TIAGO CAPITULO 01
1.2 TENTAÇÕES. A palavra "tentações" (gr.
peirasmos) refere-se, aqui, às perseguições e aflições que o crente sofre nesta
vida da parte do mundo ou de Satanás.
(1) O crente deve enfrentar essas provações com alegria (cf.
Mt 5.11,12; Rm 5.3; 1 Pe 1.6), porque isso desenvolverá nele uma fé
perseverante, uma personalidade experiente e uma esperança madura (cf. Rm
5.3-5). Nossa fé somente pode chegar à plena maturidade quando confrontada com
dificuldades e oposição (vv. 3,4).
(2) Tiago chama tais provações de "a prova da vossa
fé" (v.3). Às vezes, as provações vêm sobre o crente a fim de que Deus
possa testar a sinceridade da sua fé. Não há nada nas Escrituras dizendo que as
aflições da vida são sempre uma evidência de que Deus está insatisfeito
conosco. Podem ser um sinal de que Ele reconhece nossa firme dedicação a Ele
(cf. Jó 1;2).
1.4 SEJAIS PERFEITOS. "Maduros" (gr. teleios)
transmite a idéia bíblica de perfeição no sentido de relacionamento correto com
Deus, que frutifica no empenho sincero de amá-lo de todo o coração em
obediência irrestrita e uma vida inculpável (Dt 6.5; 18.13; Mt 22.37; ver 1 Ts
2.10).
1.5 SE ALGUM DE VÓS TEM FALTA DE SABEDORIA. A sabedoria é a
capacidade espiritual de ver e avaliar a nossa vida e conduta do ponto de vista
de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de
conformidade com a vontade de Deus revelada na sua Palavra e na direção do
Espírito Santo (Rm 8.4-17). Podemos receber sabedoria indo a Deus e pedindo-lhe
com fé (vv. 6-8; Pv 2.6; 1 Co 1.30).
1.13 TENTADO. Ninguém que peca, poderá livrar-se da culpa,
lançando acusações contra Deus. Deus pode nos provar para fortalecer nossa fé,
mas nunca para nos levar ao pecado. A natureza de Deus testifica que Ele não
pode dar origem à tentação para pecar.
1.14 PELA SUA PRÓPRIA CONCUPISCÊNCIA. A tentação provém, em
princípio, dos desejos e inclinações do nosso próprio coração (cf. Mt 15.19).
Se o desejo mau não for resistido e purificado pelo Espírito Santo, levará ao
pecado e, depois, à morte espiritual (v. 15; Rm 6.23; 7.5,10,13).
1.21 REJEITANDO TODA IMUNDÍCIA. A Palavra de Deus, quer
pregada, quer escrita, não pode atuar de modo eficaz na vida da pessoa se esta
não se separa da imundícia moral e do mal.
(1) Deus ordena ao crente que deixe de lado toda impureza
pecaminosa que permeia a sociedade irregenerada e corrupta e que procura
influenciá-lo e a sua família. Essa imundícia polui a alma e o espírito e
arruína a sua vida (cf. Ef 4.22,25,31; Cl 3.8; 1 Pe 2.1).
(2) As Escrituras nos avisam quanto às coisas impróprias
para o povo santo de Deus. Assim sendo, não devemos participar de nenhum tipo
de impureza ou obscenidade (Ef 5.3,4). Além disso, devemos estar conscientes de
que permitir qualquer tipo de impureza moral em nossa vida ou no nosso lar,
inclusive a linguagem imunda ou obscena, através do vídeo ou da TV, entristece
o Espírito Santo e violenta os santos padrões que Deus estabelece para o seu
povo. A Palavra de Deus nos adverte: "Ninguém vos engane com palavras vãs;
porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
Portanto, não sejais seus companheiros" (Ef 5.6,7).
(3) Nós, como crentes, devemos levar a sério a justica e a
santidade. Nossa "casa" precisa estar varrida e limpa e cheia da
Palavra de Deus e da santidade de Cristo (Mt 12.43-45).
