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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

SUBSIDIO PARA ESCOLA BIBLICA DOMINICAL



Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves

LIÇÃO 04 - A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO

Veremos nesta lição o que o Novo Testamento diz acerca da verdadeira prosperidade. Analisaremos o seu aspecto escatológico ou futuro, diferente dos heréticos teólogos da prosperidade, que se concentram somente no presente. Veremos ainda que o ter não pode prevalecer sobre o ser; e que, sem a filantropia, é inútil a prosperidade

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I - A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA
O Senhor Jesus sempre preveniu os seus seguidores quanto aos sofrimentos que decorreriam do fato deles abraçarem o evangelho (Mt 8.18-22; 10.16-22; Jo 16.33; 17.14,15). O Mestre nunca prometeu uma vida de grandes facilidades e comodidades. Isso, logicamente, remeteria os discípulos a uma perspectiva futura, de recompensas futuras. Um certo dia, Pedro se viu num dilema que, por vezes, atingem os cristãos em geral. Ele perguntou o seguinte ao Senhor: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos”? (Mt 19.27).
No versículo posterior, Jesus deixou claro que os seus seguidores receberiam a recompensa na eternidade, quando se assentariam sobre doze tronos (Mt 19.28). Jesus ainda disse que já neste tempo, ele receberia cem vezes tanto e também herdaria a vida eterna (Mt 19.29). Quando o Senhor falou sobre “cem vezes tanto” certamente estava se referindo a uma vida espiritual abundante, pois nem Pedro e nem qualquer outro dos doze jamais enriqueceram. O maior tesouro que um crente em Cristo pode ter é a vida eterna. Foi para isso que o próprio Verbo se fez carne (Jo 3.16).
É interessante notar que a ideia de galardão sempre está relacionada com a perspectiva celestial e com o futuro:
  • Mt 5.12 fala de galardão no céu;
  • Mt 6.1 fala de galardão junto ao Pai que está nos céus;
  • Mt 10.41 utiliza o verbo no futuro “receberá galardão”;
  • Mt 10.42 também faz uso do futuro “de modo algum perderá o seu galardão”;
  • Jo 4.34-36 diz que os trabalhadores da seara da evangelização ajuntam recompensa para a vida eterna;
  • Outros textos que mencionam o nosso galardão futuro (I Co 3.8,14; Cl 3.24; Hb 10.35; Ap 22.12);
A ideia de prosperidade que permeava a mente e o coração dos crentes da igreja primitiva residia na esperança de um futuro de glória junto à Cristo. Por isso, as dificuldades desta vida não esmagavam o seu bem estar (Rm 8.18). Mesmo os sofrimentos eram encarados como instrumentos de Deus para o bem de seus servos (Rm 8.28), e não como consequência de pecado ou falta de fé. Paulo chegou a dizer que sentia prazer nas angústias (Rm 5.3). A Carta aos Filipenses, conhecida como a “Carta Feliz” ou a “Carta da Alegria”, foi escrita de dentro de uma prisão. O apóstolo Paulo tinha a convicção de que nem mesmo a morte seria um impedimento para o gozo da vida (II Co 5.1-6). Ele chega a dizer que estava sempre de bom ânimo, pois, um dia, o mortal seria absorvido pela vida (II Co 5.4). O que importava nisso tudo é que a presença de Deus fosse conservada, pois nela está o verdadeiro sentido da vida (Fp 1.21).


II - A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE DE TER
Na realidade, o Novo Testamento fala muito mais dos perigos das riquezas do que de seus benefícios. O muito TER geralmente leva as pessoas ao NÃO SER, ou a serem o que Deus e a Sua Palavra condenam.
Vejamos alguns casos:

