que Deus não aceita outro deus no seu lugar, como fez o rei Manassés adotando a idolatria no seu reino (2 Rs 21.11). A dispersão favoreceu a volta do seu povo à renovação da comunhão com o Deus de israel.Toda esta situação política propiciou a revelação de um projeto especial de Deus para com Israel. Para entendermos esta história precisamos conhecer aspectos gerais da importância do livro e da pessoa do profeta Daniel.

II. HISTÓRIA E PROFECIA DO LIVRO DE DANIEL
O livro de Daniel foi organizado de forma a distinguir duas partes distintas: a histórica e a profética. O Espírito Santo, sem dúvida, dirigiu a mente do autor a organizar seus escritos de forma a facilitar a compreensão dos leitores.
A parte histórica do livro
Nos seis primeiros capítulos do livro de Daniel temos o registro de algumas importantes experiências de Daniel e seus três amigos Ananias, Misael e Azarias.
Nos capítulos 2 e 4, Daniel interpreta dois sonhos de Nabucodonosor.
No capítulo 3, Daniel conta a experiência prodigiosa do salvamento de seus três amigos na “fornalha ardente”, porque se negaram a se inclinar perante a estátua do Rei.
No capítulo 4, Daniel interpretou o segundo sonho de Nabucodonosor e já haviam se passado alguns anos e Daniel já não era um jovem, porque o sonho trazia a revelação dos anos de loucura de Nabucodonosor que aconteceram no final de seu reinado, e ele reinou por 43 anos (605 — 562 a.C.).
No capítulo 5, Daniel já era um idoso, talvez com 80 anos de idade aproximadamente. Foi quando Deus escreveu a escritura na parede, um pouco antes da queda da Babilônia para a Pérsia em 539 a.C.
No capítulo 6, quando Daniel tinha mais de 80 anos de idade, por inveja de outros príncipes do novo Império dos medos-persas, foi, então, armado um engodo político contra Daniel para tirar- lhe a liderança e a confiança que gozava da parte do Rei Dario. Esse fato culminou com uma punição injusta contra Daniel ao ser lançado na cova dos leões. Deus enviou o seu anjo que fechou a boca dos leões e Daniel foi milagrosamente salvo. Portanto, a parte histórica do livro dá testemunho da soberania de Deus sobre todas as nações, capaz de intervir quando lhe for conveniente no cumprimento de seus desígnios.

A parte profética do livro
No plano geral da revelação divina o livro de Daniel ocupa um lugar de suma importância. Sua parte histórica é cheia de experiências marcantes que revelam a soberania de Deus e o seu cuidado com aqueles que lhe são fieis. A parte profética contém predições escatológicas cujo cumprimento ainda não tem chegado.
Essa parte ocupa os últimos seis capítulos os quais trazem o registro de quatro visões proféticas dada especialmente a Daniel. Essas visões apresentam figuras simbólicas dos reinos gentílicos envolvendo tempos distintos nos quais Deus fará valer sua soberania no mundo, especialmente, com as nações que unirão para massacrar a Israel no tempo do Fim. Algumas dessas profecias já tiveram seu cumprimento na história e outras que se cumprirão no tempo que Deus estabeleceu para se cumprirem. Ao longo do estudo dessas profecias constataremos essas predições. As visões, portanto, se estendem para o futuro.

LUGAR, DATA E AUTORIA DO LIVRO DE DANIEL Lugar e Data
Não há o que contestar o fato de que Daniel escreveu suas experiências e revelações enquanto estava no exílio na Babilônia, para onde fora levado ainda bastante jovem (Dn 1.3,4). Provavelmente, foi no exílio que ele veio a morrer, depois de presenciar a queda do Império Babilónico e a ascensão do Império Medo-per- sa. Nesse tempo, Daniel passou por vários reis e se manteve fiel a Deus. O cativeiro dos judeus durou 70 anos, ou seja, dos anos 605 a 536 a.C., e foi nesse tempo que Daniel reuniu suas memórias, porque as revelações proféticas cessaram logo após o cativeiro.

