Lições Bíblicas CPAD
- Jovens e Adultos
2º Trimestre de 2014
Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 4: Dons de Poder
Data: 27 de Abril de 2014
TEXTO ÁUREO
“A minha palavra e a
minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas
em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Co 2.4,5).
VERDADE PRÁTICA
Os dons de poder são
capacitações especiais em situações que demandam a ação sobrenatural do
Espírito Santo na vida do crente.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 1.16 O
evangelho de poder
Terça - Rm 15.19 Sinais
e prodígios
Quarta - 2Co 4.7 A
excelência do poder de Deus
Quinta - 2Co 13.4 O
poder de Deus em nós
Sexta - 1Co 14.12 Edificando
a igreja mediante os dons
Sábado - 1Co 2.4 Demonstração
de poder divino
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.4,9-11.
4 - Ora, há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
9 - e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo
mesmo Espírito, os dons de curar;
10 - e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de
línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 - Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer.
INTERAÇÃO
Prezado professor, na
lição de hoje estudaremos os dons de poder. AquEle que concede os dons é
imutável e deseja que a sua Igreja continue a manifestar o Evangelho com poder
e graça. Todavia, sabemos que o Todo-Poderoso distribui os dons de poder quando
os seus servos tem como prioridade servir ao próximo. Sua prioridade tem sido
servir a Deus e ao próximo? Segundo Stanley Horton à medida que formos ativos
em alcançar o mundo, tornamo-nos vasos que podem ser usados pelo Senhor. Busque
com zelo os dons de poder, pois eles são indispensáveis a igreja atual.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Compreender o que significa o dom da fé.
Analisar biblicamente os dons de curar.
Saber a respeito do dom de maravilhas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para
introduzir a lição, indague: “O que é fé?” “Que diferença há entre fé salvífica
e o dom da fé?” Faça as perguntas diretamente aos alunos, individualmente. O
objetivo é avaliar o conhecimento dos alunos a respeito do tema. Depois de
ouví-los escreva no quadro o esquema abaixo e discuta-o com a turma.
Fé = “Firme fundamento das coisas que se esperam e a prova
das coisas que se não veem” (Hb 11.1).
Fé salvífica = “Proveniente da proclamação do Evangelho,
esta fé leva-nos a receber a Cristo como Salvador”.
Dom da fé = “Capacidade que o Espírito Santo concede ao
crente para este realizar coisas que transcendem à vida natural”.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Dons de Poder: Fé, maravilhas e cura. Capacidades
sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo, por intermédio das quais a igreja
pode agir de forma extraordinária.
O ministério terreno
de Jesus foi marcado por inúmeros milagres, principalmente curas. A história
eclesiástica comprova que a Igreja do primeiro século também operou maravilhas
no poder do Espírito Santo. Entre os primeiros cristãos sobejavam os dons de
poder. Se Jesus não mudou e os dons espirituais são para a Igreja de hoje, por
que atualmente não vemos as manifestações dos dons de poder em nosso ambiente
com mais frequência? Será falta de conhecimento a respeito do assunto? Ou será
por causa do mau uso que alguns fazem das dádivas divinas?
Nesta lição estudaremos a respeito dos dons de poder.
Veremos como eles são necessários à vida da igreja. Se você deseja recebê-los e
usá-los para a glória do nome do Senhor, proporcionando a edificação da igreja,
busque-os com fé em oração.
I. O DOM DA FÉ (1Co 12.9)
1. O que significa
fé? Na epístola aos Hebreus lemos que “a fé é o firme fundamento das coisas que
se esperam e a prova das coisas que se não veem” (11.1). Essa é a definição
bíblica sobre a fé, pois mostra a total confiança e dependência em Deus.
Aprendemos com o texto do capítulo 11 de Hebreus, conhecido como a “galeria dos
heróis da fé”, que Deus é poderoso para fazer todas as coisas, sendo a nossa fé
em Deus, fundamental para as operações divinas entre os homens.
2. A fé como dom. É distinta daquela que recebemos por
ocasião da nossa conversão: a fé salvífica (Rm 10.17; Ef 2.8). Igualmente, se
distingue da fé evidenciada como fruto do Espírito (Gl 5.22). O dom da fé é a
capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para este realizar coisas que
transcendem à esfera natural da vida, objetivando sempre a edificação da
igreja. De acordo com o teólogo Stanley Horton, esse dom “é uma fé milagrosa
para uma situação ou oportunidade especial”.