1.21 A PALAVRA EM VÓS ENXERTADA. O cristão começa sua nova
vida em Cristo ao nascer de novo pela "palavra da verdade" (v. 18).
(1) A nova vida em Cristo requer que abandonemos toda impureza
moral , e que sejamos resolutos quanto à prevalência da Palavra de Deus em
nosso coração.
(2) O termo original aqui é emphutos, literalmente
"implantado", e dá a entender que a Palavra precisa tornar-se parte
da nossa própria natureza.
(3) A Palavra implantada nos leva à salvação final (cf. Mt
13.3-23; Rm 1.16; 1 Co 15.2; Ef 1.13; ver Jo 6.54)
1.25 A LEI... DA LIBERDADE. Esta lei (cf. 2.12) é a vontade
de Deus mantida no âmago do nosso coração pelo Espírito Santo que em nós habita
(cf. Ez 11.19,20).
(1) Mediante a fé em Cristo recebemos, não somente a
misericórdia e o perdão (2.12,13), como também o poder e a liberdade para
obedecer à lei de Deus (Rm 3.31; ver 8.4).
(2) É chamada a "lei perfeita da liberdade" porque
o crente deseja cumprir a vontade de Deus: "E andarei em liberdade, pois
busquei os teus preceitos" (Sl 119.45).
(3) O crente nunca deve pensar na liberdade para violar os
mandamentos de Cristo, mas sim, em ter a liberdade e o poder para obedecê-los.
1.27 A RELIGIÃO PURA E IMACULADA. Tiago fala de dois
princípios que definem o conteúdo do verdadeiro cristianismo.
(1) O amor genuíno pelos necessitados. Nos dias do NT, os
órfãos e as viúvas tinham poucos meios de auto-sustento; em muitos casos, não
tinham ninguém para cuidar deles. Esperava-se da parte dos crentes que lhes demonstrassem
o mesmo cuidado e amor que Deus revela aos órfãos e às viúvas (ver Dt 10.18; Sl
146.9; Mt 6.32; Dt 24.17; Sl 68.5). Hoje, entre nossos irmãos e irmãs em
Cristo, há os que precisam de ajuda e cuidados. Devemos procurar aliviar suas
aflições e sofrimentos e, dessa maneira, mostrar-lhes que Deus tem cuidado
deles (ver Lc 7.13; cf. Gl 6.10).
(2) Conserva-se santo diante de Deus. Tiago diz que o amor
ao próximo deve estar acompanhado do amor a Deus, expresso na separação das
práticas pecaminosas do mundo. O amor ao próximo deve estar acompanhado da
santidade diante de Deus; doutra forma, não é amor cristão.
TIAGO CAPITULO 02
2.1 ACEPÇÃO DE PESSOAS. Esta expressão significa demonstrar
atenção especial, ou favoritismo, a uma pessoa por causa da sua riqueza, roupas
ou posição. Trata-se de um erro por várias razões.
(1) Desagrada a Deus,
que olha, não a aparência exterior, mas o coração (1 Sm 16.7).
(2) Não é motivado pelo amor genuíno a todos (v. 8). A
aceitação de alguém pela posição social é um pecado contra a lei do amor.
(3) Torna-nos "juízes de maus pensamentos" (v. 4);
isto é, ao invés de honrarmos nosso "Senhor da glória" (v. 1) e, de
aceitarmos as pessoas à base da fé que têm em Cristo, favorecemos injustamente
os ricos ou os poderosos do mundo, com os motivos malignos das vantagens que
disso podemos auferir.