A autoria do Livro
Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre os anos 606 a 536 a. C. E interessante que Daniel quando escreve a parte histórica usa a 3a pessoa, mas quando narra as quatro visões a partir do capítulo 7 até ao 12, Daniel sempre escreve na primeira pessoa e se identifica com a expressão: “Eu, Daniel”. Deduz-se, portanto, que ele iniciou escrevendo na Babilônia e o restante no palácio de Susã (Dn 8.2). O conteúdo do livro de 12 capítulos, 357 versículos foi escrito em hebraico e parte do texto a partir do capítulo 2.4 até o capítulo 7.28 foi escrito em aramaico. Dos capítulos 1 a 6 temos a parte histórica e nos capítulos 7 a 12 temos a parte escatológica, isto é, profética.
Quanto à pessoa de Daniel, há pouca informação da família de Daniel senão a de que ele era um nobre da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda muito jovem destacava-se como sendo inteligente e instruído. Em sua vida religiosa Daniel possuía convicções firmes em Jeová, o Deus de Israel e foi contemporâneo de dois importantes profetas, Jeremias e Ezequiel, porque os mesmos exerciam seus ministérios em Jerusalém. Certamente, esses profetas deixaram profundas impressões na vida do jovem Daniel. Em 597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a Babilônia e Jeremias para o Egito (Ez 43.6,7). O profeta Ezequiel foi marcado  por uma profunda impressão de Daniel, citando-o no seu livro, como um homem de sabedoria e de justiça, colocando-o no mesmo nível de Noé e de Jó (Ez 14.14).

III. CARATERÍSTICAS DO LIVRO DE DANIEL
Na formação do cânon das Escrituras, alguns críticos literários da Bíblia, especialmente quando surgiu o liberalismo teológico, não reconheciam o livro de Daniel como autêntico, nem como inspirado. Entretanto, o livro de Daniel encontra-se na Bíblia hebraica entre “os Escritos” e não entre os “livros proféticos”. Posteriormente, outros estudiosos reconheceram a autenticidade do livro de Daniel como livro, não apenas histórico, mas como “profético”. Principalmente, a segunda parte do livro contém revelações proféticas que tratavam de fatos que já cumpriram, mas com revelações futuras, tanto em relação ao próprio povo de Israel, como em relação aos gentios. Em relação aos gentios, Deus revelou a Daniel o quadro futuro dos tempos dos gentios representado por figuras alegóricas. Portanto, o livro de Daniel pode ser classificado como apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo, tendo o povo de Israel como ponto convergente para os fatos futuros.

CONCLUSÃO
Os ensinamentos práticos deste capítulo nos mostram a relação entre o homem Daniel que se dispõe a servir a Deus e manter sua integridade moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema que servia a outros deuses. Aprendemos, também, que a história não é casual, mas tem a direção do Deus soberano para que todas as coisas contribuam para a sua glória e para a felicidade dos servos de Deus.



SUBSIDIOS
I - INTRODUÇÃO:

Neste trimestre, estudaremos Daniel, livro maravilhoso, cheio de revelações sobre "as coisas que estão por vir". Nesta primeira lição, veremos como ele está estruturado, e aprenderemos a respeito da pessoa de seu autor.

II - O LIVRO DE DANIEL:
(1) - Estrutura do livro - Este livro contém 12 capítulos e 357 versículos. Ele pode ser dividido em duas partes:
(a) - Parte histórica, que compreende os capítulos l a 6, registra acontecimentos presenciados por Daniel na Babilônia, inicialmente, sob o reinado de Nabucodonosor (cap. l a 4), depois, no governo de Belsazar (cap.5), e, finalmente, seu milagroso livramento nos dias de Dario, o medo (cap.6).

(B) - Parte profética, que compreende os capítulos 7 a 12, registra as visões que Daniel recebeu de Deus acerca da elevação e queda dos governos humanos, sobre o destino do povo de Israel, em relação à dominação das nações gentílicas, e o futuro dos judeus no plano de Deus. "O Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens, e os dá a quem quer" (Dn 4.32b).
O livro de Daniel é chamado de o "Apocalipse do Antigo Testamento".
Esta divisão é meramente didática, uma vez que, na chamada parte histórica, estão registrados episódios nos quais Daniel interpreta sonhos e visões de conteúdo eminentemente profético.

