LIÇÃO 8 – O LEGADO
DE ELIAS
24 de fevereiro de
2013
TEXTO ÁUREO
"E disse
Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por
ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu,
filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias"(2 Rs 3.11).
VERDADE PRÁTICA
Através do
ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que
aprenderam a servir.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - A origem da chamada - 1Reis 19.16
Terça - A exclusividade da chamada - 1Reis 19.20
Quarta - O custo da chamada - 1Reis 19.21
Quinta - A autoridade da chamada - 2Reis2.14
Sexta - Os inimigos da chamada - 2Reis 3.13,14
Sábado - Os resultados da chamada - 2Reis 2.15
INTRODUÇÃO
O teólogo
norte-mericano A.W. Tozer disse certa vez que "nada morre de Deus quando
um homem de Deus morre!" Essa máxima é verdadeira em relação ao profeta
Elias e ao seu sucessor, Eliseu. Elias exerceu um ministério excepcional no
reino do Norte e, sem dúvida, foi o responsável por ajudar o povo de Deus a
manter a sua identidade. Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em
que precisou parar. Elias teve o cuidado de seguir a orientação divina na
escolha do seu sucessor, bem como em prepará-lo da forma correta. Esta lição
nos ensinará como se deu esse processo e como podemos aprender com ele.
I - O LONGO
PERCURSO DE ELIAS
2. Uma revelação
transformadora. Vendo que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio
Senhor trata de dialogar com o profeta. É nesse diálogo que percebemos que
Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Duas coisas ficam patentes:
Deus continuava sendo Senhor da história e Elias não havia trabalhado em vão (1
Rs 19.9-14). O Senhor revela, então, ao profeta a existência de sete mil
remanescentes da adoração a Deus (1 Rs 19.18). Quem eram? Ninguém sabe, mas com
certeza pessoas do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao Senhor.
Foi o próprio Deus quem os havia conservado. Mas a revelação continuou: Deus
revelou a Elias a necessidade de um sucessor (1 Rs 19.16). Deus agora tinha
outros planos para Elias. Deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos
descartáveis, mas ninguém é insubstituível.
II - ELIAS NA
CASA DE ELISEU
1. A exclusividade
da chamada. O texto de 1 Reis 19.19-21, que trata sobre a vocação de Eliseu, é
rico em detalhes a respeito de sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse
relato. Primeiramente observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida, Eliseu
fazia parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo lugar, Deus chama
para o seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava trabalhando com doze
juntas de bois! A obra de Deus não é profissão nem tampouco emprego. É vocação!
Em terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou
os bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode
olhar para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é
um "servir". Eliseu passou a servir a Elias.
2. A autoridade da
chamada. Quando Elias encontrou a Eliseu, o texto sagrado registra: "E
lançou o seu manto sobre ele" (1 Rs 19.19). Na cultura bíblica, o manto é
símbolo da autoridade profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo sobre outrem
demonstrava transferência de poder e autoridade. Com esse gesto, Eliseu estava
sendo credenciado para o ofício profético. De nada adianta o ofício se a unção
não o acompanha! Não é, portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção
que valida o ofício! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um
ministério marcado por milagres. Hoje há muita titulação, mas pouca unção de
Deus!
III - ELIAS E O
DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de
Eliseu. O relato de 2 Reis 2.1-8 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu.
Elias vai a vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o
profeta põe o discípulo à prova. Primeiramente, Eliseu demonstrou estar
familiarizado com aquilo que o Senhor estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele
estava consciente de que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias,
aconteceria a qualquer momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa
história. Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou
largar Elias. Ele o acompanhou em Gilgal, Betel, Jericó e Jordão (2 Rs 2.1-6).
Tivesse ele ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi!
Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. Em terceiro lugar, Eliseu
provou ser um homem vigilante quando "viu" Elias sendo assunto aos
céus! (2 Rs 2.12).
