SUBSIDIO COMPLEMENTAR ELABORADO PELO EVANGELISTA NATALINO ALVES DOS ANJOS - MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS(MISSÃO) DE COTEGIPE - BAHIA.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- ADULTOS
1º Trimestre de
2019
Título: Batalha Espiritual — O povo de Deus e a guerra
contra as potestades do mal
Comentarista: Esequias Soares
Lição 7: Tentação — A batalha por nossas escolhas e
atitudes
Data: 17 de Fevereiro de 2019
TEXTO ÁUREO
“Porque tudo o que
há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba
da vida, não é do Pai, mas do mundo ” (1Jo 2.16).
VERDADE PRÁTICA
A tentação no sentido religioso é a atração ou sedução para
praticar o mal tendo por recompensa prazeres ou lucros ilícitos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 22.1
A tentação, às vezes, significa teste, provação
Terça — Lc 22.28
A tentação de Jesus foi contínua e não se restringiu à
tentação no deserto
Quarta — 1Co 7.5
Satanás procura o ponto fraco do crente para tentá-lo
nessa área
Quinta — 1Ts 3.5
Satanás é a principal fonte externa da tentação
Sexta — Hb 4.15
Não é pecado ser tentado, mas, sim, ceder ao pecado
Sábado — Tg 1.14
A tentação tem também a sua fonte interna
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 4.1-11.
1 — Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto,
para ser tentado pelo diabo.
2 — E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites,
depois teve fome;
3 — E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o
Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 — Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só
de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 — Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e
colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 — e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui
abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e
tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 — Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o
Senhor, teu Deus.
8 — Novamente, o transportou o diabo a um monte muito
alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 — E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me
adorares.
10 — Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 — Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os
anjos e o serviram.
HINOS SUGERIDOS
75, 76 e 77 da
Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Jesus venceu
a tentação.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Conceituar a
tentação;
II. Explicar o processo da tentação de Jesus;
III. Elencar as tentações de Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta oportunidade trataremos sobre as escolhas e
atitudes na jornada da vida espiritual. Neste contexto, aparece o tema da
tentação. Em todo tempo somos instados pelo Maligno a negar nossa vida de
santidade e ceder para as obras da carne afim de que manchemos as vestes
espirituais. Não podemos nos dobrar às falsas promessas do Maligno. Precisamos
perseverar na fé em Cristo, buscar a sua preciosa vontade para a nossa vida e
honrá-lo até o fim na caminhada cristã. Uma boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Há certo paralelismo entre os quarenta anos da
peregrinação de Israel no deserto e os quarenta dias e as quarenta noites em
que o Senhor Jesus jejuou no lugar ermo. A diferença é que Israel não passou no
teste, e Jesus foi o vitorioso sobre Satanás. Esses dois cenários têm a ver com
nossas escolhas e atitudes na jornada de nossa vida espiritual.
Ainda que sejamos tentados, em Jesus, somos vitoriosos.
I. A TENTAÇÃO
Os termos “tentação” e “tentar” na Bíblia aplicam-se
tanto no campo secular como no campo religioso. Vamos analisar o assunto
partindo dos significados e sentidos dessas palavras, levando em consideração o
contexto das várias passagens bíblicas.
1. A provocação de Refidim. O substantivo “tentação”
significa literalmente “teste, provação, instigação”. Na contenda paradigmática
de Refidim, no deserto, temos o significado dessa palavra: “E chamou o nome
daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e
porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?” (Êx
17.7). O vocábulo hebraico massá significa “tentação”, e meribá quer dizer
“contenda”. Os israelitas estavam testando o próprio Deus. A Septuaginta traduz
massá por peirasmós, “tentação”, a mesma palavra usada no Novo Testamento
grego. O enfoque do termo aqui é sobre a ideia de instigação ou sedução para o
pecado (Mt 6.13; 26.41).
2. A experiência de Massá e Meribá. Ninguém deve testar a
Javé, o Deus de Israel, pois o nosso dever é obedecê-lo (Dt 6.16). O que
aconteceu nessa contenda teve a reprovação divina, de modo que serviu como um
paradigma daquilo que não se deve fazer (Sl 95.8,9). Testar Deus é questionar
sua fidelidade no pacto e duvidar de sua autoridade (Sl 78.41,56). Entendemos
que tentar o Criador reflete a nossa descrença nEle, e a Bíblia é contra essa
prática (Is 7.12; At 15.10).
