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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A FIRMEZA DO CARATER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL - LIÇÃO 02 COM SUBSIDIOS


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Lições Bíblicas CPAD  - Jovens e Adultos
  4º Trimestre de 2014

Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral

 Lição 2: A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel
Data: 12 de Outubro de 2014

TEXTO ÁUREO

E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, [...] portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn 1.8).

VERDADE PRÁTICA

A integridade de caráter implica uma disposição interior para se manter fiel aos princípios da vida cristã.

HINOS SUGERIDOS

107, 162, 186.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Dn 1.8 A fidelidade de Daniel
Terça - Lv 11.43-45 A alimentação de Daniel
Quarta - Sl 65.5; 118.8,9; Is 26.4  Daniel e a confiança em Deus
Quinta - Dn 6.10  A firmeza de Daniel
Sexta - Dn 2.30  A humildade de Daniel
Sábado - Ez 14.14,20  Daniel entre os piedosos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Daniel 1.1-8,17,20.

1 - No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2 - E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.
3 - E disse o rei a Aspenaz, chefe dos eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres.
4 - jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus.
5 - E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei.
6 - E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
7 - E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego.
8 - E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.
17 - Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos.
20 - E em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino.

INTERAÇÃO

Esta lição mostrará o caráter ilibado de Daniel e seus amigos. Mesmo vivendo em uma sociedade pagã eles não se deixaram contaminar. A fé de Daniel fez com que ele se tornasse um exemplo de fidelidade para os crentes de todas as épocas. O profeta compreendia visões e sonhos. Ele e os seus amigos estudaram com afinco a língua dos caldeus, bem como a sua literatura. Os jovens se aplicaram e Deus lhes recompensou. Treinados pela academia real, Daniel e seus companheiros recusaram-se a comer alimentos reais. Eles não eram vegetarianos, mas como judeus a lei proibia que comessem animais “imundos” (Lv 11; Dt 14). Nas sociedades pagãs, as carnes em geral também eram dedicadas a alguma divindade. A decisão de não comer o alimento real era uma forma de dizer não à idolatria e ao paganismo babilônico.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Fazer uma retrospectiva da situação moral e política de Israel.
·   Explicar a força do caráter de Daniel.
·   Analisar as atitudes de Daniel e seus amigos na corte babilônica.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir o segundo tópico da lição faça a seguinte pergunta: “Daniel e seus amigos eram vegetarianos?”. “O que fez eles escolherem uma alimentação diferente, natural?”. Ouça os alunos e peça que leiam Daniel 1.12. Em seguida explique que a decisão de Daniel de comer apenas legumes, verduras e água, estava no fato de que a lei mosaica proibia os judeus de comerem carne de animais “imundos” (Lv 11). A fé e a obediência aos princípios divinos não permitiria que ele comesse tais alimentos. Diga que outro fato importante que precisamos observar era a ocorrência da idolatria nas culturas pagãs, pois a maior parte dos alimentos, em especial a carne e o vinho, eram dedicados a alguma divindade. A decisão de não comer o alimento real era uma forma de dizer não à idolatria e ao paganismo babilônico.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Determinação: Na lição é a forte inclinação de Daniel e seus amigos em não se contaminar com as iguarias do rei.

A lição de hoje retrata a história de quatro jovens judeus levados cativos para a Babilônia. Dos quatro rapazes — Daniel, Hananias, Misael e Azarias — a pessoa de Daniel é quem tem maior ênfase nessa narrativa. A sua fidelidade a Deus e integridade moral são demonstradas em meio a uma cultura pagã. Fruto da formação moral e espiritual recebida de seus pais, as atitudes de Daniel fizeram-no desafiar a ordem do rei da Babilônia, a maior autoridade do mundo de outrora. Estamos no século 21, um tempo marcado pelo paganismo. Ao lermos a história de Daniel e a de seus amigos, somos desafiados a ter firmeza de caráter. Adotando uma postura moral que jamais negue a fé e a ética cristãs no mundo. A integridade moral de Daniel tem muito a nos ensinar.

I. UMA RESTROSPECTIVA HISTÓRICA

1. A situação moral e política de Judá. Após a deposição do seu irmão Jeoacaz, Jeoaquim (Dn 1.1) ascendeu ao trono de Judá por intermédio de Neco, o faraó do Egito (2Rs 23.34). Perversidades e rebeliões contra Deus fizeram parte do antecedente histórico do rei de Judá. No ano 606 a.C., Nabucodonosor invadiu e dominou a cidade de Jerusalém levando para a Babilônia os tesouros do Templo. Mas as pretensões de Nabucodonosor não eram somente de cunho material, e sim igualmente cultural, pois ele levou os nobres da casa real versados no conhecimento, dentre os quais estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
2. A situação espiritual de Judá. Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. Os sacerdotes, a casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente. O rei Zedequias, por exemplo, “endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr 36.13). Judá permitiu que a casa de Deus fosse profanada pelas abominações gentílicas. O reino do Sul conseguiu entristecer o coração do Senhor!
3. O império babilônico arrasa o reino de Judá. A sequência do texto do primeiro versículo diz: “veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou” (v.1). Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá. Na primeira, o império babilônico levou os tesouros da casa do Senhor. Isto ocorreu no terceiro ano do reinado de Jeoaquim (ano 606 a.C.). Na segunda incursão, no oitavo ano do reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor deportou os nobres da casa real (ano 597 a.C.). A última incursão deu-se no ano 586 a.C., quando o templo de Jerusalém foi saqueado, destruído e queimado, bem como os muros da cidade santa, derrubados (2Rs 25.8-21). Nabucodonosor levou os utensílios da Casa de Deus para o santuário da divindade babilônica, Marduque, chamado também de Bel, a quem o rei babilônico atribuía todas as conquistas imperiais.


