Lições Bíblicas CPAD
- Jovens e Adultos
2º Trimestre de 2014
Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 1: E deu dons aos homens
Data: 6 de Abril de 2014
TEXTO ÁUREO
“Pelo que diz:
Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Ef 4.8).
VERDADE PRÁTICA
Os dons são dádivas
divinas para a Igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha buscá-la.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1Co 12.4 Há diversidade de dons
Terça - 1Co 12.20 Os
dons e a unidade da Igreja
Quarta - 1Co 12.11 A
concessão dos dons
Quinta - 1Co 12.27 Membros do Corpo de Cristo
Sexta - 1Co 12.31 “Procurai com zelo os melhores dons”
Sábado - Ef 4.12 Os
dons são para aperfeiçoar os santos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 12.3-8; 1 Coríntios 12.4-7.
Romanos 12
3 - Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre
vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança,
conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 - Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e
nem todos os membros têm a mesma operação,
5 - assim nós que somos muitos, somos um só corpo em Cristo,
mas individualmente somos membros uns dos outros.
6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que
nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar; haja
dedicação ao ensino;
8 - ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte,
faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita
misericórdia, com alegria.
1 Coríntios 12
4 - Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 - E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 - E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos.
7 - Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o
que for útil.
INTERAÇÃO
Prezado professor, neste trimestre estudaremos um tema
extremamente relevante para os nossos dias: os dons espirituais, ministeriais e
de serviço. Todas estas dádivas são concedidas pelo Espírito Santo com o
propósito de edificar a Igreja do Senhor. Esse tema é tão relevante para a
igreja que Paulo dedica dois capítulos inteiros na Epístola aos Coríntios para
tratar do assunto. Ele não queria que os irmãos fossem ignorantes a respeito
dos dons (1Co 12.1). Então, estude com afinco cada lição e busque, com zelo, os
melhores dons. O comentarista das lições é o pastor Elinaldo Renovato, autor de
diversos livros publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em
Parnamirim, RN, e professor universitário.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se de que os dons espirituais são atuais e
bíblicos.
Analisar os dons de serviço, espirituais e ministeriais.
Saber que a igreja de Corinto era problemática na
administração dos dons.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para
introduzir a primeira lição, reproduza o esquema abaixo. Divida a classe em
três grupos e peça que, em grupo, os alunos leiam e relacionem os dons
apresentados em cada uma das listas elaboradas pelo apóstolo Paulo. Peça que os
alunos também digam o total de dons relacionados em cada lista.
• 1ª lista - 1 Coríntios 12.8-10. (Um total
de nove dons)
• 2ª lista - 1 Coríntios 12.28. (Um total de
oito dons)
• 3ª lista - 1 Coríntios 12.29,30. (Um total
de sete dons)
Reúna os alunos
formando um único grupo. Ouça os grupos e conclua enfatizando que todos estes
dons estão disponíveis para a igreja atual. Os dons não cessaram. Que venhamos
a buscá-los com fé para a edificação do Corpo de Cristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Dom: Dádiva, presente oferecido pelo Espírito Santo aos
crentes.
A Bíblia de Estudo
Pentecostal define “dons” como “manifestações sobrenaturais concedidas da parte
do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum”.
Neste trimestre analisaremos os dons de Deus dispensados à
Igreja para que, com graça e poder, ela proclame o Evangelho de Jesus a toda
criatura. Além de auxiliar o Corpo de Cristo no exercício da Grande Comissão,
os dons divinos subsidiam os santos para que cheguem à unidade da fé (Ef
4.12,13).
I. OS DONS NA BÍBLIA
1. No Antigo
Testamento. O Dicionário Bíblico Wycliffe mostra que há várias palavras
hebraicas que significam “dádiva”. A origem dessas palavras está na raiz
hebraica nathan, que significa “dar”. Por isso, podemos afirmar que no Antigo
Testamento há vislumbres dos dons divinos concedidos a pessoas peculiares como
reis, sacerdotes, profetas e outros. Todavia, os dons divinos não estavam
acessíveis ao povo de Deus da Antiga Aliança como observamos no regime da Nova
Aliança.
