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sexta-feira, 9 de maio de 2014

LIÇÃO 06 COM SUBSIDIOS - O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO

Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos
 2º Trimestre de 2014
 Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
 Lição 6: O Ministério de Apóstolo
Data: 11 de Maio de 2014

TEXTO ÁUREO
 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).

VERDADE PRÁTICA
 O dom do apostolado foi concedido por Deus à igreja com o propósito de expandir o Evangelho de Cristo.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Hb 3.1 Jesus, o apóstolo por excelência
 Terça - 2Co 12.12 Sinais do apostolado
 Quarta - At 2.42 A doutrina dos apóstolos
 Quinta - 1Tm 1.1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo
 Sexta - 1Co 4.9 Apóstolo, uma missão sacrifical
 Sábado - Lc 6.12-16 Os doze apóstolos de Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Efésios 4.7-16.
 7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
14 - Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15 - Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
16 - Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

INTERAÇÃO
 Prezado professor, já estudamos nas lições anteriores os dons espirituais de poder, de elocução e de revelação. A partir da lição desta semana você terá a oportunidade ímpar de estudar e ensinar a respeito dos dons ministeriais. Estes dons se encontram relacionados em Efésios 4.11. Estas dádivas divinas são igualmente importantes e necessárias para que a igreja cumpra a sua missão neste mundo e os crentes cresçam “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pe 3.18). Sabemos que o ministério apostólico, segundo os moldes do colégio dos doze, não existe mais, todavia o dom ministerial descrito em Efésios 4.11 continua em plena vigência. Por isso precisamos orar para que Deus levante apóstolos a fim de que o Evangelho seja pregado a todas as nações.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar biblicamente o colégio apostólico.
Descrever o ministério apostólico de Paulo.
Conscientizar-se a respeito da apostolicidade atual.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Professor, para introduzir a lição de forma dinâmica, faça a seguinte indagação: “Quais são os dons ministeriais?” Ouça os alunos com atenção e em seguida leia a relação descrita em Efésios 4.11. Depois, utilizando o quadro abaixo, explique a respeito do termo apóstolo e faça um pequeno resumo a respeito deste dom. Enfatize que Deus continua levantando apóstolos em nosso tempo. Conclua orando para que o Senhor distribua este dom entre os seus alunos.

COMENTÁRIO
 INTRODUÇÃO
 Palavra Chave
Apóstolo: Do gr. apostolos, enviado.
 A partir da lição desta semana estudaremos os Dons Ministeriais distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13). De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1Co 12.27-29). Veremos o quanto esses ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18). Mostrando a sequência de Efésios 4.11, iniciaremos o estudo pelo dom ministerial de apóstolo.

I. O COLÉGIO APOSTÓLICO
 1. O termo “apóstolo”. O Dicionário Bíblico Wycliffe informa que o termo grego apostolos origina-se do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. A palavra apóstolo, portanto, significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”. Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai com a missão de salvar o pecador com autoridade, poder, graça e amor. O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1).

2. O colégio apostólico. Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno. O Salvador os separou e nomeou. Os primeiros escolhidos não eram homens perfeitos, mas foram vocacionados a levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20). De acordo com Stanley Horton, eles foram habilitados a exercer “o ministério quando do estabelecimento da Igreja” (At 1.20,25,26). Em outras palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo. Mas antes, como nos mostra a Palavra de Deus, receberam o batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46).

3. A singularidade dos doze. Aqui é importante ressaltar que o apostolado dos doze tem uma conotação bem singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas.
a) Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor. Multidões seguiam Jesus por onde Ele passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre. Mas para iniciar o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por Ele (Mt 10.1; Lc 6.13).
b) Andaram com Jesus durante todo o seu ministério. Desde o batismo do Senhor até a crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc 6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23).
c) Receberam autoridade do Senhor (Jo 20.21-23). Os doze receberam de Jesus um mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram revestidos de autoridade de Deus para expulsar os demônios, curar os enfermos e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
 O verdadeiro apostolado é centrado única e exclusivamente em Jesus Cristo, pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai.