SINOPSE DO TÓPICO (I)

Judá se encontrava espiritual e politicamente em uma situação desfavorável, o que facilitou a invasão e o domínio de Nabucodonosor.


II. A FORÇA DO CARÁTER

1. A tentativa de aculturamento dos jovens hebreus (1.3,4). Os teóricos da psicologia definem caráter como “a parte enrijecida da personalidade de uma pessoa”. Os jovens hebreus tinham um caráter ilibado, mediante a educação e o testemunho observado em seus pais. Para obter apoio daqueles jovens e usar a inteligência deles ao seu favor, Nabucodonosor sabia que, obrigatoriamente, teria de moldá-los, aculturando-os nas ciências dos caldeus. Porém, muito cedo os babilônios perceberam que a formação cultural e, sobretudo, religiosa dos jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções de fé. Por isso, Nabucodonosor os submeteu a processo de aculturamento. Para esta finalidade, o imperador caldeu elaborou um programa cultural que fosse eficaz na extinção da cultura judaica: Os jovens hebreus participariam da mesa do rei (1.5).
2. O caráter colocado à prova (1.5-8). Daniel e os seus amigos foram colocados à prova em uma cultura diferente de uma terra igualmente estranha. A formação desses jovens chocava-se com a cultura babilônica. Em outras palavras, eles eram firmes em seu caráter! Em especial, no caso de Daniel, o seu caráter íntegro tinha a ver com a sua personalidade. Ele assentara em seu coração não se contaminar com as iguarias do rei que, como se sabe, eram oferecidas aos deuses de Babilônia. Daniel e os seus companheiros, apesar de serem bem jovens, demonstraram maturidade suficiente para reconhecer que o exílio babilônico era fruto do pecado cometido pelo povo de Judá e seus governantes.
O mundo hoje oferece um banquete vistoso para contaminar os discípulos de Cristo. Entretanto, devemos nos ater ao exemplo de Daniel e dos seus amigos. Aprendamos com eles, pois as suas vidas não consistiam em meras tradições religiosas, mas em uma profunda comunhão com Deus. Eles eram fiéis ao Deus de Israel e guardavam a sua Palavra no coração para não pecar contra Ele (Sl 119.11).


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Daniel e seus amigos tinham um caráter imaculado e não se deixaram seduzir pelas ofertas malignas de Nabucodonosor.


III. A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS

1. Uma firme resolução: não se contaminar (Dn 1.8). Quando Aspenaz, chefe dos eunucos, recebeu ordens de Nabucodonosor para preparar os jovens hebreus, ele os reuniu e deu-lhes ordens quanto à dieta diária (1.5). Em seguida, trocou-lhes os nomes hebreus por outros babilônicos: Daniel foi chamado “Beltessazar”; Hananias, “Sadraque”; Misael, “Mesaque” e Azarias, “Abede-Nego”. Porém, cuidadosa e inteligentemente, Daniel propôs outra dieta a Aspenaz e o convenceu. Como as iguarias do rei da Babilônia eram oferecidas aos deuses, Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar. Essa corajosa atitude representava muito e tinha um profundo significado na fé de Daniel e dos seus amigos. Eles sabiam que seriam protegidos do mal!
2. Daniel, um modelo de excelência. Mesmo sendo levado muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia verdadeiramente o Deus do seu povo. Daniel tinha convicção de que alimento algum, por melhor que fosse, teria mais valor que o relacionamento entre ele e Deus. A exemplo de outros jovens descritos na Bíblia — Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm 16.12) e Timóteo (2Tm 3.15) —, Daniel é um modelo de excelência para a juventude que busca uma vida de retidão e compromisso com o Evangelho e a sua ética. A devoção de Daniel é inspiradora para todos que desejam conciliar a vida cultural, em uma sociedade sem Deus, com uma vida de oração e de compromisso com o Evangelho (Dn 6.10).
3. Daniel: modelo de integridade x sociedade corrupta. A imponência dos templos babilônicos, o poder político do Estado e a classe sacerdotal dos caldeus escondiam o processo de corrupção sistemática que, mais tarde, culminaria na queda daquele império. Em meio a toda aquela cultura pagã, o jovem Daniel manteve-se íntegro, crente, honrando a Deus nas atividades políticas e respeitando as autoridades superiores. Ele cumpriu os deveres esperados de um bom cidadão babilônico. Todavia, quando Daniel foi desafiado pelos ministros do império a abandonar a fé, o profeta não se dobrou, antes, continuou perseverante na fé uma vez dada aos santos. Mesmo que isto custasse a sua integridade física. Daniel manteve-se fiel!


SINOPSE DO TÓPICO (III)

Daniel estava no exílio, mas seu relacionamento com Deus não foi afetado. Ele manteve-se fiel ao Senhor e às suas leis.


CONCLUSÃO

Como preservar um caráter puro em meio a uma sociedade corrompida? Esta pergunta pode ser respondida à luz da vida de Daniel e seus amigos. Elas estimulam-nos a ver a vida com o olhar de Deus, o nosso Pai. Fomos chamados por Deus a ser sal da terra e luz deste mundo. Para isso, precisamos guardar o nosso coração e viver uma vida de comunhão com Deus. Testemunhando o Evangelho para todos quantos necessitam desta verdade libertadora.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.