2.5 ESCOLHEU DEUS AOS POBRES. Os pobres são especiais e
preciosos para Deus (Cf. Is 61.1; Lc 4.18; 6.20; 7.22). Freqüentemente, são os
pobres deste mundo os mais ricos na fé e nos dons espirituais e os que, na sua
necessidade, clamam mais intensamente a Deus, com fome sincera por sua presença,
misericórdia e ajuda (Lc 6.20,21). Os economicamente desfavorecidos, em todo o
mundo, sabem que não poderão confiar em bens materiais. Por isso, aceitam mais
facilmente o convite de Jesus: "Vinde a mim, todos os que estais cansados
e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28).
2.12 ASSIM FALAI. Devemos falar e agir sabendo que seremos
julgados por Deus e pela "lei da liberdade", i.e., a lei e o amor de
Deus, derramados em nossos corações pelo Espírito de Deus. Deus condenará toda
demonstração de parcialidade, porque ela transgride a lei do amor (ver v. 1).
2.14 FÉ E OBRAS. Os versículos 14-26 tratam do problema,
sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé salvífica no Senhor
Jesus Cristo, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras nenhuma
evidência de devoção sincera a Ele e à sua Palavra.
(1) A fé salvífica é sempre uma fé viva que não se limita à
mera confissão de Cristo como Salvador, mas que também nos leva a obedecê-lo
como Senhor. Portanto, a obediência é um aspecto fundamental da fé. Somente
quem obedece pode de fato crer, e somente aqueles que crêem podem de fato obedecer
ao Senhor (ver v. 24; Rm 1.5).
(2) Notem que não há nenhuma contradição entre Paulo e Tiago
no tocante à questão da fé salvífica. No sentido geral, Paulo enfatiza a fé
como o meio pelo qual aceitamos a Cristo como Salvador (Rm 3.22). Tiago
enfatiza o fato de que a verdadeira fé deve ser uma fé ativa, duradoura e que
molde nossa própria existência.
2.17,26 A FÉ SEM AS OBRAS É MORTA.
(1) A verdadeira fé salvífica é tão vital que não poderá
deixar de se expressar por ações, e pela devoção a Jesus Cristo. As obras sem a
fé são obras mortas. A fé sem obras é fé morta. A fé verdadeira sempre se
manifesta em obediência para com Deus e atos compassivos para com os
necessitados (ver v. 22; Rm 1.5).
(2) Tiago objetiva
seus ensinos contra os que na igreja professavam fé em Cristo e na expiação
pelo seu sangue, crendo que isso por si só bastava para a salvação. Eles também
achavam que não era essencial no relacionamento com Cristo obedecer-lhe como
Senhor. Tiago diz que semelhante fé é morta e que não resultará em salvação,
nem em qualquer outra coisa boa (vv. 14-16,20-24). O único tipo de fé que salva
é "a fé que opera por caridade" (Gl 5.6).
(3) Não devemos, por outro lado, pensar que mantemos uma fé
viva, exclusivamente por nossos próprios esforços. A graça de Deus, o Espírito
Santo que em nós habita e a intercessão sacerdotal de Cristo (ver Hb 7.25)
operam em nossa vida, capacitando-nos a obedecer a Deus pela fé, do começo ao
fim (cf. Rm 1.17). Se deixarmos de ser receptivos à graça de Deus e à direção
do Espírito Santo, nossa fé sucumbirá.
2.21 ABRAÃO... FOI JUSTIFICADO PELAS OBRAS. As obras pelas
quais Abraão foi justificado não eram "obras da lei" (Rm 3.28), mas
da fé e do amor. Sua disposição de sacrificar Isaque foi uma expressão da sua
fé em Deus e da sua dedicação a Ele (ver Gn 15.6 nota; 22.1). Tiago usa o
exemplo de Abraão para refutar a crença de que pode haver fé sem dedicação e
amor a Deus. O apóstolo Paulo usa o exemplo da fé de Abraão para anular o
conceito errôneo de que a salvação depende do mérito das nossas próprias obras
e não da graça de Deus (Rm 4.3; Gl 3.6).