II. O APÓSTOLO PAULO
 1. Saulo e sua conversão. Saulo foi um judeu de cidadania romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do judaísmo (At 22.3,25). Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos cristãos. Entretanto, a caminho de Damasco, em busca dos cristãos que haviam fugido devido à perseguição em Jerusalém, e com carta de autorização para prendê-los, Saulo teve uma experiência com o Cristo ressurreto (At 9.1-22). A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios.

2. Um homem preparado para servir. Dos vinte e sete livros do Novo Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo. Quão grande tratado teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi grandioso para o cristianismo. Mas para além da intelectualidade teológica, o apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do Cristo ressurreto. Eis a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

3. “O menor dos apóstolos”. O apóstolo Paulo não pertencia ao colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem testemunhou a ressurreição do Senhor — requisitos indispensáveis para o grupo dos doze (At 1.21-23). Humildemente, o apóstolo reconheceu que não merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido fora de tempo, o menor de todos (1Co 15.8,9). Entretanto, o Senhor se revelou a ele ressurreto (At 9.4,5) e ensinou-lhe todas as coisas. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1Co 11.23). Embora o colégio apostólico tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16), as igrejas plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1Co 9.2).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
 Paulo viu o Cristo ressurreto. Esta era a sua credencial apostólica.

 III. APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
 1. Ainda há apóstolos? No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica.

2. Apóstolos fora dos doze. A carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo. O teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7)”. Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local (Dicionário Vine).

3. O ministério apostólico atual. Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal. O ministério dos doze não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico. Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo. Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Segundo Efésios 4.11 o dom ministerial de apóstolo está em plena vigência na igreja atual.