3. Como um teste. Isso é muito comum no Antigo Testamento
(1Rs 10.1). O exemplo clássico é a passagem do sacrifício de Isaque: “E
aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão” (Gn 22.1). A
finalidade disso é revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6). O
hebraico aqui para “tentou” é nissá, que tem o sentido de testar, experimentar,
usado para pesquisas científicas hoje em Israel. A Septuaginta traduziu por
peirazo, de onde vem o substantivo peirasmós, que aparece no Novo Testamento
com a mesma ideia de teste: “e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não
são” (Ap 2.2). O Novo Testamento emprega o termo também com ideia de tentativa
(At 16.7; 24.6).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A provocação de Refidim e a experiência de Massá e
Meribá, embora esta fosse uma ofensa a Deus, mostram que a tentação é um
período de teste em nossa vida.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Estude bem as
passagens bíblicas que narram a história da provocação de Refidim a fim de
contar aos alunos com riquezas de detalhes. Essa história servirá de base para
você trabalhar o conceito de “tentação”. É preciso, desde o início da aula,
deixar claro que o propósito do encontro desta semana é prevenir as
consequências das tentações. Nesse caso, a tentação conforme a provocação de
Refidim é de caráter contencioso. Onde a contenda e a confusão são o objeto da
tentação. Por certo essa é uma excelente oportunidade de você trabalhar com a
classe os princípios de “moderação”, “mansidão” e “domínio próprio”. Uma
excelente aula!
II. A TENTAÇÃO DE JESUS
A tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento
registrado de sua história depois do batismo por João Batista no rio Jordão.
Era de se esperar que aquele que veio “para desfazer as obras do diabo” (1Jo
3.8) enfrentasse a reação de Satanás. O Inimigo de nossa alma decide lutar por
sua causa. É que a chegada do Salvador alvoroçou todo o reino das trevas.
1. Levado ao deserto (v.1). O deserto é um lugar onde os
seres humanos percebem a grandeza de Deus e a fragilidade humana; é um lugar de
profundo silêncio para meditação e oração, onde há vastidão de espaço para
ouvir a voz de Deus. Foi no deserto que grandes homens de Deus foram preparados
para o serviço sagrado, como Moisés (At 7.30-33) e Elias (1Rs 19.4-10). O termo
“deserto” nessa passagem não é suficiente para determinar o lugar exato em que
Jesus suportou os quarenta dias de jejum e tentações. Mas há concordância entre
muitos estudiosos de que se trata de uma parte despovoada da Judeia, onde João
Batista iniciou o seu ministério. A tradição posterior indica o monte da
Quarentena a oeste de Jericó, onde foi construída na encosta da montanha uma
igreja no século VI.
2. Sobre o jejum de Jesus (v.1). Segundo a narrativa de
Mateus, Jesus jejuou “quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome”. Só
mais dois personagens bíblicos praticaram um jejum tão prolongado de quarenta
dias, Moisés e Elias, mas isso aconteceu em situações específicas (Êx 34.28; Dt
9.9,11; 1Rs 19.8). Isso mostra que esse tipo de jejum (quarenta dias e quarenta
noites) não é doutrina da Igreja. Lucas afirma que Jesus, “naqueles dias, não
comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome” (Lc 4.2). O verbo grego,
nesteuou, “jejuar”, significa literalmente “abster-se de alimento”.
3. Como a tentação aconteceu (v.3a). Está claro que
Satanás se apresentou a Jesus de forma visível, mas os detalhes são
desconhecidos. Essa tentação foi literal, e isso se evidencia pelos detalhes da
própria narrativa. Rejeitamos, pois, a ideia de uma tentação subjetiva,
simbólica ou visionária. Com certeza, Jesus mesmo contou essa experiência aos
seus discípulos.