  • No texto de Mt 6.19-24, Jesus fala da inutilidade de se esforçar demasiadamente para ajuntar tesouros nesta vida, pois aqui, a traça e a ferrugem podem consumir, e o ladrão, pode roubar. Por que, então, não viver em função de riquezas que poderemos desfrutar por toda a eternidade? Ainda nesta passagem, o Senhor diz que as riquezas podem dividir o coração do crente, de forma que ele venha a ter dois senhores, a saber: Deus e Mamom. Isso é pecado de idolatria. Por isso, o apóstolo Paulo disse que a avareza é idolatria (Cl 3.5; cf. Ef 5.5);
  • O texto de Lc 12.16-21 nos mostra uma parábola acerca de um homem rico, que por muito ter, acabou se tornando uma pessoa egoísta, soberba, materialista, carnal e irracional. A sua insensatez não o deixou enxergar o óbvio: que as coisas desta vida são transitórias. Tinha muito na perspectiva humana (era rico), mas não tinha nada na perspectiva divina (era pobre). Faz-nos lembrar dos crentes da Igreja de Laodicéia, que se julgavam ricos, porém eram desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nus (Ap 3.17). Isso não é prosperidade. Pelo menos, não o é segundo Deus!
  • O texto de Mt 10.16-22 relata o episódio de um jovem rico, que até era religioso, mas apenas superficialmente. A passagem deixa claro que o seu coração estava mesmo nas riquezas. Prova disso, é que ele preferiu rejeitar o convite do Mestre a abrir mão de suas propriedades. Ele rejeitou o tesouro do céu, oferecido por Cristo, e apegou-se aos tesouros desta vida (10.21,22). Foi por causa desse ocorrido que Jesus disse: “Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus” (10.23);
  • O texto de I Tm 6.9,10 é um dos mais contundentes do Novo Testamento quanto ao perigo das riquezas. Nele, o apóstolo Paulo denuncia o risco que corre os que são movidos pelo desejo de serem ricos. Tal sentimento induz as pessoas à tentação, aos laços e a concupiscências nocivas, isto é, desejos desordenados, descontrolados que somente danificam o crente em todas as esferas de sua vida. Os teólogos da prosperidade deveriam ler estes versículos e atentarem para o fato de que os vivem em função do material naufragam na perdição e na ruína. O versículo 10 diz que abraçar a mentalidade de prosperidade material é praticar um suicídio espiritual; Podemos destacar o exemplo da Igreja de Esmirna, que era pobre na perspectiva social, mas o próprio Jesus afirmou categoricamente: “Mas tu és rico” (Ap 2.9). A sua riqueza consistia em boas obras para com Deus, uma vida de santidade e intolerância ao pecado, ao fato de passarem por tribulações diversas por amor a Cristo e não deixarem o seu lugar. Ser próspero é ser um crente fiel a Deus e à Sua Palavra e desfrutar de todas as bênçãos e riquezas espirituais que acompanham a salvação proporcionada por Cristo na cruz do Calvário, símbolo totalmente antagônico à teologia da prosperidade (Ef 1.3-6; I Co 1.22,23).
III - A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA
As riquezas oriundas de Deus para uma pessoa nunca visará o bem-estar único e exclusivo de quem as recebe apenas. Tanto no Antigo quanto no Novo, Deus manifestou o seu cuidado para com os pobres e sempre exortou os mais abastados a repartirem a sua fartura com os que padeciam necessidades. O apóstolo Paulo, escrevendo à Timóteo falou que os ricos não deveriam colocar suas esperanças nas incertezas das riquezas, mas em Deus (I Tm 6.17). E que os ricos fizessem o bem e enriquecessem de boas obras, repartindo a sua fortuna com os menos favorecidos (6.18). Deus dá para que possamos REPARTIR. Isso não é válido apenas para os ricos, mas para todos os cristãos, que devem ser movidos por um espírito generoso, dispostos muito mais a dar do que a receber.
As igrejas da Macedônia, mencionadas por Paulo, são um exemplo de filantropia. Mesmo em meio à provas, tribulações e dificuldades financeiras, eles repartiram o pouco que tinham de forma generosa e voluntária (II Co 8.1-4). Eles não somente deram o que tinham, mas deram-se a si mesmos, doaram-se para ajudar o próximo (8.5). A verdadeira manifestação da nossa fé e do amor de Cristo se dá mediante as nossas obras (II Co 8.9; Tg 2.14-17).
Ainda vemos a filantropia sendo realizada no Novo Testamento em textos como At 4.34, Rm 15.26, II Co 9.1-15, Gl 2.10. Os crentes em Cristo não devem apenas praticar a filantropia, mas “quererem praticá-la” (II Co 8.10). Devemos fazer isso não com tristeza ou por necessidade ou por conveniência (II Co 9.7). Uma coisa, todavia, deve ser esclarecida: a contribuição deve ser feita conforme as posses de cada um para que não aconteça o que o apóstolo menciona: “Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; mas para IGUALDADE… como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos” (II Co 8.13-15).