CONCLUSÃO
 Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.
HORTON, Stanley M. (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 Subsídio Teológico
 “Jesus é o supremo Sumo Sacerdote e Apóstolo (Hb 3.1). A palavra apóstolo era usada, no entanto, para qualquer mensageiro nomeado e comissionado a algum propósito. Epafrodito foi um mensageiro (apóstolo) nomeado pela igreja em Filipos e enviado a Paulo (Fp 2.25). Os companheiros de Paulo eram os mensageiros (apóstolos) enviados pelas igrejas e por elas comissionados (2Co 8.23).
Os doze, apenas, eram apóstolos específicos. Depois de uma noite em oração, Jesus os escolheu do meio de um grupo de discípulos e os chamou apóstolos (Lc 6.13). Pedro recomendou que os doze tinham um ministério e supervisão especiais (At 2.20,25,26), provavelmente tendo em mente a promessa de que eles futuramente julgariam (governariam) as 12 tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, nenhum apóstolo foi escolhido, depois de Matias, para estar entre os doze. Nem foram nomeados substitutos, quando estes foram martirizados. Na Nova Jerusalém há apenas 12 alicerces, com os nomes dos 12 apóstolos inscritos neles (Ap 21.14). Os doze, portanto, eram um grupo limitado, e realizavam uma função especial na pregação, no ensino e no estabelecimento da Igreja, além de testificar da ressurreição de Cristo, com poder. Ninguém mais pode ser um apóstolo no sentido em que eles foram” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012, p.287).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Teológico
 “APÓSTOLO
Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de Jesus na terra e consequentemente testificaram que Jesus era o Senhor ressurrecto (Lc 24.45-48; 1Jo 1.1-3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única são dados em At 1.21,22. A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14-16; At 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19. Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por Jesus. Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no episódio da transfiguração (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os companheiros de Jesus e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o ministério de Jesus, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada por outros (Lc 10.1).
Aparentemente, a posição dos apóstolos não foi fixada permanentemente antes da ressurreição (Mt 19.28-30; Lc 22.28-34; cf. Jo 21.15-18). O Cristo ressurreto fez deste grupo seleto de testemunhas do seu ministério e ressurreição, apóstolos e testemunhas permanentes de que Ele é o Senhor, os comissionou como missionários, os instruiu a ensinar e batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.46-48), e completou o processo com o envio do Espírito Santo no Pentecostes (Lc 24.49; At 1.1-8; 2.1-13). No período inicial, os 12 apóstolos eram os únicos ensinadores e líderes da igreja, e outros ofícios foram derivados deles (At 6.1-6; 15.4). O apostolado não implicava em uma liderança permanente. Embora Pedro tenha iniciado missões aos judeus (Atos 2) e aos gentios (At 10.1 — 11.18), Tiago o substituiu como líder entre os judeus, e Paulo como líder entre os gentios.
Os membros da igreja são sacerdotes, reis, servos de Deus e santos que usam seus dons para a edificação da igreja como um todo (1Co 12.1-11; 1Pe 2.9; Ap 1.6; 5.8,10; 7.3) e, como os apóstolos, são mediadores de Cristo (Mt 25.40,45; Mc 9.37; Lc 9.48) e reinarão com Ele (Ap 3.21).
Os apóstolos, porém, através do testemunho de sua palavra, sempre serão a norma e os arautos do fundamento sobre o qual Cristo edifica a sua igreja (Ef 2.20; Ap 18.20; 21.14). Os apóstolos são as primeiras dádivas de Cristo para a sua igreja (Ef 4.11) e os ministros estabelecidos por Deus na igreja (1Co 12.28,29)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wydiffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.162).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 O Apóstolo
 Estudamos a respeito dos dons espirituais de locução, poder e revelação nas primeiras cinco lições. A partir desta, trataremos dos dons ministeriais relacionados em Efésios 4.11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. O primeiro dom listado por Paulo é o de apóstolo, vamos começar nosso estudo por ele. A primeira indagação que, em geral, fazemos quando estudamos a respeito deste dom ministerial é: “Ainda existem apóstolos?” Primeiro precisamos da definição do vocábulo que significa literalmente enviado. De certa forma, todos os crentes são enviados a pregar as Boas-Novas.
O colégio apostólico foi único. Ele foi formado por Jesus no momento da escolha dos Doze que receberam o nome de enviados. Como homem perfeito, Jesus tinha consciência de que não poderia realizar sua missão sozinho.
Para ser apóstolo, um dos requisitos era ter estado pessoalmente com Cristo. Atualmente, de certa forma, todos que creem em Jesus e já tiveram um encontro com Ele são apóstolos, pois Cristo, antes de ascender aos céus, declarou a todos os seus discípulos: “Ide por todo o mundo” (Mc 16.15). A Igreja de Jesus tem uma missão apostólica. O apóstolo é alguém enviado por Jesus Cristo com uma mensagem especial, servos de Deus separados para uma missão específica, diferente dos mestres, profetas e evangelistas. Estes receberam o dom ministerial, descrito em Efésios 4.11. Podemos afirmar que os missionários são os apóstolos da atualidade. O apostolado não é um título pomposo, especial, também não é um cargo hierárquico. Ser apóstolo é ter uma missão específica a cumprir no Reino de Deus.
O apóstolo Paulo — Paulo teve sérios problemas com os crentes de Corinto, pois alguns não reconheciam o seu apostolado. Por isso, ele inicia a primeira carta aos Coríntios, declarando-se apóstolo de Jesus Cristo (1Co 1.1). Paulo enfatiza que seu chamado se deu “pela vontade de Deus”. Os orgulhosos crentes de Corinto não aceitavam o apostolado de Paulo pelo fato dele não ter feito parte do colégio apostólico. Todavia, Paulo teve um encontro pessoal com Cristo no caminho de Damasco (At 9). Este encontro mudou seu ser. A missão confiada a Paulo foi dada pelo próprio Senhor Jesus (At 9.15). Os próprios coríntios eram a marca do apostolado de Paulo. Ele declara isso em 1 Coríntios 9.2.
Apóstolo e servo — Aprendemos com Paulo que ser apóstolo é ser um servo, um cooperador de Deus no ministério da reconciliação (2Co 6.1). Quem deseja o dom ministerial de apóstolo deve seguir os passos de Jesus, estando sempre pronto para servir e não buscar ser servido.




SUBSIDIOS
I – INTRODUÇÃO:
Correspondente com o sentido ou significado do título ministerial que estudaremos nesta lição, vamos encontrar no Novo Testamento três grupos de apóstolo. Nisto podemos obter a resposta para as questões e divergências quanto à vigência deste dom ministerial em nossos dias.