SÍNTESE DO TÓPICO
(II)
Levado ao deserto pelo Espírito Santo, Jesus foi tentado
pelo Diabo.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
É importante
termos uma ideia bem clara acerca da depravação total, pois a doutrina nos
ajuda a compreender a luta interna no processo da tentação. Por isso, leia o
seguinte texto, objetivando ter tal consciência: “A atual condição espiritual
da humanidade, considerada à parte da graça de Deus, é adequadamente descrita
como tenebrosa e desanimadora. Com certeza, Wesley, em sua doutrina do pecado
original, emprega o que só pode ser descrito como ‘superlativos negativos’ para
demonstrar o total abismo moral e espiritual em que a humanidade decaiu. Ele
comenta: ‘O homem, por natureza, é repleto de todo tipo de maldade? É vazio de
todo bem? É totalmente caído? Sua alma está totalmente corrompida?’. Ou, para
fazer o teste ao contrário, ‘toda imaginação dos pensamentos de seu coração [é]
só má continuamente?’. Admita isso, e até aqui você é um cristão. Negue isso, e
você ainda é um pagão” (COLLINS, Kenneth. Teologia de John Wesley: O Amor Santo
e a Forma da Graça. RJ: CPAD, 2010, p.97).
CONHEÇA MAIS
Tentador
“[Do lat. tentatorem ] O que induz a práticas que
contrariam às leis de Deus. Nas Sagradas Escrituras, é Satanás o tentador por
antonomásia. Ou seja: é o agente e o estimulador da tentação”. Leia mais em
Dicionário Teológico, CPAD, p.270.
III. A TRÍPLICE TENTAÇÃO
Mateus e Lucas registraram as três últimas investidas de
Satanás contra Jesus, e elas foram o ápice dessas tentações. Na verdade, Jesus
foi tentado em todos os quarenta dias: “quarenta dias foi tentado pelo diabo”
(Lc 4.2). E continuou sendo tentado durante todo o tempo de seu ministério (Lc
22.28; Hb 4.15).
1. A primeira das três últimas tentações (v.3b). O
objetivo dessa investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em
benefício próprio. A declaração pública do próprio Deus a respeito de Jesus,
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17), indica que isso era
do conhecimento de Satanás. Mas, mesmo assim, ele desafiou Jesus quanto à sua
identidade: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em
pães”. À semelhança de Eva, esse pecado consistia em satisfazer o apetite
físico com algo lhe fora proibido.
2. A segunda tentação (v.5). Aqui, o objetivo de Satanás
é induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo a um ato de vaidade. A
“Cidade Santa”, para onde Jesus foi transportado, é Jerusalém (Ne 11.1; Is
52.1). Satanás incita Jesus a jogar-se do pináculo do templo abaixo usando o
texto de Salmos 91.11,12. Essa passagem refere-se a alguém que confia em Deus
e, por isso mesmo, ao próprio Senhor Jesus. Ter a proteção divina, conforme as
promessas desse salmo, é muito diferente de tentar a Deus. A proposta de
Satanás era para Jesus testar Deus, algo que as Escrituras proíbem (Êx 17.2-7).
3. A terceira tentação (v.8). Esse último ataque
consistia em induzir Jesus a se apoderar do domínio do mundo por meios
ilícitos. Como disse um grande comentarista dos Evangelhos: “A concessão era
pequena; a oferta, grande”. Teria Satanás o controle do mundo a ponto de
oferecê-lo a quem desejasse? Jesus não discutiu sobre essa reivindicação do
Diabo. O Novo Testamento mostra que Satanás é “o deus deste século” (2Co 4.4);
“o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2); “os príncipes das trevas deste
século, […] as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12)
e “todo o mundo está no Maligno” (1Jo 5.19). Mas Satanás não tem nada para
ninguém; tudo não passa de mera aparência e engano.
4. Respostas de Jesus. O ataque diabólico foi nas áreas
mais sensíveis do ser humano: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16). Mesmo com toda a sua habilidade maligna,
foi grande e devastadora a derrota de Satanás (v.11). Ele foi vencido pelo
poder da Palavra de Deus: “está escrito, está escrito e está escrito”. Jesus
citou três passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3). Assim, o grande
conquistador, o Senhor Jesus Cristo, pode simpatizar com os que são tentados,
pois Ele mesmo foi tentado de maneira real. Podemos nos consolar porque temos
um Protetor no céu que é capaz de se compadecer de nossas fraquezas (Hb 4.15).