2.22 A FÉ COOPEROU COM AS SUAS OBRAS. Tiago não está dizendo
que a fé e as obras nos salvam. Isso seria separar a fé das obras. Tiago
argumenta, pelo contrário, sobre a fé em ação. Isto é, a fé e as obras nunca
poderão estar separadas uma vez que as obras procedem naturalmente da fé (ver
Gl 5.6).
2.24 O HOMEM É JUSTIFICADO PELAS OBRAS. O termo grego ergon,
aqui traduzido por obras, é empregado por Tiago com sentido diferente daquele
que Paulo usou em Rm 3.28.
(1) Para Tiago, "obras" se refere às nossas
obrigações para com Deus e o homem, as quais são ordenadas nas Escrituras, e
provêm de uma fé sincera, de um coração puro, da graça de Deus e do desejo de
agradar a Cristo.
(2) Para Paulo, "obras" se refere ao desejo humano
de obter mérito e salvação pela obediência à lei mediante nosso próprio
esforço, e não através do arrependimento e da fé em Cristo.
(3) Note que tanto Paulo como Tiago declaram enfaticamente
que a verdadeira fé salvífica produzirá infalivelmente obras de amor (1.27;
2.8; Gl 5.6; 1 Co 13; cf. Jo 14.15).
TIAGO CAPITULO 03
3.1 MESTRES. Aqui estão incluídos os pastores, dirigentes de
igreja, missionários, pregadores da Palavra ou qualquer pessoa que ensine a
congregação. O professor precisa compreender que ninguém na igreja tem uma
responsabilidade maior do que aqueles que ensinam as Sagradas Escrituras. No
juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais rigor e mais exigência do
que os demais crentes.
3.6 A LÍNGUA TAMBÉM É UM FOGO. Tiago enfatiza nossa
inclinação ao pecado através da fala. Os pecados da fala incluem palavras
ásperas e maldosas, mentira, exagero, doutrinas falsas, calúnia, fuxico,
jactância, etc. O crente maduro mantém sua língua sob controle mediante a ajuda
do Espírito Santo, que leva "cativo todo entendimento à obediência de Cristo"
(2 Co 10.5). Por causa dessa tendência de pecar com a língua, Tiago exorta a
todo ser humano a ser "pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para
se irar" (1.19).
3.14 AMARGA INVEJA. "Amarga inveja" é o vício que
impele a pessoa a cuidar somente dos seus próprios interesses. A inveja ou
ambição egoísta na igreja é:
(1) "terrena", i.e., polui aquilo que é santo e
que é do Espírito;
(2) "animal", i.e., não-espiritual; carnal; sem o
Espírito Santo; e
(3) "diabólica", i.e., inspirada por demônios (ver
1 Tm 4.1).
TIAGO CAPITULO 04
4.1 DONDE VÊM AS GUERRAS E PELEJAS ENTRE VÓS? A origem
principal das contendas e conflitos na igreja concentra-se no desejo de
reconhecimento, honrarias, glória, poder, prazer, dinheiro e superioridade. A
satisfação dos desejos egoístas torna-se mais importante do que a retidão e a
vontade de Deus (cf. Mc 4.19; Lc 8.14; Gl 5.16-20). Quando isso ocorre, surgem
conflitos egocêntricos na congregação. Os causadores dessa situação demonstram
que não têm o Espírito e que estão fora do reino de Deus (Gl 5.19-21; Jd.
16-19).
4.2 GUERREAIS. Esta palavra pode ser usada aqui
figuradamente no sentido de odiar (cf. Mt 5.21,22).
4.3 PEDIS E NÃO RECEBEIS. Deus deixa de responder as orações
dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas (ver v.1). Todos
devemos tomar consciência disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se
tivermos o coração cheio de desejos egoístas. As Escrituras nos dizem que Deus
aceita somente as orações dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o
invocam em verdade (Sl 145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc
18.14) e daqueles que pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14)
4.4 AMIZADE DO MUNDO É INIMIZADE CONTRA DEUS? "A
amizade do mundo" é adultério espiritual, i.e., infidelidade a Deus e ao
nosso compromisso de dedicação a Ele (1 Jo 2.15-17; cf. Is 54.5; Jr 3.20).
