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segunda-feira, 25 de março de 2013

A MORTE DE ELISEU- LIÇÃO 13 COM SUBSIDIOS



LIÇÃO 13

A Morte de Eliseu
Data: 31 de Março de 2013         

 HINOS SUGERIDOS 398, 442, 535.

TEXTO ÀUREO
“E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pês" (2 Rs 13.21).

VERDADE PRATICA
O ultimo milagre relacionado a vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.

LEITURA DIARIA
Segunda  - 2 Rs 13.20    A transitoriedade da vida
Terça - 2 Rs 13.14    O sofrimento humano
Quarta    - 2 Rs 13.1 7   O lado divino na profecia
Quinta  - 2 Rs 13.18  O lado humano na profecia
Sexta   - 2 Rs 13.21  O justo abençoa em todo tempo
Sábado   - 2 Rs 13.23,25  A fidelidade de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 13.14-21
14 - E Eliseu estava doente da sua doença de que morreu; e Jeoas, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!
15 - E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas.
16 - Então, disse ao rei de Israel: Poe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as mãos do rei.
17 - E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então, disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do SENHOR e a flecha do livramento contra os siros; porque ' feriras os siros em Afeca, ate os consumir.

18 - E disse mais: Toma as flechas. E tomou-as. Então, disse ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a três vezes e cessou.
19 - Então, o homem de Deus a se indignou muito contra ele e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então, feririas os siros ate os consumir; porem agora só três vezes feriras os siros.
20 - Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiam a terra, a entrada do ano.
21 - E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pês.

INTERAÇÃO
Nesta ultima lição do trimestre estudaremos os derradeiros dias do profeta Eliseu. Ele foi um homem fiel ao Senhor ate o fim dos seus dias. Todavia, como homem ele era mortal. Não temos como escapar, um dia enfrentaremos a morte. Porem, ela não nos assusta.
Eliseu começou bem seu ministério profético e o encerrou também com excelência. Ele viveu todos os seus dias como servo do Senhor e com certeza pode declarar como o apostolo Paulo: ‘‘Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me esta guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia [“...]” (2 Tm 4.7). Que quando chegar o nosso dia, possamos também declarar estas mesmas palavras.


OBJETIVOS
Apos esta aula, o aluno devera estar apto a:
Conscientizar-se sobre a brevidade da vida e a eternidade de Deus,
Compreender a natureza da profecia final de Eliseu.
Explicar o proposito do ultimo milagre de Eliseu.

ORIENTACAO PEDAGÓGICA

Professor para a aula de hoje sugerimos que você reproduza o quadro da pagina seguinte conforme as suas possibilidades. Utilize-o para concluir a licao, fazendo um resumo geral da vida de um dos maiores profetas do Antigo Testamento, Eliseu. Conclua enfatizando que o ultimo milagre relacionado a vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.

INTRODUÇÃO
Nesta lição, acompanharemos os últimos passos do profeta Eliseu. Constataremos que Eliseu foi, de fato, um gigante espiritual. Mas, como todos os homens, estava sujeito as limitações comuns a todos os mortais — nasceu, cresceu, envelheceu e morreu. Fica, portanto, em destaque o fato de que os homens fazem historia, mas Deus e o Senhor da historia.

I - A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU.
1. A velhice de Eliseu. Um bom tempo já se havia passado desde a ultima aparição do profeta de Abel-meola no registro bíblico (2 Rs 9.1). De fato, entre os capítulos 9 e 1 3 de 2 Reis, há um intervalo de aproximadamente quarenta anos. Os estudiosos t acreditam que, por essa época, Eliseu deveria estar com a idade aproximada de oitenta anos.
Eliseu fora chamado ainda jovem para o ministério profético, mas agora estava velho e doente. Às vezes, idealizamos de tal forma os homens de Deus, que acabamos nos esquecendo de que eles também são humanos. Envelhecem, adoecem e também morrem.
O texto bíblico deixa em patente o lado humano do profeta. Fora um grande homem de Deus e ainda o era, mas ainda assim era um homem.

2. O sofrimento de Eliseu. O mesmo texto que trata da doença e velhice de Eliseu fala também do seu sofrimento (2 Rs 13.14,20). Eliseu estava doente, e isso sem duvida causava-lhe algum sofrimento. Eliseu envelheceu e padeceu. Mas o foco aqui não e o sofrimento em si, mas como Deus trata o profeta nesse momento de sua vida e como ele responde a isso. Mesmo alquebrado pela idade, Eliseu continuava com o mesmo vigor espiritual de antes. Possuía ainda a mesma visão da obra de Deus. Em nada a doença, ou quaisquer outras coisas, impediu-o de continuar sendo a voz profética do Deus de Israel.

SINOPSE DO TÓPICO (1)
A doença não conseguiu impedir o profeta Eliseu de continuar sendo a voz profética do Deus de Israel.

 II - A PROFECIA FINAL DE ELISEU
1. A ação de Deus na profecia. Hoje esta na moda o jargão: “Eu profetizo sobre a tua vida". Embora muito bonito e vestido de roupagens espirituais, tal jargão não passa de orgulho e afetação humana. Isso por uma razão bem simples: nenhuma profecia, que se ajuste ao modelo bíblico, tem seu ponto de partida no querer humano, mas na vontade soberana de Deus (2 Pe 1.20,21).
Eliseu, por exemplo, refletindo os desígnios divinos, dizia ao profetizar: “Assim diz o Senhor” (2 Rs 2.21; 3.1 6). A expressão “flecha do livramento do SENHOR” (2 Rs 1 3.1 7) possui sentido semelhante. A profecia tem sua origem em Deus e não no homem. Eliseu não profetizou para depois se inspirar, mas foi primeiramente inspirado para depois profetizar (2 Rs 3.15).

 2. A participação humana na profecia. Vimos que uma profecia genuinamente bíblica tem sua origem em Deus. Todavia, a Escritura mostra também que existe | a participação do homem nesse processo. E o que vemos em 2 Reis 13.14-19. A indignação de Eliseu quanto a relutância do rei Jeoas de Israel em continuar a atirar as suas flechas, símbolo do livramento do Senhor contra os sírios, e bastante significativa. Deixa clara a decepção do profeta com a falta de discernimento e perseverança do rei. Faltou fé a Jeoas! Ele pensava
certamente tratar-se de uma mera cerimonia na qual ele teria apenas uma participação técnica. A sua vitória seria do tamanho da resposta que ele desse ao profeta. Deveria ter ferido a terra cinco ou seis vezes, mas fez apenas três.Uma fé tímida obtém uma vitória igualmente tímida. Em o Novo Testamento, o Senhor Jesus ira por em destaque essa verdade (Mt 9.29).

SINOPSE DO TÓPICO (2) |
Aprendemos mediante a ultima profecia de Eliseu que uma fé tímida obtém uma vitória igualmente tímida.

III - O ULTIMO MILAGRE DE ELISEU.
1. A eternidade e fidelidade de Deus. E interessante observarmos que o ultimo milagre de Eliseu deu-se postumamente. Eliseu já estava morto quando ocorre algo que desafia a razão humana (2 Rs 13.20,21). Essa passagem revela pelo menos dois aspectos dos atributos de Deus — Deus e eterno. Ele não morre quando morre um homem de Deus, nem tampouco deixa de cumprir a sua Palavra quando as circunstancias parecem dizer o contrario.
Ao permitir que o toque nos restos mortais de Eliseu desse vida a um morto, Deus mostrava ao rei Jeoas que a morte de Eliseu não iria impedir aquilo que há algum tempo ele havia prometido a ele. Deus é fiel e zela pela sua Palavra para a cumprir.

