GÊNESIS 2
1 Assim foram acabados os céus e a
terra, com todo o seu exército.
1.1. Os céus e a
terra foram completados. A afirmação sumária final sublinha que o Criador
executara perfeitamente sua vontade com respeito à primeira tríade.
2 Ora, havendo Deus completado no
dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que
fizera.
2:1,2. Acabados
(keilâh) . . . descansou (sheibat) . . . santificou (keidash). Quando o
Criador pronunciou Sua aprovação sobre tudo o que tinha feito, inclusive o
homem, a coroa da criação, declarou a conclusão da obra. No momento não daria
início a mais nada. Entretanto, Ele santificou um dia de completo descanso. A
palavra hebraica, sheibat, pode ser traduzida para "desistiu" ou
"cessou" ou "interrompeu". Durante este período até Deus
descansaria das atividades criadoras (cons. Êx. 20:11; 31:17). Distinto dos
dias prévios, o número deste dia é gravado três vezes, indicando sua
significação acima dos demais dias.
Deus concluiu.
Este é o momento máximo que fica à parte da criação, não seguindo a estrutura
dos seis dias prévios. Nos primeiros seis dias, subjuga-se espaço; no sétimo,
santifica-se tempo. Esse dia é abençoado para o refrigério da terra. Ele
convoca a humanidade a imitar o padrão de trabalho e descanso do Rei, e assim
confessar o senhorio de Deus e sua consagração a ele. Nesse dia cessam de
subjugar a terra. Ele descansou. Não se faz nenhuma menção de “tarde e manhã”,
talvez porque a ordenança do sábado continue e os humanos sejam exortados a
participarem dele (Êx 31.17) e a olharem para o descanso sabático eterno e
redentivo (Hb 4.3-11).
3 Abençoou Deus o sétimo dia, e o
santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.
2.3. O dia sétimo foi separado para ser santificado e respeitado
através dos anos como um lembrete de que Deus designou uma estação de descanso,
refrigério e completa cessação de todo trabalho ordinário, labuta e luta. Ele é
infuso com o poder procriador. A bênção e a santidade do dia sétimo são
singulares ao relato bíblico da criação. “De fato, o conceito de uma semana de
sete dias é singular a Israel.” E o
santificou. O sétimo dia é a primeira coisa na Tora à qual Deus comunica
sua santidade, e assim o separa para si (Êx 20.11). Outros deuses criadores
construíram templos como sinal de sua vitória sobre as forças selvagens do
caos; Deus, porém, em vez disso institui o repouso sabático. Este será o
santuário temporal no qual o povo de Israel pode descansar de seus labores, a
cada semana, com seu Deus.
4 Eis as origens dos céus e da
terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus
2.4. O Senhor Deus
(Jeová). Pela primeira vez apresenta-se o nome Yahweh, ou Jeová (cons. Êx.
6:2,3). Jeová é o Deus da aliança pessoal com Israel, que é ao mesmo tempo o
Deus do céu e da terra. O nome transporta a idéia de auto-existência eterna do
Autor de toda a existência. É a expressão da amorosa benignidade, graça,
misericórdia, autoridade e eterno relacionamento de Deus com os seus escolhidos
que foram criados à Sua imagem. O relacionamento especial de Jeová com Israel
seria descrito mais detalhadamente quando Ele aparecesse na sarça ardente perto
do Sinai. Aqui o Autor da vida está identificado com o divino Criador de
Gênesis 1.
5 não havia ainda nenhuma planta do
campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor
Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra.
6 Um vapor, porém, subia da terra, e
regava toda a face da terra.
2.6. Uma neblina subia...
e regava. A fim de preparar o solo para a realização de Sua tarefa, o
Criador forneceu a umidade. A tradução costumeira refere-se a um chuvisqueiro,
ou neblina. É possível que a palavra traduzida para neblina na E.R.A. (id)
poderia ser traduzida para "rio" ou "correnteza". A
primeira forma é a preferível. De qualquer forma, a neblina foi a maneira que
Deus usou para realizar a Sua vontade em relação ao solo. Ação contínua está
expressa. Anterior à queda, a vegetação
não dependia da chuva, mas era beneficiada pelas águas subterrâneas que
emanavam, como o Nilo, e irrigavam a terra.