EXERCÍCIOS

1. Quem subiu ao trono de Judá depois da deposição de Jeoacaz?
R. O rei Jeoaquim.

2. Faça um breve comentário da situação espiritual em que se encontrava Judá.
R. Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. Os sacerdotes, a casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente.

3. Quantas incursões Nabucodonosor fez a Jerusalém?
R. Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá.

4. Como os teóricos da psicologia definem caráter?
R. Os teóricos da psicologia definem caráter como “a parte enrijecida da personalidade de uma pessoa”.

5. Qual foi a atitude de Daniel e seus amigos diante das iguarias do rei?
R. Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Bibliológico

“Que tivessem habilidade para viver no palácio do rei
Quando Deus permitiu a Nabucodonosor a vitória sobre Jeoaquim em 605 a.C., o monarca babilônico levou alguns vasos do templo e também alguns escolhidos dentre os príncipes e nobres. Depois da destruição de Nínive, sete anos antes, o império babilônico começou a crescer tão rapidamente que não dispunha de números suficientes de babilônios cultos para a cúpula governamental. Por isso, Nabucodonosor levou para a Babilônia jovens saudáveis de boa aparência e de alto nível cultural a fim de ensinar-lhes a cultura e a língua dos caldeus e, assim, torná-los úteis no serviço real. Entre eles estavam Daniel e seus três amigos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1244).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Bibliológico

“Jovens de Caráter (1.6-16)
Os quatro heróis de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame. Esses pertenciam aos filhos de Judá e tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhe deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam: Daniel significava: ‘Deus é meu juiz’; Hananias significava: ‘O Senhor tem sido gracioso ou bondoso’; Misael significava: ‘Ele é alguém que vem de Deus’ e Azarias declarava: ‘O Senhor é meu Ajudador’. A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.503).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel

Quem era o jovem Daniel? Quem eram Hananias, Misael e Azarias, seus amigos? O livro de Daniel inicia a história desses jovens situando-os no processo de deportação de Jerusalém para a Babilônia de Nabudonosor. A respeito desses quatro jovens, a Bíblia descreve cinco características importantes: Eram “de linhagem real, dos nobres”; “sem defeito algum”; “formosos de aparência”; “instruídos em toda a sabedoria”; “sábios em ciência”.
A identidade dos quatro jovens
Flávio Josefo, historiador judeu de linhagem sacerdotal (37-103 d.C), em sua célebre obra, História dos Hebreus, editada pela CPAD, confirma a linhagem real e nobre de Daniel e dos seus três amigos: “Dentre todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e outros de origem mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais perfeitos e competentes”. Outro apontamento de Josefo chama-nos a atenção: “Dentre os moços que eram parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente honestos e inteligentes: Daniel, Hananias, Misael e Azarias”. Tanto pela Bíblia quanto por fonte extra, está claro que esses jovens pertenciam à realeza e à nobreza de Israel. Ambos eram parentes do rei Zedequias. Entretanto, as características mais importantes destacadas pela Bíblia e, igualmente por Josefo, eram a honestidade, firmeza e integridade no caráter.
Educados na Lei de Deus, os jovens levavam a sério a ética social da Torá na cultura paganizada da Babilônia. Prova disso foi a tentativa de Nabudonosor em apagar a identidade social e religiosa deles. Ele trocou os nomes dos rapazes para nomenclaturas pagãs: a Daniel deu o nome de Beltessazar; Hananias o chamou Sadraque; a Misael, Mesaque; a Azarias, Abede-Nego.
A firmeza do caráter
Frequentemente, o termo caráter é conceituado como um tipo ou sinal convencionado numa sociedade. Refere-se à índole, ao temperamento e a forma moral. A família, a escola e a religião de um grupo social contribuem para formar o caráter de uma pessoa.
Ao impor a troca dos nomes de Daniel e os seus três amigos o rei Nabucodonosor estava “mudando” a identidade deles, tanto cultural quanto religiosa, advinda da Lei de Deus. Mas o que fizeram os jovens rapazes? Resistiram sabiamente, propondo outra estratégia para viverem no palácio da Babilônia sem desonrar a Deus e conservando a integridade de caráter herdado do seu povo.


SUBSIDIOS
I – INTRODUÇÃO:
A minha vida tem sido motivo de gargalhadas de Satanás diante de Deus? Na minha família, no meu trabalho, no meu dia-a-dia, como tem sido o meu comportamento? Tenho me comportado como um crente lavado pelo sangue do Cordeiro ou como pessoa mundana, comprometida com o pecado? Nosso comportamento mostrará ao mundo de quem nós somos e a quem servimos: Ou a Deus ou a Satanás! (Dn 1 cf At 27:23).

II - DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS “CARÁTER” e “COMPORTAMENTO”:
CARÁTER - Este termo significa DISTINTIVO; MARCA. Às vezes, caráter é entendido como a própria personalidade, o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo. Vejamos, no caso do cristão (I Pe 2:11-17 cf Mt 5:16).

COMPORTAMENTO – O comportamento do cristão é o conjunto de ações que identifica o homem com a vontade de Deus e o faz ser reconhecido como uma pessoa que traz benefícios ao seu próximo (I Cor 10:31-33; Cl 3:12-17).