II – A PALAVRA “APÓSTOLO”:
Apóstolo significa enviado, mensageiro, embaixador, missionário. O título é aplicado a Jesus, como enviado pelo Pai; aos doze discípulos, como enviados pelo Filho; a Paulo, a Barnabé e a outros, como enviados pelo Espírito Santo, através da Igreja.

III – JESUS, O APÓSTOLO ENVIADO PELO PAI:
Hb 3.1 cf Jo 10.36 - Jesus é apresentado como apóstolo enviado pelo Pai e a ninguém encontramos melhor qualificado do que Ele para esse ministério.
Nos evangelhos, encontramos de maneira indubitável as características do Apóstolo Modelo, a saber: sua habilidade, suas qualidades, suas credenciais e sua obra. Vejamos, de forma bem resumida, cada uma delas.

(1) - Sua Habilidade - Apóstolo significa também mensageiro, e não se pode admitir mensageiro sem mensagem. Jesus, como mensageiro, não somente trouxe ao mundo a mensagem do Pai, como também poderia fazer o mais hábil apóstolo. Ele mesmo era o Verbo de Deus (Jo 1.1,14). Sua palavra era repassada de autoridade suprema. Seus ouvintes percebiam que Ele falava com autoridade e não como os escribas do povo. A razão dessa autoridade o próprio Cristo no-la apresenta - Jo 3.34. Podemos receber na capacidade de simples vaso, mas Jesus recebia do Pai, com a capacidade de uma fonte profunda e inesgotável.

(2) - Suas Qualidades - Jesus apresenta a sua espontânea submissão à vontade do Pai, como prova de ser enviado por Deus - o apóstolo. Tinha o executar a vontade de Deus, como a sua principal comida – Jo 4.34; 6.38.

 A submissão de Jesus à vontade do Pai não era simples empenho por desincumbir-se de uma tarefa que lhe fora imposta, mas o interesse supremo e o desejo ardente de promover a glória dAquele que o enviou, o que apresentava como prova de ser enviado por Deus. Nisto repousa a autoridade dos seus ensinos, em contradição com os falsos apóstolos, que buscam a sua própria glória - Jo 7.18.

(3) - Suas Credenciais - Aos que duvidavam da autoridade do seu apostolado divino, Ele respondia - Jo 5.36. João Batista, quando assaltado pelas dúvidas, enviou os seus discípulos a Jesus com um questionamento, O Senhor Jesus apresentou aos mensageiros de João as suas credenciais – Lc 7.20-22. A questão seria se Jesus era de fato o prometido, o enviado de Deus. Os feitos maravilhosos de Jesus a tal ponto constituíam provas de ser Ele o enviado de Deus, que, aos que duvidavam, limitava-se em dizer – Jo 14.11. Os Seus discípulos reconheceram que Ele era "...poderoso em obras..." (Lc 24.19).

(4) – Sua Obra - Já vimos que apóstolo significa enviado, mensageiro, termo que traz a ideia de missão importante, e, em relação a Jesus, fala da importância da obra a ser realizada e das qualidades exigidas para a sua execução. Jesus não foi apenas um apóstolo, e, sim, o Apóstolo de nossa confissão. Satisfez todos os requisitos, apresentou todas as qualidades. Tornou-se grande modelo, cumprindo fielmente todos os itens de sua grande comissão, executando-a exemplarmente, nos seus ensinamentos, nas suas obras, na sua vida e na sua morte – Jo 3.17; 5.24.

IV - OS DOZE APÓSTOLOS ENVIADOS PELO FILHO:
Jesus foi enviado pelo Pai com uma grande comissão a ser executada, inicialmente por Ele, continuada até a sua segunda vinda. Por isto, tão logo começou o seu ministério, escolheu entre os Seus discípulos doze homens, a quem instruiu, treinou e adestrou a expansão e consolidação de sua Igreja, de acordo com o que determinara o Pai – Jo 20.21.
O Pai o enviara a proclamar a chegada do reino de Deus e a consumar a obra redentora, mediante a sua morte no Calvário. Esta tarefa era total e exclusivamente sua. Concluída, o Mestre enviou (constituiu apóstolos) a proclamarem os resultados de sua morte, a serem usufruídos por quantos viessem a crer na sua Palavra e a testemunharem dos seus feitos miraculosos e da sua ressurreição.