7 E formou o Senhor Deus o homem do
pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se
alma vivente.
2.7. Formou (yeiseir)
o Senhor Deus ao homem do pó da terra. Novamente os dois nomes para Deus
estão ligados em antecipação ao acontecimento que marcou época. A palavra
yeiseir foi usada para dar a idéia de um oleiro trabalhando, moldando com suas
mãos o material plástico que tinha nas mãos (cons. Jr. 18:3, 4). O primeiro
passo foi importantíssimo, mas o pó umedecido estava longe de ser um homem até
que o segundo milagre se completasse. Deus comunicou a Sua própria vida a essa
massa inerte de substância que Ele já criara e lhe deu forma. O fôlego divino permeou
o material e o transformou em um ser vivente. Esta estranha combinação de pó e
divindade deu lugar a uma criação maravilhosa (cons. I Co. 15:47-49) feita à
própria imagem de Deus. Como ser vivente, o homem estava destinado a revelar as
qualidades do Doador da vida. Homem ...
solo. O jogo de palavras mostra a estreita conexão do homem com o solo, sua
infância, seu lar, sua sepultura (ver 2.5, 15; 3.19). O primeiro Adão é formado
em um corpo natural para uma existência terrena
O SENHOR Deus.
Ele continua sendo o ator principal (cf. Gn 1.3).
8 Então plantou o Senhor Deus um
jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado.
2.8. Um jardim (gan)
no Éden (bi'êden). O autor apresenta Deus plantando um lindo jardim para
Suas novas criaturas. A palavra significa um cercado ou um parque. A LXX usa,
aqui, um termo que dá base para a nossa palavra "paraíso". O trabalho
do homem neste jardim era o de exercer domínio servindo – uma boa combinação.
As obrigações provavelmente eram rigorosas mas agradáveis. O Éden, ou a terra
do Éden, ficava provavelmente na parte baixa do vale da Babilônia. Neste
sossegado lugar de indescritível beleza, o homem devia desfrutar da comunhão e
do companheirismo do Criador, e trabalhar de acordo com o esquema divino para a
realização de Sua vontade perfeita. Árvores magníficas forneciam alimento para
o sustento, mas o homem teria de trabalhar para cuidar delas. Um adequado
suprimento de água era fornecido por um vasto sistema de irrigação, um
emaranhado de rios que brotavam dentro e à volta do jardim, dando-lhe vida. A
fim de orientar o homem no pleno desenvolvimento moral e espiritual, Deus lhe
deu ordens específicas e uma proibição específica para governar seu
comportamento. Também lhe deu o poder de escolher e apresentou-lhe o privilégio
de crescer no favor divino. Assim começou a disciplina moral do homem. O Jardim do Éden é um templo jardim,
representado posteriormente no tabernáculo. Querubins protegem sua santidade
(Gn 3.24; Êx 26.1; 2Cr 3.7) para que o pecado e a morte sejam excluídos (Gn
3.23; Ap 21.8). A fé ativa é um pré-requisito para este lar. Dúvida da palavra
ou do caráter de Deus não pode residir no jardim.
9 E o Senhor Deus fez brotar da
terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como
a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
2.9. toda espécie de
árvores. Este pomar é esteticamente agradável e ao mesmo tempo prático. A
vida no jardim é representada como uma mesa de banquete – boa para expor o
alimento e deleitosa aos olhos. A humanidade não precisa comer o fruto
proibido.
Arvore da vida.
Deus dá aos humanos o potencial para a vida em sua mais elevada potência,
representando a vida que transcende à natural. Em Provérbios, “árvore da vida”
é usada como uma referência a tudo o que cura, fortalece e celebra a vida:
justiça (11.30), anseio satisfeito (13.12) e uma língua que traz cura (15.4).23
Menciona-se primeiro a “árvore da vida”, mas a segunda árvore focaliza Adão e
Eva. A busca primária da humanidade é por poder, não por vida.
Arvore do
conhecimento do bem e do mal. Este conhecimento cria consciência ética,
como Adão e Eva mais tarde experimentam quando descobrem sua nudez, símbolo de
sua vulnerabilidade e capacidade de usar ou abusar do sexo. “Bem e mal” é um
merisma de todo o conhecimento moral: a capacidade de criar um sistema de ética
e fazer julgamentos morais. O conhecimento do bem e do mal representa sabedoria
e discernimento para decidir e agir “bem” (isto é, o que faz a vida progredir)
e “mal” (isto é, o que a obstrui).24 A menos que conheçamos tudo, só conhecemos
relativamente; a menos que conheçamos compreensivelmente, não podemos conhecer
absolutamente. Portanto, somente Deus no céu, que transcende o tempo e o
espaço, possui aprerrogativa de conhecer verdadeiramente o que é bom e mau para
a vida. Assim, a árvore representa conhecimento e poder de apropriar-se só de
Deus (Gn 3.5, 22). Os seres humanos, por contraste, devem depender de uma
revelação daquele único que verdadeiramente conhece o bem e o mal (Pv 30.1-6),
mas a tentação da humanidade é apoderar- se dessa prerrogativa
independentemente de Deus (ver 3.7).
10 E saía um rio do Éden para regar
o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
2.10 Rio. O rio celestial, em distinção aos mananciais que
fluíam da terra, de fora do jardim (cf. 2.6), representa a disseminação da vida
celestial. Seu abundante suprimento emana do Éden através do templojardim e
então se ramifica para os quatro cantos da terra. Provê alimento e cura, e é
símbolo do fluxo da água da vida, a vida que emana do trono do Deus vivo (Sl
36.8, 9; 46.4; Jr 17.7, 8; Ez 47.1-12; Ap 22.1).
11 O nome do primeiro é Pisom: este
é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro;
12 e o ouro dessa terra é bom: ali
há o bdélio, e a pedra de berilo.
13 O nome do segundo rio é Giom:
este é o que rodeia toda a terra de Cuche.
2.11-13. Pisom ...
Giom. Sua identidade é problemática.27 Havilá está na Arábia; e assim Pisom
seria identificado com a Arábia, possivelmente o Golfo Pérsico. Em conformidade
com Gênesis 10.8, Cuxe estaria no Irã ocidental. Seria Giom um dos rios ou
canais da Mesopotâmia?
2.12. Ouro. Deus
provê enriquecimento para a humanidade também fora do jardim. Mais tarde as riquezas
fora do templo israelita seriam trazidas para dentro dele e dedicadas a Deus.
14 O nome do terceiro rio é Tigre:
este é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates.
15 Tomou, pois, o Senhor Deus o
homem, e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e guardar.
2.15. para cuidar dele e cultivá-lo. O trabalho é dom de
Deus, não um castigo pelo pecado. Mesmo anterior à queda, a humanidade tem deveres
a cumprir. Em outros lugares no Pentateuco, esta expressão descreve somente a
atividade dos sacerdotes. O último termo inclui guardar o jardim contra a
usurpação de Satanás (ver 3.1-5). Como sacerdotes e guardiães do jardim, Adão e
Eva deveriam ter expulsado a serpente; em vez disso, ela os expulsa.
16 Ordenou o Senhor Deus ao homem,
dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;
2.16. ordenou.
Estas palavras iniciais de Deus ao homem presumem a liberdade de escolha do
homem, e assim sua capacidade moral formada. Neste arranjo pactual, Deus
graciosamente oferece vida aos seres humanos, porém ordena uma fé-obediência
ativa para se guardarem seus mandamentos.
17 mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.
2.17. não coma dela
... Esta proibição singular (cf. 1.29) confronta os humanos com a norma do
Criador. A árvore é boa, porém pertence exclusivamente a Deus. Pecado consiste
num alcance ilícito de incredulidade, uma afirmação da autonomia humana de
conhecer a moralidade à parte de Deus. A criatura deve viver pela fé na palavra
de Deus, não por uma auto-suficiência professa de conhecimento (Dt 8.3; Sl
19.7-9; Ez 28.6, 15-17).
Certamente morrerá.
O veredicto para a desobediência é a pena de morte (ver 20.7; Êx 31.14; Lv
24.16).28 Embora a afirmação possa referir-se à morte física, primariamente, o
que está em vista é a morte espiritual, que acarreta a perda da relação com
Deus e entre si. Quando o homem e a mulher comem da árvore, destruíram
imediatamente a relação com Deus e entre si (ver 3.7-13). A morte física, um
julgamento adicional, é uma bênção indireta, o fim do sofrimento da vida e o
início do prospecto para a vida isentam do pecado e da morte.
18 Disse mais o Senhor Deus: Não é
bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.
2.18. Uma auxiliadora
que lhe seja idônea ('izer kenegdô). O inspirado autor revela indiretamente
a natural solidão do homem e a sua insatisfação. Embora muito se fizesse por
ele, ainda estava consciente de uma falta. O Criador não terminara ainda. Ele
tinha planos de fornecer uma companheira que pudesse satisfazer os anseios
incumpridos do coração do homem. Criado para a comunhão e o companheirismo, o
homem só poderia desfrutar inteiramente da vida se pudesse partilhar do amor,
da confiança e da devoção no íntimo círculo do relacionamento familiar. Jeová
tornou possível que o homem tivesse uma auxiliadora... idônea. Literalmente,
uma auxiliadora que o atenda. Ela teria de partilhar das responsabilidades do
homem, corresponder à natureza dele com amor e compreensão, e cooperar de todo
o coração com ele na execução do plano de Deus.
19 Da terra formou, pois, o Senhor
Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem,
para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente,
isso foi o seu nome.
2.19. O SENHOR Deus
formou ... todos os animais. A criação dos animais é mencionada agora em
razão de sua importância dádiva da história do matrimônio.
20 Assim o homem deu nomes a todos
os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o
homem não se achava ajudadora idônea.
2.20. deu nomes. Ver também 1.5. Adão assume a chefia no ato
de dar nome (anterior à criação da mulher). Seguindo o mandato cultural (1.26),
Adão imita a Deus e mantém o mundo sob seu domínio. No final da criação, os
humanos são inferiores aos seres celestiais e superiores aos animais (Sl 8.5).
Não achava nenhuma
auxiliadora correspondente. Por que Deus determina que não é bom que Adão
esteja sozinho e então lhe dá animais? Não deveria ter-lhe dado primeiramente a
mulher? De fato, Adão deve compreender que não é bom viver sozinho. Antes que
esbanje seu dom mais precioso em algo que não há como apreciar, Deus espera até
que Adão esteja preparado para apreciar a dádiva da mulher.
21 Então o Senhor Deus fez cair um
sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das
costelas, e fechou a carne em seu lugar;
2.21. Fez cair
(beinâ) pesado sono (tardimâ). Hoje em dia os médicos usam diversos
anestésicos para produzirem sono profundo. Não sabemos que meios ou métodos o
Criador usou para induzir Adão nesse pesado sono que o deixou inconsciente dos
acontecimentos. Isto permanece um mistério. Certamente a misericórdia divina
foi exibida neste milagre. O Eterno estava criando não apenas um outro
indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Alguém
já disse que "a mulher foi tirada não da cabeça do homem para governar
sobre ele, não dos seus pés para ser pisada por ele, mas do seu lado, de sob o
seu braço, para ser protegida, e de perto do seu coração, para ser amada".
Na história da criação ela também está representada dependendo inteiramente de
seu marido e incompleta sem ele. Do mesmo modo, o homem jamais é inteiramente
completo sem a mulher. Essa é a vontade de Deus. Uma vez que a mulher foi
formada do lado do homem, ela tem a obrigação de permanecer ao seu lado e de
ajudá-lo. Ele tem a obrigação de lhe dar a proteção e defendê-la com o seu
braço. Os dois seres formam um todo completo, a coroa da criação. O autor do
Gênesis declara que Deus transformou (beinâ) a costela que tirou do homem em
uma mulher. A mão que moldou o barro para fazer o corpo do homem, pegou uma
parte do corpo vivo do homem e transformou-o em uma mulher. Este primeiro
casamento, realizado no santo templo-jardim e designado por Deus, significa o
santo e ideal estado do matrimônio. Deus exerce o papel de assistente do noivo.
Ele entrega ao homem sua esposa.
22 e da costela que o senhor Deus
lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.
2.22. E lha trouxe.
Quando Deus terminou essa nova criação, Ele "a deu" em casamento ao
seu marido, estabelecendo assim a eternamente significativa instituição do
casamento. Uma vez que o Criador instituiu o casamento, este constitui um
relacionamento sagrado do homem com a mulher, envolvendo profundo mistério e
proclamando sua origem divina. O amoroso coração de Deus sem dúvida se
regozijou com a instituição de um relacionamento que devia ser sublime, puro,
santo e agradável para a humanidade.
23 Então disse o homem: Esta é agora
osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto
do varão foi tomada.
2.23. Esta, afinal, é
. . . carne da minha carne. O homem reconheceu nesta nova criação uma
companheira divinamente criada para atender a todos os anseios do seu faminto
coração para a execução da santa vontade de Deus. Varoa ('ishshâ) . . . varão
(ish). Estas duas palavras hebraicas são muito parecidas, até mesmo no som. A
única diferença entre elas é que a palavra "mulher" tem um sufixo
feminino. Léxicos mais recentes declaram que estas palavras não são
etimologicamente relacionadas. Não há, entretanto, nenhuma base para
rejeitarmos a opinião anterior de que a palavra "mulher" vem da
palavra "homem".
24 Portanto deixará o homem a seu
pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.
2.24. Por isso . . .
o homem. . . se une (deibaq) à sua mulher. O Criador estabeleceu a base
completa para o casamento monogâmico. Rashi, o grande comentador hebreu,
declara que estas palavras são um comentário específico do Espírito Santo. O
comentário final sobre a união de marido e mulher foi feito por nosso Senhor
Jesus Cristo, quando disse: "Por isso deixará o homem a seu pai e a sua
mãe, e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne; e assim já não
serão dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o
homem" (Mc. 10:7-9).
Por esta razão.
Este aparte do narrador indica o arquétipo propósito da história. Todo
casamento é divinamente ordenado. A explicação inspirada almeja corrigir as
culturas que dão prioridade aos vínculos parentais acima dos vínculos maritais.
Deixa. Visto que
o esposo e a esposa são uma só carne, a união matrimonial tem prioridade sobre
a união procriativa. As obrigações do esposo para com sua esposa têm
precedência sobre outras prioridades.
Uniu. Esta é a
linguagem do compromisso pactual. O matrimônio descreve a relação de Deus com
seu povo (Os 2.14-23; Ef 5.22-32).
Uma só carne. A
intenção de Deus de que o casamento seja monógamo está implícita pela unidade
completa e profunda solidariedade da relação.
25 E ambos estavam nus, o homem e
sua mulher; e não se envergonhavam.
2.25. Não sentiam vergonha. Nesse estado ideal, homem e
mulher viam suas pessoas e sexualidade com integridade, e por isso não sentiam vergonha
em sua nudez. Aqui, sua nudez é uma imagem de franqueza e confiança. Com a
perda da inocência na queda, sentirão vergonha e tentação, e por isso
precisarão proteger sua vulnerabilidade pelo obstáculo da roupa (3.7).
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