2. A nobreza de um
pedido. O pedido que Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus
é algo que merece uma reflexão à parte. Na verdade, o pedido de Eliseu revela a
nobreza da sua chamada. Diante de uma oportunidade única, Eliseu não teve
dúvidas, e pediu: "Que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim"
(2 Rs 2.9). Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras
ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha dúvidas;
queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus agradou-se do
pedido de Eliseu como se agradara do pedido de Salomão (1 Rs 3.10). Muitas
vezes as pessoas preferem aquilo que é medíocre em vez do que é nobre. Preferem
escolher o que satisfaz o ego em vez de escolher o que agrada e alegra a Deus.
IV - O LEGADO DE
ELIAS
1. Espiritual.
Elias saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico,
mas foi um gigante na fé. E, como tal, passou ao seu discípulo um exemplo de
piedade e serviço. O profeta defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs
18.22-36). Extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe e predisse a grande seca
sobre Israel (1 Rs 17.1). Somente um homem com semelhante fé em Deus seria
capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23;
18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse
legado como herança.
2. Moral. O profeta
Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era também
portador de singulares predicados morais. O seu valor e coragem são
perceptíveis no relato bíblico. Ele confrontou os profetas de Baal e
reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado,
do que era justo, ou injusto, era bem patente na vida de Elias. Por isso ele
teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe, quando
este consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.17-20). Eliseu aprendera que
ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir
valores morais e espirituais bem definidos.
CONCLUSÃO
A história de Elias
e de seu sucessor, Eliseu, é instrutiva para a liderança espiritual. Com Elias,
aprendemos que os líderes são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas.
Aprendemos que a história do reino de Deus é construída por homens que se
dispõem a obedecê-lo.
SUBSIDIOS
LIÇÃO 08 – O LEGADO
DE ELIAS - 1º TRIMESTRE 2013
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o que significa o termo legado. Destacaremos qual foi o
legado que Elias deixou. Veremos ainda que, apesar de Elias pensar que estava
sozinho o Senhor lhe dirigiu a palavra dizendo que havia ainda sete mil
adoradores verdadeiros que não se curvaram diante de Baal. Pontuaremos como se
deu a chamada, formação e capacitação do profeta Eliseu como substituto de
Elias. E, por fim, elencaremos quais as lições que podemos extrair do chamado
de Eliseu.
I – O QUE
SIGNIFICA LEGADO
O dicionário Aurélio traduz a palavra “legado” da
seguinte forma: “dádiva deixada em testamento; valor previamente determinado,
ou objeto previamente endividado, que alguém deixa a outrem por meio de
testamento”. No contexto da nossa lição, a palavra legado diz respeito a
herança moral, ministerial e espiritual que o profeta Elias, deixou para o seu
sucessor Eliseu, bem como também para todos os servos de Deus em todas as
épocas.
II – QUAL
FOI O LEGADO DE ELIAS
Elias como um profeta de Deus, deixou como legado seu exemplo de vida, seu
caráter. O Aurélio define a palavra “caráter” como: “o
conjunto de traços particulares, o modo de ser de um indivíduo; índole;
natureza”. A Bíblia nos revela o caráter moral, ministerial e espiritual deste
homem de Deus. Vejamos cada um deles detalhadamente:
2.1 Moral. Esta
expressão diz respeito aos “princípios que regem a vida do ser humano,
mostrando o que é certo e o que é errado” (ANDRADE, 2006, p. 270). Elias
manteve-se íntegro num período de tanta apostasia sob o
governo de ímpio rei Acabe e da maldosa Jezabel (I Rs 16.30,31). Ele mesmo
descreve-se como um servo muito zeloso pelo
Senhor (I Rs 19.10).