 2. A honra de Eliseu. Além da fidelidade e da eternidade de Deus, que ficam bem patentes nesse I ultimo milagre de Eliseu, ha ainda mais uma lição que o texto deixa em relevo. Aqui e possível perceber que, mesmo morto, o nome de Eliseu continuaria a ser lembrado como um autentico homem de Deus.
Elias subiu ao céu vivo, Eliseu deu vida mesmo estando morto. Os interpretes destacam que esse milagre, envolvendo os| restos mortais de Eliseu, mostra que o Senhor possui planos diferenciados para cada um de seus filhos. Portanto, não devemos fazer comparações nem questionar os atos divinos (Jo 21.19-23). A Bíblia fala de homens, cujas ações continuam falando mesmo depois * de haverem morrido (Hb 11.4).

SINOPSE DO TÓPICO (3)
 Mesmo depois de morto, Eliseu foi lembrado como um autentico homem de Deus.
IV - O LEGADO DE ELISEU.

1. Legado socio-cultural. já estudamos que Eliseu supervisionava as escolas de profetas (2 Rs 6.1). Esse sem duvida foi um dos seus maiores legados.
Todavia, Eliseu fez muito mais; teve uma participação ativa na vida espiritual, moral e social da nação. Enquanto Elias era um profeta do deserto, Eliseu teve uma atuação mais urbana. Eliseu tinha acesso aos reis e comandantes militares, e possuía influencia suficiente para deles pedir algum favor (2 Rs 4.13). Como povo de Deus, não podemos viver isolados, mas aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.

2. Legado espiritual. Há uma extensa lista de obras e milagres operados através do profeta Eliseu. Sem duvida, eles demonstram seu grande legado. Podemos enumerar alguns: abertura do Jordao (2 Rs 2.13,14); a purificação da nascente de agua (2 Rs 2.19-22); o azeite da viúva (2 Rs4.1-7); o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); a panela envenenada (2 Rs 4.38-41); a multiplicação dos pães (2 Rs 4.42-44); a cura de Naamã (2 Rs 5.1 -1 9) e o machado que flutuou (2 RS 6.1-7).

SINOPSE DO TÓPICO (4)
Como povo de Deus, não podemos viver isolados, mas aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.

CONCLUSÃO
Assim termina a vida do profeta Eliseu. Um grande homem de Deus que nunca deixou de ser servo. Começou pondo água nas mãos de Elias (2 Rs 3.11), um gesto claro de sua presteza em servir, e foi exaltado por Deus. Mesmo sem ter escrito uma linha, levanta-se como um dos maiores profetas bíblicos de todos os tempos. Devemos imita-lo em sua vida de serviço e amor a Deus.

 AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsidio Bibliográfico
“Joas visitou Eliseu devido ao grande respeito que tinha pelo profeta, que estava próximo de falecer. Sua saudação: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!, foi a exclamação que o profeta pronunciou na ocasião em que Elias foi levado ao céu (2 Rs 2.1 2). O fato de Joas utilizar esta expressão e uma indicação de que ele reconhecia a proximidade da morte de Eliseu. A ordem relacionada ao uso do arco e das flechas estava relacionada com a Síria, que era a nação que oprimia Israel. Uma flecha lançada em direção ao oriente simbolizava a vitória em Afeca; as setas lançadas ao solo simbolizavam a vitória de Israel sobre a Síria.

Eliseu se indignou muito contra Joas, por saber que confiar e se apoiar em outras nações era uma atitude errada. Era necessário ter uma completa confiança em Deus para que fossem ajudados contra as nações estrangeiras que procuravam oprimir Israel. O poder miraculoso associado aos ossos de Eliseu tinha a finalidade de mostrar a Joas que o poder do Deus de Israel seria manifestado sobre a Síria, mesmo apos a morte do profeta” (Comentário Bíblico Beacon. Vol 2. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 360-61).

 VOCABULARIO
Afetação: Fingimento; simulação.
Alquebrado: Fraco, abatido, prostrado.
Postumamente: Posterior a morte de alguém.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na terra. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

 ELISEU
Pontos fortes e êxitos:
Foi sucessor de Elias como profeta de Deus.
Teve um ministério que durou mais de 50 anos.
Teve um grande impacto sobre quatro nações: Israel, Judá, Moabe e Síria.
Foi um homem integro que não tentou enriquecer-se a custa dos outros.
 Fez muitos milagres para ajudar aqueles que estavam sofrendo necessidades.

Lições de vida
Aos olhos de Deus uma medida de grandeza e a disposição para servir aos pobres como também aos poderosos.
Um substituto eficaz não só aprende com o seu mestre; também constrói sobre as realizações de seu mestre.
 Revista Ensinador Cristão.

Aqui chegamos ao fim de todos os homens, mesmo aqueles que possuem um ministério tão marcante quanto o de Eliseu: a morte. Tal qual Elias, Eliseu conheceu o fim do seus dias. Desta lição, podemos tirar pelo menos duas grandes lições:

(1) Eliseu morreu de uma doença. O detalhe da Palavra de Deus não nos permite ter equívocos: "Eliseu estava doente da sua doença de que morreu" (2 Rs 13.14). Esse verso pode deixar constrangidos os proponentes da confissão positiva, que alegam que um crente não pode ficar doente, e se estiver doente, é porque não tem fé ou está em pecado. Eliseu era um homem de Deus. Era um homem de fé. Realizou muitos milagres. Mas quando chegou sua hora de partir, esse momento ocorreu porque o profeta ficara doente e a doença o levou. Entende-se que Eliseu já era um homem de idade avançada, e que naturalmente seu organismo, como o de outras pessoas dessa fixa etária, ficou propenso a fraquezas e doenças. Foi um fato natural.
Precisamos entender dois princípios claros: a) que a nossa obrigação é orar ao Senhor pedindo cura, e é Ele quem manda a cura para o seu povo, conforme a sua vontade; b) Em sua soberania, Deus pode permitir que nossa partida para estar com Ele se dê de diversas formas, inclusive por meio de doenças. Ainda que isso ocorra, não podemos pensar que a morte, para o cristão, é uma punição, mas sim uma promoção para estar lado a lado com o Senhor. Deus tem uma forma de tratar com cada pessoa. Elias foi levado ao céu, vivo; Eliseu passou pela morte, mas ambos estão com o Senhor.

(2) Eliseu teve um ministério respeitado. Ao longo de sua vida, Eliseu teve contato direto com a escola de profetas em seus dias. Foi um homem que viu milagres em seu ministério, trouxe orientações a governantes e gozava da honra de outros profetas. E mesmo depois de morto, realizou um milagre de ressurreição. Este último fato não nos permite crer que podemos rogar a "santos homens e mulheres" para que nos ajudem em nossas dificuldades, pois se observarmos a narrativa dessa ressurreição, não foi feito nenhum pedido ao "santo Eliseu" para que ele ressuscitasse o homem morto que foi jogado em sua cova. O fato simplesmente aconteceu pelo poder de Deus, e não pela súplica direcionada a um profeta que estava no céu e poderia interceder pelo morto a Deus. Nossas orações devem ser para o Senhor, e não para pessoas consideradas santas. Nosso único intercessor é o Senhor Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, e ninguém mais.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°53. p.42.