3. Exemplo bíblico do dom da fé. Quando guiou o povo de
Israel na saída do Egito e se aproximou do Mar Vermelho, já na iminência de ser
destruído por Faraó, Moisés disse: “Não temais; estai quietos e vede o
livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes,
nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Êx
14.13,14). Moisés “viu” pela fé o livramento do Senhor antes de o fato
acontecer. Esta é uma boa amostra bíblica do exercício do dom da fé.
O Espírito Santo
concede aos crente o dom da fé para que ele possa realizar coisas que
transcendem à esfera natural, visando à edificação da igreja.
II. DONS DE CURAR (1Co 12.9)
1. O que são os dons
de curar? São recursos de caráter sobrenatural para atuarem na cura de qualquer
tipo de enfermidade. Por isso a expressão está no plural. Deus é quem cura! Ele
concede os “dons” segundo o conselho da sua vontade, sabedoria e no momento
certo. No Antigo Testamento, o Todo-Poderoso se manifestou ao povo de Israel
como “Jeová Rafá” — O Senhor que sara (Êx 15.26; Sl 103.3). A concessão desses
dons à Igreja deve-se à necessidade de o Evangelho ser anunciado como uma
mensagem poderosa ao não crente, que outrora não tinha fé, mas que agora passou
a crer no Evangelho, arrependendo-se dos seus pecados (Mc 16.17,18; At 3.11-26;
4.23-31).
2. A redenção e as curas. Apesar de o crente ser redimido
pelo Senhor através da obra expiatória efetuada por Jesus na cruz do Calvário,
ele (o crente) ainda aguarda a redenção do seu próprio corpo. Quando o apóstolo
Paulo tratou dos males que afligem à criação como resultado do pecado da
humanidade, escreveu que “não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do
Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção
do nosso corpo” (Rm 8.23). Enquanto não recebermos o novo corpo imortal e
incorruptível estaremos sujeitos a toda sorte de doenças.
3. A necessidade desses dons. Os dons de curar são
necessários à igreja da atualidade. Num mundo incrédulo em que a medicina se
desenvolve rapidamente, o ser humano pensa que pode superar a Deus. A
humanidade precisa compreender a sua limitação e convencer-se da sublime
realidade de um Deus Todo-Poderoso que, em sua misericórdia e amor, concede
sabedoria a homens e mulheres para multiplicar o conhecimento da medicina
visando o bem-estar de todos. Quanto aos dons de curas, são manifestações de
poder sobrenatural que o Espírito Santo colocou à disposição da Igreja de
Cristo para que a humanidade reconheça que Deus tem o poder de sanar todas as
doenças.
Existe uma variedade
de manifestações do dom de curas. Sua concessão à igreja deve-se ao fato de que
Deus quer dar saúde a seu povo.
III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS (1Co 12.10)
1. O dom de operação
de maravilhas. Este dom realiza obras extraordinárias além do poder humano. O
dom de operação de maravilhas altera a ordem natural das coisas consideradas
impossíveis e impensáveis.
2. Exemplos bíblicos. O ministério terreno de Jesus foi
marcado por operações de maravilhas. O Bom Mestre repreendeu o vento e o mar, e
estes logo se aquietaram (Mt 8.23-27). O nosso Senhor atestou por muitas vezes
o seu poder sobre a natureza criada para sua glória (Jo 1.3). Podemos destacar
outros exemplos de operação de maravilhas no ministério de Jesus: a
ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); a ressurreição da filha de
Jairo (Mc 5.21-43); a ressurreição de Lázaro, morto havia quatro dias (Jo
11.1-45). Nosso Senhor tem todo o poder sobre a morte, pois para Ele “nada é
impossível” (Lc 1.37). Nosso Deus não mudou. O Pai Celestial deu dons à sua
igreja a fim de que ela atue no mundo moderno com poder e graça.
3. Distorções no uso dos dons de curar e de operação de
maravilhas. O cristão não tem autorização divina para “determinar”, “decretar”
ou “exigir” a cura dos enfermos. A nossa relação com Deus não se dá em forma de
barganha. Quem somos nós para exigir de Deus alguma coisa? Somos seres humanos
limitados! Se não fosse a graça e a misericórdia de Deus, o que seria de nós?