2.2
Ministerial. Já vimos que, Elias recebera de Deus o chamado para ser
profeta (I Rs 17.1). O registro bíblico nos mostra que ele exerceu seu
ministério como um verdadeiro mensageiro de Deus, pois anunciou que haveria
seca sobre Israel, apoiado na Escritura, como sentença pela indiferença
espiritual (Dt 28.23,24; II Cr 7.13); denunciou a idolatria de Acabe (I Rs
18.18); confrontou Acabe e os profetas de Baal e Aserá no Monte Carmelo a fim
de erradicar a adoração ao ídolo e mostrar para Israel quem era o verdadeiro
Deus (I Rs 18.19-40); e fez conhecida a injustiça cometida contra Nabote,
pronunciando a sentença por este pecado (I Rs 21.17-24).
2.3
Espiritual. O profeta Elias se tornou uma referência espiritual. Ele é
chamado diversas vezes de “homem de Deus”
(I Rs 17.18,24; II Rs 1.6,9,11,13). Isto também porque as palavras proféticas
que saiam da sua boca vinham da parte de Deus, porque tinha real cumprimento,
eis algumas: (1) Elias profetizou que não choveria e não choveu(I Rs
17.1-b);(2) Em seguida anunciou que choveria e realmente choveu (I Rs
18.41,45); (3) falou a viúva de Sarepta que a farinha e o azeite da botija não
faltaria e não faltou (I Rs 17.14-16); (4) Orou a Deus pela ressurreição do
filho desta mesma viúva e ela asseverou: “...nisto conheço agora que
tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (I
Rs 18.24); (5) No monte Carmelo clamou por fogo e o fogo caiu sobre o altar (I
Rs 18.36,38).
III – O
REMANESCENTE FIEL NO TEMPO DE ELIAS
A grande apostasia no Reino do Norte durante o reinado de Acabe e as ameaças de
Jezabel aos profetas de Deus, levou o profeta Elias, em sua fragilidade,
algumas vezes, fazer declarações precipitadas, pensando ele que era o único
servo de Deus que restara “...só eu fiquei por profeta do Senhor...” (I
Rs 18.22). Confira também (I Rs 19.10,14). No entanto, a voz divina assegura ao
profeta que havia um remanescente que não tinha se corrompido com a adoração a
Baal (I Rs 19.18). Entre os sete mil adoradores verdadeiros, podemos citar o
nome de alguns, vejamos:
·
Micaías.Havia no palácio de Acabe profetas
falsos que comiam da mesa de Jezabel, e profetizavam apenas o que lhe agradava
(II Cro 18.5; I Re 18.19). No entanto, existia também um profeta do Senhor, o
seu nome é Micaias que significa: “quem é como Deus”. Ele
era um mensageiro de Jeová que se opunha severamente a práticas do rei
Acabe como este mesmo declara (I Rs 22.8). Ele se manteve fiel ao que
Deus lhe mandava dizer (II Rs 22.14,28), apesar de lhe custar prisão,
espancamento e privações (I Rs 22.24, 27).
·
Obadias.Seu nome significa “servo
de Jeová”. Apesar de ser um “mordomo” do
monarca Acabe (I Rs 18.3,5). Este homem, temia muito a Deus e aos homens de
Deus (I Rs 18.7). Ele ajudou a ocultar os servos do Senhor a fim de que
não fossem mortos por Jezabel (I Rs 18.13).
·
Eliseu.Seu nome quer dizer“Deus é salvação”.Sem
dúvida alguma,para que Deus escolhesse Eliseu para ser sucessor do profeta
Elias, ele deveria ser um servo fiel. Observa-se isso também pela sua atitude
ao receber o chamado divino, quando obedeceu sem hesitar, despedindo-se deu seu
pai e mãe, mostrando assim ser um bom
filho
(I Rs 19.20,21).
IV – A ESCOLHA, A
FORMAÇÃO E A CAPACITAÇÃO DE ELISEU PARA PROFETA
Não resta dúvidas de que Elias exerceu um ministério extraordinário no Reino do
Norte, pois ele foi responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua
identidade espiritual, fazendo com que Israel pudesse testemunhar que só o
Senhor é Deus. Contudo, assim como todos os homens levantados por Deus, seu
ministério estava chegando ao final, por isso necessitava de um substituto.