2. No Novo Testamento. O mesmo dicionário informa ainda que
ao longo do Novo Testamento a palavra “dom” aparece com diferentes significados,
que se relacionam ao verbo grego didomi. Este verbo representa o sentido ativo
da palavra “dar” em Filipenses 4.15. Na Nova Aliança, os dons de Deus estão
disponíveis para que a Igreja, em nome de Jesus, promova a libertação dos
cativos, ministre a cura aos doentes e proclame a salvação do homem para a
glória de Deus. O Novo Testamento também deixa claro que todos os crentes têm
acesso direto a Deus através de Cristo Jesus e, por isso, podem receber os dons
do Espírito.
3. Uma dádiva para a Igreja. A fim de sermos mais didáticos
e eficientes no estudo a respeito dos dons, dividiremos este assunto em três
categorias principais: Dons de Serviço, Dons Espirituais e Dons Ministeriais.
Esta divisão acompanha a classificação dos dons conforme se encontra nas
epístolas paulinas aos Romanos, 1 Coríntios e Efésios, respectivamente.
Insistimos, porém, que esta classificação é apenas um recurso didático, pois
quando o apóstolo expõe o assunto em suas cartas, ele não parece querer exaurir
os dons em uma lista, antes, preocupa-se em exortar os irmãos a buscá-los e
usá-los para encorajar, confortar e edificar a Igreja de Cristo, bem como
glorificar a Deus e evangelizar o mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Nas páginas do Novo
Testamento os dons estão à disposição de todos os crentes, com o propósito de
edificar a Igreja de Cristo.
II. OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. Dons relacionados
ao serviço cristão. Em Romanos 12 o apóstolo Paulo admoesta a igreja,
lembrando-a de que o membro do Corpo de Cristo não pode se achar
autossuficiente. Assim como um membro do corpo humano depende dos outros para
exercer a sua função, na igreja necessitamos uns dos outros para o
fortalecimento da nossa vida espiritual e comunhão em Cristo. Por isso, a
categoria de dons apresentada em Romanos 12 traz a ideia da manutenção dessa
comunhão dos santos, pois ao falarmos de serviços, subentende-se que quem serve
está prestando um serviço para alguém. Observe os dons de serviço listados por
Paulo em Romanos: Ministério (ofício diaconal), exortação (encorajamento),
repartir, presidir e exercer misericórdia. Note que esses dons estão
relacionados com uma ação em prol do outro, do próximo. Portanto, se você tem
um dom, deve usá-lo em benefício da Igreja de Cristo na Terra.
2. Conhecendo os dons espirituais. “Acerca dos dons
espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1). Os dons
listados em 1 Coríntios 12 são: Palavra da sabedoria; palavra da ciência; fé;
curas; operação de maravilhas; profecia; discernimento de espíritos; variedades
de línguas; interpretação de línguas.
Apesar de as manifestações sobrenaturais pertencerem ao
mundo espiritual, isto é, a uma categoria particular da experiência religiosa
do crente, o apóstolo Paulo desejava que as igrejas, e em especial a de
Corinto, conhecessem algumas considerações importantes sobre os dons
espirituais. Uma característica predominante em Corinto, segundo o Comentário
Bíblico Beacon (CPAD), era a vida pregressa dos membros envolvidos com
idolatria. Muitas manifestações espirituais na igreja lembravam a experiência
mística das religiões de mistérios. Os coríntios precisavam ser ensinados de
forma correta sobre a existência dos dons e de sua utilização dentro do culto e
fora dele. Por isso, à luz da Palavra de Deus, devemos ensinar a respeito dos
dons espirituais para que a igreja seja edificada. A Bíblia traz os ensinos
corretos sobre o uso dos dons, e se há distorções nessa esfera, estas acontecem
por algumas igrejas não ensinarem de forma correta o que a Bíblia diz, e isso
contribui para o surgimento do fanatismo religioso, da corrupção doutrinária
dos movimentos estranhos e de muitas heresias. Portanto, o ensino correto das
Escrituras nos orienta sobre a forma adequada da utilização dos dons e previne
o surgimento de práticas condenáveis no culto.