III - A ÉTICA SEGUNDO O EVANGELHO:
A ética cristã subentende uma acumulação mais qualitativa de valores porque, além das grandezas morais aí defendidas, encontramos também virtudes espirituais para aprimorar a nossa conduta. (I Cor 10:31-33)

(1) - A CONDUTA DO CRENTE - É imperioso ao crente manter uma viva preocupação com o seu modo de viver, esforçando-se por desenvolver uma conduta irrepreensível e burilada nos princípios éticos da Palavra de Deus (Sl 15:4-5, 8-10; Ef 4:17-24)
(2) - O CULTIVO DE BONS COSTUMES - (I Cor 15:33 cf Apc 22:11) - Os hábitos contraídos por alguém trazem como consequências marcas no seu caráter. Evidentemente que a prática de hábitos saudáveis vão formar naquele que os pratica um caráter equilibrado e um modelo de personalidade.
(3) - O CRISTÃO E O PRÓXIMO - (Rm 15:2-5) - O cristão é um ser social como qualquer outra criatura humana. Logo, ele tem uma vida ligada a seu semelhante sob muitos aspectos e isto deve impeli-lo de agir com sabedoria, buscando compreensão, bom relacionamento, sempre objetivando servir ao invés de ser servido.

IV - O COMPORTAMENTO DO CRISTÃO:
(1) - ANDAR EM INTEGRIDADE - O cristão deve ser íntegro tanto em suas ações como em suas palavras (Mt 12:33; Rm 6:22) (Hc 8:16; Ef 4:25; Mt 5:37) cf Sl 15:2; 24:4; 140:13
(2) - FAZER JUSTIÇA - Justiça significa a virtude de conceder a cada um aquilo que lhe pertence, que é seu. Fazer justiça significa andar em conformidade com o que é direito, com aquilo que é correto (Ef 6:14 cf Cl 3:12)
(3) - FALAR A VERDADE - De acordo com a Palavra de Deus, o verdadeiro cidadão dos céus é aquele que fala verazmente, mostrando, dessa forma, que sendo ele filho de Deus, já não tem parte com a mentira. (Ef 4:25; Sl 15:2 cf Lc 6:45; Jo 8:42-44)
(4) - APARÊNCIA PESSOAL - (Lv 8:7-13) - Isto era uma exigência divina. O cristão deve se trajar com decência, elegância e discrição. Deve apresentar-se bem vestido em todas as ocasiões (sem exagerar em usar roupas caras e de grande luxo), a fim de evitar expor-se ao ridículo. Deve-se evitar o uso de cores extravagantes e roupas completamente fora de época. Não pode descuidar-se com a higiene pessoal. Devemos nos lembrar que o crente na comunidade onde vive representa a Igreja a qual serve. Portanto, sua aparência pessoal, de algum modo, refletirá a aparência do povo cristão daquela Igreja da qual é membro.

(5) - A LINGUAGEM  SÃ - (I Tm 4:12)
(5.1) - A TONALIDADE DA VOZ - O cristão deve moderar sua voz para que não fale gritando, nem fale tão baixo que seja difícil ouvi-lo. Falar alto demais pode parecer exaltação ou até mesmo falta de educação.
(5.2) - O VOCABULÁRIO - (Ef 5:3; Sl 34:13; Pv 13:3; 21:23) - O vocabulário do cristão não deve ser recheado de gírias e palavras obscenas. Durante uma pregação ou um testemunho, deve-se ter o cuidado de não usar palavras “pesadas” ou palavras incompreensíveis aos ouvintes. Devemos usar um vocabulário simples para sermos compreendidos.
(5.3) - TIPO DE CONVERSAÇÃO - (Ef 5:3-4, 19; I Cor 15:33; Pv 17:27; Cl 4:6; Tt 2:8; Tg 3:2) - A Palavra de Deus condena a conversação torpe e vã. Conversas fúteis, anedotas e piadas constituem perda de tempo e pervertem os ouvintes. O cristão que se dá ao hábito de contar piadas, fatos de sua vida espiritual, do seu relacionamento com os outros membros, com o objetivo de menosprezar os irmãos humildes, perde o respeito e a autoridade
(5.4) - GESTOS - A fala também envolve os gestos e o cristão deve ter o cuidado para não ser exagerado nos seus gestos ao falar. Gesticular exageradamente chama muito a atenção das pessoas e, normalmente, se transfere para o púlpito na hora de pregar ou testemunhar.  Nada justifica que o cristão venha fazer gestos obscenos, mesmo em hora de ira.

(6) - OS COMPROMISSOS - (I Tm 3:8; Mt 5:37) -  A mentira  não tem grau. Alguns querem desculpar-se porque disseram uma “mentirinha” ou então que foi “uma mentira inofensiva”. Toda mentira desvaloriza a pessoa humana. Logo, o cristão que usa de mentira estará se depreciando diante do povo de Deus e da sociedade.
(6.1) - O cristão deve ser todo cuidado com seus compromissos. Ao empenhar sua palavra, ele deve fazer todo o possível para cumprir o prometido, mesmo com prejuízo. Muitas pessoas se escandalizam ou rejeitam o Evangelho porque fizeram tratos com os cristãos e depois estes negaram a cumpri-los (Pv 6:16-17; 19:5; Zc 8:16; II Cor 13:8)

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Toda a glória do Evangelho está relacionada com a vida exemplar do cristão;
O que caracteriza o cristão é o fato de ser o seu comportamento o resultado de uma vida transformada pelo Espírito Santo;
A vida do crente está toda ela moldada em princípios e padrões de natureza ética. Portanto, o cristão deve primar por um viver pleno de virtudes e valores morais, no modelo do profeta Daniel.