(1) – Habilitação – Mt 4.18-21; Mc 3.13-14 - Jesus já havia chamado alguns discípulos, constituindo-os pescadores de homens. Já nas expressões, "vieram para junto dele e para estarem com ele", encontramos a forma de preparo e habilitação dos apóstolos para a grande obra que lhes estava destinada. Não há dúvida de que a intimidade e comunhão com Cristo é o melhor preparo para o seu trabalho. O efeito desta convivência íntima com Cristo foi tão positivamente influente que, anos depois, as próprias autoridades e opositores dos apóstolos o reconheceram - At 4.13.

Não pode ensinar quem antes não aprendeu com Cristo. Não pode liderar quem não aprendeu a obedecer a ordens e a cumpri-las. Não pode ter autoridade quem não aprendeu a ser submisso.
Os discípulos a tal ponto foram influenciados pelo convívio com Jesus, que por fim abandonaram as pretensões de grandeza. Não mais cogitaram "quem dentre eles seria o maior"; ao contrário, o conceito que tinham de apóstolo era de uma missão, de grandes obrigações e não de uma elevada posição, com autoridade superior aos demais. Esta é a concepção certa: o ministério apostólico se identifica e é reconhecido pela realização da obra de apóstolo.

Desta convivência íntima com Jesus, os doze apóstolos receberam:
(A) - Conhecimento experimental – Jo 1.14; II Pe 2.16.
(B) – Autoridade - Autoridade em nome de Jesus sobre os homens para obediência e, como sua prova, autoridade sobre os demônios para os submeterem (Lc 10.17). Esta autoridade ninguém a possui, a não ser pela fé em o nome de Jesus. Nela está a presença do dom de Deus para o apostolado.

Os apóstolos reconheceram a autoridade emanada do nome de Jesus:
(B.1) – Para libertação da alma, do poder do pecado, pela remissão – At 10.43.
(B.2) – Para libertação do corpo das enfermidades – At 3.6, 16.

Para eles o nome de Jesus era fonte inesgotável de ilimitada autoridade. Era o estandarte que lhes assegurava o pleno domínio sobre todos os poderes oriundos do reino das trevas.
Foram testemunhas auriculares dos ensinos maravilhosos de Jesus. Foram testemunhas oculares dos seus feitos miraculosos e da sua ressurreição. A tal ponto levaram a sério a incumbência e as qualificações exigidas para o encargo que, diante do problema da substituição de Judas no apostolado, não olvidaram a importância de alguém que houvesse estado com Jesus todo o tempo - Lc 24.48; At 1.21-22.

Os doze foram privilegiados pelo fato de serem testemunhas diretas:
(A) - Dos ensinos de Jesus, ouvindo-o, dialogando e interrogando naquelas oportunidades, que só eles tiveram, o que ocasionou as explicações de ensinos difíceis de entender, como entre outros, as parábolas do semeador e do joio, que poderiam ser objeto de diferentes interpretações, se não houvessem sido explicadas pelo Mestre.
(B) – Dos milagres operados por Cristo, em afirmações unânimes, coerentes, exatas e seguras, como pela providência divina, para preservação da veracidade histórica dos seus feitos, como credenciais do seu ministério divino, ante as tentativas dos incrédulos e materialistas, de negarem a origem sobrenatural dos milagres do Senhor Jesus.
(C) – Da Sua ressurreição, em condições tais que Lucas, depois de acuradas investigações dos fatos, junto aos que foram deles testemunhas oculares (Lc 1.2,3), afirma que Cristo "...se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus" (At 1.3,4).