Como discípulos de Cristo, devemos rogar ao Pai, buscando-o de todo o nosso
coração para curar os doentes, pois a Palavra de Deus recomenda que oremos pelos
enfermos (Tg 5.14). A oração do justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e
independe de se ter o dom ou não. Jesus nos ensinou que em seu nome deveríamos
impor as mãos sobre os enfermos para que eles sejam curados (Mc 16.18). Nossa
responsabilidade é orar pedindo a cura. Quem sara o enfermo, de acordo com a
sua soberana vontade, é Deus.
O crente que impõe as mãos sobre o enfermo não pode ser
tratado como um ídolo na igreja, principalmente se o enfermo for curado. Nem
podemos imaginar que porque aconteceu o milagre aquela vez, sempre haverá
outros milagres. Que o Altíssimo tenha misericórdia e proteja-nos dessa
pretensão! Quem opera os sinais e as maravilhas é o Senhor, não o homem. Toda
ação decorrente dos dons vem do Espírito Santo e, por isso, não podemos agendar
dias nem marcar horários para sua operação. Façamos a obra de Deus com
honestidade e decência!
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O cristão não tem
autorização divina para “determinar”, “decretar” ou “exigir” a cura dos
enfermos.
CONCLUSÃO
Deus pode conceder a
seus servos o dom da fé, dons de curar e o de operação de milagres, mas sempre
de acordo com a sua vontade e graça. Lembre-se de que os dons de poder
contribuem para legitimar a pregação do Evangelho. Infelizmente, há pessoas que
querem utilizar essas dádivas para obterem lucros financeiros e enriquecimento
pessoal. Isto envergonha o nome de Jesus e mancha a idoneidade da Igreja na
sociedade. Quem procede desta forma está suscetível ao juízo de Deus, que virá
no tempo próprio. Que nós, a Igreja, o povo do Senhor, façamos uso dos dons de
poder para propagar o Evangelho de nosso Senhor e glorificar o nome do Pai no
poder do Espírito Santo!
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOUZA, Estêvam Ângelo
de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., RJ: CPAD, 1987.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e
Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Diferença entre dom
de fé e a operação de milagres
A operação do dom de fé tem algo de semelhante ao dom de
operação de milagres, mas esses dons se distinguem pelo fato de o dom de fé
operar sem que, às vezes, seja visto seu efeito instantâneo, enquanto a
operação de milagres tem efeito imediato.
Quando Jesus se aproximou da figueira sem fruto, disse:
‘Nunca mais coma alguém fruto de ti. E seus discípulos ouviram isto’ (Mc
11.14). Os discípulos simplesmente ouviram as palavras de Jesus. Parecia que
nada havia acontecido. Entretanto, ‘passando eles pela manhã, viram que a
figueira secara desde a raiz’ (Mc 11.20). Enquanto o dom de operação de
milagres tem ação instantânea, o dom de fé opera com os mesmos resultados,
embora não seja de modo tão espetacular. De certa maneira a fé sobrenatural é
acessível a quase todos os crentes na igreja, e pela fé tudo podemos conseguir,
pois ‘tudo é possível ao que crê’” (SOUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios do
Espírito. 2 ed., RJ: CPAD, 1987, p.185).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Dons de Curas
No grego, as palavras dons e curas estão no plural. Alguns
entendem que isso significa que há uma variedade de formas desse dom. Entre os
que pensam assim, há quem entenda que certas pessoas têm um dom de curar um
tipo de doença ou enfermidade, ao passo que outros curam outro tipo. Filipe,
por exemplo, foi especialmente usado para curar os paralíticos e os coxos (At
8.7). Outros, ainda, entendem que Deus dá a uma pessoa um dom na forma de um
suprimento de curas numa ocasião específica, ao passo que outro suprimento é
dado em outra ocasião, talvez a outra pessoa, mas provavelmente no ministério
do evangelista.