(2) - Autoria do livro - O autor do livro é o profeta Daniel. A moderna crítica teológica rejeita unanimemente esta autoria, apesar da informação contida no próprio texto (Dn 7.1; 8.2; 9.2), e da informação de Jesus, sem dúvida, o maior teólogo de todos os tempos. Ele citou em seu sermão escatológico o profeta Daniel (Mt 24.15).
Esta "moderna" teologia, que não acredita na existência da revelação profética pelo Espírito Santo, atribui a autoria do livro a um autor desconhecido que teria vivido por volta de 163 a.C.
O espaço não nos permite analisar detalhadamente todos os argumentos que estes teólogos apresentam, e ficamos com o testemunho do próprio livro e com a sanção do Senhor Jesus, de que o profeta Daniel é o autor deste livro.
O livro foi escrito na Babilônia, durante o período da vigência do cativeiro babilônico.


III - DANIEL, O AUTOR DO LIVRO:

(1) - Quem foi Daniel? - Sobre o autor do livro, o profeta Daniel, sabe-se apenas aquilo que está relatado no livro por ele escrito. A Bíblia não registra o nome de seus pais, mas diz que pertencia à nobreza, era da linhagem real (Dn 1.3). Ele e seus três amigos, Hananias, Misael e Azarias, eram jovens de boa aparência, instruídos, bem educados (Dn 1.4), mas, sobretudo, servos de Deus, com profundas convicções (Dn 1.8).
Daniel foi contemporâneo dos profetas Jeremias e Ezequiel.

(2) - O cativeiro babilônico - No ano de 605 a.C., no terceiro ano do reinado de Jeoiaquim sobre Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, fez o seu primeiro ataque a Jerusalém. Sitiou a cidade e levou para a Babilônia vasos sagrados da casa do Senhor (Dn l.1,2; 2 Cr 36.4-7). Nessa ocasião, levou alguns judeus cativos, entre os quais, Daniel e seus três amigos (Dn 1.3). Estes foram, por ordem do soberano, escolhidos, para viverem no palácio, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus, para que, posteriormente, pudessem estar diante do rei, a seu serviço (Dn 1.4,5).
Posteriormente, Nabucodonosor atacou Judá mais duas vezes.

(3) - A cidade de Babilônia - Foi propósito do rei Nabucodonosor fazer da cidade um monumento de beleza. Ficaram famosos os seus jardins suspensos. Ao admirar o esplendor de sua cidade, um dia, Nabucodonosor exclamou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?" (Dn 4.30). E, por causa de sua soberba. foi castigado por Deus.
Babilônia era um grande centro de idolatria. Havia na cidade mais de 2000 deuses. O principal era Merodaque, contra o qual profetizou Jeremias (Jr 50.2). Havia na cidade 55 templos dedicados a este deus. Neste ambiente idolátrico, longe de sua pátria, os judeus, chorando de saudade de Sião, penduraram nos salgueiros as suas harpas (Sl 137.l,2).


Veremos, a seguir, como Daniel conseguiu manter-se fiel a Deus.

IV - DANIEL, EXEMPLO PARA OS CRISTÃOS:

 (1) - Deus nos ensina, através do exemplo de seus servos - Deus ensina aos homens de muitas formas. Uma delas é através da maneira de quem vive uma vida de acordo com a Sua vontade.
O maior de todos os exemplos é o de Jesus, a expressa imagem da pessoa de Deus (Hb l.3), que viveu entre nós uma vida modelo, cujo modelo devemos seguir. Ele mesmo disse: "Porque eu vos dei o exemplo, para que como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Ver, ainda, l Pedro 2.21; l João 2.6.
Paulo escreveu: "Sede meus imitadores, como também eu de Cristo" (l Co 11.1).
Ao escrever a Timóteo, Paulo diz que aquilo o qual lhe havia sucedido, tinha acontecido para exemplo dos que haviam de crer em Jesus, para o vida eterna (l Tm 1.16).
Também Daniel viveu uma vida exemplar, digna de ser imitada. Veremos isso em três diferentes contextos.

(2) - Daniel, um exemplo para os jovens - A Bíblia nada informa sobre quando e como se deu a conversão de Daniel. Mas quando, muito jovem, foi levado cativo para a Babilônia, era já um crente maduro.