CONCLUSÃO
Vimos que, numa perspectiva presente, a verdadeira prosperidade está no aprofundamento progressivo da nossa comunhão com Deus, no usufruto da nossa salvação. E no futuro, estaremos com o Senhor eternamente, desfrutando do novo céu e da nova terra onde não haverá morte, nem pranto, nem clamor, nem dor (Ap 21.1-4).


REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. CPAD.








A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO
Texto Áureo: Rm. 14.17 – Leitura Bíblica: II Co. 8.1-9

I – INTRODUÇÃO:


O ensino neotestamentario sobre a prosperidade é bem explícito. Todavia, um contraste feito entre aquilo que ensina Jesus e o que dizem hoje dezenas de mestres modernos sobre esse mesmo assunto, nos passa a ideia de estarmos diante de duas coisas completamente diferentes. Por um lado, temos hoje dezenas de igrejas e pregadores incentivando o consumo e uma vida de acúmulo de bens. Por outro lado, temos o Senhor Jesus e Seus apóstolos até desencorajando tal ideia – Mt 6.19; I Tm 68-10. Qual a origem dessa contradição?


II – VOCÁBULOS QUE EXPRESSAM PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO:

O N.T. grego possui alguns vocábulos que expressam bem o sentido daquilo que é um viver próspero:

(1) – EUODOO – palavra formada por:

EU = PASSAR BEM e

HODOS = CAMINHO.

Portanto, o sentido é: PROSPERAR, SER BEM SUCEDIDO – I Cor 16.2; III Jo 2.

(2) – PERISSEUO – Essa palavra é um verbo, cujo sentido é o de TER EM EXCESSO.

(3) – PERISSOS – Essa palavra é um adverbio, que mantem o significado de MAIS DO QUE NECESSARIO – Jo 10.10; Fp 4.12, 18

Tanto PERISSEUO quanto PERISSOS são traduzidos em nossas bíblias como ABUNDANCIA.

Diante destes fatos, é necessario descobrirmos aquilo que Jesus e Seus apóstolos definiram como sendo um viver próspero.


III – REINO PRESENTE E REINO FUTURO:

Parece não haver dúvidas de que a cultura de hoje tem atribuído um sentido ao viver cristão que em nada se assemelha ao modelo vivido pelos crentes da Igreja Primitiva. Sucesso e consumo são termos que definem bem o que seja hoje uma vida próspera.

Por outro lado, prosperidade no N.T. não está vinculada a uma vida de realização material, mas com a restauração da comunhão com o Senhor que havia sido perdida.

Se a ideia que se tem hoje de alguém próspero é a daquele que galgou os degraus do sucesso e da fama, no N.T. ser próspero significa até mesmo a perda desse sucesso e dessa mesma fama – Fp 3.7-8; Lc 18.22; 19.2, 8.

Mc 10.29-30 - Embora os primeiros crentes já pudessem desfrutar na vida presente de certas bênçãos do mundo vindouro, estavam com o coração voltado para o reino futuro. Isso levou, por exemplo, o apóstolo Paulo a ansiar (ainda em seus dias) pela segunda vinda de Cristo – I Cor 16.22; I Ts 4.17. É essa a dimensão escatológica que a Igreja Primitiva possuía e que hoje necessitamos resgatar.

É por isso, também, que a Escritura exorta com frequencia a não alimentarmos uma mentalidade de mercado. A Bíblia diz que não podemos confiar nas riquezas e que, por isso, não convem acumulá-las – I Tm 6.17; Mt 6.19, 33.

A ideia é que o crente, quando põe sua confiança em bens materiais, pode cair na tentação da cobiça e até mesmo se desviar – I Tm 6.9-10. Ainda mais: Tiago alerta que a confiança em bens terrenos pode conduzir à opressão e ao engano – Tg 2.6; 5.4.


IV – “SER” VERSUS “TER”:

Leiamos e meditemos em Lc 12.13-22:

Nessa passagem encontramos alguém que estava mais preocupado em “ter” do que “ser”; ele queria “ter”, isto é, possuir muitos bens materiais, mas demonstrou total descaso em “ser” alguém zeloso com as coisas espirituais.

Jesus proferiu a parábola para reprovar a avareza do homem do verso 13. Cristo viu atrás da máscara de justiça o olho cobiçoso.

Reparemos: O rico da parábola não foi acusado de qualquer crime, nem de explorar o próximo, nem de não pagar bem aos trabalhadores, tampouco de ter ganhado qualquer coisa ilegitimamente. Foi a bondosa mão de Deus que enriquecera seus esforços.

Ainda mais: De fato, a Bíblia condena o amor ao dinheiro, e não a aquisição dele (I Tm 6.10). O N.T. cita cristãos que possuíam bens e não os condena por isso. Por exemplo: José de Arimatéia (Mt 27.57); Zaqueu (Lc 19.2) e Dorcas (At 9.36). Mas, quando se trata de riquezas, parece que há um desequilibrio crônico entre “ter” e “ser”. Parece que para muitos ter posses é melhor do que ser um amigo de Deus – Lc 18.24.

(A) - “QUE FAREI?” (Lc 12.17) – A resposta mais propria ao rico é que devia, certamente, dar graças ao Deus que lhe abençoara de maneira tão pronunciada. Mas, ao contrario, o rico não falou em Deus! Falou cinco vezes no que era seu!: “MEUS FRUTOS”, “MEUS CELEIROS”, MINHAS NOVIDADES”, “MEUS BENS”, “MINHA ALMA” – Quanto maior a safra, tanto mais são os cuidados, e tanto mais se esquece dAquele que a dera – Os 2.8-9

Ficam, então, os questionamentos àquele homem rico:

(1) – Será que não havia nenhuma sinagoga para construir ou para reformar?

(2) – Não havia qualquer levita para socorrer?

(3) – Não havia pobres e necessitados?

(4) – Não havia órfãos desamparados?

(5) – Não havia viúvas sem sustento?

O rico resolveu gastar tudo para o seu proprio beneficio, aumentando mais sua fortuna e sua preocupação.

(B) - “DIREI A MINHA ALMA” (Lc 12.19) – O rico parecia não ter a menor concepção da eternidade; não tinha maior ideal para a alma do que o conforto terrestre, as gulodices deste mundo e os divertimentos de sua geração.

(C) - “MAS DEUS LHE DISSE: LOUCO, ESTA NOITE TE PEDIRÃO A TUA ALMA...” (Lc 12.20) – Foi mesmo quando o rico se orgulhava de ser muito sábio e próspero, que Deus lhe chamou de “LOUCO”!

O epitafio de Deus foi “LOUCO”. Mas, o que o mundo teria gravado no túmulo daquilo homem rico? Talvez o mais honroso....

Diz-se que era costume entre os romanos oferecer à pessoa considerada idiota a escolha entre uma maçã e uma pepita de ouro. Se escolhesse a primeira opção, ficaria provada a sua demencia.

Igualmente, ficará provado perante o grande Tribunal de Deus que muitos milhões de homens, prudentes e sábios quanto a sua vida no mundo, são irremediavelmente loucos quanto à eternidade. O homem que não entesoura coisa alguma no mundo para onde vai tão depressa, e que se interessa somente em entesourar no mundo, de onde muito em breve vai sair, não pode evitar o título que Deus lhe dá de LOUCO.

A sentença escrita de repente no coração de todo rico insensato pela mão do Criador, é interrupção horrorosa aos seus planos sem Deus.