FONTES DE PESQUISA E CONSULTA:
Revista Obreiro - Ano XI - N°45 - CPAD - Outubro a Dezembro de 1988.
Lições Bíblicas Maturidade Cristã - CPAD - 2º Trimestre de 1988 - Comentário: Equipe da DEC/DEPU.
Estudo Panorâmico da Bíblia – Editora Vida – Henrietta C. Mears.
Comentário Bíblico de Matthew Henry – CPAD.
Curando as Enfermidades da Igreja – Editora Hagnos – Lécio Dornas.
Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke




Firmeza de Caráter ante o Desafio Babilónico
Ter firmeza de caráter implica a disposição interior para se manter fiel aos princípios que regem a nossa vida cristã.
Este primeiro capítulo apresenta os personagens que são os pro- fe tagonistas de episódios relatados nos capítulos seguintes. Eles ^revelam a capacidade de serem fieis a Deus mesmo quando as circunstâncias se mostram adversas. E a história de quatro jovens que não se corromperam, nem antes nem depois de se tornarem exilados numa outra terra e sob o domínio de um rei pagão.
Os seis primeiros capítulos do livro são históricos. Neles encontramos a história verdadeira de quatro jovens judeus, os quais, levados cativos para a Babilônia foram desafiados na sua fé em Deus. Dos quatro rapazes judeus, Daniel, Ananias, Misael e Azarias, é o jovem Daniel que ganha espaço nesta história pela demonstração de sua fé, fidelidade e integridade em meio a uma situação instável e oposta a tudo que conhecia no meio do seu povo.
Nesta história destaca-se a firmeza de caráter demonstrada pelos quatro jovens que deu a eles a capacidade de enfrentar o desafio à sua fé no Deus de Israel. Essa atitude significava a disposição interior e era fruto da formação moral e espiritual recebida de seus pais.Tratava-se de uma postura mais firme que colocava as suas vidas em risco por não obedecer a ordem do Rei que afetava a sua fé.
Neste início do século XXI, somos desafiados na nossa integridade como cristãos a termos uma postura que jamais renegue a nossa fé cristã. Haverá em nossos dias gente confiável? Para esse tempo de crise de integridade, a história de Daniel serve de modelo aos cristãos.

I - UMA RESTROSPECTIVA HISTÓRICA
A situação política do reino de Judá
“No ano terceiro do reinado de Jeoaquím” (1.1). Segundo alguns estudiosos da cronologia histórica que envolve o terceiro ano do reinado de Jeoaquim o tempo mais próximo foi entre 606 e 605 a.C. Nesse tempo, Nabucodonosor era o filho de Nabopolasar que era, tão somente, o herdeiro do trono da Babilônia. Porém, destacou-se quando fez campanhas de conquistas de outras terras em lugar de seu pai. Sua ascensão ao trono da Babilônia aconteceu em 605 a.C., mediante a vitória que teve em Carquemis assegurando aos babilônios a dominação sobre a Síria e a Palestina. Foi depois desta vitória que lhe foi dado o título de Rei da Babilônia. Foi em 605 a.C., que Nabucodonosor entrou em Judá e Jerusalém e confiscou utensílios de valor do templo de Jerusalém, levando-os para a Babilônia. Cum- pria-se, então, a profecia de Isaías ao rei Ezequias muitos anos antes (Is 39.1-6). Outros profetas profetizaram sobre essa queda de Judá, através de Hulda, a profetisa (2 Cr 43.22-28), além dos profetas que profetizaram sobre o exílio de Judá na Babilônia, tais como Miqueias (Mq 4.10),Jeremias (Jr 25.11) e Habacuque (Hc 1.5-11).
“veio Nabucodonosor, rei da Babilônia a Jerusalém e a sitiou” (1.1). Houve três incursões do rei babilónico. Na primeira vez este rei levou os tesouros da casa de Deus no ano terceiro de Jeoaquim em 606 a.C. Na segunda incursão, Nabucodonosor fez a segunda deportação que foi no ano oitavo de Jeoaquim em 597 a.C. Na terceira incursão foi no ano 586 a.C., quando o templo foi saqueado, destruído e queimado, bem como a cidade e os muros de Jerusalém (2 Rs 25.8-21). Os utensílios do templo de Jerusalém consagrados a Jeová foram levados para a casa do deus de Nabucodonosor, porque atribuía suas conquistas ao seu deus.
“Jeoaquim, rei de Judà” (1.1). Os antecedentes históricos desse rei são cheios de maldade e rebelião contra Deus. Jeoaquim foi colocado no trono de Judá pelo Faraó-Neco, o rei do Egito (2 Rs 23.34) nos anos 608 a 597 a.C. Jeoaquim foi colocado no lugar de seu irmão Jeoacaz , que foi deposto pelo rei do Egito. No ano 606 a.C., Nabucodonosor invadiu Jerusalém, dominou a cidade e levou para a Babilônia os tesouros da casa de Deus (templo). Porém, as pretensões de Nabucodonosor foram além dos valores materiais de Jerusalém. Ele levou alguns nobres da casa real que eram versados em ciências e conhecimentos gerais, entre os quais, quatro jovens chamados Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Em meio àquela crise espiritual do reino de Judá, esses jovens se mantiveram fiéis aos princípios ensinados e que foram testados logo.