Para isso, Elias não agiu por conta própria, ele só o fez quando e como a voz
divina lhe orientou a fazer, quando lhe disse: “...e também a Eliseu,
filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar” (I
Rs 19.16). Diante da da ordem divina, Elias prontamente se dispôs a cumprir (I
Rs 19.19). A maneira como Deus utiliza-se de Elias para separar Eliseu está
registrada em (I Rs 19.19-21), este texto nos mostra pelo menos três aspectos
da vocação divina, vejamos quais são:
4.1
Chamada. A palavra “chamar” no hebraico é “qãrã” que
significa “chamar alguém, convidar, convocar”. O Senhor chama quem Ele quer,
inclusive pessoas simples (Am 7.14; I Sm 16.11). Eliseu, por exemplo,
trabalhava arando terra (I Rs 19.19-a). A escolha de Eliseu foi uma expressão
da soberania do Senhor (I Rs 19.16), e ele a fez através de Elias (I Rs 19.19).
A Bíblia registra que ao aproximar de Eliseu “...Elias passou por
ele, e lançou a sua capa sobre ele” (I Rs 19.19-b). O manto de Elias
era feito de peles de animais recobertas de pêlos. Usualmente era empregado o
couro de cabra, com os pêlos do lado de fora. Esse manto era parte distintiva
das vestes de um profeta e o identificava como vidente (II Rs 1.8; Zc 13.4; Mt
3.4). Acreditava-se que o poder espiritual era transferido ao profeta por meio
do seu manto (II Rs 2.13,14). Naturalmente pensamos que isso era um ato
meramente simbólico, mas nos tempos antigos as mantas dos profetas eram
consideradas seriamente objetos de poder. (CHAMPLIN, 2001, p. 1445).
4.2
Formação. Apesar de receber a chamada de Deus, Eliseu não estava
pronto. Ele precisava ser formado por Elias. A expressão “formar” do hebraico “yatsar” significa:
“formar, moldar, modelar”. Como podemos ver, Eliseu não demorou para entender
isso pois receber o chamado prontificou-se a seguir e servir o
homem de Deus “...então se levantou e seguiu a Elias, e o
servia” (I Re 19.21-b). Eliseu se tornou um servo e
aprendiz de Elias. Ele tinha servido bem à sua família. Agora seria fiel
e útil ao profeta. Daquele dia em diante Eliseu passou a andar junto de Elias,
acompanhando passo a passo sua maneira de proceder (II Re 2.1-6) e servindo-o
naquilo que era necessário, de maneira que quando alguém se referiu a Eliseu
disse: “...aqui está Eliseu, filho de Safate, que
derramava água sobre as mãos de Elias” (II Rs
3.11-b).
4.3
Capacitação. Ao andar junto de Elias, Eliseu percebeu que além da
chamada que havia recebido e da formação que estava recebendo do profeta, era
necessário algo mais: a capacitação. Por isso antes de ser tomado, num
redemoinho aos céus, o profeta Elias perguntou-lhe o que ele queria que lhe
fosse dado, e Eliseu respondeu: “...peço-te que haja porção
dobrada de teu espírito sobre mim” (II Re 2.9-b). Elias então
disse a Eliseu que isto fora um pedido difícil, no entanto, seria concedido se
ele o visse subir ao céu, o que aconteceu em seguida (II Re 2.10-12). Agora, o
profeta Eliseu, ao pegar a capa de Elias, foi conferir se a capacidade divina
de fato estava sobre ele, então deu com a capa no rio Jordão, que abriu ao meio
imediatamente
(II Re 2.14). Não foi necessário Eliseu dizer que estava capacitado, os filhos
dos profetas reconheceram isso:“Vendo-o, pois, os filhos dos
profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito
de Elias repousa sobre Eliseu.” (II Re 2.15-a).