(D) - “RICO PARA COM DEUS” (Lc 12.21) – Descobrimos nestas palavras uma aurora áurea para nós: o mais pobre pode enriquecer-se para toda a eternidade.

Herodes é um exemplo de quem é rico para com os homens – At 12.20-23;

Estêvão é exemplo de um que se enriqueceu para com Deus – At 6.5, 8

(E) – “PORTANTO VOS DIGO:...” (Lc 12.22) – Esta palavra indica que a linha acerca da ansiosa solicitude é conclusão do ensinamento sobre o rico insensato. A admoestação contra a perturbação de espírito, causada pelo receio de faltar o pão cotidiano, é outra forma da advertencia contra o entesourar para si na terra. Geralmente, os discípulos não possuíam celeiros rebentando de bens. Seu problema não era o de arranjar lugar para recolher seus frutos. A ansiosa solicitude dos pobres, contudo, e a avareza dos ricos, são a mesma falta de confiança nAquele que supre tudo para o sustento do corpo de Seus filhos.

(F) – TRÊS ERROS PAVOROSOS DO RICO INSENSATO:

(1) – Não reconhecia a existencia de seu Criador, agindo como se a sua vida e seu futuro estivessem ao seu inteiro dispor;

(2) – Não admitia que existisse a sua alma. Disse “minha alma”, mas se referia a seu corpo, que tinha “em depósito muitos bens...”;

(3) – Na embriaguez de sua insensatez, fazia seus maiores planos, mesmo na hora de Deus o retirar do mundo.

“ASSIM É AQUELE QUE PARA SI AJUNTA TESOUROS, E NÃO É RICO PARA COM DEUS”.

Desta forma: “Ter” está relacionado com aquilo que possuímos, enquanto “ser” tem a ver com aquilo que somos.


V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A prosperidade no contexto do N.T. está relacionada a um estado de espírito, isto é, uma vida de um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior. Embora possamos ser agraciados com posses de bens materiais, como havia entre os cristãos primitivos, a nossa vida não deve ser direcionada por uma cultura de consumo que busca desenfreadamente a realização apenas do ego, e não de Deus.

Esse desejo exacerbado por trás das posses está intimamente relacionado com o exercício de poder. Queremos “ter”, isto é, possuir, para mostrar quem somos. Alguém já disse que: - “EXISTE MUITA GENTE COMPRANDO O QUE NÃO PRECISA, COM O DINHEIRO QUE NÃO TEM, PARA MOSTRAR O QUE NÃO É”.




A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO
Texto Áureo: Rm. 14.17 – Leitura Bíblica: II Co. 8.1-9

Pb. José Roberto A. Barbosa


INTRODUÇÃO
Em lição anterior estudamos a prosperidade no Antigo Testamento. Na aula de hoje, atentaremos para a doutrina da prosperidade no Novo Testamento. A princípio, definiremos o que significa prosperidade à luz do hebraico e do grego bíblico, em seguida, analisaremos o conceito de prosperidade neotestamentário, ressaltando a abordagem deste em relação ao dinheiro. Ao final, mostraremos qual a verdadeira fonte de prosperidade para a Igreja do Senhor Jesus Cristo.  

1. DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA DE PROSPERIDADE
Existem diferentes termos hebraicos, no Antigo Testamento, para prosperidade, destacamos tsalach, no sentido de prosperidade material e econômica (Gn. 24.21; 39.2; Jr. 12.1) e o verbo sakal, que ocorre sessenta vezes, este no sentido de desfrutar das bênçãos prometidas para Israel em Canaã (Dt. 19.9; Js. 1.7). Mas no Novo Testamento, as alusões à prosperidade são reduzidas, isso porque essa não é uma das prioridades da igreja cristã, contrariando o que costuma acontecer nos arraiais neopentecostais (ou pseudopentecostais).  O termo euporia, que ocorre em At.19.25, tem o significado de prosperidade, bem como o de riqueza, e é apresentado em um sentido negativo, em que religiosos se aproveitam das pessoas para fazer fortuna. Em sentido positivo, esse termo se encontra em At. 11.29, ao registrar que os irmãos decidiram, de acordo com suas posses, ajuda para os irmãos da Judéia. Em I Co. 16.1, Paulo orienta aos irmãos de Corinto para que façam uma coleta para os santos da Galileia, conforme a cada um tenha prosperado (euodoo em grego) ao longo da semana. A doutrina da prosperidade, como propalada nos dias atuais, não tem fundamento bíblico-teológico no Novo Testamento. A ganância desenfreada, inclusive nos contextos eclesiásticos, é resultante de uma cosmovisão mundana em relação ao dinheiro. A sociedade contemporânea tem sido solapada pelo consumismo, as pessoas querem ter cada vez mais para gastarem com coisas que não precisam. Existe uma indústria, sustentada pela propaganda midiática, que fomenta esse tipo de comportamento social. Ao invés de serem avaliadas pelos que são, as pessoas são julgadas pelo que têm. No modelo equivocado de espiritualidade do movimento neopentecostal, as pessoas são “abençoadas” não pelo relacionamento que têm com Deus, mas pelos bens que conseguem acumular.

2. PROSPERIDADE E DINHEIRO NOS EVANGELHOS
O modelo de prosperidade do neopentecostalismo não encontra respaldo bíblico neotestamentário, por isso, seus adeptos preferem citar passagens descontextualizadas do Antigo Testamento. A abordagem de Jesus em relação ao dinheiro é radical, Ele se posiciona contra o acúmulo de riquezas na terra, orienta as pessoas a entesourarem no céu (Mt. 6.19-21). Essa é a resposta de Jesus a ansiedade que assola a sociedade moderna. Ao invés de estarem preocupados com muitas coisas, ansiosos pelas vicissitudes da vida, devemos aprender a confiar em Deus, na Sua providência (Mt. 6.25). Por isso, quando se encontrou com o jovem rico, orientou para que esse entregasse seus bens materiais aos pobres, mas ele foi incapaz de fazê-lo (Mt. 19.16-22). A conclusão de Jesus, em virtude do apego daquele jovem às riquezas foi a seguinte: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt. 19.23,24). Algumas parábolas de Jesus, tal como a de Lc. 12.15-21, mostram o perigo de colocar o foco nas riquezas materiais. O rico da parábola é denominado de louco, pois se tornou escravo dos seus bens. Estas palavras fazem eco  à declaração do Senhor a João, no Apocalipse, dirigindo-se à igreja de Laodicéia que ostentava sua riqueza, como sinônimo de espiritualidade. A essa igreja, e tantas outras que somente investem nas fundações materiais, a Palavra do Senhor continua firme: “Dizes: estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap. 3.17). Muitas igrejas, como a de Laodicéia, não adoram mais a Deus, mas a Mamom, o deus das riquezas, a essas diz o Senhor: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um, e amar o outro; ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt. 6.24). Ao invés de enfocar demasiadamente as riquezas, Jesus ensina que devemos buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça e que as demais coisas – apresentadas no contexto, e não todas como dizem alguns – serão acrescentadas (Mt. 6.33).

3. PROSPERIDADE E DINHEIRO NAS EPÍSTOLAS
Nas epístolas paulinas e gerais também não há base para sustentar uma teologia da prosperidade nos moldes comumente apresentados na mídia pelas igrejas neopentecostais (pseupentecostais). Paulo, ao escrever aos Coríntios, nos apresenta o modelo de Jesus em relação à riqueza e a pobreza. Diz ele: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Co. 8.9). A riqueza a respeito da qual trata o Apóstolo, nesse texto, não é material, tendo em vista que, ao escrever a Timóteo, alerta a respeito do perigo das riquezas: “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se transpassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm. 6.9,10). O oposto da ganância é a generosidade e esta, infelizmente, tem sido esquecida em igrejas moldadas por um modelo mundano que transformou o acúmulo de riqueza em um fim em si mesmo. A orientação apostólica é a de que há maior felicidade em dar do que em receber (At. 20.35), por isso, Deus ama a quem dar com alegria (II Co. 9.7). A moeda mais valiosa para a igreja cristã, isto é, a verdadeira prosperidade, está no exercício da piedade, que a fonte de lucro (I Tm. 4.8). A piedade, no Novo Testamento, tem a ver com uma espiritualidade autêntica, que não está fundamentada nas aparências. O cristão piedoso não cultiva a ganância, mas o contentamento, que nada tem a ver com comodismo, mas com o reconhecimento do que é necessário para viver. Não podemos esquecer que nada trouxemos a esse mundo, e que, por conseguinte, nada levaremos dele (I Tm. 6.7), que não podemos fixar nossos olhos no que é transitório (II Co. 4.18), antes devemos saber que Deus de tudo nos provê ricamente para a nossa satisfação (I Tm. 6.17), por isso, devemos nos conservar livres do amor ao dinheiro e contentarmo-nos com o que temos, pois o Senhor supre as nossas necessidades (Hb. 13.5,6).