O privilégio de conversar com Cristo, antes e depois da morte, na sua humilhação e na sua glorificação, coube exclusivamente aos doze apóstolos. NESTE PARTICULAR, OS DOZE NÃO TIVERAM SUBSTITUTOS. Estes privilégios não os tiveram outros chamados apóstolos posteriormente. Mattew Henry diz: "Os doze discípulos, os primeiros enviados por Cristo, são eminentemente chamados apóstolos; são os Primeiros Ministros de Estado do seu reino".
Por estes motivos, como memorial eterno, estarão gravados nos doze fundamentos da muralha da Nova Jerusalém "...os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro" (Ap 21.14), e assentar-se-ão "...em tronos para julgar as doze tribos de Israel" (Lc 22.30). Este juízo será baseado na doutrina que receberam diretamente do Filho de Deus e transmitiram aos seus contemporâneos, das doze tribos de Israel.

V - PAULO, BARNABÉ E OUTROS APÓSTOLOS ENVIADOS PELO ESPÍRITO SANTO:
At 13.1-4 - Aos doze, Jesus chamou e enviou. Aqui é o Espírito Santo quem chama e envia. O Espírito Santo tem autoridade divina para chamar e enviar, e os termos são os mesmos usados por Cristo, indicando o mesmo ofício e a mesma comissão.
Paulo e Barnabé não apenas seguiram em uma viagem evangelística ou missionária; foram enviados pelo Espírito Santo, e por isto e porque o trabalho que realizaram era realmente uma obra apostólica, foram reconhecidos como apóstolos.
A respeito da luta destes enviados pelo Espírito Santo, em Icônio e Listra, encontramos o seguinte registro - At 14.4,14.

 Em Romanos 16.7, lemos que Adrônico e Júnia eram notáveis entre os apóstolos ou como apóstolos. Presume-se que eles se tornaram merecedores deste título, pelo seu zelo apostólico, como pregadores ou missionários. De igual modo, o ofício apostólico é também atribuído a Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19), que certamente converteu-se depois da morte de Cristo (Jo 7.5; At 1.14). Estes foram chamados apóstolos, constituídos e enviados pelo Espírito Santo e, sem dúvida, exerceram um ministério com aquelas características apostólicas.
(A) – Suas credenciais - Paulo as apresenta aos coríntios, nos seguintes termos - 2 Co 12.12. Como já estudamos, foram estas as credenciais do Grande Apóstolo, Jesus, ainda que em proporções maiores. Foram também as mesmas apresentadas pelos doze.
Quando as autoridades dos judeus procediam contra os apóstolos Pedro e João, por causa da cura do coxo da porta Formosa, os membros do Sinédrio "consultavam entre si, dizendo: Que faremos a estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles e não podemos negar" - At 4.15-16. A cura divina e a operação de milagres no ministério dos apóstolos constituíam credenciais aceitas até mesmo pelos inimigos do Evangelho.
Quando Pedro curou Enéia, paralítico há oito anos, as cidades de Lida e Sarona abriram as suas portas para o Evangelho, assim como toda Jope – At 9.33-35, 40-42.
Quando Paulo e Barnabé curaram o homem aleijado e paralítico em Listra, "...as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: "Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós" (At 14.8, 11). Sem estas credenciais, os judeus incrédulos e os gentios pagãos, na melhor das hipóteses, poderiam fazer acertadamente o conceito errado, como ocorreu ao dizer: "São pregadores de deuses estranhos" (At 17.18).
De alguns apóstolos nada sabemos de seus ministérios, mas do que nos informa o relato bíblico ou mesmo as tradições, a operação miraculosa, sempre presente em suas atividades apostólicas, constituíam credenciais divinas e distingui-los dos pregadores das diferentes seitas religiosas da época.

(B) – Suas Qualidades Apostólicas - Verificamos na vida dos apóstolos fraquezas e imperfeições que os identificam como seres humanos, sujeitos a elas. Entretanto, esses acidentes não ocultam a beleza das qualidades e a nobreza de caráter com que se qualificaram para um ministério, em todos os aspectos, sobrenatural. Entre outras, destacamos pelas suas relações com o dom apostólico, a humildade, a modéstia e a honestidade, com que reconheciam a sua dependência de Deus, em tudo quanto de maravilhoso realizavam pela graça de Deus. Essas qualidades eram resultado de uma profunda experiência espiritual e a prova de sua habilitação para um ministério que iria chamar a atenção de multidões para eles, que seria o tipo de tentação a que muitos homens têm sido incapazes de resistir – Pv 27.21. Naturalmente que a árvore quanto mais alta e mais frondosa tanto mais precisa de raízes possantes e profundas; do contrário, não resistirá ao impacto dos fortes ventos – Leiamos At 3.4-16; 14.14-15; I Cor 15.10 cf Sl 115.1a.
 É quando nos reconhecemos meros vasos, que Deus pode encher-nos e usar-nos para o desempenho das mais importantes tarefas. As propagandas exageradas a respeito de conversões de milhares e de grandes milagres, repetidamente, não tem apoio nestes exemplos.

(C) - As Obras dos Apóstolos - Como nos itens anteriores falamos das credenciais e das qualidades dos apóstolos, sem fazer distinção entre os doze, e Paulo e Barnabé, trataremos também aqui, da obra do apóstolo, nos seus aspectos comuns, visto que neste mesmo capítulo já analisamos os privilégios, particularmente dos doze.
Cristo lançou o fundamento da Igreja Universal. Os apóstolos lançaram os fundamentos da igreja como assembleia, a ser constituída e organizada em diferentes lugares – I Cor 3.10; Ef 2.20.
A Igreja em Samaria foi organizada pelos apóstolos Pedro e João, mas teve a Filipe como fundador, na qualidade de pregador pioneiro (At 8.4-13).
Com esta e poucas exceções, foram os apóstolos que lançaram o fundamento das igrejas, quer como pioneiros da evangelização, quer como organizadores e doutrinadores. Disto provinha a autoridade para reclamações como esta: "...Acaso não sois fruto do meu trabalho no Senhor?.. .Vós sois o selo do meu apostolado no Senhor" (l Co 9.1,2).
Paulo, ao que nos informa o Novo Testamento, foi o mais destacado neste grande ministério. De modo a magnificar a graça de Deus, como causa do êxito extraordinário do seu apostolado, apresenta-se como "sábio construtor" e faz transparecer a presença de todos os dons ministeriais na sua própria pessoa - 2 Timóteo 1.11.

Identifica-se também como um autêntico pastor - Gl 4.19; 2 Cor 11.28,29.
Assim, vemos que os doze foram apóstolos em um sentido único. Que houve apóstolos enviados pelo Espírito Santo, depois dos doze. Que este dom ministerial Deus estabeleceu na Igreja, "com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo" - a Igreja (l Co 12.28; Ef 4.11,12).

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Sabemos que apóstolo significa também missionário e que não é apenas um título ministerial. É um dom de Deus à sua Igreja, para um ministério extraordinariamente poderoso. Daí não nos parece razoável afirmar que “os pastores estão no lugar dos apóstolos”. Como um apóstolo pode possuir o dom de pastor, em um pastor pode ser visto um apóstolo, mas isto não é comum, não é fácil, não é regra, e só é justo admiti-lo em face das qualidades, das credenciais e da obra de apóstolo, no sentido escriturístico.

Também não se pode aceitar que um missionário seja, em regra, um apóstolo. Não nos cabe determinar, especificamente, o trabalho do missionário e, de fato, em vários setores de atividades evangelísticas, poderão ser muito úteis. Não é justo desconhecer o mérito e a importância do verdadeiro missionário, entretanto, nesta esfera ministerial, tem havido meras aventuras. A alguns se poderia chamar "turistas remunerados". Há os que se ocupam de esportes e de seus próprios negócios e de nada mais. Que vivem de fotografias de grupos que não foram ganhos por eles. Há os que se abrigam à sombra das grandes Igrejas, a espreitar oportunidades para liderar. Que não estão infringindo o preceito bíblico, "edificando sobre o fundamento alheio", porque afinal não estão edificando nada. Os que usam o poder econômico de suas missões de origem, para exercer influência sobre os pastores locais. A despeito de tudo isto, "Deus tem levantado homens com a dignidade e poder apostólico, especialmente nos campos missionários, conquanto não sejam conhecidos como tais, mediante este título, e sim pela manifestação do poder espiritual para a realização de trabalho realmente apostólico".

FONTE DE PESQUISA E CONSULTA:

Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD – Estêvam Ângelo de Souza

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