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sábado, 1 de junho de 2013

A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMÉSTICO - LIÇÃO 10 COM SUBSÍDIOS

L i ç ã o  1 0
9 de Junho de 2013
A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO  DOMÉSTICO

TEXTO  ÁUREO
"E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te" (Dt 11.19).

VERDADE PRÁTICA
Se não nos voltarmos com urgência à prática do culto doméstico, nossas famílias não poderão
resistir às investidas das trevas nestes últimos dias. A adoração no lar é imprescindível.

HINOS SUGERIDOS 124 , 251 , 388

LEITURA  DIÁRIA
Segunda - Dt 4.9 Guardando o ensino em família
Terça - Hb 4.12 A eficácia da Palavra de Deus
Quarta - Pv 22.6 O ensino desde a tenra idade
Quinta - Êx 20.12 Honrar pai e mãe
Sexta - Ef 6.4 Pais ensinando a Palavra
Sábado - 2 Tm 3.14,15 Permanecendo na Palavra de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 11.18-21; 2 Timóteo 3.14-17

I N T E R A Ç Ã O
A nossa vida espiritual deve começar em casa! Certa feita o Senhor Jesus falou: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto". Aqui, o Senhor Jesus ensina que o nosso aposento - em vez de grandes catedrais - é um excelente lugar para buscarmos a face do Senhor. Não há nada melhor do que cultuar o nosso Deus em família, juntamente com os pais, filhos, netos, sobrinhos, etc. Definitivamente, não podemos depender apenas dos cultos oficiais de nossas igrejas locais para termos comunhão com o Pai. A nossa casa e toda a família devem ser uma extensão da Igreja de Cristo. Pense nisso!

OBJETVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer as bases bíblicas do Culto Doméstico.
Classificar as bênçãos provenientes do culto no lar..
Organizar o Culto Doméstico

ORIENTAÇÃO  PEDAGÓGICA
Prezado professor, ao concluir a lição dessa semana, sugerimos que faça um convite para a classe.
Convide-a para por em prática o que se aprendeu nesta lição. Distribua para os alunos folhas de papel ofício e peça que eles estabeleçam uma agenda semanal para o culto doméstico em suas casas. Após elaborarem a agenda, peça que eles tenham o zelo de cumprí-la. No prazo de um mês, separe um dia para os alunos testemunharem as experiências pessoais provenientes dos cultos domésticos realizados com toda a família. Boa aula!

C O M E N T Á R I O
INTRODUÇÃO
A negligência para com o culto doméstico tem esfriado espiritualmente a família cristã. A comunhão, que deveria ser intensa no lar, é substituída, hoje, pela televisão e pelas longas horas de navegação na internet.Consequentemente, o culto ao Senhor em nossas casas, outrora tão prioritário, praticamente desapareceu. Como se não bastasse, muitos pais optaram por terceirizar a formação espiritual e moral de seus filhos. Não querem ter trabalho algum com as suas crianças, adolescentes e jovens. E, para se
justificarem, alegam falta de tempo. O que será dessa nova geração sem o ensino cristão? É necessário resgatarmos com urgência o culto doméstico. Caso contrário, nossas famílias não poderão subsistir nestes dias difíceis, maus e tenebrosos.


I. O CULTO  DOMÉSTICO
1. Adoração em família. Moisés reuniu o povo e fez-lhe saber a vontade de Deus através dos estatutos e dos juízos divinos (lv 19.37). O lar judaico, por conseguinte, teria de ser uma  escola para as crianças aprenderem a temer e a amar ao Senhor (Dt 6.7; 11.18,19). lamentavelmente, já não se vê o mesmo zelo e determinação nas famílias cristãs atuais. Não há uma cultura de adoração a Deus no lar. Entretanto, a Bíblia Sagrada destaca o valor do ensino divino cultivado no coração humano (Pv 4.20-23). A Palavra de Deus deve ser o livrotexto dos pais na educação dos seus filhos, pois ela "é viva e eficaz" e produz um poderoso efeito na vida de quem a observa e a pratica (Hb 4.12).

2. A restauração da instrução doméstica. A respeito do ensino divino a ser ministrado no lar, o Senhor ordena: "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te" (Dt 6.6,7). Mais do que nunca, torna-se imperativo o ensino da Palavra de Deus no lar (Pv 22.6). Nossos filhos precisam aprender com a máxima urgência a amar a Deus como Ele o requer: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu poder" (Dt 6.5).

3. A prática da adoração doméstica. Muitos casais supõem que, pelo fato de ainda não serem pais, acham-se dispensados do culto doméstico. Na verdade, o culto doméstico não apresenta qualquer restrição no tocante à quantidade de membros em uma família. Portanto, quer você tenha filhos, quer não, a devoção na família não pode esperar. A diferença está apenas no fato de que havendo filhos, a Palavra deverá ser ministrada com o objetivo de alcançá-los também, com uma linguagem própria para cada faixa etária.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O Culto Doméstico promove a adoração em família, a instrução doméstica e uma prática consciente da comunhão cristã.

II. O CULTO  NO  LAR
1. Organizando o culto doméstico. tendo em vista a prática do culto doméstico, a primeira coisa a fazer é definir um dia e um horário em que todos os membros da família possam participar. A liturgia não precisa ser a mesma da igreja, todavia o louvor, a mensagem e a oração são elementos indispensáveis. Procure não utilizar o momento do culto para discutir problemas familiares ou de outra ordem. Faça estudos bíblicos, incentive os filhos a falarem acerca de sua fé e ouça as instruções dos mais velhos. Este é o momento
da família cristã! Sejamos, portanto, prudentes para edificarmos o nosso lar na rocha inabalável: Cristo Jesus (Mt 7.24,25; Ef 2.20).Não deixe de ler diariamente a Bíblia com o seu cônjuge e filhos. Programe a leitura diária para o ano todo. E aproveite as datas comemorativas, como o Natal e os aniversários, para celebrar a Deus em família e agradecê-lo pelas vitórias conquistadas. Um lar que assim procede jamais será destruído.

2. Ganhando os que ainda não são crentes. Sempre é possível que haja na família pessoas que ainda não tenham aceitado a Jesus como seu Salvador e Senhor. Apesar disso, o culto doméstico não pode ser negligenciado. Não deixe de convidar os familiares descrentes, com amor e sabedoria, para que participem da adoração a Deus. Siga o exempo de Jó. Ele não forçava seus filhos a servirem ao Senhor. Mas, ainda pela madrugada, levantava-se para oferecer holocaustos a Deus por todos eles (Jó 1.4,5). Não despreze os momentos de comunhão com o Senhor no seu lar. Busque-o e adore-o de todo o coração (Mc 12.30).