3. Acerca dos dons ministeriais. A Epístola de Paulo aos
Efésios classifica os dons ministeriais assim: Apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e doutores (4.11). Os propósitos de o Senhor concedê-los
à Igreja, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, são, em primeiro lugar,
capacitar o povo de Deus para o serviço cristão; em segundo, promover o
crescimento da igreja local; terceiro, desenvolver a vida espiritual dos
discípulos de Jesus (4.12-16). O Senhor deu a sua Igreja ministros para
servi-la com zelo e amor (1Pe 5.2,3). O ensino do Novo Testamento acerca do
exercício ministerial está ligado a concepção evangélica de serviço (Mt
20.20-28; Jo 13.1-11), jamais à perspectiva centralizadora e sacerdotal do
Antigo Testamento.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Nenhum membro do
corpo de Cristo é autossuficiente, dependemos de Cristo, assim como dependemos
uns dos outros. Para que a Igreja, o corpo de Cristo, seja edificada pelos dons
ministeriais é necessário que eles sejam utilizados para o benefício de todos.
III. CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS
DONS ESPIRITUAIS (1Co 12.1-11)
1. Os dons são
importantes. Um argumento utilizado pelos cessacionistas (pessoas que defendem
a errônea ideia de que os dons espirituais cessaram no primeiro século), é que
os crentes pentecostais tendem a se achar superiores uns aos outros por terem
algum dom. Lamentavelmente, isto é verdade em muitos lugares. Entretanto, o
apóstolo Paulo faz questão de tratar desse assunto com os crentes de Corinto
que estavam supervalorizando alguns dons em detrimento de outros. Precisamos
resgatar a noção de serviço que Jesus Cristo ensinou nos Evangelhos, pois todos
os dons vêm diretamente de Deus para melhor servirmos à igreja de Cristo.
2. Diversidade dos dons. O que mais nos chama a atenção na
lista de dons apresentada por Paulo em 1 Coríntios 12 não são os nove dons, mas
a diversidade deles, isto denota a unidade da Igreja de Cristo, mas
simultaneamente a sua multiplicidade. O Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento tem razão quando fala que “talvez Paulo tenha selecionado estes
noves dons por serem adequados à situação que havia em Corinto”, pois se
compararmos a lista de 1 Coríntios com Romanos e também Efésios, veremos que
outros dons são relacionados de acordo com as necessidades de cada igreja
local.
3. Autossuficiência e humildade. Os dons espirituais são
concedidos aos crentes pela graça de Deus, e não por méritos pessoais (Rm 12.6;
1Pe 4.10). Não podemos orgulhar-nos e portar-nos de modo arrogante e
autoritário no exercício dos dons, mas com humildade e temor a Deus. Portanto,
não use o dom que Deus lhe deu com orgulho, visando a exaltação pessoal. Isto é
pecado contra o Senhor e contra a Igreja. Use-o com um coração sincero e
transbordante de amor pelo próximo (1Co 13). Não foi por acaso que o capítulo
13 (Amor) de 1 Coríntios foi colocado entre o 12 (Dons) e o 14 (Línguas e
Profecia).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Não existe um dom
mais importante que o outro, todos vêm diretamente de Deus e são úteis para a
edificação do Corpo de Cristo.
CONCLUSÃO
O estudo dos dons de
Deus aos homens é amplo e nos apresenta recursos pelos quais podemos servir ao
Senhor e à sua Igreja. Esses dons são para os nossos dias, pois não há na
Bíblia nenhum versículo que diga que os dons espirituais deixaram de existir
com a morte do último apóstolo. Portanto, busquemos os dons do Espírito Santo,
pois estão à nossa disposição. Eles são um exemplo da multiforme graça de Deus
em dispensar instrumentos espirituais para a Igreja na história.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HORTON, S. M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo
Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“[Dons espirituais]
Os dons espirituais, que são pela graça, mediante a fé,
encontra-se na palavra grega mais usada para descrevê-los: charismata, ‘dons
livre e graciosamente concedidos’, palavra esta que se deriva de charis, graça,
o imerecido favor divino. Os carismas são dons que merecemos sem os merecermos.