SUBSÍDIOS
I - A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU.
1. A velhice de Eliseu.
13.14 - Eliseu foi grandemente considerado por seu poder profético e pelos milagres que Deus realizou por seu intermédio a favor de Israel. Jeoas chamava-o de “carros de Israel e seus cavaleiros!". Isto lembra o titulo que Eliseu deu a Elias em 2.12. Jeoas temeu a morte de Eliseu porque atribuía o bem-estar da nação a este profeta, em vez de concede-lo a Deus. O temor de Jeoas revela sua falta de entendimento espiritual. Pelo menos 43 anos passaram-se desde que Eliseu foi mencionado pela ultima vez nas Escrituras (9.1), quando ungiu a Jeu rei (841 a.C.). O reinado de Jeoas começou em 798 a.C.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 528.

2. O sofrimento de Eliseu.
No livro de minha autoria, A Prosperidade à Luz da Bíblia (CPAD, 2012), refutei a crença dos teólogos da Confissão Positiva acerca do sofrimento. Para esses mestres, os crentes não precisam mais sofrer, pois segundo eles, todo sofrimento já foi levado na cruz do calvário e o Diabo deve ser responsabilizado por toda e qualquer situação de desconforto entre os crentes. Aqui há uma clara influência da Ciência Cristã que também não admitia a existência do sofrimento. A Bíblia diz que o cristão não deve temer o sofrimento nem tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10).

John Ankerberg e Dillon Burroughs (2010, p.53), escrevem que:
O sofrimento geralmente não é uma experiência agradável. No entanto, o bem pode ser encontrado em tempos de sofrimento, até mesmo nas situações mais extremas. Em nosso livro Defending Your Faith (Defendendo a sua Fé), compartilhamos algumas razões por que às vezes as pessoas experimentam o 

sofrimento:
• Para nos tornarmos exemplos para os outros.
• Para melhor nos compadecermos dos outros.
• Para permanecermos humildes.
• Como uma ferramenta de aprendizado.
• Para dependermos do poder de Deus.
• Para crescermos no nosso relacionamento com Cristo (desenvolvendo o fruto do Espírito — Gálatas 5.22,23).
• Para revelar a necessidade da disciplina de Deus em nossa vida.
• Para promover a obra de Cristo (quando os maus tratos a um missionário abrem oportunidades para impactar outros com o amor de Cristo).

Um grande exemplo pode ser encontrado em Filipenses 1.12-14, onde lemos:
“Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus”.

Ainda nessa obra, em um capítulo onde procurei mostrar a melhor interpretação das palavras do apóstolo Paulo em Filipenses 4.13, tratei mais exaustivamente sobre a questão das adversidades da vida:
“Ora muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância: em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição. E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que abunde para a vossa conta. Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância: cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4.10-19).

Aqui estão as palavras que tem sido o carro-chefe do triunfalismo neopentecostal: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fp 4.13). Estas palavras foram escritas pelo apóstolo Paulo e endereçadas à igreja de Filipos por ocasião de sua segunda viagem missionária (At 16.6-40).

Os estudiosos da Bíblia estão de acordo que o apóstolo endereçou essa carta à igreja de Filipos por ocasião de seu aprisionamento em Roma. Mas o que essas palavras de Paulo significam não tem tido o mesmo consenso entre os evangélicos. O sentido mais popular dado a ela expõe mais presunção do que confiança; mais triunfalismo do que uma verdadeira fé. Fora do seu contexto, o entendimento que lhe é atribuído é que o crente pode possuir o que quiser, já que é Deus quem lhe garante isso. “Tudo posso” ganhou o sentido de “Tenho Posse”. Passa, então a ser usado como um mantra que garante a conquista de bens materiais seja em que condição for. Mas será esse o real sentido desse versículo?
Como já vimos, uma das regras básicas dos princípios de interpretação da Bíblia é a análise do contexto da passagem que se está estudando. A grande maioria dos erros doutrinários surge por conta da violação desse princípio. O texto ora em estudo não foge a essa regra.

Quando alguém usa as palavras de Paulo para justificar uma vida em total saúde e riqueza e isenta de problemas, evidentemente que está fazendo uso indevido do pensamento do apóstolo. Isso por uma razão bastante simples — antes de declarar sua total suficiência em Cristo, o apóstolo diz: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância: em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Somente após afirmar que passou por situações mais adversas nas quais viveu em escassez e em outras nas quais experimentou abundância é que ele diz poder todas as coisas naquEle que o fortalecia. Ao estudar exaustivamente as palavras de Paulo em sua carta aos filipenses, o erudito William Hendriksen (2005, p.593) destacou que:
“Paulo não é nenhum presunçoso para proclamar: ‘Eu sou o capitão da minha vida’. Nem tampouco é um estoico que, confiando em seus próprios recursos, e supostamente imperturbável ante o prazer ou dor, busque com todas as suas forças supor, sem a menor queixa, sua irremediável necessidade. Conhece (pessoalmente) tanto as alegrias quanto as aflições, e aprendeu a permanecer contente. Seu contentamento, porém, tem sua razão em um outro, além de si mesmo. O verdadeiro Manancial ou Fonte da suficiência espiritual de Paulo está mencionado no versículo 13. E essa fonte jamais secará, não importa quais forem as circunstâncias (...) aqueles que rejeitam a Cristo não podem compreender como um cristão pode permanecer calmo na adversidade e humilde na prosperidade.”
Dizer, portanto, que Paulo “deu a volta por cima” é forçar a Escritura dizer uma coisa que ela não diz. Paulo não serve como exemplo de alguém que começou pobre e terminou rico. Paulo nunca se preocupou por estar por baixo e também nunca se preocupou em ficar por cima. Paulo começou seu ministério fazendo tendas, que era um trabalho duro (At 18.3), e terminou em uma prisão em Roma (Fp 3.12; At 28.30). A prosperidade do apóstolo não dependia da abundância ou escassez de bens materiais, mas da sua suficiência em Cristo. Hendrikson resume as palavras do apóstolo nesse contexto como segue:

1. Viver em circunstâncias de apertura
O apóstolo de fato sabia o que era passar necessidade (At 14.19; 16.22-25; 17.13; 1812; 20.3; 21—27; 2 Co 4.11; 6.4,5; 11.27,33).
Ele sabia o que era fome, sede, jejum, frio, nudez, padecimentos físicos, tortura mental, perseguição, etc.

2. Ter fome
Fome e sede são com frequência mencionadas juntas (Rm 12.20; 1 Co 4.11; 2 Co 11.27; cf. como anseio espiritual: Mt 5.6).

3.    Ter carência
O apóstolo, com frequência, não tinha o necessário. Sua falta de conforto era tanta, que sua situação chegava à mais dura penúria. Todavia, nenhuma dessas coisas o privou de seu contentamento.