Três tentações de Jesus: transformar pedras em pães;
jogar-se do pináculo do templo e ser amparado por um anjo e dominar o mundo se
adorasse o Diabo.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“[…] A presença de
Cristo conosco não é apenas como a de um companheiro externo, mas é uma força
real e divina, revolucionando nossa natureza e tornando-nos como Ele é. De
fato, o propósito final e último de Cristo é que o crente seja reproduzido
segundo a sua própria semelhança, por dentro e por fora.
Paulo expressa a mesma coisa no primeiro capítulo de
Colossenses, quando diz: ‘Para, perante ele, vos apresentar santos, e
irrepreensíveis, e inculpáveis’ (Cl 1.22). Esta transformação deve ser uma
transformação interior. É uma transformação de nossa vida, de nossa natureza
segundo a natureza dEle, segundo a semelhança dEle.
Como é maravilhosa a paciência, como é maravilhoso o
poder que toma posse da alma e realiza a vontade de Deus — uma transformação
absoluta segundo a maravilhosa santidade do caráter de Jesus! Nosso coração
fica desconcertado quando pensamos em tal natureza, quando contemplamos tal
caráter. Este é o propósito de Deus para você e para mim” (LAKE, John G.
Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003,
pp.31-32).
CONCLUSÃO
Diante dos fatos aqui expostos, aprendemos a não
subestimar a força e os ardis de Satanás e seus demônios, pois ele ousou tentar
o próprio Filho de Deus. Adão foi testado e não passou no teste (Gn 3.11,12).
Da mesma forma, Israel foi reprovado logo no limiar de sua história como nação
(Dt 9.12). Mas Jesus foi aprovado, glória a Deus! (At 2.22).
PARA REFLETIR
A respeito de
“Tentação — A batalha por nossas escolhas e atitudes”, responda:
Qual o sentido da palavra “tentação” em Massá e Meribá?
O vocábulo hebraico massá significa “tentação”, e meribá
quer dizer “contenda”.
Qual a finalidade da tentação como teste?
A finalidade é revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx
20.20; Jo 6.6).
O que evidenciam os detalhes da narrativa da tentação de
Jesus no deserto?
A tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento
registrado de sua história depois do batismo por João Batista no rio Jordão.
Quais os objetivos de Satanás em cada uma das três
últimas tentações?
(1) O objetivo dessa investida diabólica era incitar
Jesus a usar seus poderes em benefício próprio; (2) O objetivo de Satanás é
induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo a um ato de vaidade; (3)
Esse último ataque consistia em induzir Jesus a se apoderar do domínio do mundo
por meios ilícitos.
Como o Senhor Jesus derrotou o Diabo?
Ele foi vencido pelo poder da Palavra de Deus: “está
escrito, está escrito e está escrito”. Jesus citou três passagens do Pentateuco
(Dt 6.13,16; 8.3).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Tentação — A batalha por nossas escolhas e atitudes
Para introduzir a
lição desta semana é importante o prezado professor, a prezada professora,
fazer um preâmbulo, com base em Êxodo 34.28 e Deuteronômio 9.9,11, em que certo
paralelismo entre os quarenta anos de peregrinação de Israel e os quarenta dias
e noites de tentação de Jesus fique bem claro. Mostre o contraste entre a
reprovação da nação de Israel no deserto e a aprovação de Jesus. Esta seria uma
boa maneira de introduzir a aula desta semana.
Sobre a tentação
Na Bíblia está presente a ideia de “tentação” como
provação. Essa perspectiva o comentarista atinge ao desenvolver o primeiro
tópico da lição a partir de “a provocação de Refidim” e “a experiência de Massá
e Meribá ”. A “contenda” foi o elemento chave da reprovação de Deus a respeito
da nação. Aqui, vemos que as Escrituras revelam a tentação, muitas vezes, como
uma provação que Deus permite para testar nossa fé, amadurecermos e estabelecer
em nós um senso de obediência que transcende os ritos religiosos. Quando somos
aprovados por Deus, depois de passar pela provação, faz todo sentido as
palavras do profeta Jeremias: “porei a minha lei no seu interior e a escreverei
no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (31.33b).