V – O QUE
PODEMOS APRENDER COM O CHAMADO DE ELISEU
5.1
Disponibilidade. Eliseu não recusou o chamado divino. Quando Elias lhe
lançou a capa, ele se mostrou
disponível “e
correu após Elias” (I Rs 19.20-a). Ao recebermos o chamado divino
devemos estar disponíveis seja para o que for. Tal qual o profeta Isaías diante
do clamor divino, devemos responder: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is
6.8-b).
5.2
Renúncia. Apesar de ter um trabalho e de amar a sua família, Eliseu
demonstrou estar disposto a renunciar o que fosse preciso para atender a
convocação divina “Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e
disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei”(I
Rs 19.20-a). Tal como os discípulos de Jesus abandonaram suas redes de pescar e
puseram-se a segui-lo (Mt 4.20). Esta deve ser uma característica de todo
aquele que de modo semelhante recebe o chamado divino. Eliseu se desfez
completamente daquilo que exercia antes de receber o chamado divino,
mostrando-nos claramente que dali por diante sua tarefa era outra (I Rs
19.21).
5.3
Serviço. O chamado de Eliseu nos ensina que ao sermos chamados
por Deus devemos estar dispostos a servir. Eliseu como aprendiz aprenderia a
exercer o seu chamado servindo a Elias (I Rs 19.21). Deus prepara o homem que
vai usar através de um homem que já é usado por Ele. A Bíblia cita exemplos
dessa verdade, eis alguns exemplos: Josué foi preparado por Deus
servindo Moisés (Êx 24.13; 33.11; Nm 11.28; Js 1.1); Samuel
serviu a Eli (I Sm 2.11; 3.1); Timóteo servia a Paulo,
a quem ele chama de filho (I Co 4.17; I Tm 1.2,18; II Tm 1.2;
3.14).
CONCLUSÃO
Elias, sem dúvida alguma, foi um homem extraordinariamente usado por Deus. Seu
exemplo de vida, caráter e ministério se constitui numa herança que o servo do
Senhor deixou não somente para os seus contemporâneos, mas também para todos
aqueles que são chamados por Deus para uma obra específica. A chamada de Eliseu
por sua vez, nos ensina como devemos proceder ante o chamado divino.
(1) Posto que Elias não recebera nenhuma
mensagem do Senhor para permanecer em Jezreel, sua presença ali significava
arriscar desnecessariamente a sua vida (cf. 18.1). Seguiu então para o monte
Horebe (i.e., o monte Sinai).
(2) A retirada forçada de Elias para o território de Judá e
o deserto é um exemplo daqueles que "por causa da justiça" (ver Mt
5.10) são maltratados e forçados a andar errantes pelos desertos, e montes, e
pelas covas e cavernas da terra (Hb 11.37,38).
-De maneira semelhante a Elias, há profetas que tiveram de
deixar suas igrejas; pregadores, os seus púlpitos; professores, as suas salas
de aula; e leigos, os seus empregos; por se posicionarem contra o pecado, por
falarem segundo a Palavra de Deus, e seguirem o caminho da justiça, por amor do
nome de Deus. Grande é o seu galardão no céu (Mt 5.10-12).
1REIS 19.4 TOMA AGORA
A MINHA VIDA. Elias tomado de cansaço, desânimo, tristeza, orou pedindo a Deus
que Ele o dispensasse do pesado ministério profético e o deixasse partir para o
descanso celestial.
(1) Os sentimentos de
Elias não eram muito diferentes dos do:
(a) apóstolo Paulo,
quando afirmou ter "desejo de partir e estar com Cristo" (Fp 1.23), ou
(b) dos heróis da fé, que "desejam uma [pátria] melhor,
isto é, a celestial" (Hb 11.16; ver também Moisés, em Nm 11.15).