3. Eu e minha casa servindo ao Senhor. Alguns crentes negligenciam o culto doméstico por acharem-no antiquado e desnecessário. A falta de tempo e o cansaço são as desculpas mais utilizadas. Entretanto, há textos bíblicos contundentes que exortam os chefes de família a ensinar a Palavra de Deus a toda a sua casa (Dt 6.7-9). O culto doméstico foi eficaz na vida de timóteo. Desde a mais tenra idade, ele era zelosamente instruído nas Sagradas Escrituras por sua mãe, Eunice, e por sua avó, loide. E o resultado foi maravilhoso. O jovem timóteo tornou-se um grande obreiro de Cristo (1 tm 1.2; 2 tm 1.2).tomemos como exemplo a mesma atitude de Josué. Ele deixou claro que o povo de Israel deveria escolher a quem deveria servir quando da entrada na terra Prometida, mas fechou a questão quando disse que ele e sua família serviriam ao Senhor (Js 24.15), motivando a mesma atitude naqueles que o ouviam.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O culto doméstico deve ser prioridade em todo lar cristão. Ali, a família adora a Deus e
cresce em graça e conhecimento.

III. BÊNÇÃOS ADVINDAS DO CULTO DOMÉSTICO
1. Fortalece os laços familiares. Como resultados do culto doméstico, podemos apontar o fortalecimento tanto da vida social quanto da espiritual, proporcionando-nos bênçãos extraordinárias. O livro de Ester é um exemplo do que ocorre quando instruímos os nossos familiares na Palavra de Deus. Embora rainha e esposa do homem mais poderoso daquele tempo, ela jamais se esqueceu dos ensinos que lhe transmitira seu primo, Mardoqueu, pois os laços entre ambos eram fortes (Et 2.5-7). No momento certo, ela saiu em defesa do povo de Israel, e Deus se manifestou em todo o Império Persa. Na união espiritual do lar, sempre haverá lugar para Deus operar e agir, abençoando a todos (Sl 133.1,3).

2. Santifica e protege a família. Ouvimos todos os dias notícias estarrecedoras sobre tragédias familiares. Como se não bastasse, aumenta, a cada ano, o número de divórcios em todo o mundo. E o que dizer das drogas e da prostituição infantil que vitimam milhões de crianças oriundas de lares desestruturados? Mas quando nos unimos para buscar a face do Senhor, através da devoção doméstica, Satanás não encontra
espaço para destruir nossos filhos. A família que verdadeiramente serve ao Senhor não será abalada, pois o Senhor santifica-a e a guarda (Ef 6.16-18).

3. Torna a família piedosa. vemos que, em Israel, era comum a família adorar ao Senhor por ocasião da Páscoa (Êx 12.14). É gratificante e profundamente saudável a adoração a Deus em família: "Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do Senhor faz proezas" (Sl 118.15).Pais e filhos orando, lendo a Bíblia e cantando alegremente, no lar, produzem uma atmosfera espiritual de grande valor perante Deus, a Igreja e a sociedade.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Podemos participar de algumas bênçãos promovidas pelo Culto Doméstico: Fortalecimento dos laços familiares; Santificação e proteção da família; além de um lar piedoso.

CONCLUSÃO
O culto doméstico precisa ser urgentemente resgatado, pois o mundo quer impor sobre nossas famílias condutas totalmente contrárias às recomendadas pelas Sagradas Escrituras. Se ensinarmos os preceitos do Senhor aos nossos filhos, eles jamais serão tragados por este século, cujo príncipe é o Diabo. Quando a família é alicerçada na Palavra de Deus, a igreja local é fortalecida e a sociedade, como um todo, é beneficiada. Enfim, todos somos abençoados. Não perca tempo, inicie hoje mesmo o culto doméstico e Jesus jamais deixará o
seu lar.

A U X Í L I O  B I B L I O G R Á F I C O
Subsídio Bibliológico
"Eunice
Este nome, que quer dizer 'vitoriosa', aparece somente uma vez na Bíblia (2 tm 1.5). Eunice era a mãe de timóteo, e isso lhe confere certa importância. Ela, e sua mãe lóide são descritas como mulheres de fé genuína no Senhor, e tinham, aparentemente, incentivado uma fé semelhante na vida do jovem Timóteo. Eunice era uma judia devota, casada com um grego. É improvável que fosse uma fiel cristã antes da primeira visita de Paulo a Derbe e listra, onde vivia, mas tinha evidentemente ensinado, de maneira completa, as Escrituras do Antigo testamento a timóteo (2 tm 3.15) [...]" (Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD, 2009, p.710).

"[...] Lóide
Avó de timóteo e, sem dúvida, mãe de Eunice, a mãe de timóteo. Ela é mencionada apenas uma vez (2 tm 1.5). Aparentemente, a família vivia em listra, onde Paulo foi apedrejado. lóide possuía uma fé sincera em Deus, à qual juntaram-se Eunice e timóteo, embora o marido de Eunice fosse grego e, evidentemente, um homem descrente (At 16.1). Parece bem provável que ela tenha sido uma judia religiosa antes da primeira visita de Paulo a Derbe e listra e que ela, sua filha e seu neto se converteram ao cristianismo por causa do ministério de Paulo. talvez as circunstâncias que cercaram o apedrejamento de Paulo e sua recuperação tenham contribuído para essa conversão".


B I B L I O G R A F I A  S U G E R I D A
PFEIFFER, Charles F.; vOS, Howard F.; REA, John (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2009. SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez Deus a família: O padrão divino para um
lar feliz. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999

S A I B A   M A I S
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 54, p.41.


SUBSÍDIOS

Lição 10 - A Necessidade e a Urgência do Culto Doméstico
I - O Valor do Culto Doméstico

“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 11.18,19).O que está faltando, na maioria dos lares cristãos, é espaço para a família adorar a Deus. Essa adoração se dá através do culto doméstico. Todavia, essa prática tem sido negligenciada. Na maioria dos lares cristãos, não se faz o culto doméstico. Milhões de crentes deixam de ir ao culto nas igrejas para ficar em casa, assistindo a uma programação que nada tem de edificante para as vidas de servos de Deus (1 Co 6.12; 10.23).

A família cristã precisa ter em mente que há um plano diabólico para destruir suas bases e levá-la à queda espiritual e moral. Não há outra forma de fazer face a esse ataque mortal, se não for através da busca da presença de Deus no lar. O culto doméstico propicia os momentos diários para o fortalecimento do lar, por meio da oração, da leitura da Bíblia, “a espada do Espírito”, e do louvor a Deus, no meio do qual Ele se faz presente.

Sabemos que neste século XXI, quando o materialismo avassala as mentes; quando crianças, nas escolas, são bombardeadas com os ensinos que eliminam Deus da origem do universo e do homem; crianças e adolescentes são estimuladas à prática do sexo precoce, e o homossexualismo é impingido como prática normal e saudável; se os pais não despertarem para a adoração a Deus, no lar, será impossível evitar a derrocada da família. Inclusive da família cristã. Ocorrerá o que aconteceu na Europa, que um dia foi berço de grandes avivamentos.