Ainda outros entendem que toda cura é um dom especial, isto
é, o dom é para o enfermo que tem a necessidade. Logo, segundo esse ponto de
vista, o Espírito Santo não torna os homens curadores. Pelo contrário, Ele
providencia um novo ministério de cura para cada necessidade, à medida que ela
surge na Igreja. Por exemplo, a virtude (poder) que flui para dentro do corpo
da mulher com o fluxo de sangue trouxe para ela um gracioso dom de cura (Mt
9.20-22). Atos 3.6 diz, literalmente: ‘O que tenho, isso te dou’. Isso está no
singular e indica um dom específico dado a Pedro para este dar ao coxo. Não
parece significar que tinha um reservatório de dons de curas dentro de si, mas
um novo dom para cada enfermo a quem ministrava” (HORTON, Stanley M. A Doutrina
do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012, p.297).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Dons de Poder
Nesta lição,
estudaremos os dons de poder. Neste grupo está relacionado o dom da fé, os de
curar e o de operação de milagres.
O dom da fé — O que é a fé? Há na Bíblia pelo menos três
tipos de fé: a comum, a salvífica e o dom da fé. A melhor definição de fé pode
ser encontrada em Hebreus 11.1. Todo cristão possui esse tipo de fé. Já a fé
que leva o homem à salvação é resultado da pregação da Palavra e do
convencimento do Espírito Santo. É bom ressaltar que a fé é sempre o resultado
da graça divina. Sem a ação divina, não conseguimos crer. A Igreja precisa
viver pela fé, como Jesus afirmou em Marcos 9.23. Sem fé não podemos agradar a
Deus, todavia o dom da fé é algo específico. Segundo a Bíblia de Aplicação
Pessoal o dom da fé “é uma medida incomum de confiança no poder de Deus”.
Mediante este dom, os cristãos do primeiro século fizeram muitas maravilhas,
levando a igreja a experimentar um crescimento vertiginoso.
O dom de curar — Temos um Deus que se apresentou ao Seu
povo, no Antigo Testamento, como Jeová Rafa, o Deus que sara (Êx 15.27). No
Novo Testamento, podemos ver que Jesus curou muitos enfermos, glorificando o
nome do Pai. Na Igreja do primeiro século, o evangelho era confirmado mediante
a operação de curas (At 4.24-31). Este dom não cessou. Deus continua curando os
enfermos mediante os dons de curar. Em 1 Coríntios 12.9b a palavra cura é
utilizada no plural, isto indica que há cura para os vários tipos de moléstias.
Por que, mesmo havendo os dons de curar à disposição da igreja, nem todos são
curados? Deus é soberano e não sabemos por que uns recebem a cura e outros não.
Mas para Deus não há impossíveis. Paulo não pôde curar as frequentes
enfermidades de seu filho na fé, Timóteo (1Tm 5.23). Certamente, na Igreja
Primitiva, também havia pessoas enfermas. Todavia, Deus concedeu à Sua Igreja
os dons de curar.
Operação de maravilhas — Este dom está relacionado ao dom da
fé e cura. E como os dons de curar, a palavra dons aqui aparece novamente no
plural. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal “este dom parece ter sido uma
das credenciais dos apóstolos, mas não era restrito a eles” (Rm 15.19). Os
sinais e prodígios faziam parte da Igreja Primitiva. Os crentes buscavam com
poder os sinais milagrosos a fim de que muitos recebessem Cristo como Salvador.
Podemos ver, em especial no livro de Atos, a manifestação deste dom. Pedro
possuía este dom e fez uso dele ao orar por Dorcas (At 9.40). Dorcas impactou
sua comunidade com seus talentos e Pedro com o dom de maravilhas. O milagre
realizado na vida de Dorcas foi notório em Jope (At 9.42).
SUBSIDIOS
I – INTRODUÇÃO:
Hoje estudaremos os dons que FAZEM algo; são os DONS DE
PODER, ou seja, PODER PARA RECEBER, OPERAR OU REALIZAR ALGO SOBRENATURAL. São
eles: DOM DA FÉ, A OPERAÇÃO DE MILAGRES e DONS DE CURAS.
II - O DOM DA FÉ:
(A) – É um dom do Espírito para que o crente possa RECEBER
milagres.
(B) - Dom da fé é acreditar que o impossível de acontecer já
aconteceu.
(C) - Aqueles que possuem o dom da fé creem em Deus de tal
maneira, que o Senhor honra a palavra dos Seus servos como se fosse Sua e a
cumpre, milagrosamente.