(2) Algumas das razões de estar Elias profundamente desanimado.
(a) Aparente fracasso: ele esperava a conversão de todo o
Israel, e possivelmente, até mesmo de Jezabel; mas agora, pelo contrário, tinha
que fugir para salvar sua vida. A esperança, a labuta e o esforço da sua vida
inteira findavam agora em fracasso, conforme parecia (vv. 1-4).
(b) Solidão: julgava ser ele o único que batalhava pela
verdade e justiça de Deus (v. 10; cf. Paulo, 2 Tm 4.16). (c) Exaustão física
depois de uma longa e árdua viagem (vv. 3,4; 18.46).
1REIS 19.5 UM ANJO O
TOCOU. Deus cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amorável (Hb
4.14,15).
(1) Permitiu que Elias dormisse (vv. 5,6).
(2) Fortaleceu-o com alimentos (vv. 5-7).
(3) Propiciou-lhe uma
revelação inspiradora do seu poder e presença (vv. 11-13).
(4) Concedeu-lhe nova revelação e orientação (vv. 15-18).
(5) Deu-lhe um companheiro fiel e fraterno (vv. 16,19-21).
-Noutras palavras, quando o filho de Deus enfrenta o
desânimo, no desempenho que Deus lhe confiou, ele pode suplicar a Deus, em nome
de Cristo, que lhe dê força, graça e coragem, e os capacite diante de tais
situações (Hb 2.18; 3.6; 7.25).
1REIS 19.11,12 EIS
QUE PASSAVA O SENHOR. Para animar Elias e fortalecer a sua fé, Deus o visitou
no monte Horebe (i.e., o monte Sinai, o monte da revelação).
(a) Essa visitação foi acompanhada de um forte vendaval, um
terremoto e fogo, mas o Senhor não estava em nenhuma dessas coisas.
(b) Pelo contrário, a revelação de Deus veio através de
"uma voz mansa e delicada".
(c ) Elias pôde ver que a obra de Deus avança e prossegue,
"não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos
Exércitos" (Zc 4.6).
(d) De modo algum, Deus abandonara seu profeta, nem o seu povo
fiel. Pelo seu Espírito e pela palavra eterna, Ele traria a redenção, a justiça
e a salvação eternas.
1REIS 19.16 A
ELISEU... UNGIRÁS PROFETA. Deus mandou Elias ungir Eliseu como seu sucessor.
Note que não somente sacerdotes e reis eram ungidos para seus respectivos
cargos, mas também profetas, Eliseu iria:
(1) auxiliar Elias,
(2) auxiliar Hazael, rei da Síria, e Jeú, rei de Israel, a
derrotar os inimigos de Deus (vv. 16,17), e
(3) proclamar a palavra de Deus ao remanescente fiel (v.
18).
(4) Os ministérios de Elias e Eliseu abrangeram um período
de 75 anos (875-800 a.C., durante os reinados de Acabe, Acazias, Jorão, Jeú,
Jeoacaz e Jeoás).
(5) Eliseu foi um fiel servidor do profeta ancião e ficou
conhecido como aquele "que deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs
3.11).
1REIS 19.18 EM ISRAEL
SETE MIL. Os sete mil de Israel, que não dobraram os joelhos a Baal, são parte
dos fiéis sofredores, em todas as gerações, livres de apostasia, de
transigência com o erro e de mundanismo entre o povo de Deus, e que perseveram
no amor, na fé e na obediência a Deus e à sua Palavra.
(1) São os que fogem dos maus caminhos do mundo, que lavaram
as suas vestes e as embranqueceram no sangue do Cordeiro (Ap 7.14),
(2) que são perseguidos por amor à justiça (Mt 5.10)
(3) e que permanecem firmemente no caminho estreito (Mt 7.14).
(4) Do começo ao fim das Escrituras, é o remanescente fiel e
vencedor que é conhecido pelo Senhor (2 Tm 2.19).
