LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
- ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos
Comentarista: Esequias Soares
Lição 8: A Igreja de Cristo
Data: 20 de Agosto de 2017
TEXTO ÁUREO
“Porque onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt
18.20).
VERDADE PRÁTICA
Cremos na Igreja, que
é o corpo de Cristo, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de
todas as eras e todos os lugares.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Mt 16.18
Jesus Cristo é o fundador da Igreja
Terça — Hb 12.23
A Igreja é a comunidade dos remidos
Quarta — Ef 1.22,23
O Senhor Jesus Cristo é a cabeça do Corpo da Igreja
Quinta — 1Tm 3.15
A Igreja é a Casa de Deus
Sexta — Ef 5.25-28
O relacionamento do casal é comparado ao de Cristo com a sua
Igreja
Sábado — Ap 22.17
A Igreja no convite do pecador para Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios
12.12-20,25-27.
12 — Porque, assim
como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são
um só corpo, assim é Cristo também.
13 — Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando
um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos
bebido de um Espírito.
14 — Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
15 — Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo;
não será por isso do corpo?
16 — E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do
corpo; não será por isso do corpo?
17 — Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se
todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
18 — Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um
deles como quis.
19 — E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20 — Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.
25 — para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham
os membros igual cuidado uns dos outros.
26 — De maneira que, se um membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com
ele.
27 — Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em
particular.
HINOS SUGERIDOS
268, 302 e 477 da
Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar a Igreja como
corpo de Cristo e os elementos que a identificam.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar o significado da palavra “igreja” e os seus desdobramentos;
II. Explicar os elementos que identificam a Igreja;
III. Conscientizar os crentes de que eles são membros do
corpo de Cristo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, é de
suma importância para o aluno ter uma compreensão bíblica e teológica a
respeito da natureza da Igreja de Cristo. Hoje, há algumas ideias equivocadas
quanto algumas instituições que se chamam “igrejas”. Muitos confundem a Igreja
de Cristo com tais instituições. Um dos objetivos da lição desta semana é
exatamente esclarecer essa questão. O que é a Igreja de Cristo? Qual a
diferença entre a sua natureza visível e a sua natureza invisível? Qual o papel
do membro dentro do Corpo de Cristo?
São algumas questões que devem nortear a aula desta semana.
O nosso desejo é que a sua classe compreenda melhor o maravilhoso privilégio de
pertencer ao Corpo de Cristo, a Igreja do Senhor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A descida do Espírito
Santo no dia de Pentecostes marcou o início da jornada da Igreja, e vemos o seu
final glorioso no epílogo da história humana, em Apocalipse. Todos nós fazemos
parte dessa história. O presente estudo pretende descrever a Igreja como corpo
de Cristo, o que isso significa e quais são os elementos que identificam uma
igreja.
PONTO CENTRAL
A Igreja é o Corpo de
Cristo.
I. A COMUNIDADE DOS FIÉIS
1. Etimologia. O
termo grego para “igreja” é ekklesía, literalmente, “chamado para fora”, do
verbo grego ekkaleo, “chamar, convocar”, que não aparece no Novo Testamento
grego e só ocorre duas vezes na Septuaginta: “e chamaram Ló” (Gn 19.5) e
“chamarás pacificamente” (Dt 20.10, LXX). O substantivo ekklesía aparece 115
vezes no Novo Testamento, das quais em apenas cinco não é traduzido por
“igreja”: em Atos 19.32, 39 e 41, a ideia é de “ajuntamento” ou “assembleia”,
como aparece na ARA; e nas outras duas ocorrências o termo se refere à
congregação de Israel (At 7.38; Hb 2.12).
2. A assembleia dos cidadãos. A Septuaginta emprega o mesmo
termo ekklesía para traduzir o hebraico qahal, “assembleia, multidão humana
reunida”, em referência à congregação de Israel (Dt 23.2; 31.30; 2Cr 6.3), e
para verter mais quatro palavras menos frequentes no Antigo Testamento. Esse
era o mesmo vocábulo para a assembleia dos cidadãos em Atenas. Mas o termo
aparece no Novo Testamento com um significado glorioso: “Assim que já não sois
estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus”
(Ef 2.19) e “universal assembleia e igreja dos primogênitos” (Hb 12.23). Essas
palavras expressam um tom de uma celebração jubilosa, de uma reunião festiva
com todos os remidos como cidadãos da comunidade celestial (Ap 5.11-13).
3. O significado da expressão “Santa Igreja Católica”. Essas
palavras aparecem nos principais credos da antiguidade cristã. O termo
katholikós, “universal, geral”, significa literalmente “de acordo com o todo”,
pois é substantivo composto por katá e de holos. A preposição grega katá
significa “de cima para baixo, contra, ao longo de, conforme, de acordo,
segundo”, e a palavra holos quer dizer “todo, inteiro, completo”. Foi Inácio,
bispo de Antioquia (70-110), que empregou o termo para designar a igreja com o
sentido de “geral, universal”. Mas o significado exato do termo se perdeu com o
tempo.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A palavra “igreja”
remonta à comunidade dos fiéis reunida em nome do Senhor Jesus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO I
O primeiro tópico é
um pouco técnico. Mas é importante conhecer o sentido etimológico do termo
“igreja”. O comentarista mostra que ekklesia é uma palavra grega que significa
um grupo de pessoas “chamado para fora” e a interliga com o termo hebraico
qahal, “assembleia, multidão humana reunida”, no contexto do Antigo Testamento.
CONHEÇA MAIS
Igreja
“Origem da Palavra
No Novo Testamento, a palavra ‘igreja’ é uma tradução da
palavra grega ekklesia, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em
vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica
uma associação local de crentes”. Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico
Wycliffe, CPAD, p.949.
II. ELEMENTOS QUE IDENTIFICAM UMA IGREJA
1. Afinal, o que é
Igreja? É toda congregação ou assembleia que se reúne em torno do nome de Jesus
Cristo como Senhor e Salvador, professando sua fé nEle publicamente e de forma
diversificada, aberta a todas as pessoas, a qual inclui o batismo e a Ceia do
Senhor (nas reuniões específicas). Trata-se da igreja no sentido completo da
palavra. Como Jesus mesmo prometeu, Ele está presente na igreja por meio do
Espírito Santo até a consumação dos séculos (Mt 18.20; 28.20).
2. As ordenanças. São duas as ordenanças da Igreja dadas por
ordem específica do Senhor Jesus. A primeira é o batismo em águas: “Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo” (Mt 28.19). A segunda é a Ceia do Senhor: “fazei isso em
memória de mim” (Lc 22.19). O batismo em águas é o rito que simboliza a nossa
união com Cristo e é a nossa confissão pública de fé em Jesus (Rm 6.4). Como se
nasce apenas uma vez, da mesma forma o batismo acontece uma só vez (Ef 4.5). Já
a Ceia do Senhor é o rito da comunhão e significa a continuação da vida
espiritual (1Co 10.16). O crente em Jesus precisa estar em comunhão com a
Igreja para participar da Ceia do Senhor. Isso por si mostra a impossibilidade
de alguém querer ser crente sem se tornar membro da Igreja.
3. A adoração. Os crentes em Jesus se reúnem para a adoração
pública e coletiva. Os dois principais verbos gregos para “adorar”, no Novo
Testamento, são proskyneo, que significa “adorar, render homenagem”, no sentido
de prostrar-se (Ap 19.10), e latreuo, que significa “servir” a Deus (Ap 22.3).
À luz da Bíblia, podemos definir adoração como serviço sagrado, culto ou
reverência a Deus por suas obras (Sl 92.1-5) e por aquilo que Deus é (Sl
100.1-4). Não há diferença entre “servir” e “adorar” nem entre “prostrar-se” e
“adorar”. Os principais elementos de um culto são: oração, louvor, leitura
bíblica, pregação ou testemunho, oferta e manifestação dos dons do Espírito
Santo (1Co 14.26).
4. A família de Deus. Não devemos confundir igreja com
templo; a casa de Deus é outra coisa. Há passagens no Novo Testamento em que o
termo “casa” parece se referir à igreja: “para que saibas como convém andar na
casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15); “vós também, como pedras
vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo” (1Pe 2.5); “já é
tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” (1Pe 4.17). O termo “casa”
também é utilizado na Bíblia metaforicamente para designar “família” (Js 24.15;
At 16.31). A Igreja é citada como a família de Deus (Ef 2.19) e o templo
espiritual de Deus (1Co 3.16; Ef 2.22). É por isso que chamamos de irmãos
aqueles que se convertem ao Senhor Jesus.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
As ordenanças
(batismo e ceia), a adoração e a reunião de pessoas são elementos que
identificam a Igreja.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO II
“Precisamos nos
identificar primeiro com o Senhor Jesus Cristo, parecer com Ele no amor, no
trato com as pessoas, nas estratégias de trabalho, no aproveitamento das
oportunidades, no uso de autoridade para libertar os oprimidos e na compaixão
pelas pessoas. Enfim, identificar-se com Cristo é ser parecido com Ele no
projeto de transformar o mundo [...]. Precisamos também de identificação entre
nós mesmos, ou seja, precisamos entender e praticar o que é ser Igreja. Não me
refiro a uma comunidade com estatuto e CGC, endereço e liderança, que faz o que
quer, como quer e quando quer. Uma comunidade burocrática e fria, cheia de
deveres e direitos, sem vida nem poder. Igreja não é um lugar onde uma multidão
ali chega triste e sai vazia, nem tampouco um meio através do qual se possa
ganhar dinheiro, explorando-se a boa fé alheia. Igreja não é uma facção
dividida por um grupo de radicais e outro de liberais, onde só há confronto e
não há vida. Igreja não é lugar de promessas mirabolantes, mas um lugar de vida
onde Jesus se manifesta, onde há sinceridade, onde acontecem maravilhas, onde o
amor tem liberdade de atuar, onde há comunhão e onde há poder” (FERREIRA,
Israel Alves. Igreja Lugar de Soluções: Como recuperar os enfermos espirituais.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.12-13).
III. O CORPO DE CRISTO
1. O corpo e seus
membros. A Igreja é o corpo místico de Cristo (Ef 1.22,23). O apóstolo Paulo
chama a atenção para um detalhe importante: “o corpo é um e tem muitos membros,
e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo” (1Co 12.12). Mas ele não
relaciona o tema unidade e diversidade do corpo e seus membros com a Igreja, o
que era de se esperar, mas diz o seguinte: “assim é Cristo também”. Longe de
confundir Cristo com a Igreja, pois Jesus é transcendente (Cl 1.16,17), o que
Paulo nos ensina é que pertencemos a Cristo e por Ele somos membros do seu
corpo (1Co 12.27).
2. A morada de Deus. Quando Saulo de Tarso se encontrou com
Jesus no caminho de Damasco, ele ouviu a voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que
me persegues?” (At 9.4). Saulo perseguia os discípulos de Jesus, mas o Senhor
se identificou com eles. Ao apóstolo foi revelado que a Igreja é o corpo
espiritual de Cristo, sendo o Senhor mesmo a cabeça (Ef 1.22,23; Cl 1.18), e
seus membros são o templo de Deus, a habitação do Espírito Santo (1Co 3.16); em
outras palavras, a morada de Deus no Espírito (Ef 2.22). O tabernáculo e o
Templo de Jerusalém representavam a presença de Deus (Êx 40.34; 2Cr 7.2,16). O
salmista diz: “SENHOR, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde
permanece a tua glória” (Sl 26.8). Não existe mais o Templo de Jerusalém, mas
Deus habita no cristão individual (Jo 14.23; 1Co 6.19).
3. Os membros do corpo. A tradução “por um só Espírito” (1Co
12.13), como aparece na Almeida Século 21, e expressões correlatas na NTLH, e
na NVI (que tem esta nota: “Ou com; ou ainda por”), não significa o mesmo que
“em um só Espírito”. As duas versões são gramaticalmente legítimas (Lc 2.27;
1Co 12.3; Ef 3.5). Ser batizado “por um só Espírito” quer dizer que é o
Espírito quem batiza; isso indica a iniciação dos crentes no corpo de Cristo e
não se refere ao batismo do dia de Pentecostes. Essa posição é defendida também
por Stanley M. Horton. Não há distinção de pessoas, raça ou status social na
Igreja. O apóstolo explica: “formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1Co 12.13b). A
ilustração do corpo humano com a Igreja nos versículos seguintes, além de
mostrar a unidade na diversidade, ensina também que precisamos uns dos outros
(1Co 12.21) e que, igualmente, diferimos entre si (1Co 12.18) e que precisamos
cuidar uns dos outros (1Co 12.25). Isso é Igreja.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A Igreja é o corpo de
Cristo na terra, a morada do Deus Altíssimo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO III
“A fim de enfatizar e
visualizar a relação viva dos crentes com o Cristo, a Bíblia o apresenta como o
‘cabeça’ da Igreja, e a Igreja como seu ‘corpo’ (1Co 12.27; Ef 1.22,23; Cl
1.18). Há várias razões para esta analogia. A igreja é a manifestação física —
visível — de Cristo no mundo, a fazer seu trabalho, tal como chamar os
pecadores ao arrependimento, proclamando a verdade de Deus às nações e
preparando-se para as eras vindouras. A Igreja também é um corpo, composta de
um arranjo complexo de diversas partes, cada qual discreta, cada qual recebendo
do Cabeça, cada qual com seus próprios dons e ministérios, contudo, todos
necessários à obra de Deus por vir (Rm 12.4-8; 1Co 6.15; 10.16,17; 12.12-27; Ef
4.15,16). (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os
Fundamentos da Nossa Fé. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995, pp.134-35).
CONCLUSÃO
Diante do exposto,
concluímos que Deus estabeleceu a sua morada, primeiramente no tabernáculo e
depois no Templo,ambos consagrados a Ele, e que da mesma forma o Espírito Santo
também estabeleceu a sua habitação no corpo do cristão individual. Entre
gentios e judeus, o Senhor Jesus formou um novo povo (1Co 10.32), de modo que o
gentio deixa de ser gentio quando se converte ao evangelho de Jesus Cristo (1Co
12.2; Ef 2.11). A missão principal da igreja é adorar a Deus e propagar o
evangelho a todas as nações da terra (Mt 28.19,20).
PARA REFLETIR
A respeito da Igreja
de Cristo, responda:
O que significa literalmente a palavra grega ekklesía,
“igreja”?
O termo grego para “igreja” é ekklesía, literalmente,
“chamado para fora”, do verbo grego ekkaleo “chamar, convocar”.
Qual o tom da “universal assembleia e igreja dos
primogênitos”?
Essas palavras expressam um tom de uma celebração jubilosa,
de uma reunião festiva com todos os remidos como cidadãos da comunidade
celestial (Ap 5.11-13).
Quais as ordenanças da Igreja?
As ordenanças da Igreja são duas, a primeira é o batismo em
águas e a segunda é a Ceia do Senhor.
O que significa “casa de Deus” em relação à Igreja?
Há passagens no Novo Testamento em que o termo “casa” parece
se referir à igreja. O termo “casa” também é utilizado na Bíblia
metaforicamente para designar “família” (Js 24.15; At 16.31). A Igreja é citada
como a família de Deus (Ef 2.19) e o templo espiritual de Deus (1Co 3.16; Ef
2.22). É por isso que chamamos de irmãos aqueles que se convertem ao Senhor
Jesus.
O que significa “batizado pelo Espírito” (1Co 12.13)?
Ser batizado “por um só Espírito” quer dizer que é o
Espírito quem batiza; isso indica a iniciação dos crentes no corpo de Cristo e
não se refere ao batismo do dia de Pentecostes.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Igreja de Cristo
O que é a Igreja?
A expressão Igreja vem do grego ekklesia cujo significado é
“assembleia pública”. A expressão ekklesia tinha a ver com a reunião pública
dos cidadãos gregos para decidirem questões da sociedade local.
Os escritores do Novo Testamento viram nessa expressão uma
maneira viável de se referir ao grupo de pessoas que se decidiram por Jesus e
Sua Palavra, de modo que a palavra ekklesia, aportuguesada para Igreja, passou
a designar todas as pessoas, de várias partes do mundo, que depositaram a sua
confiança em Jesus. Esse é o entendimento quando lemos os textos bíblicos que
se referem a Igreja como Corpo de Cristo manifestado no mundo (Mt 16.18; At
20.28; Ef 5.32). Por isso vale a pena tomarmos contato com o teólogo e
missiólogo, George peters, quando ele escreve: “[...] Igreja ideal. [...]
Aquela instituição de pessoas que foi chamada a Deus através do Evangelho de
Jesus Cristo, conduzida a uma amizade eterna com Jesus Cristo pela fé, e foi
batizada no corpo de Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Ela é o templo de Deus
habitado pelo Espírito Santo [...]” (Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2000, p.247).
Três ilustrações que caracterizam a Igreja em o Novo
Testamento
Há três expressões que aparecem ao longo do Novo Testamento
que caracterizam a Igreja:
O corpo de Cristo: Com essa expressão o autor sacro
refere-se ao fato de que se Cristo é o cabeça da Igreja, nós, seus servos,
somos o corpo que obedece solenemente a cabeça: “Regozijo-me, agora, no que
padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu
corpo, que é a igreja” (Cl 1.24).
O templo de Deus: Essa expressão mostra que um templo, ou
santuário, é o lugar em que Deus é cultuado e habita em toda a parte. Assim
como o Senhor morou no tabernáculo no deserto, Deus agora vive, por seu
Espírito, na Igreja (Ef 2.21,22; 1Co 3.16,17).
A noiva de Cristo: a expressão é usada como uma ilustração
para contar a união e a comunhão de Deus com o seu povo (Ef 5.25-27; Ap 22.17).
Com Deus tratava a nação de Israel como sua esposa, o apóstolo Paulo apresenta
o noivo, Jesus Cristo, em pleno cuidado com a sua noiva, a Igreja.
Essas expressões são imagens ou figuras de linguagem,
recursos linguísticos adotados pelos santos escritores, a fim de nos ajudar na
aquisição da revelação de Deus para o ser humano por intermédio de Sua Palavra.
Por isso, o seu uso não deve ser forçado ou exagerado.
SUBSIDIOS.
Mt 16.18 “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre
esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela”.
A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à
reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa
principalmente o conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos
do reino de Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a Deus. A palavra
“igreja” pode referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no
sentido universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21, 22).
(1) A igreja é apresentada como o povo de Deus (1Co 1.2;
10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de
Cristo (1Pe 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb
13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal
com Deus (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no
reino de Deus. A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a
recompensa disso é ter o Senhor por Deus e Pai (2Co 6.16-18).
(3) A igreja é o templo de Deus e do Espírito Santo (ver 1Co
3.16 nota; 2Co 6.14—7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à
igreja, requer dela separação da iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de Cristo (1Co 6.15,16; 10.16,17;
12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital
dos seus membros com Cristo. A cabeça do corpo é Cristo (Cl 1.18; Ef 1.22;
4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap
19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade
da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com
ela.
(6) A igreja é uma
comunhão (gr. koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação
nela do Espírito Santo (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do Espírito (Ef
4.4) e o batismo com o Espírito (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta
comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os
irmãos (Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela
ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo Espírito Santo (Rm
12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito espiritual,
batalhando com a espada e o poder do Espírito (Ef 6.17). Seu combate é
espiritual, contra Satanás e o pecado . O Espírito que está na igreja e a
enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as pessoas
do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb
4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm
3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A
igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os
deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17; Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura.
Esta esperança tem por centro a volta de Cristo para buscar o seu povo (ver Jo
14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível.
(a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros,
unidos por sua fé viva em Cristo.
(b) A igreja visível
consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap
2.11, 17, 26; ver 2.7), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2);
“caídos” (Ap 2.5); espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; ver Mt
13.24 nota; At 12.5, sobre as
características essenciais de uma igreja do NT).
MATEUS 16.18 AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO.
As portas do inferno representam Satanás e a totalidade do mal no mundo,
lutando para destruir a igreja de Jesus Cristo.
(1) Este texto não quer dizer que nenhum crente como pessoa
e nenhuma igreja local, confederação de igrejas ou denominação, jamais chegará
a cair na imoralidade, nos erros de doutrina ou na apostasia. O próprio Jesus
predisse que muitos decairão da fé e Ele adverte as igrejas que estão
abandonando a fé neotestamentária a voltar-se do pecado ou sofrer a pena da
remoção do seu reino (24.10,11; Ap 2.5,12-29; 3.1-6,14-16; ver 1 Tm 4.1). A
promessa do versículo 18 não se aplica àqueles que negam a fé, nem às igrejas
mornas.
(2) O que Cristo quer dizer é que, a despeito de Satanás
fazer o pior que pode, a despeito da apostasia que ocorre entre os crentes, das
igrejas que ficam mornas e dos falsos mestres que se infiltram no reino de
Deus, a igreja não será destruída. Deus, pela sua graça, sabedoria e poder
soberanos, sempre terá um remanescente de crentes e de igrejas que, no decurso
de toda a história da redenção, permanecerá fiel ao evangelho original de
Cristo e dos apóstolos e que experimentará a comunhão com Ele, o senhorio de
Cristo e o poder do Espírito Santo. Como o povo genuíno de Deus, esses crentes
demonstrarão o poder do Espírito Santo contra Satanás, o pecado, a doença, o
mundo e as forças demoníacas. É essa igreja que Satanás com todas as suas hostes
não poderá destruir nem resistir
MATEUS 16.18 PEDRO, A
PEDRA E A IGREJAO significado desta passagem é que Cristo edificará a sua
igreja sobre a verdade da confissão feita por Pedro e os demais discípulos,
i.e., que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (v. 16; At 3.13-26). Jesus
emprega um trocadilho. Ele chama seu discípulo de Pedro (gr. Petros, que
significa uma pedra pequena). A seguir, Ele diz: Sobre esta pedra (gr. petra,
que significa uma grande rocha maciça ou rochedo) edificarei a minha igreja , i.e.,
sobre a confissão feita por Pedro.
(1) É Jesus Cristo que é a pedra, i.e., o único e grande
alicerce da igreja (1 Co 3.11). Pedro declara que Jesus é a pedra viva...
eleita e preciosa... a pedra que os edificadores reprovaram (1 Pe 2.4, 6, 7; At
4.11). Pedro e os demais discípulos são pedras vivas , como parte da estrutura
da casa espiritual (a igreja) que Deus está edificando (1 Pe 2.5).
(2) Em lugar nenhum as Escrituras declaram que Pedro seria a
autoridade suprema e infalível sobre todos os demais discípulos (cf. At 15; Gl
2.11). Nem está dito, também, na Bíblia que Pedro teria sucessores infalíveis,
representantes de Cristo e cabeças da igreja. Tais idéias são injunções do
homem e não a verdade das Escrituras.
MATEUS 16.19 AS
CHAVES DO REINO. As chaves representam a autoridade que Deus delegou a Pedro e
à igreja. Estas chaves são usadas para:
(1) repreender o pecado e levar a efeito a disciplina
eclesiástica (18.15-18);
(2) orar de modo eficaz em prol da causa de Deus na terra
(18.19,20);
(3) dominar as forças demoníacas e libertar os cativos ;
(4) anunciar a culpa do pecado, o padrão divino da justica e
o juízo vindouro (At 2.23; 5.3,9); e
(5) proclamar a salvação e o perdão dos pecados para todos
quantos se arrependem e crêem em Cristo (Jo 20.23; At 2.37-40; 15.7-9).
Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT,
tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja
neotestamentária.
(1) Antes de mais
nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo
Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e
leal com Deus e com Jesus Cristo (13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co
11.28; Hb 11.6).
(2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores
são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja;
participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (2.41,42; 4.33; 5.14;
11.24; 1 Co 11.26).
(3) O batismo no Espírito Santo será pregado e concedido aos
novos crentes (ver 2.39 nota), e sua presença e poder se manifestarão.
(4) Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm
12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas
(2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18).
(5) Para dirigir a igreja, Deus lhe provê um ministério
quíntuplo, o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12).
(6) Os crentes expulsarão demônios (5.16; 8.7; 16.18; 19.12;
Mc 16.17).
(7) Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos
ensinamentos originais de Cristo e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20). Os
membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de Deus e à obediência a
ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15).
(8) No primeiro dia
da semana (20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a
mútua edificação através da Palavra de Deus escrita e das manifestações do
Espírito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17).
(9) A igreja manterá a humildade, reverência e santo temor
diante da presença de um Deus santo (5.11). Os membros terão uma preocupação vital
com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os
falsos mestres que são desleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15).
(10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos
padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a
direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15
nota; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9).
(11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis
para cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8).
(12) Haverá amor e comunhão no Espírito evidente entre os
membros (2.42,44-46; ver Jo 13.34), não somente dentro da congregação local
como também entre ela e outras congregações que crêem na Bíblia (15.1-31; 2 Co
8.1-8).
(13) A igreja será uma igreja de oração e jejum (1.14; 6.4;
12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).
(14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas
prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl
1.4; 1 Jo 2.15,16).
(15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos
seus costumes (4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).
(16) A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários
a outros países (2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar
de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para
manter estas 16 características práticas entre seus membros .
FONTES DE PESQUISA:
MANUAIS BÍBLICOS
COMENTÁRIOS BÍBLICOS
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL.
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