(A) - Daniel é um exemplo, por ter buscado a Deus muito cedo na vida - Ec 12.1 - Quem se entrega a Jesus na sua juventude, ganha a salvação, mas também o privilégio de viver toda a sua vida para Cristo! Jovem, faça de Daniel o seu ideal! Entregue a sua vida a Jesus cedo!
Outros exemplos de pessoas que começaram cedo a servir a Deus são Samuel (l Sm 3.l-11), José (Gn 39.2), Davi (l Sm 16.12), e Timóteo, o cooperador de Paulo (2 Tm 3.15).

(B) - Daniel é um exemplo, por ter cultivado uma vida de oração - Isto deu-lhe condições de conservar a sua identidade de servo de Deus, mesmo em uma sociedade pagã. O segredo da vitória de Daniel era o hábito de orar todos os dias três vezes (Dn 6.10), e, assim, quando influências e costumes idolátricos queriam agir para envolvê-lo, tinha poder para reagir e manter-se vitorioso.
Jovem, faça o mesmo! O segredo da vitória para todos nós é permanecermos aos pés daquele que nos amou! (Rm 8.37)

(C) - Daniel é um exemplo, por ter mantido firme o propósito de em tudo obedecer à Palavra de Deus - Quando entrou na escola palaciana, e viu que o cardápio, determinado para ele, entrava em colisão com os preceitos da Lei de Deus, "Daniel assentou em seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei" (Dn 1.8). Com a ajuda de Deus, conseguiu alimentar-se de acordo com a sua consciência. E Jeová o recompensou por sua fidelidade, ao dar-lhe conhecimento e inteligência, em todas as letras; e sabedoria e entendimento, em toda visão e sonhos (Dn 1.17). E, por causa da diferenciada capacidade que Deus lhe deu, Daniel permaneceu diante do rei, para servi-lo (Dn 1.19).

(3) - Daniel, um exemplo para todos os obreiros - Daniel ocupou um elevado cargo, tanto no reino da Babilônia (Dn 2.49; 5.29) como no império persa (Dn 6.1-3). Meu caro irmão, que ocupa uma função de responsabilidade na sociedade, seja em um cargo público, ou em uma empresa privada, tome Daniel como exemplo pessoal.
O que caracterizou Daniel enquanto era alto funcionário?

(A) - Daniel era FIEL - Dn 6.4 - A fidelidade é um adorno que dignifica qualquer servidor, seja em que posição for. O crente deve ser fiel a seus superiores, estejam eles presentes ou ausentes. O cristão precisa ser sincero a seus colegas, e também a seus subordinados. Necessita cumprir os deveres assumidos, e ter firmeza em suas palavras, que devem ser sim, sim, e não, não (Mt 5.37).

(B) - Daniel não tinha VÍCIO - Dn 6.4 - O vício mais comum é a prática da mentira. O crente não pode mentir (Is. 63.8; Ef 4.25). A Bíblia diz que os mentirosos não serão salvos (Ap 21.27).
Outro vício é a desonestidade. O crente deve ser honesto a toda prova (Rm 12.17; I Ts 4.12).
Neemias foi governador em Jerusalém algum tempo. Ele disse que os seus antecessores haviam-se beneficiado a si mesmos, mas ele podia dizer: "eu assim não fiz, por causa do temor de Deus" (Ne 5.15).

(4) - Daniel, um exemplo para os idosos - Mesmo em idade avançada, Daniel deu bom exemplo. Tinha mais de 80 anos, quando foi convocado para interpretar a escrita na parede do palácio, e estava em condições espirituais de fazê-lo (Dn 5.13). Pouco tempo depois, no reinado de Dario, orava três vezes ao dia (Dn 6.10).

V - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A maior bênção na velhice é receber a mensagem que Daniel obteve no final de seus dias: "Vai até o fim, porque repousarás, e estarás na tua sorte no fim dos dias" (Dn 12.13).
No envelhecimento, estaremos mais perto de alcançar o alvo de todo crente: ESTAR PARA SEMPRE COM O SENHOR (l Ts 4.17). E isto é uma CONSOLAÇÃO (l Ts4.18).

FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre de 1995 – Comentarista: Eurico Bergsten











Um comentário:

  1. Estive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes,mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu. Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante, e se desejar deixe o seu parecer. Abraço fraterno. António.

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