4. Ter fartura
Antes de sua conversão, Paulo era um fariseu preeminente. O futuro se lhe divisava brilhante e promissor. Paulo possuía abundância, e isso de várias maneiras. Todavia, ele tinha carência do tesouro mais precioso: a paz centrada em Cristo.
Para o apóstolo, a sua prisão estava sendo uma fonte de bênçãos para o progresso do evangelho da mesma forma que a sua liberdade havia sido (Fp 1.13,14). O que importava naquele momento não era uma conquista pessoal, mas ser Cristo Jesus engrandecido pelo seu testemunho, mesmo que esse fosse dado de dentro de uma masmorra. Não vemos em Paulo um escapismo triunfalista que nega o sofrimento através da confissão positiva do tipo “tudo posso, tudo posso!”. Nem vemos lamentando tampouco por Deus haver permitido tal situação. O que prevalece é o contentamento em tudo! Somente pessoas amadurecidas na fé são conscientes de que a alegria espiritual pode brotar em meio ao sofrimento (2 Co 12.10).
O expositor bíblico R.C. Sproul (199, p.305,306), comenta que: “As vezes, a presença da dor em minha vida traz o beneficio prático de me santificar. Deus trabalha em mim através da aflição. Por mais desconfortável que a dor possa ser, sabemos que as Escrituras nos dizem constantemente que a tribulação é um meio pelo qual somos purificados e conduzidos a uma dependência mais profunda de Deus. Há um beneficio a longo prazo que presumivelmente perderíamos não fosse pela dor que somos chamados a “suportar por um pouco”. As Escrituras nos dizem para suportar por um pouco, porque a dor que experimentamos agora não pode ser comparada com as glórias reservadas para nós no futuro. Do outro lado, o prazer pode ser narcótico e sedutor, de modo que quanto mais o apreciamos e mais o experimentamos, menos conscientes nos tornamos de nossa dependência e necessidade da misericórdia, auxílio e perdão de Deus. Prazer pode ser um mal disfarçado, produzido pelo Diabo para nos levar à ruína final. Essa é a razão porque a procura do prazer pode ser perigosa. Quer experimentando dor ou prazer, não queremos perder Deus de vista, e nem a necessidade que temos dele”.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 145 – 149. 2 Reis 13
Versículos 1-9: O reinado de Jeoacaz; 10-19: Jeoás rei de Israel; Eliseu agoniza; 20-25: A morte de Eliseu; as vitórias de Jeoás.

Vv. 1-9. Era uma antiga honra dos israelitas ser um povo de oração. Jeoas, o seu rei, em sua angustia, buscou ao Senhor e pediu a ajuda direta dEle, e não aos bezerros. Que ajuda Deus poderia dar-lhe? observe quão rápido e Deus para mostrar misericórdia; quão pronto e para ouvir a oração; quão disposto a encontrar uma razão para ser bondoso; se não o fosse assim, não teria olhado para tempos passados tão remotos, para o antigo pacto que Israel infringira e abandonara por tantas vezes. Que isto seja para nos um convite e nos comprometa para sempre com Ele; e que ainda alente os que o esqueceram, para que retornem e se arrependam; porque nEle ha perdão, para que seja temido. E se o Senhor responde o clamor de angustia que pede alivio temporal, quanto mais considerara a oração de fé que pede bênçãos espirituais.

Vv. 10-19. Jeoas, o rei, foi visitar Eliseu para receber o seu conselho e a benção do profeta que estava prestes a morrer. Pode ser para nos uma grande vantagem espiritual visitar os homens bons em seu leito de enfermidade ou de morte, para que sejamos exortados na fé através de seus conselhos, transmitidos antes de eles morrerem. Eliseu garantiu ao rei o seu êxito; porem, com a condição deste manter o seu olhar em Deus, em busca de direção e forca. Não deveria confiar tanto em suas próprias mãos, mas prosseguir na dependência do socorro divino. As mãos tremulas do profeta a beira da morte, ao representar o poder de Deus, deram a esta flecha mais forca do que toda a forca que pudesse haver nas mãos do rei. Por desprezar o sinal, o rei perdeu o que fora sinalizado, para tristeza do profeta moribundo. Para os homens bons, e um problema ver aqueles a quem querem bem abandonarem as suas misericórdias, e vê-los perder as suas vantagens contra os inimigos espirituais.

Vv. 20-25. Deus tem muitas maneiras para castigar um povo provocador. Às vezes, os problemas surgem de um ponto que pouco tememos. Ao mencionar que haveria invasões apos a sua morte, Eliseu indicou que a partida dos fieis profetas de Deus e um pressagio dos juízos vindouros. O seu corpo morto foi o meio para ressuscitar outro morto. Este milagre foi uma confirmação de suas profecias. Este poderia ter referencia a Cristo, por cuja morte e sepultura a tumba e transformada em uma passagem segura e feliz para a vida, a todos os que creem. Jeoas triunfou contra os sírios por tantas vezes quantas havia golpeado o solo com as flechas, e então as suas vitorias terminaram. Muitos já se arrependeram da desconfiança e da timidez de seus desejos, mas quando já e demasiadamente tarde.
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico. 2 Reis pag. 23 – 25.

 2 Reis 13. 14 – 21. É irônico, o grande gigante da fé que havia feito tantos milagre durante a sua vida ( e ate mesmo na depois de sua morte ver vs. 21, 22 ), tenha morrido de doença . Há um elemento de mistério no ministério do milagroso ( ver nota em 2 Tm 4. 20 ).
PLENITUDE. Bíblia de Estudo. Editora Sociedade Bíblica do Brasil. pag.398.

 2 Timóteo 4. 20. O fato de Paulo tê-lo deixado doente em Mileto expressa um enigma em relação a cura. Embora a cura divina seja parte da herança dos santos (ver Mt 8. 14 – 17). Algumas vezes não somos curado, mesmo quando oramos com fé e confessamos nossa fé extremamente. A Bíblia não da resposta explicitas a esse enigma, e o fato de um colaborador próximo de um Apostolo não ter sido curado mostra que o dilema desde os primeiros dias da igreja. Um fato como esse jamais deveria desencorajar, ou causar dúvida nas nossas orações. Deveria, entretanto, servir de proteção contra a presunção ou a condenação.
PLENITUDE. Bíblia de Estudo. Editora Sociedade Bíblica do Brasil. pag.1272, 1273.

13. 14 Eliseu estava doente Eliseu, através de quem Deus realizara muitos milagres grandiosos, morreu de uma doença fatal. A realidade nos ensina que grandes homens de fé às vezes morrem de doença inclusive aqueles que antes exerceram um ministério de cura divina. Entre as consequências da queda de Adão e de Eva estão à enfermidade e a morte; ninguém esta isento delas.
STAMPS. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 594.

II - A PROFECIA FINAL DE ELISEU
1. A ação de Deus na profecia.
Infelizmente há pregadores que se passam por profetas tomando como ponto de partida em suas mensagens não mais as Escrituras Sagradas, mas o ocultismo ensinado na Cabala, no judaísmo rabínico e em diversos livros apócrifos. Para esses “profetas” o mundo espiritual é formado por ciclos que se materializam neste mundo físico. Dessa forma alegam que quando Deus criou o mundo, passou-se o primeiro, o segundo, o terceiro dia até chegar ao ciclo completo que é o sábado! Depois do sábado o     ciclo começa novamente! Para eles, a Bíblia é cheia de códigos e esse arranjo matemático provaria que o ciclo muda a cada “sete”, sendo que esse “sete” seria o número de Deus enquanto o seis seria o número do homem! Fundamentado nesse artifício, que não tem uma só letra do Novo Testamento a seu favor, derramam suas falsas profecias do tipo: “Daqui a cinquenta dias algo tremendo vai acontecer em sua vida”.
A propósito, Wayne Grudem (2004, pp.232,233) faz uma importante observação sobre o profetizar no Novo Testamento:

“No NT, a palavra “profeta” parece não descrever ofício formalmente reconhecido ou posição. Em vez disso, é um termo funcional. Os que profetizam regularmente são chamados de profetas. Contudo, mesmo quem não profetiza com regularidade podia profetizar ocasionalmente.”
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 150.

2. A participação humana na profecia.
O escritor C. Samuel Sorms, pertencente ao Movimento Terceira Onda, põe esse fato sobre a profecia em destaque quando diz:
“A chave se acha em reconhecer que, com cada profecia, existem quatro elementos, dos quais somente um é seguramente da parte de Deus: existe a revelação propriamente dita; existe a percepção ou recepção, por parte do crente, daquilo que foi revelado; existe a interpretação daquilo que foi revelado, ou a tentativa de averiguar seu significado; e existe a aplicação daquela interpretação. Deus é responsável exclusivamente pela revelação. Tudo quanto ele desvenda diante da mente humana é totalmente isento de erro. E tão infalível quanto o próprio Deus. Não contém nenhuma falsidade; é totalmente verdadeiro em todas as suas partes. Realmente, a revelação, que é a raiz de toda expressão verbal profética genuína, é tão inerrante e infalível quanto a própria Palavra de Deus registrada por escrito (a Bíblia). Em termo de revelação somente, o dom profético no NT não difere em nada do dom profético no AT.

O erro entra quando o ser humano que recebe a revelação de Deus a percebe, a interpreta e/ ou a aplica erroneamente. O fato de Deus ter falado de modo perfeito não significa que os seres humanos escutaram de modo perfeito. E possível que interpretem e apliquem, sem erro, aquilo que Deus revelou. Mas a mera existência de uma revelação divina não garante, por si só, que a interpretação ou aplicação da verdade revelada por Deus compartilhará daquela mesma perfeição.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 150, 151.

III - O ULTIMO MILAGRE DE ELISEU.
1. A eternidade e fidelidade de Deus.
A. W. Tozer (2000, pp. l 1,12) chamou a atenção para esse fato quando comentou o texto bíblico: “Como fui com Moisés, assim serei contigo”. Tozer destacou que:
“A incondicional prioridade de Deus em seu universo é uma verdade no Antigo e no Novo Testamentos. O profeta cantou essa verdade em linguagem de êxtase: ‘Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, ó meu Santo?’ O apóstolo João a expõe com cuidadosas palavras de denso significado: ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.’[...] Não podemos pensar certo sobre Deus enquanto não começamos a pensar nEle como estando sempre ali, e ali primeiro, sempre existente antes de tudo mais. Josué teve que aprender isso. Ele fora servo de Moisés, servo de Deus, e com tanta segurança recebera em sua boca a Palavra de Deus, que Moisés e o Deus de Moisés se fundiram na mente dele, em fusão tal que ele mal podia separar os dois pensamentos; por associação sempre apareciam juntos em sua mente. Agora Moisés estava morto e, para que o jovem Josué não seja abatido pelo desespero, Deus lhe fala para dar-lhe segurança: ‘Como fui com Moisés, assim serei contigo.’ Moisés estava morto, mas o Deus de Moisés continuava vivo. Nada mudara e nada se perdera. De Deus nada morre quando morre um homem de Deus.”
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 151, 152.

 2. A honra de Eliseu.
13.20,21 - Eliseu morreu; porem, sua boa influencia permaneceu, ao realizar ate milagres. Isto demonstrou que ele foi, na verdade. um profeta de Deus. Também atestou o poder do Senhor — não dos ídolos pagãos que jamais ressuscitaram alguém dentre os mortos. Este milagre serviu como mais uma lembrança a Israel de que a nação rejeitara a Palavra de Deus, que fora dada através deste profeta.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 528.

 13.21 reviveu o homem. Um homem morto retornou a vida depois de tocar os ossos de Eliseu. Esse milagre foi um sinal de que o poder de Deus continuava a agir em relação a Eliseu, mesmo depois da sua morte. O que Deus havia prometido a Jeoacaz por meio de Eliseu, quando ainda estava vivo, certamente se cumpriria depois da morte do profeta (cf. vs. 14,25), na derrota do inimigo, na recuperação das cidades tomadas e na restauração do reino de Israel (vs. 22-25).
MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 496.

 13. 21 TOCANDO (O MORTO) OS OSSOS DE ELISEU, REVIVEU. Eliseu morreu e foi sepultado, mas mesmo la na sua sepultura, Deus se manifestou o seu poder e deu testemunho do caráter de Eliseu como o profeta que vivifica ( 4. 32 – 37, 1 Reis 17, 17 – 24 ). Este milagre sugere que a influencia de uma pessoa que anda com Deus não cessa automaticamente com a morte, mas que depois disso poderá ser um manancial de vida espiritual para os outros ( Jo 12. 24; 2 Cor 4. 11, 12).
 STAMPS. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 595.

 IV - O LEGADO DE ELISEU.
1. Legado socio-cultural.
Vv. 8-17. O rei de Israel pensava bem a respeito de Eliseu, por causa de seus últimos serviços prestados. Um homem bom pode ter tanto prazer em servir aos demais quanto em sua própria prosperidade. Porem, a sunamita não necessitava de um bom oficio desta categoria.
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico. 2 Reis pag. 8.

1-7. Eliseu aumenta o óleo da viúva.
A seção 4.1-8.6 rompe a historia sincronizada dos reinados dos soberanos de Judá e Israel, e forma um interlúdio que trata do ministério milagroso de Eliseu. Em Israel, podia-se vender um filho como escravo para pagar uma divida (Ex 21.7; Dt 15.12-18; Lv 25.9-34; cf. Jr 34.8-16; cf. o milagre de Elias em l Rs 17.14-16).

8 -3 7 .0 filho da sunamita e ressuscitado. A mulher vivia em Sunem, cerca de oito quilômetros ao norte de Jezreel. Ela não só concebeu um filho já idosa, segundo a palavra de Deus por meio de Eliseu, 8-17, mas o menino foi ressuscitado, 18-37. (Cf. o milagre análogo de Elias, 1 Rs 17.17-24. Cf. também Hb 11.35.)
38-4 1 .0 cozinhado venenoso fica são.  A farinha, jogada no cozinhado para anular as venenosas cabeças silvestres (provavelmente colocíntidas, um forte laxante que e venenoso em grandes quantidades), retrata o poder que tem Deus de eliminar o mal. Por meio da nossa fe, ele pode eliminar o mal que existe em nos.
42-44. A multiplicação dos pães encontra notável paralelo no ministério do Senhor (Mt 14.13-21; 15.32-38).

5. Eliseu e Naamã
1-19. A cura de Naamã. Naamã ("agradável") e um retrato do homem natural, que desfruta do bom e do melhor, mas e obstinado. "Porem [era] leproso", 1; a lepra ilustra vividamente o pecado. O testemunho da israelita cativa foi eficaz, e Naamã foi ter com o rei de Israel em busca da cura, levando "dez talentos de prata, seis mil sidos de ouro", 2-7. Naamã se revela um homem orgulhoso, ofendido pela rude instrução que recebe de Eliseu, de lavar-se sete vezes no barrento Jordao, 8-12. Sua aquiescência e análoga ao pecador orgulhoso que aceita o humilde caminho de salvação pela graça de Deus e é purificado do pecado, 13-14, e salvo, 15-19. 
O desejo de Naamã de levar para casa "uma carga de terra de dois mulos" de Israel, 17, deveu-se a sua ideia errônea de que um deus não poderia ser adorado fora da sua própria terra. Sua posição de oficial exigia que ele fingisse cultuar Rimom, o principal deus da Síria, chamado também Hadade; mas Naamã foi realmente curado e salvo. (Cf. Lc 4.25-27).

20-27. Pecado e castigo de Geazi. A cobiça rendeu a Geazi a lepra, da qual a graça havia salvado o gentio sírio. Salvação maior que a de Eliseu foi aceita pelos gentios, enquanto aqueles tão intimamente ligados ao Salvador (Israel) endureceram os seus corações (Rm 11.1-25).
6—7. Eliseu e outros milagres
6.1-7. A cabeça de machado que flutuou.

Eliseu recuperou a cabeça de ferro do machado. Naamã parece ter ficado indignado com a mensagem de Eliseu, para que se lavasse sete vezes no lamacento rio Jordao.
6.8-23. 
O exercito sírio foi cegado e capturado pelas orações de Eliseu. Dota, cerca de dezesseis quilômetros ao norte de Samaria, foi escavada por J. P. Free, da Faculdade Wheaton, Illinois.
6.24-7.20. A fuga do exercito sírio que cercava Samaria, segundo profecia de Eliseu, foi fruto da intervenção de Deus.

8. Eliseu e Hazael
1-6. Eliseu novamente ajuda a sunamita.
A historia dessa mulher e retomada, dando continuação a 4.8-37. Eliseu profetizou a fome, 1-2, e enviou a mulher a Filisteia (cf. Gn 26.1), aonde fora Isaque pelo mesmo motivo. A influencia de Eliseu rendeu a mulher a restituição de sua propriedade em Sunem.

7-15. Eliseu prevê a morte de Ben-Hadade e a usurpação de Hazael. Hazael foi divinamente escolhido para castigar Israel pelos seus pecados e, por isso, Eliseu chorou, 11. Hazael tornou-se rei da Siria como o previsto (cf. lRs 19.15-16; Os 13-16).

16-29. Os reinados de Jeorão e Acazias em Judá. Atalia era esposa de Jeorão. A "lâmpada" simbolizava a permanência da dinastia davidica, 19 (cf. 2Sm 21.17; lRs 11.36; 15.4). A Jeorão (Jorão) sucedeu seu filho Acazias, cuja mãe era Atalia. Jeorão reinou de 852 a 841 a.C.; Acazias, em 841.

9—10. 0 reinado de Jeu
9.1-37. Eliseu faz ungir Jeu. Jeu teve um longo reinado, c. 841-814 a.C. Ele foi ungido (cf. lR s 19.15-16) como grosseiro instrumento da cruenta tarefa de exterminar a casa de Acabe e o baalismo. Esse ultimo era tão indizível e viciosamente cruel, que se fazia necessário um homem como Jeu, de persistência incansável. Jorão, Acazias e Jezabel foram liquidados. Zinri, 31, foi um assassino brutal (lR s 16.8-12).

10.1-36. Continua a purgação de Jeu.
Com sagacidade e impiedade, Jeu varreu toda a casa de Acabe, os "setenta filhos", 1, entre os quais sem duvida havia netos, além dos adoradores de Baal, 11. Jonadabe, o recabita ("filho de Recabe"), 15-17, uniu-se a Jeu no extermínio. Os recabitas eram um povo de vida simples que conservava estritamente o estilo de vida do deserto, evitando a corrupção da vida urbana (lC r 2.55; Jr 35).Ao exterminar os sacerdotes e adoradores de Baal, 18-27, Jeu aproximou-se do zelo de Elias, mas com este contrastava em sutileza. Começa a cruel carreira de Hazael, 32-33.
UNGER. Merrill Frederick. Manual Bíblico Unger. Editora Vida Nova. pag. 181, 183.

 2. Legado espiritual.
Assim termina a vida do profeta de Abel-meolá. Um grande homem de Deus que nunca deixou de ser servo. Começou pondo água nas mãos de Elias (2 Rs 3.11), um gesto claro de sua presteza em servir, e terminou sendo exaltado por Deus. Mesmo sem ter escrito uma linha, se levanta como um dos maiores profetas bíblicos de todos os tempos. Deixou sua marca na História, mas em nenhum momento atraiu para si a atenção pelos milagres feitos. Deus a quem ele amava e servia era sua fonte de satisfação. Devemos imitá-lo nisso.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, Editora CPAD 2012 pag. 153.




SUBSÍDIOS
A MORTE DE ELISEU
Texto Áureo: II Rs. 13.21 – Leitura Bíblica: II Rs. 13.14-21

INTRODUÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre de estudos inspirativos na Escola Bíblica Dominical com base na vida de Elias e Eliseu. Nesta última aula trataremos a respeito da morte de Eliseu, uma oportunidade para refletir sobre a morte do cristão. A princípio destacaremos a realidade bíblica e existencial da morte. Em seguida, trataremos especificamente sobre a morte de Eliseu. Ao final, mostraremos a mensagem evangélica em relação à morte, a fim de encorajar-nos à esperança.

1. MORTE, UMA REALIDADE BÍBLICO-EXISTÊNCIAL
A morte é uma realidade atestada na Bíblia e na experiência humana. Em Gn. 2.17 nos deparamos com o primeiro texto elusivo à morte como consequência do pecado. Paulo, em Rm. 5.12;6.23, confirma essa verdade, ressaltando que o pecado tem seu salário. A morte sempre inquietou o ser humano, desde o Antigo Pacto, no qual encontramos, no discurso de Jó (Jó. 19.25-37) e dos salmistas (Sl. 16.8-11; 17.15; 73.23-26), lampejos de esperança em relação à vida após a morte. Mas é no Novo Testamento, na pessoa de Jesus Cristo, que encontramos a revelação plena da vida eterna (II Tm. 1.10). Paulo, em I Co. 15.55, destaca que, ao final, o ferrão da morte será aniquilado. Isso acontecerá por ocasião da ressurreição, quando o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade (I Co. 15.57). O sentido da palavra morte, na Bíblia, é bastante amplo, e apresenta aspectos distintos. É preciso diferenciar a morte física da espiritual. Para tanto, devemos explicitar que a palavra morte significa separação, e não o final da vida, como se costuma pensar nos dias atuais. A primeira morte, a respeito da qual trata a Bíblia, é a biológica, quando as funções corporais param. A segunda morte, a espiritual, está relacionada ao julgamento final (Mt. 8.22; Lc. 15.15.32; Ef. 2.1-3; Cl. 2.13; I Tm. 5.6; Ap. 2.11; 20.14; 21.8). O materialismo predominante na sociedade contemporânea tem conduzidos muitos à angústia em face da morte. Para alguns filósofos, como Heidegger, o homem é um ser-para-a-morte, não pode escapar desta. Para outros, como Jean Paul Sartre, ela é um tremendo absurdo, que nos conduz ao desespero. Mas essa não é a realidade bíblica, as pessoas morrem, mas Jesus, que é Senhor da Vida, tem Seus propósitos (Jo. 11.25,26).

2. ELISEU, QUANDO UM HOMEM DE DEUS MORRE
A morte de Eliseu é uma demonstração bíblica do que Deus pode fazer através da morte dos Seus servos. Aproximadamente quarenta anos se passaram entre os capítulos 9 e o 13 de II Rs. O profeta Eliseu envelheceu, e com esta veio a enfermidade o sofrimento (II Rs. 13.14,20). Apesar da dor, Deus estava presente com Eliseu, não o desamparando. No contexto da sociedade que endeusou a longevidade, somos levados a menosprezar aqueles que adoecem. Mas a Palavra de Deus revela que a enfermidade pode ser uma oportunidade para o Senhor manifestar a Sua glória. Ninguém deve desprezar uma pessoa pelo fato de essa se encontrar enferma. Ao contrário do que defendem os adeptos da teologia da saúde, a doença necessariamente não é resultante de pecados específicos (Jo. 9.1). Eliseu, como tantos outros homens e mulheres de Deus ao longo da história, viveu, envelheceu, adoeceu e morreu. Não
podemos esquecer que estamos em um mundo caído, sujeitos as mesmas intempéries que as demais pessoas. Se apenas os servos de Deus não adoecessem e não morressem os ouvintes não hesitariam em seguir o evangelho. A doença e a morte chegam igualmente à casa do crente e do descrente, do rico e do pobre. Eliseu, o profeta que fora maravilhosamente usado por Deus, também morreu. Mas Deus usou aquela morte para trazer vida, já que um defunto, ao tocar os restos mortais do profeta, voltou à vida. Esse tipo de milagre ainda pode acontecer literalmente hoje, mas podemos também fazer uma aplicação espiritual dessa realidade. Há mortos cujo testemunho vivificam ainda hoje, suas palavras revelam a soberania de Deus, são heróis da fé, pessoas das quais o mundo não era digno (Hb. 11.36-38).

3. O CRISTÃO E A VIDA PARA ALÉM DA MORTE
Diferentemente daqueles que não têm esperança, o cristão sabe que Deus tem um propósito, na vida e na morte (Rm. 8.28). Como diz a letra de um hino sacro: “porque Ele vive, podemos crer no amanhã, porque Ele vive, temor não há”. A morte para o cristão não é o fim, trata-se de um acontecimento precioso aos olhos de Deus (Sl. 116.15). Isso implica em um comprometimento ético diante da vida terrena, de modo que precisamos aprender a contar os nossos dias, a fim de alcançarmos corações sábios (Sl. 90.12). E quando partimos, e deixarmos esse corpo terreno, temos a convicção de que estaremos na presença de Cristo (I Co. 5.8). Esse é o motivo que nos faz jubilar, e saber que partir, e estar com Cristo, é consideravelmente melhor (Fp. 1.21). Esta geração de evangélicos deturpou o ensinamento bíblico em relação à morte. A maioria daqueles que professa a fé evangélica vive aturdida, sem esperança, assustada diante da morte. A teologia da ganância, que alguns chamam de prosperidade, fundamentada em um pseudopentecostalismo, está minando a fé dos “crentes”. Esses “evangélicos” foram tomados pela doutrina materialista, somente conseguem colocar o tangível diante dos seus olhos. Eles falam de fé, mas não a têm, pois a fé que esposam é somente para conseguirem o que desejam. A fé genuinamente bíblica é a convicção das coisas que se esperam, mas que ainda não podem ser tocadas (Hb. 11.1). A fé que agrada a Deus é aquela que vai além da vida, que não se sustenta no transitório, mas no que é eterno (Hb. 11.6). Aqueles que não apenas professam, mas que vivem a partir dessa fé, sabem que nada, absolutamente coisa alguma, os separará do amor de Deus em Cristo Jesus, a vida, e muito menos a morte (Rm. 8.38,39).

CONCLUSÃO
Eliseu alcançou a velhice, e depois de muitos anos vividos, adoeceu e morreu. A sua morte foi uma oportunidade para Deus manifestar o Seu poder, e trazer um moribundo para a vida. Esse episódio é também um tipo da morte de Cristo, pois através da Sua morte e ressurreição, muitos foram trazidos à vida (Rm. 5.12-14). Cristo é a Semente da mulher de Gn. 3.15, a maldição imposta à humanidade foi colocada sobre Ele (Rm. 5.9; I Ts. 1.10; Gl. 3.13), e, por essa, nos resgatou da morte e da escravidão do pecado (Cl. 2.13-15).

BIBLIOGRAFIA
DILLARD, R. B. Faith in the face of apostasy: the gospel according to Elijah and Elisha. New Jersey: P&R, 1999.
RUSSEL, D. Men of courage: a study of Elijah and Elisha. Oxford: Christian Focus, 2011.

SUBSÍDIOS
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
 3º Trimestre de 2012
 Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
 Lição 3: A morte para o verdadeiro cristão
Data: 15 de Julho de 2012

 TEXTO ÁUREO
 “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).

 VERDADE PRÁTICA
 Para o crente, a morte não é o fim da vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com Deus.

LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Rm 6.23 A morte é consequência do pecado
 Terça - Gn 35.18; Tg 2.26 Morte, separação entre alma e corpo
 Quarta - Sl 16.10; 49.14,15 A expectativa de vida após a morte
 Quinta - Sl 16.9-11; Is 26.19; Dn 12.2 A ressurreição no Antigo Testamento
 Sexta - 1 Co 15.1-58 A ressurreição no Novo Testamento
 Sábado - Ap 20.14 A morte da morte

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:  1 Coríntios 15.51-57.

INTERAÇÃO
 A morte é um fenômeno que se abate sobre a pessoa de qualquer sexo, classe social ou idade. A morte vem! Você já pensou nisso hoje? Não queremos usar de terror psicológico ao abordar esse tema, mas é importante, num mundo materialista onde vivemos, ao menos uma vez, darmo-nos conta de que a qualquer momento teremos de enfrentar esse inevitável fenômeno. Pode ser hoje, amanhã ou daqui alguns anos. Não importa; a “dama enigmática” nos cercará e, fisicamente, nos consumirá. Então, onde estará a nossa esperança? Como nos comportaremos frente à iminência dessa suprema realidade? Eis alguns dos questionamentos acerca desse tema.

OBJETIVOS
 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar técnica e biblicamente o evento da morte.
Explicar a morte no Antigo e Novo Testamento.
Saber que a morte, apesar dos pesares, é o início da vida eterna.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 Prezado professor, a morte de um ente querido significa a interrupção abrupta de uma íntima relação humana. Esse fato traz o sentimento de vazio, saudade e solidão na alma. É possível que isso esteja acontecendo com alguns dos seus alunos. Por isso, com amor e cuidado, conclua a lição desenvolvendo a seguinte atividade reflexiva:
1. Selecione cinco alunos;
2. Peça a eles que relatem suas experiências de perda de ente querido (pode ser dentro ou fora da família);
3. Em seguida, leia 1 Tessalonicenses 4.13,14,18. Encerre a aula dizendo que o Espírito Santo é aquEle que consola os corações. Ore com eles!

COMENTÁRIO
 introdução
 Palavra Chave
Morte: Interrupção definitiva da vida terrena.

 Numa sociedade materialista, evita-se falar sobre assuntos negativos. No entanto, a morte é um fenômeno real que se abate sobre os seres humanos de todas as idades, classes sociais e religiões. Afinal de contas, quem pensa em morrer? Há alguma virtude na morte? Nos dias atuais, o desespero vem tomando conta das pessoas, até mesmo das que professam a fé cristã. É uma pena que alguns púlpitos não estejam preocupados em preparar as suas ovelhas, através das Sagradas Escrituras, para enfrentar essa realidade que pode chegar a qualquer família, sem avisá-la ou pedir-lhe licença. Por isso, nessa lição, demonstraremos que Deus se preocupa com a fragilidade e vicissitude humanas, principalmente quando se trata de um tema tão laborioso e delicado.

I. O QUE É A MORTE

1. Conceito. Não é tarefa fácil definir a morte. Como fenômeno natural, ela é discutida na ciência, na religião e faz parte de debates cotidianos, pois atinge a todos (Sl 89.48; Ec 8.8). Anteriormente definida como parada cardíaca e respiratória, o consenso médico atual a define como cessamento clínico, cerebral ou cardíaco irreversível do corpo humano. No entanto, a definição mais popular do fenômeno é a “interrupção da atividade elétrica no cérebro como um todo”. A constatação de que a pessoa entrou em óbito é o ponto de partida para a permissão, ou não, pela família, de doar órgãos.

2. O que as Escrituras dizem? “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Deus não criou o homem e a mulher para morrer. O Senhor não planejou tal realidade para o ser humano. Mas, conforme descrito em Romanos 6.23, a morte é consequência da queda (Gn 3.1-24). O pecado roubou, em parte, a vida eterna da humanidade. Assim, a Bíblia demonstra que a morte é a consequência inevitável do pecado, e realça esse fato como a separação entre “alma” e “corpo” (Gn 35.18).
3. É a separação da alma do corpo. A base bíblica para esse entendimento está em Gênesis 35.18, quando da morte de Raquel: “E aconteceu que, saindo-se lhe a alma (porque morreu)”. Tiago, o irmão do Senhor, corrobora esse pensamento quando ensina: “Porque, assim como o corpo sem o espírito [alma] está morto, assim também a fé sem obras é morta” (2.26). Teologicamente e, segundo as Escrituras, podemos afirmar que a separação da “alma” do “corpo” estabelece o fenômeno natural e também espiritual que denominamos morte. Mas, o que acontece com a alma após a separação do corpo? Há vida após a morte? São indagações que podemos fazer.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
 Tecnicamente a morte é o cessamento clínico, cerebral e cardíaco irreversível do organismo. Biblicamente, porém, é a separação entre o corpo e a alma.

II. A VIDA APÓS A MORTE
 1. O que diz o Antigo Testamento. “Morrendo o homem, porventura, tornará a viver?” (Jó 14.14a). Essa é uma pergunta de interesse perene para todos os seres humanos. Indagações como: “Há vida após a morte?”, “Existe consciência noutra vida?” são questões existenciais não muito resolvidas até mesmo para alguns teólogos. Entretanto, as Escrituras têm as respostas a essas perguntas.

a) Sheol. Em Salmos 16.10 e 49.14,15, o termo hebraico é “sheol”. Essa palavra aparece ao longo de todo o Antigo Testamento. É traduzido por “inferno” e “sepultura”. Tais expressões denotam a ideia de imortalidade da alma e a esperança de se estar diante de Deus após a experiência da morte. Tal expectativa representa o âmago das expressões do salmista.

b) A esperança da ressurreição. O patriarca Jó, após muito padecer, expressou-se confiantemente: “E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus” (19.26 cf. vv.23-25,27). O salmista expressou-se a esse respeito da seguinte forma: “Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando despertar, ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança” (17.15 cf. 16.9-11). Os profetas Isaías e Daniel expõem a esperança da ressurreição como um encontro irreversível com Deus (Is 26.19; Dn 12.2). Esses textos realçam a doutrina da esperança na ressurreição do corpo em glória e denotam, inclusive, a alegria do crente em se encontrar com o seu Deus após a morte. Logo, podemos afirmar categoricamente que o Antigo Testamento, respalda, inclusive com riqueza de detalhes, que há vida e consciência após a morte.

2. O que diz o Novo Testamento. A base bíblica neotestamentária da existência de vida consciente após a morte e a imortalidade da alma está fundamentada exatamente na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele foi quem trouxe luz, vida e imortalidade ao homem que crê. As evidências são abundantes (Mt 10.28, Lc 23.43, Jo 11.25,26; 14.3; 2 Co 5.1). Essas porções bíblicas ensinam claramente a sobrevivência da alma humana fora do corpo, seja a do crente ou a do não crente, após a morte. Não obstante, a redenção do corpo e a alegre comunhão eterna com Deus são resultados da plena e bem-aventurada ressurreição e transformação do corpo corruptível em incorruptível (1 Co 15.1-58; 1 Ts 4.16; Fp 3.21).
Definitivamente, e segundo as Escrituras, o dom da vida para os cristãos não é uma existência finita, mas uma linda história de comunhão com o Deus eterno. Foi Ele quem implantou em nós, através de Cristo Jesus, nosso Senhor, a sua graça salvadora enquanto estivermos em nossa peregrinação terrena.

 SINOPSE DO TÓPICO (II)
 As Escrituras denotam o dom da vida como uma existência infinita e, após o evento da morte, o início de uma história eterna de comunhão com Deus.

III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
 1. Esperança, apesar do luto. É natural que a experiência da separação de um ente querido traga dor, angústia, tristeza e saudade. O luto chega de forma inesperada na vida de qualquer pessoa. Mas a promessa do Mestre de Nazaré ainda sobrepõe-se a qualquer vicissitude existencial: “[...] quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11.25).

2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna. O Pai entregou seu Filho em favor da humanidade, e assim o fez simplesmente por amor (Jo 3.16). Esse ato amoroso proporcionou a possibilidade de escaparmos do juízo divino pelo sangue precioso derramado por Cristo Jesus. Isso leva-nos a refletir que sem a morte de Jesus não haveria ressurreição. Logo, não haveria pregação do Evangelho nem salvação. O apóstolo Paulo tinha a convicção de que a Cruz de Cristo é o âmago do Evangelho (1 Co 1.17), do novo nascimento e da vida eterna. Hoje só amamos o Senhor porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19). Por isso, pela sua morte, e morte de cruz temos, nEle, a vida eterna.

3. A morte: o desfrutar da vida eterna. O fenômeno da morte é para o crente a prova da fé vigorosa revelada em sua vida terrena. Essa fé manifesta-se numa consciência de vitória apesar de a morte mostrar-se como uma aparente derrota. O apóstolo Pedro lembra dessa fé quando exorta-nos: “[...] alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (1 Pe 4.13).
Para o crente a morte não é o fim, mas o início de uma extraordinária e plena vida com Cristo. É a certeza de que o seu “aguilhão” foi retirado de uma vez por todas, selando o passaporte oficial para a vida eterna em Jesus (1 Co 15.55; Os 13.14). Um dia nosso corpo será plenamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17)!
 SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Apesar da dor e do luto, para o cristão, a morte é o início do desfrutar da vida eterna.

CONCLUSÃO
 Precisamos ter consciência de que a nossa vida é semelhante à flor da erva. Ela se esvai rapidamente. Todavia, tenhamos em mente que o “viver é Cristo e o morrer é lucro”. Portanto, não se prenda às questões passageiras e efêmeras. Na peregrinação existencial, preencha sua mente com o Evangelho. Assim, ao final de sua vida poderá jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no final da sua carreira: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Em Cristo, tenha paz e esperança, porque Ele é a ressurreição e a vida.

VOCABULÁRIO
 Enigmática: Misteriosa; indecifrável.
Efêmeras: Passageira, temporária, transitória.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
GEISLER, N. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja e As Últimas Coisas. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD, 2010.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Vida Cristã
 “Enfrentando a Dor
Os braços de Jesus na Cruz — abertos e estendidos para alcançar a todos — oferecem uma alternativa para nossas rotas de escape e para nossos mecanismos de anulação da dor. Eles nos acenam para que abracemos o sofrimento, a fim de que não fujamos dele; para que aceitemos e suportemos ativamente a angústia, em vez de evitá-la. Jesus era ‘homem de dores, experimentado nos trabalhos’ (Is 53.3). Nós também devemos, para caminhar na vereda da cura, querer engajar a dor e o sofrimento em nossa vida.
[...] O mesmo é verdade na cura das feridas humanas: enfrentar a dor é o caminho da cura. Em vez de recuar, devemos arremeter em direção à dor e, depois, através dela. Será que estamos desejosos de fazer isso em relação as nossas feridas? Embarcar em uma jornada em direção aos nossos locais obscuros? Abraçar nossas dores? Engajar o sofrimento em nossa vida?
[...] O que envolve abraçar a dor? O que isso pode acarretar em nossa vida? Depende muito da natureza e da profundidade da dor” (SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.122-24).

ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
PASTOR NA ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO
CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.





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