(D) - O dom da fé é uma dotação sobrenatural pelo Espírito
Santo, mediante a qual, aquilo que o homem declara ou deseja, ou ainda o que
Deus fala, acabará se cumprindo de qualquer maneira.
Vamos aos exemplos bíblicos para melhor esclarecimento:
(1º) - Dn 3:13-30 – Nem as insinuações enciumadas dos
caldeus, nem as terríveis ameaças do rei Nabucodonozor amedrontaram os três
jovens. Possuíam o dom da fé, pois RECEBERAM o milagre.
(2º) - Dn 6:16-23 – Além do Dom da Fé (pois Daniel RECEBEU o
milagre), notemos que aqui também houve a atuação do Dom de Discernimento de
Espíritos (v. 22).
Comparemos as duas passagens bíblicas acima citadas com Hb
11:32-34.
(3º) - Jz 15:18-19 – Sansão também RECEBEU o milagre. Por
mais emaranhada que esteja nossa situação, o poder de Deus nos pode libertar. E
isso não é tudo! No lugar onde alcançarmos a vitória, brotará aquela fonte de
água que é alimentada do trono de Deus e a alma exaurida pelo esforço, beberá e
se reanimará. Senhor, dá-nos o Dom da Fé e leva-nos a beber desta fonte!
(4º) - At 12:1-12 – Reparemos que, além do Dom da Fé (pois
Pedro RECEBEU o milagre), houve também o Dom de Discernimento de Espíritos (vs.
9-11). A situação parecia impossível. Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro
na prisão, vigiado por dezesseis (quatro quaternos) soldados. Mesmo sabendo que
naquela noite iria morrer, Pedro dormia tranquilamente (v.6). Ou seja, tinha
certeza de que Deus daria livramento. Um grupo em oração é mais forte do que as
mais fortes precauções do poder humano.
(5º) - At 27:21-26 – Vemos em operação o Dom da Fé, pois
Paulo tinha certeza da vitória em meio a um temporal, ou seja, ele RECEBEU o
milagre. Reparemos, também, que houve manifestações do Dom da Palavra da
Sabedoria (vs. 22, 24, 26 – fatos que iriam acontecer) e o Dom de Discernimento
de Espíritos (v. 23).
(6º) - At 28:1-6 – Vemos aqui o Dom da Fé, pois Paulo tinha
certeza da vitória, depois de mordido por uma víbora. Ele RECEBEU o milagre.
(7º) - I Rs 17:2-6 – Elias RECEBEU o milagre, possuindo
tamanha fé para o seu sustento sobrenatural. Deus cuidou da subsistência de
Elias, responsabilizando-se pelos suprimentos necessários.
(8º) - Gn 15:1-6; 17:15-22; 18:9-16; 21:1-8 - Nasceria um
filho de um casal em que o homem tem 100 anos e a mulher 90 anos? Abraão creu e
assim foi. Ele RECEBEU o milagre. Gn 22:1-19 - Poderia alguém matar um filho e
depois voltar para casa com este filho vivo? Abraão creu e assim foi. Ele
RECEBEU o milagre.
III - O DOM DE OPERAÇÃO DE MILAGRES:
(A) – Também é denominado de DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS,
DOM DE OPERAÇÃO MILAGROSAS ou DOM DE PODERES MILAGROSOS.
(B) – É um dom do Espírito Santo, dado ao servo de Deus para
que este possa OPERAR ou REALIZAR MILAGRES.
(C) - É uma intervenção sobrenatural no curso usual da
natureza; uma suspensão temporária da ordem costumeira, mediante o poder do
Espírito de Deus.
Vamos aos exemplos bíblicos para uma melhor compreensão:
(1º) - Js 10:12-14 – Josué OPEROU um milagre na natureza.
Deus faz grandes milagres que os homens da ciência mal compreendem (Lc 1:37). A
palavra hebraica DAMAM não significa só DETÉM-TE, mas também SILENCIA-TE,
ACABA, PÁRA. Josué orou pedindo um milagre e Deus atendeu a sua oração. O
crente não deve hesitar em orar para que o Senhor opere maravilhas em seu
favor. O povo de Deus vive num mundo hostil e maligno, enfrentando grandes
desafios e dificuldades. Às vezes, há necessidade do Dom de Operação de
Milagres para o cumprimento do plano e propósito de Deus na vida do crente.