Hoje, com algumas exceções, há igrejas vazias, pelo afastamento de crianças e jovens; lares destruídos pelo ateísmo e pelo demonismo, pela ausência de Deus. O estrago por anos a fio de desprezo à educação cristã nos lares não será reparado. Mas ainda há tempo para salvar alguns (1 Co 9.22). Se houver conscientização por parte dos pais cristãos, que considerem os filhos como "... herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (SI 127.3), haverá motivação para restaurar ou implantar o culto doméstico.

I - O SIGNIFICADO DO CULTO DOMÉSTICO
Como o nome sugere, o culto doméstico é uma reunião da família, sob a liderança dos pais cristãos, com a finalidade de cultuar a Deus no lar. Sua realização tem sólido fundamento bíblico, como será observado neste estudo. O culto doméstico é tão importante que Satanás tem tido especial cuidado para desestimular sua realização em mais de 90% dos lares cristãos.

O resultado da ausência da adoração nos lares, diariamente, é causa para a maioria dos problemas que os casais e as famílias cristãs enfrentam nestes “tempos trabalhosos”, previstos na Palavra de Deus. Que o Senhor Jesus desperte os pais cristãos para tomarem a decisão sábia e firme de desenvolver esse trabalho, que é simples, mas de grande efeito sobre a formação espiritual, moral e social da família cristã.

II - O CULTO DOMÉSTICO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. No primeiro lar, Deus estava presente.
Talvez não se tenha dado muita importância ao que ocorreu no Éden, no primeiro lar do ser humano, depois que ele foi criado por Deus. Era um ambiente perfeito, sem doenças, sem violência, sem qualquer coisa que abalasse a estabilidade e a segurança dos seus habitantes. Mas o que era mais importante, ali, era a presença de Deus junto ao casal.

No Éden, começou o culto doméstico. Não é força de expressão ou apenas uma linguagem metafórica. Os seres criados podiam não apenas crer, mas ver e ouvir ao próprio Criador. Em atitude de reverência e adoração, ouviam a voz de Deus, que os visitava (Gn 3.8).

Ali, havia um maravilhoso culto doméstico, dirigido pelo próprio Deus! E, se não fosse a desobediência, não só o Éden, mas toda a terra seria um ambiente de adoração ao Criador. Enquanto Adão e Eva permaneceram naquele estado santo, diante de Deus, só havia bênçãos. Aquele culto doméstico foi prejudicado, quando desobedeceram à voz do Senhor, e ouviram a voz do tentador. Deus não mais se fez presente ali. O culto doméstico deixou de ser realizado no Jardim, Satanás prevaleceu.

Hoje, acontece a mesma coisa. Quando os pais de família, os líderes e sacerdotes do lar, deixam de obedecer ao Senhor, todos são prejudicados. A primeira coisa que acontece é a ausência de Deus no lar. E quando Deus não está num lar, coisas terríveis acontecem. O Diabo, o adversário da família, promove a desarmonia, a falta de paz, a falta de amor; assim a desunião, a desconfiança, o ciúme e as contendas têm lugar.

2. A adoração na família era valorizada
O povo de Israel estava prestes a entrar na terra de Canaã, 40 anos depois da saída do Egito. O líder Moisés precisava dar as orientações indispensáveis sobre como se comportar no destino de sua grande jornada. O deserto serviu de campo de experiências marcantes com Deus. A passagem do mar Vermelho; a água tirada da rocha; o pão enviado por Deus; os livramentos extraordinários, e as vitórias sobre os inimigos, tudo isso só teria sentido se o povo continuasse a servir ao Senhor com fidelidade.
A multidão que sobreviveu ao deserto estava às portas de Canaã. Achavam-se acampados na terra de Moabe, na parte oriental ao Jordão e ao mar Morto. Moisés reuniu-os e lhes fez saber a vontade de Deus, através da sua Lei, dos seus estatutos e juízos (Lv 19.37). Sem isso, jamais poderiam ser um povo abençoado.

Havia uma verdadeira preocupação em integrar a família na adoração a Deus, em todas as gerações. Havia clima espiritual e emocional para o culto doméstico. As palavras que receberam do Senhor deveriam ser ensinadas às gerações da atualidade e também “aos filhos de teus filhos”, às gerações futuras. Lamentavelmente, nos dias presentes, não se vê essa determinação nas famílias atuais, mesmo no meio dos cristãos. Falta uma cultura de adoração a Deus no lar. Parece que o comodismo e o individualismo levaram as famílias a só irem às igrejas (aos templos) aos domingos ou em eventos considerados importantes, como congressos e festas anuais, de fim de Natal ou de Ano Novo. Depois, a rotina toma conta das famílias, sem incluir, em sua programação, a realização do culto doméstico.

3. A adoração e amor ao único Deus verdadeiro
Os ensinos transmitidos por Moisés aos israelitas tinham grande significado para a família.
a) A família precisa saber que Deus é o “único Senhor” (Dt 6.4). O povo de Israel iria habitar numa terra, onde as nações, ao longo dos séculos, eram politeístas. Adoravam imagens de escultura, adoravam “ao pau e a pedra”, aos animais e às forças da natureza, em sua ignorância espiritual. E os povo de Deus tinha que ter consciência de que só existe um Deus, o único Deus, Criador dos céus, da terra, do homem e de todas as coisas. E que esse Deus é o único Senhor, a quem deveriam reverenciar e adorar.

No culto doméstico, hoje, os pais precisam enfatizar essa verdade. A Nova Era, uma mistura de religião, filosofias, ocultismos e misticismos, tem tido êxito em influenciar muitos jovens e adolescentes, com suas invencionices, do tipo tarô, pirâmides, avatares, e uma gama enorme de elementos esoteristas. A família cristã precisa ser “vacinada” contra essa onda de espiritualismo herético.

b) A família precisa saber que Deus deve ser amado com todo o ser (Dt 6.5). Essa foi uma das maiores lições que Deus deu ao povo de Israel. Ao longo da caminhada, gerações inteiras esqueciam-se de amar a Deus. Dos que saíram do Egito, todos os homens de guerra pereceram, exceto Josué e Calebe. Por que? A maioria pereceu por causa da murmuração contra Deus e contra a liderança por ele estabelecida, como na rebelião de Coré, Data e Abirã (Nm 16.33).

Não será o que falta, hoje, no meio de grande parte das famílias cristãs? No Brasil, os evangélicos tiveram um crescimento extraordinário, nos últimos anos, segundo o IBGE. Mas grande parte desse crescimento não é acompanhado de crescimento qualitativo. E comum famílias inteiras não realizarem qualquer tipo de atividade devocional em seu lar. Amar a Deus de todo o coração requer devoção sincera, que parte do íntimo do ser. Amar a Deus de toda a alma e de todo o poder exige sentimentos santos de reverência e de práticas devocionais, no dia a dia das pessoas. Não se pode dizer que uma família ama a Deus de todo o coração, se seus integrantes, mesmo sem motivo que justifique, como trabalho ou estudos, só vai à igreja local, para adorar a Deus, em fins de semana, ou se sobrar tempo para isso.

4. A ordenança do culto doméstico.
No Antigo Testamento, o povo de Israel estava passando por uma experiência de aprendizado, no que concernia ao seu desenvolvimento espiritual. Depois de tantos desvios e desacertos, a pedagogia de Deus teve que ser muito rígida. O cativeiro egípcio ensinara ao povo que a desobediência tem um alto preço a pagar. O Êxodo, através do deserto abrasador, onde a sobrevivência de quase três milhões de pessoas era um risco tremendo, deu ao povo oportunidade de conhecer o poder de Deus em suas vidas. Mas, mesmo assim, com tantos sinais e maravilhas, jamais imaginadas, na vida de um povo, os hebreus costumavam a esquecer-se de Deus, quando as circunstâncias adversas eram superadas. Dessa forma, Deus determinou que as famílias deveriam adorá-lo, não apenas diante do Tabernáculo, mas o culto a Deus deveria começar nos lares. De modo solene, a Bíblia registra a ordenança para a realização do culto doméstico, no livro de Deuteronômio.

Os pais devem ter a Palavra no coração.
A Bíblia destaca o valor da palavra arraigada e internalizada no coração (Pv 4.20-23). Se os pais guardam a palavra podem ensiná-la a seus filhos. Ela deve ser o centro de referência para os pais, que a guardam “no meio do... coração”.

As palavras sagradas têm um efeito extraordinário na formação do caráter dos filhos. O escritor diz que elas “são vida para os que as acham e saúde para o seu corpo”. Ou seja, quando o crente guarda a palavra e a pratica, ela é fonte de vida espiritual, e, em consequência, produz equilíbrio emocional, que resulta em saúde para o corpo físico (Hb 4.12).

Esse versículo tem profundo sentido espiritual, com reflexos sobre a saúde emocional e física. Demonstra o poder terapêutico da palavra de Deus, penetrando no íntimo do ser humano, a ponto de produzir efeitos até “nas juntas e medulas”. O coração é o centro dos pensamentos e das intenções humanas. Jesus disse que “A boca fala do que o coração está cheio (Lc 6.45). Por que os filhos de cristãos, em grande parte, só falam em personagens de filmes, de jogos, de novelas e de realities shows? Porque o coração de muitos está cheio dessas coisas inúteis e de nenhuma edificação. Muitos têm o coração vazio da Palavra de Deus.
Os pais devem ensinar a Palavra em seu lar

Esse ensino deve ser ministrado de modo persuasivo, com muita sabedoria. Os pais devem ser os sacerdotes no lar. E precisam ter autoridade espiritual para dizerem aos filhos que a palavra de Deus é a Lei do Senhor, e que a ela devemos submeter-nos. Se fizerem isso, apenas quando os filhos forem adolescentes ou jovens, certamente terão muita dificuldade para se fazerem ouvir. Mas, se o ensino da palavra de Deus começar na infância, os resultados poderão permanecer por toda a vida (Pv 22.6).

Os pais devem ter a Palavra de Deus nas mãos.
“Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos” (Dt 6.8). Os judeus usavam os filactérios (Tefilin) na testa, entre os olhos, para lembrar sempre da Lei do Senhor. Todavia, não precisamos agir assim; ter a palavra de Deus nas mãos pode-se entender como sendo figura das ações dos pais, como exemplo para seus filhos. Ê com as mãos que fazemos a maior parte das coisas. É figura das ações, das atitudes e das práticas diárias dos pais. Os filhos precisam olhar para as mãos dos seus pais, e saberem que são mãos “santas, em ira nem contenda” (1 Tm 2.8). São mãos que glorificam a Deus, que não se envolvem com coisas injustas ou desonrosas. As mãos devem ser usadas de acordo com a Palavra de Deus todos os dias; o toque das mãos pode conduzir bênçãos com a palavra. Jacó abençoou os netos, tocando neles (Gn 48.8-10;13-16).

Os pais devem apresentar a Palavra de Deus no seu lar
“E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6.9). Literalmente, os pais deveriam transcrever trechos da Lei, nos umbrais das portas de suas casas, a fim de que seus filhos sempre tivessem em mente os preceitos sagrados e o dever de cumpri-los para serem abençoados em sua vida. Entre os 10 mandamentos, o de honrar pai e mãe estava destacado: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Ex 20.12). Se os pais não ensinassem aos filhos esse dever, facilmente esqueceriam de preservá-lo.

O que acontece hoje? A maioria dos pais cristãos não ensina a palavra de Deus no lar. Mas os filhos estão diariamente, durante os sete dias da semanas, “plugados” na internet, ou diante da TV, assistindo à programação secular. O que eles lembrarão mais? Os ensinos bíblicos, que recebem uma vez por semana, na EBD (quando vão), ou os ensinos dos personagens que aparecem nas novelas, nos desenhos animados e nos programas humorísticos? A resposta é simples. O que mais enche suas mentes são as imagens multicoloridas dos programas televisivos ou dos sites da rede mundial de computadores.
No tempo de Moisés, no Antigo Testamento, palavra de Deus, ou a sua Lei, tinha que ser ensinada aos filhos, a começar do lar, e não do Tabernáculo. Depois, surgiram as sinagogas, que eram verdadeiras escolas de ensino doutrinário, mas a educação no lar continuava a ser a principal referência na vida e na conduta dos israelitas.

III - O CULTO DOMÉSTICO NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento, não é menor a valorização do culto em família. Talvez não apareçam tantas referências, no texto bíblico neotestamentário, pelo fato de não relatar eventos de um sistema religioso baseado na Teocracia, como no Antigo Testamento, em que tudo na vida social e moral tinha como centro de referência o lugar de adoração a Deus. Mas o sentido e a essência da adoração verdadeira, no Novo Testamento, deixaram para trás as tradições e o ritualismo, e se fundamentaram na adoração de natureza eminentemente espiritual. Jesus resumiu o significado da adoração que ele ensinou: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.34). Os pais de Jesus tiveram educação espiritual de valor elevado.

1. A criação de Jesus revela um lar piedoso
Não resta a menor dúvida de que o casal José e Maria cultivava a adoração a Deus em seu lar. José, pai adotivo de Jesus, e sua mãe, Maria, tinham o extremo cuidado para com seu filho primogênito. Desde o seu nascimento, nos primeiros dias de vida, já cumpriram a ordenança da lei para a apresentação da criança no templo (Lc 2.21-24).

Em sua primeira infância, Jesus demonstrava que tinha uma excelente formação espiritual, resultante do cuidado e zelo de seus pais: “E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). Em sua pré-adolescência, já sabia de cor a Torah, ou Lei do Senhor, a ponto de confundir os doutores, no templo (Lc 2.46,47). Sua origem era divina, mas sua educação foi humana, criado num lar humilde, mas seus pais eram zelosos cumpridores da palavra de Deus.

2. A família de Timóteo
Timóteo era um jovem obreiro, discípulo do apóstolo Paulo, ganho para Jesus através da pregação do apóstolo. Em sua segunda carta, Paulo fala da lembrança pelo jovem, e diz que ora por ele, trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (2 Tm 1.5,6).

Nesse texto, vemos três gerações sucessivas, que tiveram a benéfica e marcante influência do culto doméstico. Lóide, avó do discípulo soube educar muito bem sua mãe, Eunice, nos caminhos do Senhor. Eunice, por sua vez, não deixou que a educação do filho sofresse as influências do materialismo e da filosofia que predominava em sua época. Mais adiante, na epístola, Paulo reforça o valor da educação cristã de Timóteo, desde a sua infância. Se Timóteo não tivesse participado do culto em seu lar, certamente não teria ouvido do seu pastor referência tão expressiva acerca de sua formação espiritual. Ao que tudo indica, o pai de Timóteo não era cristão, “pois sua fé não é mencionada”. 1 Mas a avó e a mãe dele eram mulheres sábias que souberam edificar a sua casa (Pv 14.1). Felizes os lares que têm mulheres com essas características, verdadeiras líderes espirituais, que têm capacidade para influenciar gerações.

Diz Paulo a Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeita 1 French L. ARRINGTON e Roger STRONSTAD. Comentário bíblico Pentecostal - Novo Testamento, p. 1487. mente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.14-17 — grifo nosso). O apóstolo ressalva que a Escritura tem efeito marcante na formação de uma pessoa, para que “o homem de Deus”, que tem essa instrução, seja “perfeitamente instruído para toda boa obra”. Era isso que Paulo desejava ver em Timóteo.

Que Deus nos ajude a ver a educação cristã começar nos lares, no culto em família, e seja fortalecida na igreja local, através do ensino, na ED, nos cultos de doutrina; que a igreja seja a continuação do lar; e o lar o reflexo da igreja; que os pais não esperem da igreja a total formação espiritual de seus filhos. A semana tem 164 horas. Apenas umas 04 a 06 horas os filhos estão na igreja local (quando vão, a maioria só vai aos domingos...). Só com a realização do culto doméstico é possível evitar a terrível e avassaladora influência maligna da educação materialista que predomina na escola; e formar uma barreira espiritual contra a deseducação degradante e alienante, transmitida pelos meios de comunicação, especialmente a TV e a Internet mal utilizadas.

IV - COMO REALIZAR O CULTO DOMÉSTICO
1. Providências preliminares
Se a família já realiza o culto doméstico, não há necessidade de considerar este item. Mas, se não tem o costume de fazê-lo, é importante anotar alguns fatores a serem levados em conta. Não deve impor à família a realização desse importante trabalho de ordem espiritual.

a) Conscientização. Antes de tudo, é necessário e desejável que os pais conversem com os filhos, principalmente se já são adolescentes e jovens, mostrando que a partir de determinado momento, os pais desejam que todos se reúnam para o culto doméstico. Se os filhos são crianças, os pais devem mostrar sua autoridade com amor, chamando-os para a reunião em família. Neste caso, o programa do culto precisa ser ameno, agradável e atraente para as crianças. Os pais devem chamar a atenção dos filhos para os perigos que rondam seu lar, em todos os momentos. Diz a Bíblia: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Esse bramido diabólico é mais forte e mais sorrateiro hoje do que nunca.

b) Superar os obstáculos ao culto doméstico. Os desencontros de horários da família têm servido para dificultar a realização do culto doméstico. A vida moderna tem levado a família a viver dispersa, mesmo durante o dia. Pais trabalham em horários diferentes; filhos estudam em horários diferentes, em escolas distantes, muitas vezes. Isso faz parte da vida agitada dos últimos tempos. Os filhos à “roda da mesa”, como diz o Salmo 128.3 torna-se cada vez mais difícil. Mas esse é apenas um desafio que precisa ser encarado e vencido com sabedoria, determinação e com a graça de Deus.

Se possível, é desejável que toda a família esteja reunida, em volta da mesa, ou na sala de visitas, de maneira informal mas reverente. Porém, se todos não puderem reunir-se, por motivo de trabalho ou de estudo, os pais devem combinar a escolha de um horário em que pelo menos a maior parte dos familiares esteja presente ao culto doméstico. Outro obstáculo é o cansaço das atividades diárias. Mas tudo deve ser feito para que o lar tenha o momento de adoração a Deus. O maior obstáculo, no entanto, é a pouca importância que se dá ao culto doméstico. As novelas, os filmes, os esportes e outros programas de TV têm mais valor para muitos cristãos. Filhos passam horas a fio nas redes sociais, e não falta tempo para isso. M as para a adoração a Deus há muitas desculpas. Um dia, poderemos ser questionados por Deus.

Os obstáculos dificultam, mas não devem ser usados como desculpas para a não realização do culto doméstico. Os obstáculos podem ser vencidos com o Poder do Espírito Santo e o esforço de todos, principalmente dos líderes do lar (Pai e mãe). Há tempo para todo propósito (Ec 3.1); Podemos tudo naquele que nos fortalece (Fp 4.13). O inimigo do lar pode agir com base nas desculpas. É necessário colocar o culto doméstico como prioridade. Só traz benefícios e bênçãos para toda a família.

c) Definir o horário do culto. A duração do culto não deve passar de quinze a vinte minutos para não se tornar reunião cansativa, e não haver desculpas de que o culto atrapalha os deveres escolares, as atividades dos pais, etc. Essa é uma definição importante.

d) Não impor o culto aos que não são crentes. Há casos em que parte da família não é cristã. Ou há pessoas afastadas da igreja. Se só os pais são cristãos, eles devem tomar a decisão de fazer o culto sozinhos, orando pelos filhos para que eles se voltem para Deus. Se só um membro da família é crente em Jesus, ainda assim pode ter seu momento devocional a sós com Deus, no seu quarto, ou em ambiente em que não seja per-turbado. Uma irmã idosa, serva de Deus, disse, num seminário: “Pastor, ninguém lá em casa é crente. Mas eu não faço o culto sozinha”. Indagamos como ela fazia. E respondeu: “Eu faço com mais três pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo”. Todos acharam interessante a colocação descontraída mas sincera daquela querida irmã. Ela não se acomodou com o fato de ter que adorar a Deus em seu lar, sem o apoio e a companhia dos familiares. Um belo exemplo para quem quer dar desculpas para não fazer o culto doméstico.

e) Preparo de materiais para o culto doméstico. Devem ser providenciadas Harpas Cristãs, cadernos de corinhos, e, de modo indispensável, Bíblias para todos os membros da família. Na hora do culto, é interessante desligar os telefones, ou coloca-los em modo silencioso, de modo que não haja interrupção daqueles preciosos momentos de adoração a Deus no lar. Não se deixa o telefone ligado numa sala de aula, numa reunião com autoridades. No culto doméstico, estamos diante do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

2. O roteiro do culto doméstico.
Não há um roteiro único. O programa simples do culto doméstico pode variar conforme a realidade da família. Sugerimos a seguir um roteiro básico, que sempre foi usado em nossa família, e nos trouxe ótimos resultados. Hoje, pela graça e misericórdia de Deus, podemos dizer: “eu e minha casa servimos ao Senhor”.

a) Cânticos. Os pais devem providenciar um hinário, a Harpa Cristã, ou um caderno de corinhos, que sejam bem apreciados pela família. De preferência, cânticos que não sejam muito longos, tendo em vista o pequeno período do culto. Podem ser entoados um ou mais cânticos, com equilíbrio, para não ultrapassar o horário do culto.

b) Leitura bíblica. Este é um momento especial. O pai ou a mãe, se for líder da família, escolhe um trecho da Bíblia que seja propício para a edificação dos filhos. Um salmo, um trecho de Provérbios; uma parábola de Jesus ou outro texto bíblico que não seja longo. A leitura deve ser realizada, de preferência por todos os membros da família, cada um lendo um versículo, alternadamente. Esse tipo de leitura dá oportunidade de unir todos em torno da palavra de Deus. E ocasião propícia para os pais incentivarem a leitura de toda a Bíblia, a partir deles e incentivarem os filhos que sabem ler a fazê-lo. Os benefícios serão eternos.

c) Comentário bíblico. O pai ou a mãe, conforme o caso, poderá fazer um comentário rápido e significativo, enfatizando aspectos do texto, e aplicando-os à vida da família; pode, também, usar o método ,mais informal do diálogo, fazendo uma ou mais perguntas sobre o que chamou a atenção dos filhos no texto lido. Há surpresas interessantes, nas respostas dadas. Nas ocasiões especiais, do programa da igreja local, enfatizar aspectos relevantes. Dia da Bíblia, Natal de Jesus, Ano Novo, Santa Ceia, e outros dias considerados solenes.

d) Pedidos d e oração. Cada um pede por seus problemas e pelos outros; em nossa experiência, criamos uma “caixinha de oração”, em que cada filho escrevia, num cartão apropriado, o seu pedido de oração, registrando a data do pedido, que era lido em todos os cultos; quando a oração era respondida, era anotada a resposta, no cartão, e dita para que todos tomassem conhecimento. Houve grande proveito nesse gesto. Muitas orações foram respondidas, até mesmo de causas que pareciam “impossíveis”. As orações não devem ultrapassar cinco a sete minutos.

e) Oração. Pode ser feita por um membro da família e os outros confirmam com o “amém”, “assim seja”; ou pode ser feito um rodízio de oração, um após outros, com a conclusão feita pelo líder da família. Quando os filhos aprendem a orar, em casa, não têm dificuldade para orar na igreja. “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).

V - BÊNÇÃOS DECORRENTES DO CULTO DOMÉSTICO
São inúmeras as bênçãos de Deus sobre a família que realiza o culto doméstico. Com ele, o altar da adoração supera o “altar da televisão”. Quando realizado desde que os filhos são pequenos, são indeléveis as marcas impressas em suas mentes para toda a vida. Até aos sete anos, a personalidade já está definida, segundo psicólogos. Crianças que participam da reunião em família, louvando a Deus, lendo a Bíblia, ou mesmo apenas ouvindo por causa da pouca idade, e veem seus pais orando com elas, certamente terão menos probabilidade de se desviarem dos caminhos do Senhor.

O culto doméstico não se destina apenas a crianças. Adolescentes e jovens precisam muito desse momento especial, na sua formação espirtual. É por falta de culto doméstico que grande parte dos filhos de cristãos está no mundo, envolvida no sexo ilícito, nos vícios e na delinquência. Muitos pais dormiram e se descuidaram de zelar pelos filhos que são “herança do Senhor”. Os benefícios são evidentes para os lares onde, diariamente, louva-se a Deus, lê-se a sua palavra e fazem-se orações.

1. Jesus se faz presente no lar.
Falando a seus discípulos, o Senhor prometeu: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Pode haver convidado mais importante do que Jesus, participando da reunião em família? Naquele pequeno período de adoração, todo o futuro da família pode estar definido. O salmista declarou: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (SI 23.4). A família deve aprender e considerar que, com a presença do Senhor em sua vida, não há o que temer, se todos procuram obedecer a voz de Deus. Só esse beneficio é suficiente para justificar a realização do culto no lar cristão todos os dias.

2. Os laços espirituais são fortalecidos.
Nos momentos de louvor a Deus, pais e filhos são abençoados, e unidos na presença do Senhor. Ele habita no meio dos louvores (SI 22.3). Deus agrada-se de ver um lar que se transforma em ambiente de adoração. Ao orarem, pais e filhos atraem as bênçãos, o poder e a proteção de Deus para suas vidas. Cada um pede oração. Todos sentem as necessidades dos outros. Todos oram uns pelos outros. A união da família fortalece a vida espiritual e traz bênçãos extraordinárias. Diz o salmo: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (SI 133.1). Na união espiritual e fraternal, naquele lar, há lugar para a bênção de Deus: “ porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (SI 133.3).

3. O mal é mantido à distância.
Em todos os tempos, o alvo principal do adversário tem sido a família. E nos dias atuais, os ataques ao lar têm sido incrementados de forma terrível. Pais aborrecendo filhos, filhos aborrecendo pais; esposos que rejeitam as esposas e vice-versa. Separações, divórcio; drogas, prostituição, fornicação, homossexualismo, e tantos outros males, são demonstração de que a família está sendo atacada sem tréguas pelas “hostes espirituais da maldade”. Diz Pedro: “Sede sóbrios, vigiai, por que o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8).

Mas, se a família unir-se, em seu lar, em adoração a Deus, buscando o seu poder, diz a palavra de Deus: “Então, temerão o nome do Senhor desde o poente e a sua glória, desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira” (Is 59.19). Os perigos que rondam o lar são muitos. E podem estar dentro da própria casa. A TV secular e internet são ferramentas que podem ser usadas pelo maligno para destruir a fé, a moral e os bons costumes. Mas com Cristo no lar, a vitória é certa.

4. A Palavra de Deus é valorizada.
Mesmo em pequenas doses de leitura diária, a cada dia, ela vai realizando seu papel transformador nas mentes dos pais e dos filhos. Seu poder é extraordinário. E mais forte e mais eficaz do que qualquer filosofia, do que o materialismo destruidor da fé. Diz Hebreus: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Os efeitos benéficos da palavra de Deus alcançam todo o ser, alma e espírito, e até a parte física, “juntas e medulas”.
Por isso, Deus ordenou o cuidado com a ministração da palavra, todos os dias, sistematicamente, ao povo de Israel: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 11.18,19). No culto doméstico, após a leitura da Bíblia, os pais devem aproveitar para ensinar a palavra de Deus, “falando delas assentado em tua casa” e em todas as ocasiões propícias.

“A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa” (SI 128.3). Este versículo representa bem a cena da família reunida em volta da mesa, para as refeições e para o culto no lar. No Novo Testamento, há recomendação de igual modo solene: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Todo esse esforço é infinitamente melhor do que deixar os filhos entregues àT V (“a babá eletrônica”), ou à internet (“a professora virtual”). A leitura de toda a Bíblia é um aprendizado inestimável para a vida espiritual da família.