A situação espiritual em Judá
“E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá” (1.2). Nas mãos de quem? Claro, nas mãos de Nabucodonosor. Esta declaração bíblica revela a soberania divina sobre os reinos do mundo. Ele tinha poder para tirar e colocar reis sobre as nações. Neste caso, Deus toma um rei inimigo do povo de Deus e o faz dominar sobre o rei de Judá e seu povo. Segundo a história, depois que Josias havia feito a grande reforma política e religiosa em Judá, os anos se passaram e os filhos de Josias se desviaram da fé de seu pai e foram muito ímpios. Os sacerdotes, o rei e todo o povo se endureceram espiritualmente. O próprio rei, Jeoaquim, “endureceu a sua serviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus de Israel”{2 Cr 36.13). A casa de Deus foi profanada com as abominações gentílicas e o coração de Deus foi entristecido.
“e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar” (1.2). Na verdade, Nabucodonosor não levou tudo o que havia no templo, apenas parte. Em outra incursão ele levou o restante, nada deixando em Jerusalém. Na verdade, ele destruiu a cidade para não ficar lembrança alguma na mente dos exilados (2 Cr 36.18). A terra de Sinar ou Sineat; fica na Mesopotamia, ou seja, na Babilônia, o mesmo lugar onde foi construída a Torre de Babel.
Esse lugar era sinônimo de oposição a Deus, onde a perversidade fora marcante. Ao levar os utensílios do Templo judeu, Nabucodo- nosor desafiava ao Deus de Israel. Mais tarde, Belsazar profana os utensílios sagrados do templo de Israel no capítulo 5.

II - A FORÇA DO CARÁTER
A história de Daniel e seus três amigos, entre tantos outros exilados de Judá é um testemunho vibrante de que em meio à circunstâncias adversas é possível preservar valores morais e espirituais.
Neste capítulo, o caráter dos quatro jovens, especialmente, o de Daniel foi uma demonstração da formação que tiveram no Reino de Judá, a despeito da corrupção de alguns reis de Judá. Diante das ofertas palacianas e das exigências que feriam a fé que tinham no seu Deus, Daniel e seus companheiros foram valentes e corajosos ao rejeitarem as iguarias da mesa de Nabucodonosor.

A tentativa de aculturamento dos jovens hebreus
“Aspenaz, chefe dos eunucos”. A palavra “eunuco” vem do hebraico “soris” (1.3) e pode referir-se a um oficial do palácio, ou homens que fossem castrados sexualmente para poderem servir na casa das mulheres do rei. Porém, não há nada absolutamente que prove que Daniel e seus três amigos foram castrados ou transformados em eunucos. Sabe-se que os quatro jovens eram de linhagem real do palácio de Judá e, por isso, altamente preparados para serem úteis no palácio. Esses dois versículos (1.3,4) falam de um “chefe dos eunucos” chamado Aspenaz, altamente qualificado para educar os jovens exilados levados para o Palácio da Babilônia. A despeito de eles serem educados em línguas e ciências, Nabucodonosor queria muito mais. Ele queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem conhecimento de astrologia e adivinhação, além de todo conhecimento que haviam recebido na sua terra em Judá. Percebendo que o plano de Aspenaz poderia envolve-los em costumes que afetariam suas vidas em relação ao seu Deus. Daniel e seus amigos, com sabedoria e respeito pela autoridade de Aspenaz, procuraram um modo de convencê-lo de que tinham um plano especial, sem a necessidade de adotarem a dieta alimentar do palácio. Antes de tudo, os jovens judeus decidiram não se contaminar com as comidas e bebidas da mesa do Rei, as quais eram oferecidas aos deuses da Babilônia. Então Daniel e seus três amigos judeus, inteligentemente propuseram a Aspenaz adotarem uma dieta alimentar de frutas e verduras. Eles tiveram coragem e confiança no seu Deus porque tinham um caráter irrepreensível. A postura inteligente desses jovens revelava a força do caráter que tinham mesmo em circunstâncias adversas.
(1.5-7) Esses versículos demonstram que Nabucodonosor, através de seu servo imediato Aspenaz, queria o aculturamento babilónicos dos quatro jovens, além de outros mais de outras nações. Esse aculturamento requeria saúde perfeita e inteligência para poderem servir no palácio diante do Rei.
Porém, o que prevaleceu foi a força do caráter desses jovens que convenceu a Aspenaz de que a proposta de Daniel deveria ser experimentada. Por esse modo, os jovens superaram a ameaça de contaminação da dieta babilónica. Segundo as definições da Psicologia, “caráter é a parte enrijecida da personalidade de uma pessoa. Aqueles jovens hebreus tiveram uma formação de caráter invejável mediante o testemunho da história. Nabucodonosor sabia que para obter apoio da inteligência daqueles jovens precisaria que eles fossem aculturados, também, nas ciências dos caldeus. Aqueles jovens judeus tinham uma formação cultural e religiosa muito forte. A força da fé dos judeus era algo que aparecia em suas falas e convicções e não seria fácil fazê-los esquecer, por socialização, aculturamento e contextualização à cultura babilónica. Para essa finalidade, Aspenaz preparou, não só um programa cultural de língua e ciência, mas quis submetê-los a uma dieta alimentar da própria mesa do rei (1.5).