Dão testemunho da bondade de Deus, e não da virtude de quem os receberam.
Uma das falácias que frequentemente engana as pessoas é a
ideia de como Deus abençoa ou usa alguém; isso significa que Ele aprova tudo o
que a pessoa faz ou ensina. Mesmo quando parece haver uma ‘unção’, não há
garantia disso. Quando Apolo chegou a Éfeso pela primeira vez, não somente era
eloquente em sua pregação; era também ‘fervoroso de espírito’. Tinha o fogo.
Mas Priscila e Áquila perceberam que faltava algo. Logo, o levaram
(provavelmente, para casa, a fim de participar de uma refeição), e lhe
explicaram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.25,26).
Era, pois o caminho de Deus a respeito dos dons espirituais,
que Paulo, como um pai, desejava explicar com mais exatidão aos coríntios. A
esses dons ele dá o nome de ‘espirituais’ em 1 Coríntios 12.1 (a palavra dom
não se encontra no grego). A palavra, por si mesma, inclui algo dirigido pelo
Espírito Santo [...]” (HORTON, S. M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e
Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012, p.225).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Os dons são dados,
de fato, com a intenção divina de que todos recebam proveito deles (1Co 12.7).
Isso não significa que todos têm um dom específico, mas há dons (manifestações,
revelações, meios pelos quais o Espírito se torna conhecido) que são dados
(continuamente) para o que for útil (proveitoso, para crescimento). ‘Útil’
significa algo que ajuda, especialmente na edificação da Igreja, tanto
espiritualmente como em número de membros. (O Livro de Atos tem um tema de
crescimento numérico e geográfico. Deus quer que o Evangelho seja divulgado em
todo o mundo). Pode ser ilustrado pelo mandamento do Senhor: ‘Negociai até que
eu venha’ (Lc 19.13). Ao partirmos para o ministério dos seus dons, Ele nos
ajuda a crescer na eficiência e na eficácia, assim como fizeram os que usaram
devidamente o que o Senhor lhes deu, na Parábola das Dez Minas (Lc 19.15-19)”
(HORTON, S. M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed.
RJ: CPAD, 2012, pp.229,30).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Dons Espirituais e
Ministeriais
Neste trimestre, estudaremos sobre os dons ministeriais e
espirituais. Depois da morte e ressurreição de Cristo, acreditamos que os dons
são um dos assuntos mais relevantes do Novo Testamento para a Igreja de Cristo.
Os dons espirituais e ministeriais são dádivas divinas para a Igreja atual.
Alguns erroneamente afirmam que os dons foram apenas para a igreja do primeiro
século. Esta afirmação contraria a Bíblia, que diz em Joel 2.28 “E há de ser,
depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, vossos filhos e filhas
profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”. Os
dons são para a Igreja de Cristo até a sua Segunda Vinda. O apóstolo Paulo
declarou aos coríntios que não devemos ser ignorantes a respeito dos dons (1Co
12.1).
Na Palavra de Deus, encontramos três listas principais que
tratam a respeito dos dons. As três listas se completam. Podemos encontrar a
primeira lista em Romanos 12.4-8. Aqui estão relacionados os dons de serviço. A
segunda lista está em 1 Coríntios 12 e nela encontramos listados os dons
espirituais. A terceira relação se encontra em Efésios 4.11, onde encontramos
os dons ministeriais. Tanto os dons de serviço quanto os ministeriais e
espirituais têm como propósito a edificação do Corpo de Cristo.
Usando os dons de maneira a agradar a Deus
Os dons devem ser utilizados com um propósito específico, a
fim de que o nome de Cristo seja glorificado. Quem deseja os dons necessita
compreender que toda a nossa capacidade e habilidade vem do Senhor. É uma
capacidade sobrenatural, não é inata. Estas habilidades são resultado único da
graça divina em nossas vidas.