(5) Deus promete guardar esse remanescente leal, pelo seu
poder, através da fé (1 Pe 1.5), e
(6) o Cordeiro os conduzirá ao lar celestial (Ap 7.17).
2REIS 2.1-25 Com o relato da “ascensão” de Elias conclui-se o
ciclo deste grande profeta e começa o do seu discípulo Eliseu.
(1) Além do
grande número de milagres, o ciclo de Eliseu narra alguns episódios de guerra
(2Rs 3.1-27; 6.24—7.20) e
(2) várias
atuações do profeta fora das fronteiras do seu país (8.7-15; 13.14-21; cf.
5.1-23).
2REIS 2.1 Gilgal: Este nome habitualmente se refere
ao santuário situado entre Jericó e o rio Jordão (ver Js 4.19). Mas o contexto
(v. 2) sugere que se trata aqui de um lugar com o mesmo nome mais próximo de
Betel.
2REIS 2.2 Fica-te aqui: Esta ordem, que se repete
duas vezes (vs. 4,6), faz pensar que Elias previa o que iria acontecer (cf. v.
11). A tríplice repetição da ordem introduz no relato uma nota de suspense e
mistério.
2REIS 2.2 O santuário de Betel
existia desde a época dos patriarcas (Gn 12.8; 28.10-22; 35.1-15) e depois foi
transformado por Jeroboão I no templo nacional, rival de Jerusalém (1Rs
12.28-33; Am 7.13).
2REIS 2.3
Os discípulos dos profetas: (Ver 1Rs 20.35).
(1) Ao que parece,
os grupos de profetas extáticos que existiam em Israel desde tempos antigos
(1Sm 10.10; 19.20).
(2) não devem ser identificados com os chamados discípulos
dos profetas, já que estes praticavam uma forma de vida mais organizada: às
vezes, viviam em comunidade (2Rs 6.1),
(3) tinham
refeições em comum (4.38-41) e
(4) eram
dirigidos por um chefe a quem chamavam pai (2.12; 6.21; 13.14). Além
disso, estes relatos não os mostram num estado de transe coletivo, como
acontecia com os profetas extáticos.
2REIS 2.3 A importância do santuário de Betel
permite supor que ali havia uma comunidade de profetas relativamente numerosa.
2REIS 2.8 Esta cena lembra a travessia dos
israelitas pelo mar Vermelho (Êx 14.16,21-22) e pelo rio Jordão (Js 3.13-17).
2REIS 2.9 Ao fazer esta petição, Eliseu
expressava o seu desejo de ser o herdeiro espiritual de Elias, já que uma porção
dobrada era reservada ao filho maior ou primogênito (cf. Dt 21.17).
2REIS 2.11 O carro de fogo e os cavalos
de fogo simbolizavam o poder invencível do Senhor
(cf. 2Rs 6.17; Sl 68.17).
-O redemoinho
e a tormenta acompanham as manifestações de Deus (ver 1Rs 8.11, n.; cf. Ez 1.4;
Na 1.3).
2REIS 2.12 Meu pai, meu pai: Eliseu
lança um grito de dor diante da partida definitiva do seu mestre.
2REIS 2.12 Carros de Israel e seus
cavaleiros: Outra tradução possível: para Israel como um poderoso
exército. A exclamação dá a entender que o povo tinha no profeta uma força
comparável à de um exército. A mesma expressão encontra-se outra vez nos lábios
de Jeoás, rei de Israel (2Rs 13.14).
2REIS 2.13 O manto de Elias,
recolhido por Eliseu, era o sinal da presença do Espírito do Senhor nele (cf. v. 15).