CONCLUSÃO
A prosperidade material, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, implica em responsabilidade. Tiago admoesta aos ricos para que lamentem pelo julgamento que sobrevirá sobre eles por utilizarem irresponsavelmente suas riquezas, para oprimir ao pobre e necessitado (Tg. 5.4-6). Para o mundo, ter dinheiro é sinal de status, e muitos vivem ostentando riqueza enquanto muitos padecem necessidade. A igreja do Senhor precisa agir de modo diferenciado, não pode se esquecer dos pobres (Gl. 2.10), e deve estar ciente que a verdadeira prosperidade é espiritual, por isso, a igreja de Esmirna, que era pobre aos olhos do mundo, foi considerada rica por Jesus (Ap. 2.9). A piedade, e não a riqueza material, é a maior fonte de prosperidade – porismos em grego, que também tem o sentido de lucro – para a igreja do Senhor (I Tm. 6.5).

BIBLIOGRAFIA
INRIG, G. Cultivating a heart of contentment. Grand Rapids (MI): RBC Ministries, 2007.
WHITE, J. Dinheiro não é Deus. São Paulo: ABU, 1996.




A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO




Lição 4 - 22 de Janeiro de 2012
Texto Bíblico: Romanos - 14.17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
Leitura bíblica em classe: 2 Coríntios  8.1-9
SER PRÓSPERO NA GRAÇA É TER RETIDÃO, PAZ E ALEGRIA

1. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO LIBERAL - 2 Coríntios 8.1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia;
* Todos que tem graça divina aprendem a agir com liberalidade – Provérbios 11.15 A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido
2. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO GENEROSO - 2 Coríntios 8.2 porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.
* Se ajudarmos o próximo seremos retribuídos pelo amor divino  -  2 Coríntios 9.7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
3. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO VOLUNTÁRIO – 2 Coríntios 8.3 Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários,
* A disposição em contribuir com o reino revela a nossa conversão – Atos 4.35 E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
4. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO ASSISTENCIAL - 2 Coríntios 8.4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.
* A felicidade está na prática de que é melhor dar do que receber – Atos 20.35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.
5. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO SACRIFICIAL - 2 Coríntios 8.5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus;
* Quem é comprado por Cristo não é mais senhor de si mesmo – I Coríntios 6.20 Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus
6. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO COMPASSÍVEL - 2 Coríntios 8.6 o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós.
* Mesmo em pobreza devemos ser presentes aos apelos de ajuda – I Coríntios 16.1 Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
7. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO BENEFICENTE - 2 Coríntios 8.7 Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça.
* Quem vive no espírito se compadece pela necessidade alheia – Hebreus 13.16 E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada.
8. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO DILIGÊNTE - 2 Coríntios 8.8 Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor;
* Quem tem amor genuíno mostra interesse pelo seu próximo -  Lucas 10.27 E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
9. QUEM ESTÁ NA GRAÇA DIVINA TEM O ESPÍRITO HUMANITÁRIO -  2 Coríntios 8.9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.
* A nossa transformação é vista pela caridade com o próximo – I Coríntios 13.2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

Obs: O esboço é elaborado exclusivamente pelo texto bíblico da lição.  
Pastor Adilson Guilhermel






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