No uso dos dons, o crente também precisa conscientizar-se de
que o Corpo de Cristo é formado por vários membros, com funções diferentes, mas
isso não significa que um é mais importante que o outro. Todos têm o seu valor
e devem funcionar em harmonia, visando o bem de todos. Não existe um dom que
seja superior aos outros, eles se complementam para a glória do Senhor.
Não seja ignorante quanto aos dons espirituais
Os dons é um assunto tão importante para a igreja, que Paulo
exorta aos Coríntios a que todos sejam instruídos no assunto (1Co 12.1). A
falta de conhecimento leva ao fanatismo, gerando sérios problemas. A cidade de
Corinto era marcada pela idolatria. O Brasil também tem uma diversidade religiosa
grande, muitos irmãos em nossas igrejas vieram de religiões idólatras, onde o
uso de “poderes místicos” é comum. Precisamos estudar, à luz da Palavra, a
respeito dos dons a fim de que venhamos discernir os verdadeiros dons do
Espírito. A falta de ensino contribui para surgimento de muitas heresias.
SUBSIDIOS.
ROMANSOS 12.6
DIFERENTES DONS, SEGUNDO A GRAÇA. Paulo alista os dons da graça (gr.
charismata), como são chamados. Um dom espiritual pode constituir-se de uma
disposição interior, bem como de uma
capacitação ou aptidão (Fp 2.13) concedida pelo Espírito Santo ao indivíduo, na
congregação, para edificação do povo de Deus e para expressar o seu amor a
outras pessoas (ver 1 Co 12.1; 14.12,26; 1 Pe 4.10). A lista que Paulo dá,
aqui, dos dons da graça divina deve ser considerada um exemplário e não a
totalidade deles.
ROMANOS 12.7 MINISTRAR... ENSINAR. "Ministrar" ou
"servir" é a disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para
alguém servir e prestar assistência prática aos membros e aos líderes da
igreja, a fim de ajudá-los a cumprir suas responsabilidades para com Deus (cf.
At 6.2,3). "Ensinar" é a disposição, capacidade e poder dados por
Deus para o crente examinar e estudar a Palavra de Deus, e de esclarecer,
expor, defender e proclamar suas verdades, de tal maneira que outras pessoas
cresçam em graça e em piedade (1 Co 2.10-16; 1 Tm 4.16; 6.3; 2 Tm 4.1).
ROMANOS 12.8
EXORTA... REPARTE... PRESIDE... EXERCITA... MISERICÓRDIA. Trata-se, aqui,
de dons espirituais.
(1) Exortar é a disposição, capacidade e poder dados por
Deus, para o crente proclamar a Palavra de Deus de tal maneira que ela atinja o
coração, a consciência e a vontade dos ouvintes, estimule a fé e produza nas
pessoas uma dedicação mais profunda a Cristo e uma separação mais completa do
mundo (ver At 11.23; 14.22; 15.30-32; 16.40; 1 Co 14.3; 1 Ts 5.14-22; Hb
10.24,25).
(2) Repartir é a disposição, capacidade e poder, dados por
Deus a quem tem recursos além das necessidades básicas da vida, para contribuir
livremente com seus bens pessoais, para suprir necessidades da obra ou do povo
de Deus (2 Co 8.1-8; Ef 4.28).
(3) Presidir ou liderar é a disposição, capacidade e poder
dados por Deus, para o obreiro pastorear, conduzir e administrar as várias
atividades da igreja, visando ao bem espiritual de todos (Ef 4.11,12; 1 Tm
3.1-7; Hb 13.7,17, 24).
(4) Misericórdia é a disposição, capacidade e poder dados
por Deus para o crente ajudar e consolar os necessitados ou aflitos (cf. Ef
2.4).