(2º) – II Rs 20:8-11 – Isaías OPEROU um milagre na natureza.
Não sabemos exatamente como a sombra recuou dez graus no relógio do sol. O que
está claro é que assim aconteceu, mediante o grande poder de Deus.
Sansão - Jz 14:5-6;
15:14-15; 16:25-30;
Elias - I Rs 17:12-16; 18:41-46; II Rs 2:6-8;
Eliseu – II Rs 2:12-15; 3:14-20; 4:1-7;
Moisés - Ex 7:10, 20-21; 8:5-6, 16-17, 20-24; 9:8-10, 22-26;
10:12-15; 22-23; 14:13-14, 21-22; 17:1-7;
Jesus - Jo 2:1-11; 6:5-14; 9:6-7.
IV - DONS DE CURAS:
(A) - No grego original, cada vez que esse dom de poder é
mencionado, tanto a expressão “DONS” quanto a expressão “CURAS” ficam no
plural: DONS DE CURAS. Não existe, portanto, “o dom da cura”; “dons de cura”;
“dom de curar”; etc.
(B) - O propósito do Dons de Curas é LIBERTAR OS ENFERMOS E
DESTRUIR AS OBRAS DO DIABO NO CORPO HUMANO.
(C) - Os dons de curas são dados por Deus visando a cura
sobrenatural da enfermidade, sem meios naturais de qualquer origem (At 10:38;
Lc 6:6-11; At 8:6-7; 28:8-10).
Não se deve entender que quem possui esse dom tenha poder de
curar a todos; deve dar-se lugar à soberania de Deus e à atitude e condição
espiritual do enfermo.
O próprio Cristo foi limitado em Sua capacidade de operar
milagres por causa da incredulidade do povo - Mt 13:58.
I Tm 5:23; II Tm 4:20 -
Paulo não curou nem a Timóteo, nem a Trófimo.
V – A RESSURREIÇÃO DE MORTOS :
I Rs
17:17-24; II Rs 4:18-37; Lc 7:11-17; 8:49-56; Jo 11:33-45; At 9:36-43; At
20:7-12
No caso do milagre da ressurreição de mortos, OS TRÊS DONS
ENTRAM EM OPERAÇÃO CONJUNTAMENTE: O DOM DA FÉ; O DOM DE OPERAÇÃO DE MILAGRES e
OS DONS DE CURAS.
Em primeiro lugar, é necessário o DOM DA FÉ PARA CHAMAR O
ESPÍRITO DA PESSOA DE VOLTA, DEPOIS DE TER DEIXADO O CORPO;
Em segundo lugar, é necessário o DOM DE OPERAÇÃO DE MILAGRES
para ressuscitar a pessoa;
Em terceiro lugar é necessário os DONS DE CURAS, porquanto,
de outra forma, a pessoa não curada voltaria, imediatamente, a morrer. Por
exemplo: Lázaro estava enfermo. Quando Jesus o ressuscitou, o mesmo voltou à
vida completamente curado de sua enfermidade (Jo 12:1-2).
VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à
disposição da Sua Igreja na terra, destacam-se os dons do Espírito Santo,
apresentados pelo apóstolo Paulo como agentes de poder e de vitória a
habilitarem a Igreja para o cumprimento da sua missão no mundo. Por isso, como
declarou Frank M. Boyd, estudioso da doutrina pentecostal, que "a menos
que os dons do Espírito Santo sejam claramente definidos e cuidadosamente
classificados em primeiro lugar, seu propósito não será entendido e podem ser
mal usados, a glória do Senhor pode ser roubada e a Igreja pode deixar de
receber grandes benefícios que esses dons devem trazer".
Fontes de consulta:
Lições Bíblicas CPAD – 3° trimestre de 1988 – Comentarista:
Raimundo de Oliveira
A Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Comentário Bíblico Devocional V.T. e N.T. – F. B. Meyer –
Editora Betânia
Revista “OBREIRO APROVADO”, ANO XVI – Nº 63
Comentário Bíblico Broadman, Vol 10 - JUERP.
Introdução e Comentário – Cartas Aos Coríntios - Frank M.
Boyd – CPAD
A Mensagem de I Coríntios - David Prior, John R. W. Stott -
ABU Editora
As Grandes Doutrinas da Bíblia – CPAD – Raimundo
de Oli
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