A integridade dos jovens hebreus colocada à prova (1.5-8)
(1.6,7) Essa prova começou com a troca de seus nomes hebreus, os quais tinham significados especiais de louvor ao Deus de Israel. A Daniel, cujo nome significa “Deus é meu juiz”, deram-lhe o nome de  Beltsazar, nome dedicado ao deus Bei; a Misael que significa: ’’Quem é como Jeová”?, deram-lhe o nome de Mesaque, homenagem ao deus“Aku”; a Ananias, cujo nome significa: “misericordioso é Jeová”, chamaram-lhe Sadraque, em homenagem ao deus Marduc; e Azarias, chamaram-lhe Abede-Nego, “servo de Nego”. Eram nomes pagãos com o propósito de apagar o nome de Jeová na formação moral e religiosa desses jovens. Mas não conseguiram. A fé estava plantada no coração deles. Na verdade, Daniel e seus amigos foram colocados à prova numa terra estranha, com uma cultura que se chocava frontalmente com aquela que haviam recebido em Jerusalém. Essa provação não diminuiu a integridade moral e espiritual da vida desses jovens. Ora, que significa integridade? Pode-se definir integridade como solidez de caráter. Pode, também, significar o estado de ser inteiro, ser completo. Na história do livro, Daniel, em especial, a sua integridade resultava de sua formação de caráter. Ele assentou em seu coração não se contaminar com as iguarias da mesa do rei, que acima de tudo, eram iguarias oferecidas aos deuses do rei Nabucodonosor. Daniel e seus companheiros apesar de serem jovens, ainda bem novos, tinham a consciência de tudo quanto estavam vivendo naqueles dias, desterrados e humilhados era consequência do pecado do seu povo e do seu rei e nada tinha a ver com o Deus de Israel. O mundo de hoje oferece muitas iguarias mundanas para contaminar os servos de Deus, mas devemos nos exemplificar em Daniel e seus amigos. A fidelidade ao Deus de Israel e a integridade moral e espiritual desses jovens demonstraram que, a despeito do pecado do seu rei e do seu povo, eles permaneciam fiéis a Deus. Aprendemos com Daniel e seus amigos que a vida espiritual deles não consistia em meras tradições religiosas, mas consistia numa vida de comunhão com Deus. Eles mantinham a fidelidade ao seu Deus e guardavam a palavra de Deus no coração para não pecar contra Deus como viram o seu rei pecar (SI 119.11).

Daniel e seus amigos rejeitaram as ofertas de uma falsa liberdade
A primeira sensação do exílio deve ter sido a pior possível. Estavam desterrados e desafiados a viverem um novo estilo de  vida onde não teriam que prestar contas a ninguém, senão ao rei da Babilônia. Por outro lado, poderia nascer um sentimento de liberdade pessoal. Era, de fato, uma falsa liberdade que lhes oferecia o direito de fazerem o que quisessem.
Daniel e seus companheiros foram expostos às seduções de um novo sistema de vida que lhes daria facilidades e seduções que incitariam os desejos da juventude. A vida pagã estava à mostra e eles poderiam, se quisessem, adotar em suas vidas. Mas eles tinham em seus corações uma fé inabalável no seu Deus e não se deixaram atrair pelas paixões que a vida palaciana oferecia. Mesmo com todas as vantagens oferecidas no reino babilónico, Daniel não negociou sua fé no Deus de Israel. Ele não quebrou seu compromisso com Deus. Ele não banalizou sua crença nos valores morais e espirituais recebidos em Jerusalém. Nada o faria trair seu Deus, seu povo e sua fé.

III - A ATITUDE RESOLUTA DE DANIEL
Uma firme resolução de não se contaminar (1.8)
Quando Aspenaz, chefe dos eunucos recebeu ordens expressas de Nabucodonosor quanto a preparação daqueles jovens, não discutiria essa determinação palaciana. Reuniu os jovens hebreus e deu-lhes a ordem (1.5,6). Além da troca de seus nomes para apagar de vez com os vínculos religiosos que eles mantinham, Aspenaz lhes deu novos nomes pelos quais eles seriam identificados (Dn 1.7). Com a força de sua autoridade palaciana, Aspenaz passou- lhes a ordem direta de Nabucodonosor. Mas Daniel, apoiado por seus companheiros exilados, com atitude inteligente e prudente, convenceu a Aspenaz a aceitar a proposta de outra dieta alimentar que daria o mesmo resultado requerido. Daniel e seus amigos, inteligentemente não revelaram as razões de sua rejeição à dieta da mesa do Rei, mas, na verdade, eles propuseram entre si não queriam contaminar-se com as iguarias da mesa do rei que eram oferecidas aos deuses. Essa atitude corajosa de Daniel e seus amigos representava toda a fé que tinham no seu Deus a quem serviam e sabiam que seriam guardados do mal.

Daniel é um exemplo por excelência aos que servem a Deus
Mesmo tendo sido levado muito jovem para o exílio babilónico, Daniel conhecia a Deus e não o trocaria por iguaria alguma que lhe fosse oferecida. E um modelo para os jovens (Ec 12.1), como também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1 Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1 Sm 16.12),Timóteo (2 Tm 3.15). Durante toda a sua vida, Daniel foi um exemplo de fidelidade e de oração, pois orava três vezes ao dia, continuamente (Dn 6.10).

Daniel é um modelo de integridade numa sociedade corrupta
Apesar de todo o esforço de seus exatores que os trouxeram para uma terra estranha, com costumes e hábitos, dedicados a outros deuses, Daniel soube, durante toda a sua vida, manter-se íntegro moral e fisicamente. A tentativa de apagar a força e neutralizar a força de sua fé, os jovens hebreus permaneceram firmes e dispostos a não render-se, senão a Deus com suas próprias vidas. A mudança de nome não os fez esquecerem de sua fé e seu Deus Vivo e Poderoso (Dn 1.6,7). Nas atividades políticas soube conduzir-se, respeitando as autoridades superiores, sem trair a sua fé em Deus. Sabia cumprir seus deveres e, quando foi desafiado na sua fé a deixar de orar, ele não traiu o seu Deus.

A habilidade política de Daniel para manter seu propósito para com Deus (1.10-16)
(1.11-14) Daniel é conduzido ao chefe da cozinha que aparece no texto como “despenseiro” e responsável pela dieta dos príncipes que estavam na casa de Nabucodonosor a que aceitasse a proposta da dieta alimentar sem prejuízo para o mesmo. Esse chefe, era chamado no hebraico de melsar, uma palavra que deriva do acadiano massa- ru, cujo sentido é o de chefe da cozinha, ou seja, o despenseiro da cozinha do rei. Havia resistência para aceitar a proposta de Daniel, mas a habilidade com as palavras e sua capacidade persuasiva foram suficientes para convencer o chefe despenseiro da casa do rei. Ele não precisou mentir, nem usar de engano para convencer aquele alto  funcionário do palácio. Daniel nos ensina que não precisamos usar de artifícios de engano para fazer coisas corretas. Precisamos confiar na sabedoria divina para agir com coerência e habilidade, sem precisar de artifícios mundanos para conseguir coisas.
(1.14-16) Nestes dois versículos temos o resultado da experiência proposta por Daniel de “dez dias” (v. 14). Deus abençoou aos jovens hebreus naqueles dez dias e ao final quando foram se apresentar diante do Rei, a aparência física deles era superior aos demais que haviam obedecido a dieta do palácio. Essa autodiscipli- na dos jovens hebreus tinha a ver a aprovação de Deus, e por esse modo que eles demonstraram a força de sua fé e do seu caráter fortalecido em situações difíceis.

IV - A SUPERAÇÃO ANTE 0 DESAFIO BABILÓNICO (1.17-21)
A superação pela fidelidade a Deus
(1.17) Neste versículo a poderosa mão de Deus dirigiu todo o curso dos acontecimentos (vv.2, 9) , bem como, a saúde física, o vigor intelectual e a capacidade de superar inteligências comuns. O texto diz que “Deus lhes deu” tudo aquilo que os outros príncipes do palácio não tinham. Deus era a fonte de todo o conhecimento concedido aos jovens hebreus, além da capacidade de discernir o certo do errado. Mais que a cultura babilónica era a cultura geral que os jovens hebreus receberam para saber se conduzir no palácio e gozar da confiança do Rei Nabucodonosor.
(1.18-20) Havia um grau de exagero retórico de Nabucodonosor quando referiu-se aos jovens hebreus como demonstrando habilidades “dez vezes mais doutos que os demais” (v.20). Na realidade, essa constatação do Rei demonstrou a sua admiração por esses jovens. Mas havia em tudo isso, o dedo de Deus dirigindo a vida desses hebreus, de modo a que seu nome fosse glorificado diante da glória efêmera de Nabucodonosor.
“E Daniel permaneceu até ao primeiro ano do rei Ciro” (1.21). É interessante notar que esse capítulo tem um caráter histórico no qual o autor relata os aspectos principais dessa história. O reinado do  rei Ciro, da Pérsia, conhecido como “o Grande”, é um vislumbre do futuro de 70 anos depois de Nabucodonosor. Ciro conquistou a Babilônia em 539 a. C. De sua juventude quando foi exilado para a Babilônia por Nabucodonosor haviam se passado 70 anos e já tinha aproximadamente 85 anos quando os persas conquistaram a Babilônia. Os capítulos 5 e 6 do livro retratam esse tempo.
“e Daniel permaneceu até...” (1.21). Por um desígnio de Deus, Daniel permaneceu como oficial do império de Nabucodonosor até Ciro da Pérsia durante todos esses anos do cativeiro de 70 anos dos judeus em terra estrangeira, porque estava predito em profecias, especialmente, de Jeremias. Nestes 70 anos de cativeiro, Jerusalém foi invadida e saqueada da sua riqueza. Houve deportação em massa dos judeus e tudo isso porque “Joaquim, rei de Judá,fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2 Rs 24.8,9).

CONCLUSÃO
A grande lição que aprendemos com Daniel e seus amigos é que, ao rejeitarem os manjares da mesa do rei da Babilônia é possível ser feliz no mundo moderno sem se contaminar. A tentação dos pratos babilónicos não é diferente dos que são oferecidos em nossos dias. As iguarias do sistema mundano tem feito cair muitos servos de Deus. Hoje, alguns cristãos modernos, confundem contextualização com absorção dos manjares modernos que contaminam a vida cristã. Não temos de nos envergonhar da nossa fé, nem precisamos escondê-la, muito menos engessá-la e torná-la figura de retórica. Temos que acreditar que a fé verdadeira se torna uma fonte de energia para nossas forças intimas para enfrentar as adversidades. Essa experiência de Daniel nos leva a fazer uma analogia dos seus dias com a realidade do mundo moderno. Por isso, no meio de uma geração corrompida, guardar o coração para o Senhor é uma vitória.








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