5. A família louva a Deus.
“Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do Senhor faz proezas” (SI 118.15). E gratificante e profundamente saudável a adoração em família. Pais e filhos, cantando alegremente, no lar, provocam uma atmosfera espiritual de grande valor, perante Deus. Podemos estar certos de que o Senhor se volta para ouvir o louvor que sobe de corações reverentes, na reunião familiar. Que sejam desligados os iPods, os smartphones, e outros dispositivos eletrônicos, que tocam músicas profanas, que desonram o “templo do Espírito Santo”, que é nosso corpo (1 Co 6.19,20). E se abram os lábios dos servos de Deus em louvor e adoração ao Senhor. Os louvores sobem, e as bênçãos caem sobre a casa dos honram e glorificam a Deus em seu lar.

6. Toda a família servindo ao Senhor.
Josué, sucessor de Moisés, na condução do povo de Israel a Canaã, reuniu-os e disse: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). O povo estava desobedecendo a Deus, e Josué propôs-lhe uma tomada de decisão. Se quisessem servir aos deuses estranhos, na verdade demônios, que servissem. Mas ele e sua família haveriam de servir ao Senhor, o Deus verdadeiro.

Nos dias presentes, essa tomada de posição faz-se mais necessária. Os “deuses” da pós-modernidade estão nas escolas; o materialismo avassala as mentes, na mídia, na educação, na cultura, na economia, no lazer, em toda a parte. Se a família não se unir em torno do Senhor Jesus, não haverá esperança. Mas se os pais com os filhos unirem-se no altar da adoração a Deus em seu lar, toda a família servirá ao Senhor. “... serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31). Vale a pena o esforço para a realização do culto doméstico. Levanta barreiras espirituais contra as forças do mal, e fortalece a vida espiritual de todos no lar.

COMPLEMENTOS.

DEUTERONOMIO  6.7 E AS INTIMARÁS AOS TEUS FILHOS. Uma forma vital de expressar amor a Deus (v. 5) é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçar-nos para levá-los a um real relacionamento com Deus.
(1) O ensino da Palavra de Deus aos filhos deve ser uma tarefa altamente prioritária dos pais (cf. Sl 103.13; ver Lc 1.17; 2 Tm 3.3).
(2) O ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso, tanto o pai como a mãe deve participar. Cultuar a Deus no lar não é uma opção; pelo contrário, é um mandamento direto do Senhor (vv. 7-9; Êx 20.12; Lv 20.9; Pv 1.8; 6.20; cf. 2 Tm 1.5).
(3) O propósito da instrução bíblica pelos pais é ensinar os filhos a temer ao Senhor, a andar em todos os seus caminhos, a amá-lo e ser-lhe grato e a servi-lo de todo o coração e alma (10.12; Ef 6.4).
(4) O crente deve proporcionar sabiamente aos seus filhos uma educação teocêntrica, em que tudo se rela-cione com Deus e às suas coisas (cf. 4.9; 11.19; 32.46; Gn 18.19; Êx 10.2; 12.26,27; 13.14-16; Is 38.19)

LUCAS  1.17 DOS PAIS AOS FILHOS. Isto se refere a Ml 4.6, um texto expondo um dos maiores pecados do povo de Deus no AT: os pais não amarem devidamente seus filhos e filhas, para lhes ensinar os caminhos e mandamentos de Deus (ver Ml 4.6). Com a chegada de João e do evangelho de Cristo, os corações dos pais se voltarão para os filhos para os amar.
(1) Pelo exposto, fica claro que um dos alvos prioritários do evangelho é o recomeço de um correto relacionamento familiar entre pais e filhos, e filhos e pais. Mediante a pregação do arrependimento e o senhorio de Cristo nas vidas, os pais, por sua retidão, dedicar-se-ão aos filhos.
(2) Se a igreja dos nossos dias não for aquilo que Deus quer que ela seja, uma das causas disso será o fato de mais uma vez os pais, nos seus corações, abandonarem os filhos, e deixarem de amá-los, e de estar com eles, e de ensinar-lhes a Palavra de Deus e os padrões da sua retidão. O resultado voltará a ser o mesmo do AT: a rejeição dos caminhos de Deus pelos filhos (Ml 4.6).
(3) Os trechos bíblicos abaixo tratam de pais e filhos:
(a) os pais ensinar aos filhos a fidelidade à vontade de Deus (ver Êx 10.2; 13.8; Dt 4.9,10; 6.6-25; 11.18-21; Sl 78.5-8; Is 38.19; Jl 1.3; Ef 6.4; 1 Ts 2.11);
(b) amor e disciplina (ver Sl 103.13; Pv 3.12; 13.24; 23.13,14; Ml 4.6; Lc 11.11-13; 2 Co 12.14; Ef 6.4; Cl 3.21; 1 Ts 2.11; 1 Tm 3.4,5,12; 5.8; Tt 2.4; Hb 12.7); e
(c) oração dos pais pelos filhos (ver Gn 17.18; 2 Sm 12.16; 1 Cr 22.11,12; 29.19; Jó 1.5; (cf.Jo 17.1)

2TIMÓTEO  3.3 SEM AFETO NATURAL. Nos últimos dias, o crente deve estar disposto a enfrentar um volume esmagador de impiedade.
(1) O apóstolo profetiza que Satanás promoverá uma grande destruição na família. Os filhos serão "desobedientes a pais e mães" (v. 2), e os homens e mulheres não terão afeto natural (gr. astorgoi). Esta expressão pode ser traduzida "sem afeição à família", e refere-se ao desaparecimento dos sentimentos de ternura e amor naturais; falta esta demonstrada por uma mãe que rejeita os filhos, ou mata seu bebê; por um pai que abandona a família, ou os filhos que negligenciam os devidos cuidados para com seus pais idosos (ver Lc 1.17).
(2) Os homens e mulheres passarão a amar idolatradamente o dinheiro e os prazeres, e estarão sempre em busca disso para a satisfação de seus desejos egoístas (v. 2). Ser pai ou mãe, com suas responsabilidades e encargos, e amor sacrificial na criação de filhos, já não será considerado missão nobre, nem dignificante (vv. 2-4). Pais amorosos darão lugar, cada vez mais, a pais egoístas e desumanos que abandonarão seus filhos (cf. Sl 113.9; 127.3-5; Pv 17.6; Tt 2.4,5; ver 2 Tm 4.3,4 nota).
(3) Se os pais cristãos quiserem preservar suas famílias nos tempos difíceis dos últimos dias, devem hoje protegê-las contra as práticas infames da sociedade em que vivem (Jo 21.15-17; At 20.28-30), separá-los dos costumes sórdidos do mundo e evitar que os ímpios influenciem seus filhos (At 2.40; Rm 12.1,2). Os pais precisam aceitar o plano de Deus para a família (ver Ef 5.21-25 ), e não proceder como os ímpios (Lv 18.3-5; Ef 4.17). Eles, e suas famílias, realmente precisarão ser como forasteiros e peregrinos na terra (Hb 11.13-16)

EFÉSIOS  5.21 SUJEITANDO-VOS UNS AOS OUTROS. A submissão de uns aos outros em Cristo é um princípio espiritual geral. Esse princípio deve ser aplicado principalmente à família cristã. A submissão, a humildade, a mansidão, a paciência e a tolerância devem ser características de cada membro da família.
(1) A esposa deve submeter-se (i.e., ceder por amor) ante a responsabilidade do marido no exercício da liderança da família (ver Ef 5.22 ).
(2) O marido deve submeter-se às necessidades da mulher, em atitude de amor e abnegação (ver Ef 5.23).
(3) Os filhos devem submeter-se em obediência à autoridade dos pais (ver Ef 6.1 ).
(4) E os pais devem ser flexíveis às necessidades dos filhos, e criá-los na santa doutrina do Senhor (ver Ef 6.4).

MALAQUIAS  4.6 CONVERTERÁ O CORAÇÃO DOS PAIS AOS FILHOS. O ministério do profeta vindouro teria por objetivo reconciliar as famílias com Deus e consigo próprias, i.e., entre seus respectivos membros. João Batista direcionava sua pregação neste sentido (Lc 1.17).
(1) Não poderá haver bênçãos, nem vida abundante no Espírito, se o povo de Deus não fizer da autoridade familiar, do amor e da fidelidade, as prioridades absolutas da igreja. A pureza e a retidão do lar precisam ser mantidas. Doutra forma, nossas congregações fracassarão.
(2) A responsabilidade pela realização de tais tarefas cabe ao pai de família. Os pais devem amar os filhos, orando por eles (ver Jo 17.1 ), dedicando-lhes tempo, advertindo-os contra os caminhos ímpios, e ensinando-lhes diligentemente a Palavra de Deus e os padrões de retidão.
(3) Os pastores também devem fazer do alvo de João Batista sua própria meta na condução da igreja a fim de prepará-la à vinda do Senhor (ver Lc 1.17)

EFÉSIOS  6.1 FILHOS, SEDE OBEDIENTES. Os filhos de crentes devem permanecer sob a orientação dos pais, até se tornarem membros doutra unidade familiar através do casamento.
(1) As crianças pequenas devem ser ensinadas a obedecer e a honrar os pais, mediante a criação na disciplina e doutrina do Senhor (ver 6.4 nota; Pv 13.24; 22.6 nota; ver a nota seguinte).
(2) Os filhos mais velhos, mesmo depois de casados, devem receber com respeito, o conselho dos pais (v. 2) e honrá-los na velhice, mediante cuidados e ajuda financeira, conforme a necessidade (Mt 15.1-6).
(3) Os filhos que honram seus pais serão abençoados por Deus, aqui na terra e na eternidade (v. 3).

PAIS E FILHOS
Cl 3.21 “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.”

É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social (cf. Sl 127.3).

(1) Segundo a palavra de Paulo em Ef 6.4 e Cl 3.21, bem como as instruções de Deus em muitos trechos do AT (ver Gn 18.19; Dt 6.7; Sl 78.5; Pv 4.1-4; 6.20), é responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os prepare para uma vida do agrado do Senhor. É a família, e não a igreja ou a Escola Dominical, que tem a principal responsabilidade do ensino bíblico e espiritual dos filhos. A igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais no ensino dos filhos.

(2) A essência da educação cristã dos filhos consiste nisto: o pai voltar-se para o coração dos filhos, a fim de levar o coração dos filhos ao coração do Salvador (ver Lc 1.17).

(3) Na criação dos filhos, os pais não devem ter favoritismo; devem ajudar, como também corrigir e castigar somente faltas intencionais, e dedicar sua vida aos filhos, com amor compassivo, bondade, humildade, mansidão e paciência (3.12-14, 21).

(4) Seguem-se quinze passos que os pais devem dar para levar os filhos a uma vida devotada a Cristo:
(a) Dediquem seus filhos a Deus no começo da vida deles (1Sm 1.28; Lc 2.22).
(b) Ensinem seus filhos a temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a justiça e a odiar a iniqüidade. Incutam neles a consciência da atitude de Deus para com o pecado e do seu julgamento contra ele (ver Hb 1.9).
(c) Ensinem seus filhos a obedecer aos pais, mediante a disciplina bíblica com amor (Dt 8.5; Pv 3.11,12; 13.24; 23.13,14; 29.15, 17; Hb 12.7).
(d) Protejam seus filhos da influência pecaminosa, sabendo que Satanás procurará destruí-los espiritualmente mediante a atração ao mundo ou através de companheiros imorais (Pv 13.20; 28.7; 2.15-17).
(e) Façam saber a seus filhos que Deus está sempre observando e avaliando aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1-12).
(f) Levem seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em Cristo, ao arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14).
(g) Habituem seus filhos numa igreja espiritual, onde se fala a Palavra de Deus, se mantém os padrões de retidão e o Espírito Santo se manifesta. Ensinem seus filhos a observar o princípio: “Companheiro sou de todos os que te temem” (Sl 119.63; ver At 12.5 nota).
(h) Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a testemunhar e trabalhar para Deus (2Co 6.14—7.1; Tg 4.4). Ensinem-lhes que são forasteiros e peregrinos neste mundo (Hb 11.13-16), que seu verdadeiro lar e cidadania estão no céu com Cristo (Fp 3.20; Cl 3.1-3).
(i) Instruam-nos sobre a importância do batismo no Espírito Santo (At 1.4,5, 8; 2.4, 39).
(j) Ensinem a seus filhos que Deus os ama e tem um propósito específico para suas vidas (Lc 1.13-17; Rm 8.29,30; 1Pe 1.3-9).
(l) Instruam seus filhos diariamente nas Sagradas Escrituras, na conversação e no culto doméstico (Dt 4.9; 6.5, 7; 1Tm 4.6; 2Tm 3.15).
(m) Mediante o exemplo e conselhos, encorajem seus filhos a uma vida de oração (At 6.4; Rm 12.12; Ef 6.18; Tg 5.16).
(n) Previnam seus filhos sobre suportar perseguições por amor à justiça (Mt 5.10-12). Eles devem saber que “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12).
(o) Levem seus filhos diante de Deus em intercessão constante e fervorosa (Ef 6.18; Tg 5.16-18).
(p) Tenham tanto amor e desvelo pelos filhos, que estejam dispostos a consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor, para que se aprofundem na fé e se cumpra nas suas vidas a vontade do Senhor (ver Fp 2.17).

FONTES:
LIVRO - A FAMILIA CRISTA NO SECULO XXI - Protejendo seu lar dos ataques do inimigo.
comentarista: Pr. Elinaldo Renovato de Lima.
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.

ELABORADA PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR.
PASTOR NA ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO - MT.
CAMPO DE GUIRATINGA - MT.







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