1CORINTIOS 12.1
ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS. Nos caps. 12-14, Paulo trata dos dons do
Espírito Santo concedidos ao corpo de Cristo. Esses dons eram parte
indispensável da vida e do ministério da igreja primitiva. Deus quer que esses
dons continuem em ação na igreja até a volta de Jesus Cristo (ver 1.7). Seus
propósitos para os dons espirituais são os seguintes:
(1) Manifestar a
graça, o poder, e o amor do Espírito Santo entre seu povo nas reuniões
públicas, nos lares, nas famílias e nas atividades pessoais (vv. 4-7; 14.25; Rm
15.18,19; Ef 4.8).
(2) Ajudar a tornar eficaz a pregação do evangelho aos
perdidos, confirmando de modo sobrenatural a mensagem do evangelho (Mc
16.15-20; At 14.8-18; 16.16-18; 19.11-20; 28.1-10).
(3) Suprir as necessidades humanas, fortalecer e edificar
espiritualmente, tanto a congregação (vv. 7,14-30; 14.3,12,26), como os crentes
individualmente (14.4), i.e., aperfeiçoar os crentes na "caridade de um
coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm
1.5; cf. 1 Co 13). (4) Batalhar com eficácia na guerra espiritual contra
Satanás e as hostes do mal (Is 61.1; At 8.5-7; 26.18; Ef 6.11,12). Alguns
trechos bíblicos que tratam dos dons espirituais são: Rm 12.3-8; 1 Co 1.7;
12-14; Ef 4.4-16; 1 Pe 4.10,11).
1CORINTIOS 12.1-6
DONS ESPIRITUAIS. Os termos que a Bíblia emprega para os dons espirituais
descrevem a sua natureza.
(1) "Dons espirituais", (gr. pneumatika, derivado
de pneuma, "espírito"). A expressão refere-se às manifestações
sobrenaturais concedidas como dons da parte do Espírito Santo, e que operam
através dos crentes, para o seu bem comum (vv. 1,7; 14.1).
(2) "Dons" ou "dons da graça" (gr.
charismata, derivado de charis, "graça"), indicam que os dons
espirituais envolvem tanto a motivação interior da pessoa, como o poder para
desempenhar o ministério referente ao dom (i.e., a capacitação dinâmica)
recebido do Espírito Santo. Esses dons fortalecem espiritualmente o corpo de
Cristo e aqueles que necessitam de ajuda espiritual (v. 4; ver Rm 12.6; Ef
4.11; 1 Pe 4.10).
(3) "Ministérios" (gr. diaoniai, derivado de
diakonia, "serviço"). Isso mostra que há diferentes tipos de serviço
e que certos dons envolvem o recebimento da capacidade e poder de ajudar e
assistir o próximo (vv. 4,5,27-31; Ef 4.7,11-13). Paulo indica que o aspecto
ministe-rial dos dons fala do ministério do Senhor Jesus como
"servo". Assim, a operação dos dons é definida em termos da presença
e da ação de Cristo em nosso meio (cf. v.3; 1.4).
(4) "Operações" ou "efeitos" (gr.
energemata, derivado de energes, "ativo, enérgico"). O termo indica
que os dons espirituais são operações diretas do poder de Deus Pai, visando
resultados definidos (vv. 6,10).
(5) "A manifestação do Espírito" (gr. phanerosis,
derivado de phaneros, "manifestar") realça o fato de que os dons
espirituais são manifestações diretas da operação e da presença do Espírito
Santo na congregação (vv. 7-11)
DONS ESPIRITUAIS PARA O
CRENTE
1Co 12.7 “Mas a manifestação
do Espírito é dada a cada um para
o que for útil”.
PERSPECTIVA GERAL. Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de
uma variedade de dons espirituais
concedidos aos crentes (12.7-11). Essas
manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (12.7;
ver 14.26). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11,
mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo
mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem
operar em conjunto, de diferentes maneiras.
(1) As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a
vontade do Espírito (12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo
do crente na busca dos dons (12.31; 14.1).
(2) Certos dons podem operar num crente de modo regular, e
um crente pode receber mais de um dom para atendimento de necessidades
específicas. O crente deve desejar “dons”, e não apenas um dom (12.31; 14.1).
(3) É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom
de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons
de operação mais interiorizada, i.e., menos visível.
Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não
significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir
dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente
com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
(4) Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito,
ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt
7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a
qualquer manifestação espiritual, mas deve “provar se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; cf. 1Ts
5.20,21).
OS DONS ESPIRITUAIS.
Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade
de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não
descreve as características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras
temos ensino sobre os mesmos.
(1) Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma
mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito
Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do
Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não
se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém
pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela
oração (Tg 1.5,6).
(2) Dom da Palavra do Conhecimento (12.8). Trata-se de uma
mensagem vocal, inspirada pelo
Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de
pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Freqüentemente, este dom
tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25).
(3) Dom da Fé (12.9). Não se trata da fé para salvação, mas
de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o
crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas.
É a fé que remove montanhas (13.2) e que freqüentemente opera em conjunto com
outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres (ver Mt
17.20, sobre a fé verdadeira; Mc
11.22-24; Lc 17.6).
(4) Dons de Curas (12.9). Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da
saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8;
4.30). O plural (“dons”) indica curas de diferentes enfermidades e sugere que
cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são
concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (cf. 12.11,30), todavia, todos
eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. Pode
também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15).
(5) Dom de Operação de Milagres (12.10). Trata-se de atos
sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos
em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos (ver
Jo 6.2 nota; ver o estudo O REINO DE DEUS).
(6) Dom de Profecia (12.10). É preciso distinguir a profecia
aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom
ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia
é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros
profetas . Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente
disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à profecia, como
manifestação do Espírito, observe o seguinte:
(a) Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir
uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo
(14.24,25, 29-31). Aqui, não se trata da entrega de sermão previamente
preparado.
(b) Tanto no AT, como no NT, profetizar não é primariamente
predizer o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo
à retidão, à fidelidade e à paciência (14.3).
(c) A mensagem
profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa (14.25), ou
prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento (14.3, 25,26,
31).
(d) A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste
tipo, porque muitos falsos profetas estarão na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda
profecia deve ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (14.29, 32; 1Ts
5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para
a santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive
submisso e obediente a Cristo (12.3).
(e) O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus
e não a do homem. Não há no NT um só texto mostrando que a igreja de então
buscava revelação ou orientação através dos profetas. A mensagem profética
ocorria na igreja somente quando Deus tomava o profeta para isso (12.11).
(7) Dom de Discernimento de Espíritos (12.10). Trata-se de
uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e
julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do
Espírito Santo ou não (ver 14.29; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os falsos
mestres (ver Mt 24.5) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito
(ver 1Tm 4.1), esse dom espiritual será extremamente importante para a igreja.
(8) Dom de Variedades de Línguas (12.10). No tocante às
“línguas” (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do
Espírito, notemos os seguintes fatos:
(a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou
uma língua desconhecida na terra, e.g., “línguas... dos anjos” (13.1; ver cap.
14). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é
entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16).
(b) O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do
homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a
comunicação direta com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer e na ação
de graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente (14.2, 14)
e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito
Santo, à parte da atividade da mente (cf. 14.2, 15, 28; Jd 20).
(c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de
sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o
conteúdo e o significado da mensagem (14.3, 27,28). Ela pode conter revelação,
advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf. 14.6).
(d) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta
durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou
“fora de controle” (14.27,28).
(9) Dom de Interpretação de Línguas (12.10). Trata-se da
capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender
e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem
interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a
oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa
revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas
pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a
mensagem (14.6, 13, 26). A interpretação pode vir através de quem deu a
mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para
que possa interpretá-las (14.13).
Elaborado pelo Evangelista Natalino dos Anjos.
Professor da E.B.D e Pesquisador.
Dirigente da Congregação da A.D.(Missão) no Bairro Novo Horizonte.
Na cidade de Guiratinga - Mt.
Pastor Presidente. Pr. Edseu Vieira.
Fonte de Pesquisa:
Biblia de Estudo Pentecostal.
Caro Pastor Natalino, paz e parabéns pelo conteúdo do blog... excelente.
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