Sobre a tentação de Jesus
Neste tópico a palavra “deserto” deve ser destacada.
Aqui, podemos lembrar as palavras do profeta Oseias: “eis que eu a atrairei, e
a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”. Sim, o deserto nas
Escrituras aparece como um lugar onde Deus fala com o ser humano. O segundo
tópico desta lição pode ser desenvolvido na perspectiva de que a tentação hoje
pode acontecer num período de solidão, como Jesus estava no deserto, quando foi
tentado. Embora sistematicamente tentado, nosso Senhor esteve sempre em
comunhão com o Pai.
Sobre a tríplice tentação
SUBSIDIO COMPLEMENTAR
MATEUS 4.1 JESUS FOI
TENTADO. A tentação de Jesus por Satanás foi uma tentativa de desviá-lo da
perfeita obediência à vontade de Deus. Note que Cristo em cada caso submeteu-se
à autoridade da Palavra de Deus, ao invés de submeter-se aos desejos de Satanás
(vv. 4,7,10). Que podemos aprender da tentação de Cristo?
(1) Satanás é o nosso maior inimigo. O cristão deve estar
consciente de que está numa guerra espiritual contra poderes malignos
invisíveis, porém claramente reais (ver Ef 6.11,12).
(2) Sem o devido emprego da Palavra de Deus, o cristão não
pode vencer o pecado e a tentação. Como usar a Palavra de Deus para vencer a
tentação:
(a) Reconheça que mediante a Palavra o cristão tem poder
para resistir a qualquer sedução que Satanás lhe apresente (Jo 15.3,7).
(b) Coloque (i.e., memorize) a Palavra de Deus na sua alma e
mente (ver Tg 1.21).
(c) Medite nos versículos memorizados, de dia e de noite (Dt
6.7; Sl 1.2; 119.48).
(d) Repita a passagem memorizada, para si mesmo e para Deus,
no momento em que você for tentado (vv. 4,7,10).
(e) Reconheça e obedeça ao impulso do Espírito Santo para
obedecer à Palavra de Deus (Rm 8.12-14; Gl 5.18).
(f) Envolva todos estes passos com oração (Ef 6.18).
Passagens para memorização em casos de tentação: Tentação em geral (Rm 6 e 8).
Tentação para imoralidade (Rm 13.14), mentira (Cl 3.9; Jo 8.44), mexerico (Tg
4.11), desobediência aos líderes -espirituais (Hb 13.17), desânimo (Gl 6.9),
medo do futuro (2 Tm 1.7), concupiscência (5.28), desejo de vingança (6.15),
negligência com a Palavra de Deus (4.4), preocupação financeira (6.24-34; Fp
4.6,19).
MATEUS 4.2 JEJUM DE
40 DIAS. Jesus jejuou 40 dias, e depois teve fome , e a seguir foi tentado por
Satanás a comer. Isto pode indicar que Cristo absteve-se de alimento, mas não
de água. Abster-se de água por 40 dias requer um milagre. Uma vez que Cristo
teve que enfrentar a tentação, como representante do homem ele não poderia
empregar nenhum outro meio para vencê-la além do de um homem cheio do Espírito
Santo (ver Êx 34.28; 1 Rs 19.8; Mt 6.16).
MATEUS 4.6 ESTÁ
ESCRITO. Satanás empregou a Palavra de Deus com a finalidade de tentar Cristo a
pecar. Às vezes, o descrente emprega as Escrituras na tentativa de persuadir o
crente a fazer algo que aquele sabe que está errado ou que é impróprio. Alguns
textos bíblicos, retirados do seu contexto, ou não comparados com outros
trechos da Palavra de Deus, podem até mesmo dar a aparência de justificar o comportamento
pecaminoso (ver, e.g., 1 Co 6.12). O crente deve conhecer profundamente a
Palavra de Deus e precaver-se daqueles que pervertem as Escrituras a fim de
satisfazerem os desejos da natureza humana pecaminosa. O apóstolo Pedro fala
daqueles que torcem as Escrituras, para sua própria perdição (2 Pe 3.16).
MATEUS 4.10 SATANÁS.
Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um elevado anjo,
criado perfeito e bom. Foi designado como ministro junto ao trono de Deus,
porém num certo tempo, antes de o mundo existir, rebelou-se e tornou-se o
principal adversário de Deus e dos homens (Ez 28.12-15).