2REIS 2.19-25 O ciclo de Eliseu,
diferentemente do de Elias, relata uma série extensa de milagres:
(1) o tornar
saudáveis as águas (2Rs 2.19-22),
(2) o castigo dos
zombadores (2.23-24),
(3) a
multiplicação do azeite (4.1-7),
(4) o milagre da
comida (4.38-41),
(5) a
multiplicação dos pães (4.42-44),
(6) a recuperação do machado (6.1-7) e
(7) a
ressurreição de um morto no túmulo do profeta (13.20-21).
- Junto com esses
relatos muito simples, encontram-se outros literariamente mais detalhados: (a) o
nascimento e a cura do filho da sunamita (4.8-37) e
(b) a cura de
Naamã (5.1-27).
MATEUS 28.19 IDE... ENSINAI... BATIZANDO. Estas
palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em
todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa
missionária da igreja.
(1) A igreja deve
ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação
no NT, da parte de Cristo e dos apóstolos (ver Ef 2.20). Esta tarefa inclui a
responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At
13.1-4).
(2) O evangelho
pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc
24.47),
(a) na promessa
do recebimento de o dom do Espírito Santo (At 2.38),
(b) e na
exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), e
(c) ao mesmo
tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).
(3) O propósito
da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os mandamentos de Cristo.
Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção
de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em
decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente
em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se
separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo
o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31).
(4) Note-se,
ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os
perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo.
Aqueles que crêem em Cristo devem abandonar o presente sistema mundano maligno
e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14;), e ao mesmo tempo expor
a sua malignidade (Ef 5.11).
(5) Os que crêem
em Cristo e no evangelho devem ser batizados em água. Este ato representa o
compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria
natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a Cristo e aos propósitos do
seu reino (ver At 22.16).
(6) Cristo estará
com seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do Espírito
Santo (cf. v. 20; 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar
somente depois que do alto sejam revestidos de poder (Lc 24.49; ver At 1.8)
MATEUS 28.20 ESTOU CONVOSCO.
(a) Esta promessa
é a garantia de Cristo para os que estão empenhados em ganhar os perdidos e
ensinar-lhes a obedecer aos seus padrões de retidão.
(b) Jesus
ressurgiu, está vivo, e pessoalmente tem cuidado de cada filho seu.
(c) Ele está
contigo na pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16,26),
(d) e através da
sua Palavra (Jo 14.23).
(7) Não importa a
tua condição - fraco, pobre, humilde, sem importância , Ele cuida de ti e vê
com solicitude cada detalhe das lutas e provações da vida e concede a graça
suficiente (2 Co 12.9), bem como a sua presença para te dar vitória até o fim
(28;20, At 18.10). Esta é a resposta do crente, ante cada temor, dúvida,
problema, angústia e desânimo.
LUCAS 24.47 EM TODAS AS NACÕES. O próprio Cristo
institui a obra missionária cristã como uma tarefa santa e obrigatória da
igreja. Missões é um tema prioritário, tanto no Antigo como no Novo Testamento
(Gn 22.18; 1 Rs 8.41-43; Sl 72.8-11; Is 2.3, 45.22-25; Mt 28.19; At 1.8, 28.28;
Ef 2.14-18).
LUCAS 24.47 ARREPENDIMENTO E A REMISSÃO DE PECADOS.
Os discípulos somente deviam pregar o perdão dos pecados juntamente com o
arrependimento do pecador.
(a) O pregador
que anuncia a salvação como uma simples crença ou religião fácil, ou uma formal
aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compromisso voluntário do pecador de
obedecer a Cristo e à sua Palavra, está pregando um falso evangelho.
(b) O verdadeiro
arrependimento inclui o abandono do pecado, i.e., um elemento fundamental e
imutável do verdadeiro evangelho neotestamentário (ver Mt 3.2,).
ELABORADO PELO
EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA
E.B.D e PESQUISADOR
PASTOR NA
ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO – MT.
FONTES DE
PESQUISA:
CHAMPLIN, R.N.
Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
GARNER, Paul.
Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
BIBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL.
BIBLIA DE ESTUDO
ALMEIDA.
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