(01) Significa acatar os pecados, os valores e os prazeres
malignos do mundo. Deus não aceitará semelhante amizade (Mt 6.24), porque é um
Deus zeloso (Êx 20.5; Dt 5.9).
(02) Um exemplo de amizade desse tipo é a participação do
crente em sociedades secretas (i.e., a filiação a lojas maçônicas) que exigem
juramentos, ritos e práticas religiosas antibíblicos e comunhão com incrédulos,
coisas essas que estão proibidas na Palavra de Deus (Mt 5.33-37; 2 Co 6.14).
(03) O crente não pode pertencer a tais sociedades sem
transigir com a doutrina cristã (2 Pe 3.16), com os padrões divinos, com o
princípio bíblico da separação do mundo (2 Co 6.17,18) e com sua lealdade a
Cristo (Mt 6.24)
4.5 O ESPÍRITO QUE EM NÓS HABITA. A construção do versículo
5, em grego, não é muito clara. Pode significar que a tendência natural do
espírito humano é opor-se a Deus e ao próximo e desejar os prazeres pecaminosos
do mundo (v. 4). Porém, essa tendência pode ser alterada pela graça de Deus
pois alcança todos aqueles que humildemente aceitam a salvação em Cristo (v.
6).
4.6 DEUS RESISTE AOS SOBERBOS. Deve ficar gravado em nossos
corações e mentes o quanto Deus aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas
faz Deus rejeitar nossas orações e reter sua presença e graça para conosco. O
exaltado em si mesmo, que busca a honra e a estima dos outros a fim de
satisfazer o seu orgulho, afasta de si a ajuda de Deus. Mas para aqueles que
com humildade se chegam a Deus, Ele lhes dá abundância de graça, de
misericórdia e de ajuda em todas as situações da vida (ver Fp 2.3 nota; Hb
4.16; 7.25).
4.8 CHEGAI-VOS A DEUS. Deus promete estar perto de todos que
se afastam do pecado, que purificam os seus corações e que o invocam
verdadeiramente arrependidos. A comunhão com Deus trará sua presença, graça,
bênçãos e amor.
4.11 NÃO FALEIS MAL UNS DOS OUTROS. É desprezar a lei divina
do amor em relação a uma pessoa que está sendo acusada de algo:
(1) não procurar conhecer os detalhes da situação;
(2) não falar com a própria pessoa que está sendo acusada; e
(3) difamar essa pessoa.
4.15 SE O SENHOR QUISER. Os crentes, ao estabelecerem alvos
e planos para o futuro, sempre devem buscar a Deus e a sua vontade. Não devem
agir como o rico insensato (Lc 12.16-21); pelo contrário, devemos reconhecer
que a verdadeira felicidade e uma vida de beneficência dependem totalmente de
Deus. O princípio pelo qual devemos viver deve ser: "Se o Senhor
quiser". Se for sincera a nossa oração "Faça-se a tua vontade"
(Mt 26.42), estejamos certos de que nosso presente e futuro estarão aos
cuidados protetores do nosso Pai celestial (cf. At 18.21; 1 Co 4.19; 16.7; Hb 6.3).
4.16 PRESUNÇÕES. Quando a pessoa atinge alvos estabelecidos,
a sua tendência é gloriar-se. Esta jactância vem da falsa suposição de que tudo
quanto realizamos é produto do nosso próprio esforço e não da ajuda de Deus e
do próximo. O NT nos exorta a gloriar-nos em nossas fraquezas e na dependência
de Deus (2 Co 11.30; 12.5,9).
TIAGO CAPITULO 05
5.1 VÓS, RICOS, CHORAI E PRANTEAI. A Bíblia não ensina que
todos os ricos são ímpios. No tocante à situação descrita por Tiago, ela
caracteriza muitos ricos atuais (2.1-3; 5.1-6). A exceção é o rico que não é
dominado pela riqueza; pelo contrário, usa-a para promover o evangelho e ajudar
os necessitados.
5.7 SEDE... PACIENTES ATÉ A VINDA DO SENHOR. A volta de
Cristo está próxima (v. 8). Ele virá como juiz para castigar os ímpios e
recompensar os justos e livrá-los das injustiças que sofreram (v. 9). A
paciência é a virtude de suportar a injustiça, o sofrimento, as aflições, etc.,
confiando a nossa vida na mão de Deus, tendo fé nEle para corrigir todas as
coisas na sua vinda (Dt 32.35; Rm 12.12; Hb 10.30; 12.1,2; ver Jó 2.3 nota; Sl
73.17).
5.9 O JUIZ ESTÁ À PORTA. O motivo da nossa paciência e
perseverança na fé é a vinda iminente do Senhor (v. 8). Ele "está à
porta". É possível que esta porta não se abra até amanhã ou na próxima
semana ou no próximo ano; mas pode abrir-se a qualquer momento.
5.11 A PACIÊNCIA DE JÓ. A palavra traduzida por
"paciência" (gr. hupomone) seria melhor interpretada por
"perseverança" ou "resistência". É perseverar em meio a
todas as provações, sem perder a fé em Deus. Essa paciência brota de uma fé que
triunfa até ao fim entre sofrimentos (Jó 13.15). O fim das provações que o
Senhor enviou a Jó, revela que, em todas as suas aflições, Deus cuidava dele e
o sustentava na sua misericórdia. Tiago faz-nos saber que Deus tem cuidado de
todo o seu povo e que, nos sofrimentos, Ele o susterá com amor e misericórdia
(ver Jó 6.4 nota; 42.10).
5.13 ESTÁ ALGUÉM ENTRE VÓS AFLITO? Quando você enfrenta
pobreza, aflição ou angústia, as Escrituras lhe convidam a buscar forças em
Deus mediante a oração. Aproxime-se do seu mediador, Jesus Cristo. Ele
representará você diante de Deus e intercederá por você (Hb 7.25) e lhe dará
misericórdia e graça para ajudá-lo em tempos de necessidade (Hb 4.16). Leve a
sério a Palavra de Deus que diz: "Lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5.7). Se estivermos
alegres no Senhor, devemos cantar-lhe hinos de louvor (cf. Sl 33.2,3; 81.1,2;
92.1-3; 98.4-6; 144.9; 149.1-5; 150).
5.15 SALVARÁ O DOENTE. Tiago está falando da doença física.
Em caso de doença o crente deve pedir as orações dos presbíteros ou dirigentes
da igreja.
(1) É dever dos pastores e outros dirigentes da igreja orar
pelos enfermos e ungi-los com azeite.
(2) O azeite, sem dúvida, simboliza o Espírito Santo e seu
poder sanador; a unção com azeite estimula a fé (cf. Mc 6.13).
(3) O que Tiago enfatiza como mais importante é a oração. A
oração eficaz deve ser proferida com fé, para que haja cura dos enfermos. O
Senhor concederá fé conforme a sua vontade (ver Mt 17.20 nota; ver o estudo A
CURA DIVINA).
(4) Nem sempre as pessoas são curadas, todavia o dever da
igreja é continuar buscando o poder divino sanador, por compaixão para com os
enfermos e visando à glória de Cristo.
5.15 SE HOUVER COMETIDO PECADOS. Tiago reconhece que a
doença pode ser causada por pecado (v. 16). Por isso, sempre que surge uma
doença, o enfermo deve examinar-se diante do Senhor em oração, para ver se a
doença vem de algum pecado pessoal. A palavra "se", deixa claro que a
doença nem sempre é resultado de pecado pessoal.
5.16 CONFESSAI... ORAI... PARA QUE SAREIS. Este versículo
nos mostra uma importante razão por que nem sempre há cura divina entre os
crentes. Os crentes devem confessar seus pecados uns aos outros e, de igual
modo, orar contritamente uns pelos outros. O pecado na igreja estorva as
orações dos crentes e impede a manifestação do poder sanador divino na
congregação.
5.16 A ORAÇÃO... POR UM JUSTO PODE MUITO. A oração do justo
realiza muitas coisas. A oração do justo:
(1) leva-o mais perto
de Deus (Hb 7.25);
(2) abre o caminho para uma vida cheia do Espírito (Lc
11.13; At 1.14);
(3) dá-lhe poder para servir (At 1.8; 4.31,33) e para a
devoção cristã (Ef 3.14-21);
(4) edifica-o espiritualmente (Jd 20);
(5) dá-lhe compreensão da provisão de Cristo por nós (Ef
1.18,19);
(6) ajuda-o a vencer Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18);
(7) esclarece a vontade de Deus para ele (Sl 32.6-8; Pv
3.5,6; Mc 1.35-39);
(8) capacita-o a receber dons espirituais (1 Co 14.1);
(9) leva-o à comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37;
14.16,18,21);
(10) outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb
4.16);
(11) leva os perdidos de volta a Cristo (5.20; Gl 4.19);
(12) outorga-lhe sabedoria, revelação e conhecimento de
Cristo (Ef 1.17);
(13) proporciona-lhe a cura (5.15);
(14) dá- lhe livramento nas aflições (Sl 34.4-7; Fp 1.19);
(15) glorifica a Deus com louvor e ações de graças (Sl
100.4);
(16) torna real a presença de Cristo (Jo 14.21; Ap 3.20); e
(17) assegura-lhe a salvação final e a intercessão de Cristo
em seu favor (Hb 7.25).
5.18 OROU OUTRA VEZ E O CÉU DEU CHUVA. Elias era um homem
que cria que suas orações a Deus realizariam muita coisa, inclusive a
intervenção divina no curso da natureza. Cria que a oração feita por um justo
pode mudar as coisas e as circunstâncias (5.13-16; Sl 34.6; Is 38.1-5; Mt
17.21; 26.41,53; Mc 11.24; 2 Ts 3.1; ver 1 Rs 17.22 nota; 18.42 nota).
(1) Devemos tomar cuidado para não aceitar nenhum ensino que
estrague nossa fé quanto ao poder da oração, levando Deus a intervir em nossas
vidas. Um desses falsos ensinos é o conceito da "fatalidade"; a noção
pagã afirmando que tudo que fazemos e tudo que nos acontece é fixado
imutavelmente de antemão, muito tempo antes de sua ocorrência. A crença na
fatalidade é contrária às Escrituras e leva a pessoa a crer que tanto o bem
quanto o mal são absolutamente pré-determinados e inalteráveis, e que de nada
adianta a fervorosa oração da fé pelo justo.
(2) As Escrituras ensinam que Deus lida com seus filhos, não
através do determinismo absoluto, mas pela providência divina mediante a qual
Ele comunga com os justos e responde suas orações. Nossas orações e nossa fé em
Deus fazem com que aconteça muitas coisas boas que doutra forma não
aconteceriam (Êx 32.9-14).
5.19 SE ALGUM DE ENTRE VÓS SE TEM DESVIADO. Os crentes devem
fazer o máximo esforço para trazer de volta a Deus aqueles que se desviam da
verdade (e.g., Gl 4.19; 6.1; 2 Tm 2.18,25,26; Jd 22,23). A salvação de um irmão
desviado sempre deve ter alta prioridade na congregação. Se o desviado voltar a
Cristo, aquele que o converter terá salvo da morte a sua alma (v. 20), i.e., a
morte espiritual e a eterna separação de Deus (cf. Rm 6.23; Gl 6.8; Ap 20.14).
FONTE DE PESQUISA;
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.
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