(1) Satanás na sua rebelião contra Deus arrastou consigo uma
grande multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser
identificados (após sua queda) com os demônios ou espíritos malignos. Satanás e
muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua
atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de
Deus.
(2) Satanás, também chamado a serpente , provocou a queda da
raça humana (Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19).
(3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (12.26) é
altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo inferior, os
anjos caídos (25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo 12.31; Ef 2.2) e
o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19). Satanás não é
onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua
atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó
1.12 ).
(4) Jesus veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás
(1 Jo 3.8), de estabelecer o reino de Deus e de livrar o homem do domínio de Satanás
(12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). Cristo, pela sua morte e ressurreição,
derrotou Satanás e ganhou a vitória final de Deus sobre ele (Hb 2.14).
(5) No fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo
durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma
derradeira tentativa de derrotar a Deus, seguindo-se sua ruína final, que será
o seu lançamento no lago de fogo (Ap 20.7-10).
(6) Satanás atualmente guerreia contra Deus e seu povo (Ef
6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a Cristo (2 Co 11.3) e
fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15; 1
Jo 5.19). O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás (6.13),
para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e resistir-lhe
no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8,9)
LUCAS 4.1 JESUS,
CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. O Espírito Santo conferiu poder a Jesus e o guiou, ao
enfrentar a tentação de Satanás (vv. 1,2).
LUCAS 4.2 TENTADO
PELO DIABO. Um dos aspectos principais da tentação de Jesus girou em torno do
tipo de Messias que Ele seria e como empregaria a sua unção da parte de Deus.
(1) Jesus foi tentado a utilizar sua unção e posição para
servir a seus próprios interesses (vv. 3,4), obter glória e poder sobre as
nações, ao invés de aceitar a cruz e o caminho dosofrimento (vv. 5-8), e
ajustar-se à expectativa popular de um Messias sensacional (vv. 9-11).
(2) Satanás ainda tenta os líderes cristãos a usarem sua unção,
posição e capacidade em seu próprio benefício, para estabelecer sua própria
glória e reino, e para agradar o povo mais do que a Deus. Quem se entrega ao egoismo,
na realidade já se rendeu a Satanás.
LUCAS 4.4 NEM SÓ DE
PÃO VIVERÁ. Jesus cita o AT (Dt 8.3), ao enfrentar a tentação de Satanás.
(1) Jesus está dizendo que tudo o que é importante na vida
depende de Deus e da sua vontade (Jo 4.34). Esforçar-se por sucesso, felicidade
ou coisas materiais, à parte do caminho e propósito de Deus, levará à amarga
desilusão e terminará em fracasso.
(2) Jesus salienta essa verdade ao ensinar que devemos
buscar em primeiro lugar o reino de Deus (i.e., o governo, atividade e poder de
Deus em nossa vida); somente então é que outras coisas necessárias serão
concedidas, de acordo com a sua vontade e propósito (ver Mt 5.6 nota; 6.33).
LUCAS 4.5 OS REINOS
DO MUNDO. Jesus rejeita a oferta que Satanás lhe fez, do domínio sobre todos os
reinos do mundo.
(1) O reino de Jesus, na presente era, não é um reino deste
mundo (Jo 18.36,37). Ele recusa um reino para si através dos métodos mundanos
de transigência, poder terreno, artifícios políticos, violência, domínio,
popularidade, honra e glória humanas.
(2) O reino de Jesus é um reino espiritual, no coração dos
seus, os quais foram tirados do mundo. Como reino celestial:
(a) é alcançado através do sofrimento, da abnegação, da
humildade e da mansidão;
(b) requer que dediquemos nosso corpo como sacrifício vivo e
santo (Rm 12.1), em completa devoção e obediência a Deus;
(c) implica em lutar com armas espirituais contra o pecado,
a tentação e Satanás (Ef 6.10-20); e
(d) importa em resistirmos à conformação com este mundo (Rm
12.2).
FONTES;
MANUAIS BIBLICOS
ENCICLOPÉDIAS BIBLICAS
COMENTÁRIOS BIBLICOS
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário