Lições Bíblicas CPAD
- Adultos
2º Trimestre de 2016
Título:
Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
Lição 11: A tolerância cristã
Data: 12 de Junho de 2016
TEXTO ÁUREO
“Porque o Reino de
Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”
(Rm 14.17).
VERDADE PRÁTICA
Os crentes mais
maduros não devem agir egoisticamente, mas precisam atuar como modelo para os
mais fracos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Mc 12.33
Amar o próximo é melhor que qualquer sacrifício
Terça — 1Co 13.7
O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta
Quarta — Rm 14.4
Aquele que ama não julga o seu irmão
Quinta — Rm 14.10
Não desprezemos os nossos irmãos
Sexta — Rm 14.12
Cada um dará conta de si mesmo perante Deus, o Criador
Sábado — Rm 14.13
Deixemos de lado todo julgamento alheio
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 14.1-6.
1 — Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não
em contendas sobre dúvidas.
2 — Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que
é fraco, come legumes.
3 — O que come não despreze o que não come; e o que não
come não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
4 — Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu
próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus
para o firmar.
5 — Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga
iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo.
6 — Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O
que come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come para o
Senhor não come e dá graças a Deus.
HINOS SUGERIDOS
79, 315 e 464 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o crente maduro precisa atuar como modelo
para os mais fracos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o
professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Saber que a igreja em Roma era uma igreja heterogênea;
II. Explicar que a igreja em Roma era tolerante com os
mais fracos;
III. Compreender que assim como a igreja em Roma, a
igreja atual precisa ser acolhedora.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, não se esqueça de incentivar os alunos a lerem
toda a Epístola de Romanos para que tenham uma compreensão melhor do texto. Na
lição de hoje estudaremos os capítulos 14 e 15 da Epístola aos Romanos. Nestes
capítulos vemos que Paulo volta a tratar de questões práticas da fé. O apóstolo
mostra que a igreja em Roma era bem heterogênea, por isso, os crentes não
deviam entrar em discussões a respeito de convicções religiosas. Ele também
mostra que era necessário tratar uns aos outros com respeito e amor. Paulo
mostra que não temos o direito de julgar ninguém. Ele pergunta: “Quem és tu que
julgas o servo alheio?” (v.4). Somente Deus conhece as verdadeiras intenções do
coração. Como crentes, alcançados pela graça, precisamos amar, respeitar e
tolerar os fracos na fé. A Igreja precisa ser um local de acolhimento, amor e
paz, e não um tribunal.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo foi informado de que havia alguns
conflitos na igreja de Roma, os quais giravam em torno da liberdade cristã.
Alguns crentes, ainda imaturos, se escandalizavam com determinadas atitudes dos
crentes, cuja a fé achava-se amadurecida. Esses conflitos, como acredita a
maioria dos comentaristas, surgiram com o retorno de alguns judeus cristãos que
haviam sido expulsos pelo imperador Cláudio. Estes, ao se juntarem à igreja
formada em sua maioria por gentios, se escandalizaram com determinadas práticas.
Paulo busca um ponto de equilíbrio a fim de que a obra de Cristo não sofresse
nenhum dano. Este é o tema que vamos estudar.
PONTO CENTRAL
O crente precisa tolerar e amar os mais fracos na fé.
I. UMA IGREJA HETEROGÊNEA (Rm 14.1-12)
1. A natureza da Igreja. É possível percebermos, nesta
seção da Epístola aos Romanos, que Paulo apela para a natureza da Igreja a fim
de corrigir o problema que nela surgiu. A Igreja é una, isto é, embora formada
por pessoas de grupos diferentes, ela forma o corpo de Cristo. Para ser Igreja,
ela precisa atender o critério da unidade. Não há judeus nem gentios, mas a
Igreja de Deus. Ela é, portanto, indivisível. Esse é o primeiro aspecto que
podemos perceber na linha argumentativa de Paulo. Nisto vemos a natureza heterogênea
da Igreja. Essa Igreja una e indivisível é de natureza local e universal. Os
crentes judeus e gentios deveriam, portanto, se conscientizar de que problemas
de natureza local não poderiam sobrepor-se à universalidade da Igreja. A
liberdade deveria ser respeitada, isto é, regulada pela lei do amor.
2. Os fracos na fé. Quem seriam os fracos na fé? Os
crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se abstinham de certos
tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua contínua
lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14). Muitos judeus que haviam se convertido
não conseguiam se libertar totalmente dos preceitos do judaísmo. Além de
observar determinados rituais relacionados ao culto, eles queriam que os
gentios fizessem o mesmo. Paulo teve que resolver problemas semelhantes na
igreja de Corinto (1Co 8.1-13), Gálacia e Colossos. Esses cristãos — podemos
chamá-los de imaturos — não conseguiram entender por completo a natureza da
Nova Aliança em Cristo Jesus. Eram crentes nascidos de novo, mas ainda não
haviam conseguido se libertar do legalismo.
3. Os fortes na fé. Se os crentes fracos eram formados
por judeus crentes, mas que viviam ainda debaixo da velha aliança, os fortes
eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado um
entendimento correto das implicações da Nova Aliança. Esse fato é confirmado
pela afirmação do apóstolo Paulo que se enfileira com os fortes na fé (Rm
15.1). Portanto, os fortes sabiam que não estavam mais debaixo da Lei, mas da
graça.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A Igreja é una, porém é formada por pessoas diferentes.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Juízo de valor (14.1)
Significa determinar, com base em nossas próprias crenças
e convicções, que certa pessoa está em pecado. Quando uma pessoa se envolve num
ato que a Bíblia tipifica como pecaminoso, não estamos fazendo juízo de valor
ao classificar esse ato de pecado, mas, sim, estamos em concordância com Deus.
É importante ter clara, na mente, essa distinção. A igreja deve disciplinar os
crentes que pecam, mas ninguém, nem mesmo a congregação, tem o direito de
emitir juízo de valor.
Forte e fraco (14.2). Para surpresa de muitos, é o fraco
na fé (aetheneia: fraco, incapacitado) que tem problemas com a liberdade de
outros, que desfrutam de uma fé mais forte! O forte na fé leva em conta que a
espiritualidade não é uma questão de fazer ou não fazer, mas de amar e servir a
Deus enquanto usufrui suas boas dádivas.
Desprezar (14.3). O problema de julgar os outros é que
isso distorce relacionamentos, nos impede o entendimento e de compartilharmos a
ajuda uns dos outros. Deus se agrada de nós, pelos nossos relacionamentos, não
se comemos carne ou somos vegetariano” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição.
RJ: CPAD, 2012, p.750).
II. UMA IGREJA
TOLERANTE (Rm 14.13-23)
1. A lei da liberdade. Um tema que Paulo trata com
bastante ênfase na Epístola aos Romanos é o da liberdade em Cristo. Em Romanos
7.24 e 25, o apóstolo tinha consciência da incapacidade de o crente se
autolibertar. Por isso, ele glorifica a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por
prover a libertação das garras do pecado. Em sua espístola endereçada à igreja
da Galácia, ele escreveu que foi para a liberdade que Cristo nos chamou (Gl
5.1). A liberdade cristã lhe dava certeza de uma coisa: “Eu sei e estou certo,
no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele
que a tem por imunda; para esse é imunda” (Rm 14.14). Essa é a lei da
liberdade. A palavra grega koinos, traduzida aqui como imunda, se refere às
coisas que a Lei Mosaica considerava comuns ou impuras. A lei da liberdade
mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de
Moisés.
2. A lei do amor. O versículo 15 do capítulo 14 de
Romanos diz: “Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas
conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo
morreu”. Tendo chamado a atenção para a lei da liberdade, agora o apóstolo
passa a falar de outra lei — a lei do amor. É o amor ágape de Deus. A lei da
liberdade, exercitada por cristãos mais maduros, mostrou-lhes Paulo, permitia
quebrar certas regras ritualísticas. Todavia se isso causasse algum escândalo
nos crentes imaturos, então essa liberdade deveria ser restringida.
3. A lei da espiritualidade. Paulo passa a mostrar então
o modelo de espiritualidade que deve conduzir tanto os crentes fortes como os
fracos (Rm 14.22,23). O crente deve possuir convicção bem definida no exercício
da sua fé. Ele deve ter critérios para que não se torne um antinomista ou
legalista. A lei que deve regê-lo é a “lei de Cristo”.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O crente, alcançado pela graça, precisa ser tolerante com
os fracos na fé.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
”Romanos 14.13
Alguns cristãos usam um invisível irmão mais fraco, para
apoiar suas opiniões, seus preconceitos e padrões de comportamento. Dizem:
‘Você deve viver de acordo com esses padrões ou ofenderá um irmão mais fraco’.
Na verdade, muitas vezes a pessoa ofenderia somente a quem lhe fez a
recomendação. Embora Paulo estivesse nos conclamando a sermos sensíveis com aqueles
cuja fé poderia ser prejudicada por nossos atos, não devemos sacrificar nossa
liberdade em Cristo apenas para satisfazer as razões egoístas daqueles que
tentam impor-nos suas opiniões. Não tema nem os critique, apenas siga a Cristo
o mais próximo que puder.
14.14. No Concílio de Jerusalém (At 15), a igreja local,
formada por judeus, pediu à igreja gentílica de Antioquia que recomendasse aos
cristãos que não comessem carne sacrificada aos ídolos. Paulo estava no
Concílio de Jerusalém e aceitou essa solicitação, não por pensar que comer essa
carne seria um pecado, mas porque essa prática ofenderia profundamente muitos
judeus. Paulo não considerava a questão tão séria, a ponto de dividir a Igreja:
o desejo ao aceitar a recomendação da Igreja em Jerusalém foi promover a
unidade entre os cristãos” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2005,
p.1576).
III. UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)
1. O exemplo dos cristãos maduros. Como então deveriam
agir os crentes fortes em relação aos fracos? Paulo respondeu: “Mas nós que
somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós
mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para
edificação” (Rm 15.1,2). Os crentes maduros deveriam dar graças a Deus por
entender o real propósito da Nova Aliança. Eles sabiam que “[...] o Reino de
Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”
(Rm 14.17). Exatamente por possuírem uma fé mais substancial, eles deveriam
servir de modelo para aqueles que ainda não haviam alcançado esse nível de
maturidade. O crente maduro, portanto, deve evitar as coisas que fazem aos mais
fracos tropeçar. Isso, no entanto, não quer dizer que o crente forte ficará
prisioneiro da consciência do crente fraco. Quer dizer que o crente forte é
responsável também pelo crescimento e amadurecimento do fraco, mostrando-lhe
com amor o que significa ser livre em Cristo.
2. O exemplo de Cristo. O exemplo para essa limitação da
liberdade foi dada por Cristo, nosso Senhor (Rm 15.3). O argumento de Paulo é
que, se o próprio Salvador não agradou a si mesmo, então por que os crentes que
se consideravam mais espirituais não poderiam agir da mesma forma? Em Cristo,
Deus mostrou tolerância para com os pecadores. Paulo já havia falado em Romanos
5.8, que o amor de Deus pelos homens foi mostrado de forma graciosa quando
Cristo morreu por eles, sendo ainda pecadores.
3. O exemplo das Escrituras. Paulo apela então às
Escrituras como instrumento aferidor da espiritualidade (Rm 15.4). Ele chama
atenção dos crentes, tanto fortes como fracos, exortando e dizendo que o ensino
das Escrituras deve ter um efeito prático em nossa vida. Ela não foi escrita
apenas como um livro de valor histórico, mas é a inspirada Palavra de Deus e,
portanto, deve ser normatizadora da vida do crente. Ela foi escrita não para
ser um instrumento de discórdia ou aprisionamento, mas para alimentar a nossa
esperança.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A igreja precisa ser um lugar de acolhimento e não um
tribunal.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“No exemplo de Cristo 15.1-13
De certo modo, Paulo dá continuidade ao assunto do
capítulo 14, porém, com uma visão especial.
vv.1,2 — Nestes dois versículos a exortação continua
quanto às relações entre os crentes denominados ‘fortes’ e os ‘fracos’. Os
fortes devem suportar os ‘fracos’ nas suas fraquezas. Não apenas suportá-los,
mas ajudá-los. O propósito do crente forte não deve ser o de agradar a si
mesmo, mas o de ajudar os que necessitam do seu auxílio (15.2). Paulo
exemplifica com Jesus, dizendo: ‘Porque também Cristo não agradou a si mesmo’
(15.3).
[...] O grande problema estava no fato das diferenças de
costumes entre os judeus e os gentios. Paulo não desmerece a importância dos
pertencentes à ‘circuncisão’, mas reafirma que Cristo é Senhor e Salvador,
tanto dos judeus como dos gentios. Para que os crentes gentios não se
orgulhassem sobre os crentes vindos do judaísmo, Paulo mostra que o Evangelho é
superior aos sistemas de vida. Gentios e judeus, fortes e fracos, todos são um
só povo em Cristo, pois este foi feito ministro para confirmar as promessas
(15.8)” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição.
RJ: CPAD, 2005, p.144).
CONCLUSÃO
Aprendemos como o apóstolo Paulo procurou pacificar a
tensão entre os crentes forte e fracos na igreja de Roma. Esse conflito estava
gerando um ponto de tensão que poderia, a curto prazo, pôr em risco a obra de
Cristo ali.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
O que significa ser uma Igreja una?
Significa que embora seja formada por pessoas de raças
diferentes, ela constitui o Corpo de Cristo. Para ser Igreja, ela precisa
atender o critério da unidade. Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus.
Ela é, portanto, indivisível.
Segundo a lição, quem são os fracos na fé?
Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que
se abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em
razão de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14).
Segundo a lição, quem são os fortes na fé?
Os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios
que haviam alcançado um entendimento correto das implicações da Nova Aliança.
O que a lei da liberdade mostrava aos crentes?
A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles
estavam livres dos rudimentos da Lei de Moisés.
Como deveriam agir os crentes fortes em relação aos
fracos?
Paulo respondeu esta questão em Romanos 15.1,2: “Mas nós
que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós
mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para
edificação”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A tolerância cristã
O livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 15, narra o
primeiro grande conflito que poderia levar grandes prejuízos à comunhão da
novata igreja. O problema teve de ser tratado no que se chamou de o primeiro
concílio da igreja. Ora, por intermédio do ministério de Paulo e de outros companheiros,
muitos gentios chegaram à fé. Mas havia grandes questões: o que era preciso
para ser um seguidor de Jesus? Era necessário o gentio guardar toda a lei de
Moisés? Conhecer e compreender a mensagem do Evangelho não seria suficiente?
O concílio da igreja chegou à conclusão de que os gentios
não precisariam guardar a Lei de Moisés, senão, apenas considerar as seguintes
resoluções:
1. Não comer carne de nenhum animal que tenha sido
oferecido aos ídolos;
2. Não comer sangue nem carne de nenhum animal que tenha
sido estrangulado;
3. Não praticar imoralidade sexual.
Estas resoluções foram recebidas de maneira amorosa pelos
gentios. Mas temas dessa natureza retornaram agora no capítulo 14 de Romanos.
Pois o apóstolo Paulo volta-se novamente perante o problema que já havia sido
superado. Entretanto, a questão maior é que na igreja de Roma, judeus e gentios
estavam convivendo mutuamente, de modo que os judeus se escandalizavam com a
liberdade dos gentios. Mas que nos chama atenção neste capítulo 14 é o ensino
de tolerância que o apóstolo passa a expor:
1. “Paremos de criticar uns aos outros” (v.13);
2. “Por estar unido com o Senhor Jesus, eu estou
convencido que nada é impuro em si mesmo” (v.14);
3. “Mas, se alguém pensa que alguma coisa é impura, então
ela fica impura para ele” (v.14).
O apóstolo conclui o argumento da tolerância entre irmãos
da seguinte maneira: “Se você faz com que um irmão fique triste por causa do
que você come, então você não está agindo com amor. Não deixe que a pessoa por
quem Cristo morreu se perca por causa da comida que você come. Não deem motivo
para os outros falarem mal daquilo que vocês acham bom” (vv.15,16). Pois na
verdade o Reino de Deus não é comida e nem bebida, mas vida correta, em paz e
com alegria no Espírito Santo (v.17).
Portanto, em nome da paz e da alegria, vale a pena
respeitar o diferente e aquele que não pensa da mesma forma que você. Pensar
diferente faz parte da grande diversidade que há na Igreja, o Corpo de Cristo.
Por isso, viva em paz! Viva com alegria!
SUBSIDIOS
"Porque
o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no
Espírito Santo." Romanos 14:17 COMIDA - Cujo fim é a perdição; cujo Deus é
o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas
terrenas. Filipenses 3:19
JUSTIÇA
- Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo; Romanos 5:1
PAZ
- Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a
parede de separação que estava no meio, Efésios 2:14
ALEGRIA
- Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te
dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e
inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te
aprouve. Lucas 10:21
E,
perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração, Atos 2:46
Não
é correto guardar dias, nem o Domingo,
mas
como nosso dia de descanso concedido pelo governo é o Domingo, então
aproveitamos
esse dia para nos dedicarmos mais ao Senhor e à sua obra. Nosso
verdadeiro
descanso é em JESUS CRISTO. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei
de
mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as
vossas
almas. Mateus 11:29 Se fôssemos guardar o
Domingo
como o judeu guarda o Sábado, não poderíamos nem fazer comida neste
dia.
Mesmo porque muitos crentes usam este dia para assistir futebol, ir à
praia
ou passear, não para se dedicar a DEUS.
Não
existe nenhum mandamento de DEUS para que guardemos algum dia. As resoluções de
Atos 15 são: não comer carne sacrificada a ídolos, não comer carne sufocada e
sangue, não viver em prostituição.
Era
o dia do Senhor, e eu estava adorando e achei-me no Espírito, quando
subitamente ouvi uma forte voz atrás de mim. Era uma voz que soava como um
toque de trombeta,
Apocalipse,
10.1
Se
referindo ao primeiro dia da semana como referência ao dia em que os cristãos
se reuniam para ceiarem juntos
E
no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo,
que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até
à meia-noite. Atos 20:7
Se
fôssemos guardar o Domingo como o judeu guarda o Sábado, não poderíamos nem
fazer comida neste dia. Mesmo porque muitos crentes usam este dia para assistir
futebol, ir à praia ou passear, não para se dedicar a DEUS.
Portanto,
"ninguém ... vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou
lua nova, ou sábados" (Cl 2:16).
Veja o jovem Daniel. Sabe o que ele disse a
Aspenaz, principal servo de Nabucodonosor? Daniel lhe disse que não queria
comer as coisas gostosas da mesa do rei. Mas Aspenaz ficou preocupado. ‘O rei
decidiu o que devem comer e beber’, disse ele. ‘E se vocês não tiverem aspecto
sadio como os outros rapazes, ele pode me matar.’
Daniel
falou, então, com o guarda, a quem Aspenaz mandou tomar conta dele e de seus
três amigos. ‘Experimente-nos por 10 dias’, disse. ‘Dê-nos legumes para comer e
água para beber. Depois, compare-nos com os outros rapazes que comem a comida
do rei, para ver quem parece melhor.
Por
que eles não comeram da mesa do rei?
comendo
coisas sacrificadas aos ídolos. O motivo é simples: “Não podeis ser
participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Coríntios 10:21).
Vamos fugir da idolatria! 1 Coríntios 8
No
tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é
no mundo e que não há senão um só Deus. Não é a comida que nos recomendará a
Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos
JUDEUS
expulsos de Roma.
Tibério
Cláudio Nero César Druso que sucedeu Calígula e antecedeu Nero, teria editado
um Decreto expulsando os judeus de Roma, entre os anos de 49 e 50 da era
cristã. Eles estavam causando tumulto no império.
Segundo
o relato bíblico de Lucas, em Atos, o casal amigo de Paulo de Tarso, Áqüila e
Priscila, teriam deixado Roma e se fixado na cidade de Corinto:
"Encontrou
ali um judeu chamado Áquila, que era da província do Ponto. Fazia pouco tempo
que ele tinha chegado da Itália com Priscila, a sua esposa. Eles tinham saído
de lá porque o imperador Cláudio havia mandado que todos os judeus fossem
embora de Roma. Paulo foi visitá-los" (Atos 18:2)
Sabe-se
que na época de Cláudio ainda não havia uma declarada perseguição do Império
Romano aos cristãos embora as províncias da Palestina sempre foram motivo de
encrencas para os romanos. Por sua vez, parece-me que o governo de Cláudio, a
princípio, teria sido mais equilibrado do que o de Calígula e de Nero.
Romanos
- Serie Cultura Bíblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce.
M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São
Paulo-SP 04602-970
A-
Liberdade Cristã e Amor Cristão (14:1-15:6).
a.
Liberdade cristã (14:1-12).
Paulo
desfrutou plenamente sua liberdade cristã. Jamais houve um cristão mais
emancipado das inibições e tabus anticristãos. Era emancipado tão completamente
da escravidão espiritual, que nem sequer era escravo da sua emancipação.
Adaptava-se ao modo de viver dos judeus quando se achava numa sociedade
judaica, com tão boa disposição como se adaptava ao modo de vida dos gentios
quando vivia entre eles. Os interesses do Evangelho e o supremo bem-estar dos
homens e mulheres eram considerações da mais alta importância para ele, e lhes
subordinava tudo mais.
Mas
sabia muito bem que muitos outros cristãos não eram emancipados tão
completamente como ele, e insistia em que fossem tratados com delicadeza. Um
cristão podia, em muitos aspectos, ter "fé" fraca, imatura e carente
de instrução. Mas devia ser bem recebido, com acolhida calorosa, como cristão,
e não ser logo desafiado a debater questões sobre aquelas áreas da vida em que
não era emancipado ainda.
Paulo
menciona duas áreas da vida em que isso era suscetível de acontecer, e depois
se estende a respeito de uma delas. Uma era a comida; a outra era a observância
religiosa de certos dias. Alguns cristãos (como o próprio Paulo) não tinham dor
de consciência quanto a comer qualquer espécie de alimento; outros tinham
escrúpulos acerca de certos tipos de comida. Uns (outra vez como Paulo) não
faziam distinção entre dias mais ou menos sagrados, considerando todo dia como
"santo ao Senhor"; outros achavam que alguns dias eram mais santos do
que outros. Que se deve fazer quando cristãos de tão diversas convicções se
acham na mesma comunidade? Devem pôr-se a malhar os pontos em questão, cada
lado determinado a converter o outro? Não, diz o apóstolo. Cada qual os resolva
em sua mente e em sua consciência. Aquele que desfruta maior liberdade não deve
menosprezar o outro julgando-o espiritualmente imaturo. Quem tem escrúpulos de
consciência não deve criticar o seu irmão na fé por praticar o que aquele não
pratica. Cada cristão é servo de CRISTO, e a CRISTO é que terá que prestar
contas, aqui e no porvir. CRISTO morreu, e é o Senhor dos mortos; CRISTO vive,
e é o Senhor dos que vivem.
Um
cristão não deve julgar outro — pode-se ouvir aqui o eco das palavras de nosso
Senhor: "Não julgueis, para que não sejais julgados"? — pois é no
tribunal de DEUS que teremos todos de comparecer para prestar contas e receber
a devida paga.
Com
estas palavras, Paulo insiste inflexivelmente no princípio da liberdade cristã.
"O cristão é o mais livre senhor de todos, não sujeito a ninguém."
(Lutero.)
1.
Não, porém, para discutir opiniões.
AV:
"Não para discussões duvidosas". NEB: "Sem tentar resolver
pontos duvidosos."
2.
O débil come legumes.
AV:
"Outro, que é fraco, alimenta-se de legumes." Por princípios
vegetarianos ou, mais provavelmente, a fim de evitar comer carne de animais que
tinham sido consagrados a deuses pagãos, ou não foram abatidos de acordo com as
normas judaicas (verDn 1:8,12). Ver também pp. 201 ss.
4.
Quem és tu que julgas o servo alheio? para o seu próprio senhor está em pé ou
cai.
Ver
Mateus 7:1; Lucas 6:37; e as palavras do próprio Paulo em 1 Coríntios 4:3ss.:
"A mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por tribunal humano;
nem eu tão pouco julgo a mim mesmo (...) quem me julga é o Senhor. Portanto,
nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor. ..."Na presente
passagem, a palavra traduzida por "servo" éoikelês, "servo
doméstico", não doulos, "escravo".
5.
Outro julga iguais todos os dias.
Não
há nenhuma palavra no texto grego para "iguais", posto que
acrescentada aqui por RV, RSV, NEB, bem como por AV e AA para completar o
sentido. Não significa necessariamente que esse "outro" considera
todos os dias como profanos; talvez signifique que trata todos os dias como
devendo igualmente ser dedicados ao serviço de DEUS — e esta era certamente a
atitude de Paulo.
6.
Quem distingue entre dia e dia, para o Senhor o faz; e quem come, para o Senhor
come.
Portanto,
"ninguém ... vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou
lua nova, ou sábados" (Cl 2:16).
AV
acrescenta: "Quem não distingue entre dia e dia, para o Senhor não o
faz." Estas palavras, não obstante façam parte do espírito do seu
contexto, não constam do texto original. Localizaram-se nos MSS mais tardios e
no "Texto Recebido" para estabelecer equilíbrio com a passagem que
vem logo depois do versículo: "quem não come, para o Senhor não come.
..."
7.
Nenhum de nós vive para si mesmo.
O
que Paulo quer dizer, como o demonstra o versículo 8, é que cada cristão vive
sua vida à vista de CRISTO, e como Seu servo. Mas o sentido comum dado às
palavras, quando citadas fora do seu contexto, segue-se como um corolário: que
a vida de cada cristão influi nos seus irmãos em CRISTO e nos seus semelhantes
e, portanto, este deve tomar em consideração a sua responsabilidade para com eles,
e não consultar só aos seus próprios interesses.
9.
CRISTO morreu e ressurgiu.
AV:
"CRISTO morreu, e ressuscitou, e reviveu." A redação mais bem
documentada diz simplesmente: "CRISTO morreu e viveu" (i. e., viveu
de novo); ver RV, RSV, NEB. Em virtude de Sua morte, Ele é Senhor dos mortos;
em virtude de Sua ressurreição, é Senhor dos que vivem.
10.
Por que julgas a teu irmão?
Não
há pecado que os cristãos — especialmente os cristãos "ardorosos" —
sejam mais propensos a cometer do que o de criticar os outros. As palavras do
apóstolo têm intenção séria. "Não deve o homem pôr a mão na boca antes de
criticar os seus irmãos? Quando lançamos julgamentos apressados, mal
informados, sem amor e sem generosidade, por certo esquecemos que, se falamos
mal deles, ao mesmo tempo falamos mal do Senhor cujo nome eles levam" (H.
St. John). Portanto, "não nos julguemos mais uns aos outros" (v. 13).
Todos
compareceremos perante o tribunal de DEUS. AV: "... perante o tribunal de CRISTO."
Mas a redação melhor credenciada diz: "... perante o tribunal (grego,
bêma) de DEUS", como AA (ver RV, RSV, NEB). Mas a redação da AV vai até à
primeira metade do segundo século sendo certificada por Policarpo e Márcion.
11.Por
minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua
dará louvores a DEUS.
Assim
RSV. AV: "... e toda língua confessará a DEUS." Citação de Isaías
45:23: "Por mim mesmo tenho jurado; ... 'Diante de mim se dobrará todo
joelho, e jurará toda língua'." Paulo aplica a mesma passagem a CRISTO em
Filipenses 2: 10S
b.
Amor cristão (14:13-23).
Martinho
Lutero, que começa o seu tratado Da Liberdade do Cristão com as palavras acima
citadas ("O cristão é o mais livre senhor de todos, não sujeito a
ninguém"), prossegue dizendo na sentença seguinte; "O cristão é o
mais dócil servo de todos, sujeito a todos."
13
Lutero nunca foí seguidor mais fiel de Paulo — e do Senhor de Paulo e dele — do
que na justaposição destas duas afirmações.
Tendo
Paulo afirmado inflexivelmente a liberdade do cristão, põe-se a demonstrar como
se pode e se deve estabelecer limite voluntário a esta liberdade. Ao fazê-lo,
amplia a exposição de um dos assuntos que usara para ilustrar a sua afirmação
da liberdade cristã — o assunto relacionado com a comida.
A
questão de quais os tipos de comida que se podiam e não se podiam comer agitou
a igreja primitiva de várias maneiras. Uma destas maneiras afetou mais
particularmente os cristãos judeus. As leis judaicas sobre a alimentação, que
tinham sido observadas pela nação desde os seus primeiros dias, eram um dos
principais traços que distinguiam os judeus de seus vizinhos gentios. Não
somente se proibia absolutamente comer carne de certos animais; o sangue de
todos os animais era absolutamente proibido, e os animais "limpos"
abatidos para alimento tinham de ser mortos de modo que o sangue fosse
totalmente drenado. Desde que nunca se poderia ter certeza de que a carne de
que se alimentavam os não-judeus estava livre de toda suspeita de ilegalidade
num aspecto ou noutro, para um judeu era impossível partilhar de uma refeição
com um gentio. Na verdade, era muito difícil um judeu rigoroso compartilhar de
uma refeição com outro judeu suspeito de relaxamento nestas questões.
Em
memorável ocasião, JESUS abrogou as leis sobre alimentos declarando
"limpas" todas as espécies de alimento (Mc 7:19). Pedro, na visão que
teve em Jope, no teto da casa de Simão, o curtidor, aprendeu a não considerar
impura pessoa alguma que DEUS tivesse declarado limpa, e graças à lição
aprendida, consentiu quase imediatamente em visitar o gentio Cornélio, em
Cesaréia, e aceitar sua hospitalidade. Mas ia demorar muito a chegar o dia em
que a maior parte dos cristãos judeus pensaria em seguir o exemplo dele. Certa
ocasião, quando Pedro residia em Antioquia e desfrutava de irrestrita comunhão
com os cristãos gentios de lá, um ou mais visitantes procedentes da igreja de
Jerusalém chamaram-no e o persuadiram a retirar-se da mesa da comunhão com os
gentios e passar a comer somente com os judeus. Seu exemplo começou a ter
efeito devastador; mesmo um homem tão liberal como Barnabé se dispôs a
segui-lo. Paulo acusou publicamente a Pedro de "representar" — de
fazer um papel que não correspondia às suas convicções últimas (Gl 2:11-14). Quando,
pouco depois, o Concilio de Jerusalém concordou em que os gentios fossem
admitidos à comunhão da igreja, como os judeus, com base na fé em CRISTO, foi
acrescentada a condição de que os conversos gentios se abstivessem de alimentos
ofensivos aos seus irmãos judeus e se ajustassem às leis matrimoniais judaicas
(At 15:20, 29). Tem-se difundido muito a opinião de que jamais Paulo poderia
ter tomado parte na decisão acordada (como a narrativa de Atos declara que
sim), porque entrava em conflito com os seus princípios sobre a liberdade
cristã, e em particular com o seu princípio de que os conversos gentios estavam
livres das obrigações da lei judaica. Mas isso não é bem certo. Sempre que os
princípios que considerava básicos estavam em jogo, Paulo era inflexível; mas quando
eles estavam protegidos, Paulo era o mais conciliador dos homens. Neste caso,
uma vez estabelecido o princípio de que os gentios tinham direito de ser
arrolados como membros da igreja, sendo para isso suficiente a base da fé em
CRISTO, ele próprio seria o primeiro a lembrar aos gentios a sabedoria em
colocar limites voluntários à sua liberdade para manterem comunhão com seus
irmãos judeus de nascimento, dos quais não se poderia esperar que todos
tivessem entendimento tão completamente emancipado como Paulo tinha. Se os
cristãos gentios, principalmente os que conviviam com cristãos judeus, com
bondade se refreassem de tomar alimentos que os seus irmãos judeus pudessem
achar odiosos, a comunhão dos dois grupos seria fomentada. E o fato é que as
cláusulas sobre alimentos estabelecidas pelo Concilio de Jerusalém conservavam
sua validade em alguns setores da igreja durante muitas gerações.'
Uma
das cláusulas sobre alimentação do Concilio de Jerusalém ordenava a abstenção
de carne de animais previamente oferecidos em sacrifício a ídolos. Esta questão
foi levantada num ambiente rodeado de paganismo; Paulo tratara disso com alguns
pormenores em sua correspondência com a igreja de Corinto, alguns membros da
qual lhe tinham pedido orientação sobre o assunto (1 Co8:l-13, 10:19-33).
Comprar
carne de açougue em cidades pagâs como Corinto e Roma representava um problema
de consciência para alguns cristãos. Grande parte da carne exposta para venda
no mercado provinha de animais anteriormente sacrificados a alguma divindade
pagâ. A divindade pagâ recebia sua porção simbólica; o restante da carne podia
ser vendida pelas autoridades do templo aos comerciantes da venda a varejo, e é
possível que muitos consumidores pagãos estivessem dispostos a pagar um pouco
mais pela carne porque tinha sido "consagrada" a alguma divindade.
Entre os cristãos havia alguns que possuíam consciência robusta e entendiam que
a carne não melhorava nem piorava por sua associação com a divindade pagâ.
Sentiam-se muito bem ao comê-la. Outros não se sentiam muito bem, achando que
de algum modo a carne fora "infeccionada" por sua associação com
ídolos.
Ao
emitir seu julgamento aos coríntios sobre esta questão, Paulo se nivela, por um
lado, com os que entendiam que não havia nenhuma realidade substancial nas
divindades pagâs, e que o cristão tinha perfeita liberdade de comer dessa
carne. Mas o entendimento não é tudo; as exigências do amor deviam ser levadas
em consideração. Ele mesmo estava pronto a renunciar à sua liberdade se, ao
insistir nela, desse mau exemplo a um irmão em CRISTO de consciência mais
fraca. Se um cristão que achava errado comer carne dada a ídolos fosse
incentivado pelo exemplo de seu irmão mais forte a comer dessa carne, o
resultante prejuízo à sua consciência seria posto na conta da falta de caridade
e de consideração do outro.
Mas
parece ter-se levantado em Corinto um aspecto da questão mais sério do que os
atos de comprar e comer carne de animais consagrados a ídolos. Transparece de 1
Coríntios 8:10 que alguns membros da igreja de Corinto ficavam muito contentes
quando recebiam convites de amigos pagãos para freqüentar banquetes em templos
pagãos. Nesses banquetes, não era só a carne que era dedicada a um falso deus;
tudo na ocasião era expressamente organizado sob os auspícios desse deus.
Poderia um cristão, que se assentava à mesa do Senhor, sentir-se igualmente em
casa à mesa de um ídolo que, se representava alguma coisa afinal, representava
um demônio? Os ultra-libertinos poderiam argumentar que todas as coisas eram
lícitas; mas Paulo lhes recordava que nem todas eram úteis, e nem todas
edificavam um sólido caráter cristão, quer nos participantes, quer naqueles
cujas vidas podiam ser influenciadas pelo seu exemplo. Se, por outro lado, o
convite era para participar de uma refeição numa residência particular, o caso
era diferente: o cristão estava livre para ir e comer o que servissem, sem
fazer perguntas. Mas se via que sua atitude face à carne que fora dedicada a
ídolos passava a ser um teste da genuinidade do seu cristianismo, faria bem em
deixar de comê-la. A glória de DEUS e o bem-estar espiritual dos outros devem
constituir os principais pontos de consideração quanto a comer e beber, e
quanto a tudo mais.
Questões
de consciência em relação a estas matérias estavam sujeitas a levantar-se
também em Roma, como acontecera em Corinto. A igreja de Roma, incluindo
cristãos judeus e gentios, podia desintegrar-se rapidamente se alguns grupos
insistissem em exercer plenamente sua liberdade cristã sem dar a mínima
consideração aos escrúpulos de outros. Se, por outro lado, aqueles cujas
consciências se haviam emancipado por completo quanto a isso, restringissem
voluntariamente sua liberdade no interesse de outros que não tinham alcançado o
mesmo estágio de maturidade espiritual, a igreja se tornaria uma perfeita
escola do amor cristão. Foi a isto que Paulo instou com os cristãos de Roma, e
o testemunho da história mostra que aprenderam bem a lição.
O
bem conhecido exemplo do próprio Paulo deve ter acrescentado grande peso à sua
exortação. "Sendo livre de todos", disse ele em outro lugar,
"fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível" (1
Co 9:19). Com toda a sua emancipação,estava pronto para restringir sua
liberdade sem limites se seu irmão mais fraco recebesse alguma ajuda com isso.
Considerava todas as espécies de comida como kosher ("certas",
"lícitas"), mas se o seu exemplo, ao comer certas espécies de comida,
ia prejudicar alguém, ele as evitaria. A comida é um meio para um fim, não um
fim em si mesma. Um tipo de comida serve tanto como outro qualquer, e seria uma
pena fazer atrofiar-se uma alma em crescimento, atrofiar-se o desenvolvimento
da obra de DEUS, por uma coisa tão sem importância como um tipo particular de
comida. Não é de comida e bebida que o reino de DEUS se ocupa, mas de justiça,
paz e alegria no ESPÍRITO. Deve-se fazer com que a questão de comida e bebida
seja subserviente àquelas coisas que são realmente importantes.
É
bom ser forte na fé; é bom ser emancipado de consciência. Mas os. cristãos não
são indivíduos isolados, cada qual vivendo para si; são membros de uma
comunidade, e é responsabilidade de todos — mormente dos membros mais fortes e
mais maduros — promover o bem-estar da comunidade.
13.
Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de ...
AV:
"Não nos julguemos ... mas julgai ..." Na primeira frase,
"julgar" significa "criticar" (exercer juízo crítico); na
segunda, significa "decidir". Em grego (krinõ), como em inglês (e em
português) a mesma palavra tem os dois sentidos.
Tomai
o propósito de não pordes tropeço ou escândalo a vosso irmão. A espécie de
pedra de tropeço ou impedimento que Paulo tem em mente é o exemplo que poderia
levar outra pessoa a pecar. Um cristão vem a "tropeçar" (v. 21) se,
ao seguir o exemplo de um cristão mais emancipado, faz alguma coisa que a sua
consciência não aprova realmente. Como conseqüência, a vida espiritual sofrerá
grave dano. Seria melhor que o cristão mais emancipado auxiliasse o seu irmão
"mais fraco" a ter uma consciência mais esclarecida; mas este é um
processo que não pode ser apressado.
14.
Eu sei, e disso estou persuadido no Senhor JESUS, que nenhuma cousa é de si
mesma impura.
Provavelmente
Paulo sabia do pronunciamento do nosso Senhor sobre este assunto, registrado
para nós em Marcos 7:14-19.
Salvo
para aquele que assim a considera; para esse é impura. Este modo de compreender
a questão, completamente de acordo com o ensino de CRISTO (Mc 7:20-23), tem
implicações de grande alcance. O pecado, a corrupção moral, o mundanismo — e
assim por diante — localizam-se na mente das pessoas, e não nos objetos
materiais. Ver Tito 1:15.
15.
Por causa da tua comida não faças perecer aquele.
RSV:
"... não deixe que o que você come arruine aquele ..."; NEB:
"Não leve desgraça a um homem com aquilo que você come ..."
A
favor de quem CRISTO morreu. A medida divina do valor de um ser humano.
16.
não seja, pois, vituperado o vosso bem.
NEB:
"O que para você é uma coisa boa, não se torne ocasião para conversação
caluniosa."
17.
O reino de DEUS não é comida, nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria.
Ver
Mateus 6:31 ("Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que
beberemos?") Mateus 5:6, 9, 10, 12 ("Bem-aventurados os que têm fome
e sede de justiça. ... Bem-aventurados os pacificadores. ... Bem-aventurados os
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. ...
Regozijai-vos e exultai ..."). Um interessante paralelo da construção
deste versículo é-nos dado em 1 Coríntios 4:20: "O reino de DEUS consiste,
não em palavra, mas em poder" (sendo que o "poder" é,
naturalmente, o do ESPÍRITO SANTO).
No
ESPÍRITO SANTO. Como no capítulo 8, o ESPÍRITO SANTO leva os crentes ao
usufruto, aqui e agora, dos benefícios da herança vindoura. Para o apóstolo,
"o reino de DEUS" (em distinção do presente reino de CRISTO) é a
futura herança do povo de DEUS (ver 1 Co 6:9s., 15:50; Gl 5:21; Ef 5:5; 1 Ts
2:12; 2 Ts 1:5); mas "no ESPÍRITO SANTO" as bênçãos da herança futura
já podem ser desfrutadas.
19.
Seguimos as cousas (...) da edificação de uns para com os outros.
"Edificar
outro" é edificar-lhe uma personalidade cristã estável, e assim (quando
todos estivermos envolvidos nesta atividade) "edificar a vida comum"
(NEB).
20.
È mau para o homem o comer com escândalo.
AV:
"É mau para o homem que come com ofensa." NhB: "Tudo é mau para
o homem que, pelo que come, faz outro cair." Isto é coisa bem diferente de
"fazer ofensa" no sentido moderno.
21.
[Ou se ofender, ou se enfraquecer].
Estas
palavras estão ausentes do texto mais bem credenciado (razão por que AA as coloca
entre colchetes). Originalmente é possível que fossem glosas marginais sobre o
verbo "tropeçar" que as precede.
22.
A fé que tens.
AV:
"Tens fé?" "Fé", neste sentido, é uma firme e inteligente
convicção perante DEUS, de que se está fazendo o que é certo, a antítese de
sentir-se alguém auto-condenado naquilo que se permite a si mesmo fazer.
23.
Aquele que tem dúvidas, é condenado, se comer.
"Condenar"
aqui significa que o homem que faz algo acerca do que sua consciência fica
intranqüila, está condenado em seu coração e contrai sentimento de culpa; o
homem que faz algo sabendo que é lícito e correto, faz isso "de fé".
Há saudável significação no incidente apócrifo inserido no Codex Bezae em
seguida a Lucas 6:4, que conta como o nosso Senhor, "vendo um homem a
trabalhar no sábado, disse-lhe: 'Homem, se deveras sabes o que estás fazendo,
és bem-aventurado; mas se não sabes, és maldito e transgressor da lei' ".
E
tudo o que não provém de fé é pecado. NEB: "Porque a sua ação não provém
da sua convicção."
c.
O exemplo de CRISTO (15:1-6).
Paulo
conclui suas palavras sobre a liberdade cristã e sobre o amor cristão aduzindo
o exemplo de CRISTO. Quem estava mais livre de tabus e inibiçôes do que Ele?
Contudo, quem cuidou mais de tolerar as fraquezas alheias? É bem fácil para um
homem cuja consciência vê com absoluta clareza algum curso de ação, estalar os
dedos para os que o criticam e dizer: "Farei o que me agrada." Tem
todo o direito de fazê-lo, mas não é este o modo de agir de CRISTO. O modo de
agir de CRISTO é considerar os outros primeiro, consultar os interesses deles e
ajudá-los quanto possível. "Nem mesmo CRISTO agradou-se a Si
próprio"; se o tivesse feito, poder-se-ia perguntar em que aspecto Sua
vida e Seu ministério teriam seguido curso diferente daquele que seguiram. Mas
o sentido é que CRISTO não pôs em primeiro lugar os Seus próprios interesses e
o Seu próprio bem-estar (ver Fp 2:5ss.). CRISTO colocou os interesses dos
outros antes dos dele, mas talvez Paulo queira dizer aqui que CRISTO colocou a
vontade de DEUS antes de tudo mais; esta idéia é sugerida pela citação do Salmo
69:9.
As
palavras que se seguem à citação encarnam um princípio presente em todo o Novo
Testamento, onde quer que o Velho Testamento seja citado ou mencionado. As
lições sobre a tolerância que os escritos do Velho Testamento inculcam, e o
estímulo que dão à fidelidade, constituem forte incentivo ao sustento da
esperança cristã. Paulo apresenta-lhes também um forte incentivo ao
fortalecimento da união fraternal, e ora para que o DEUS que ensina a Seu povo
a tolerância e os supre de ânimo, através destes escritos lhes assegure unidade
no entendimento, de modo que Ele seja glorificado pelo testemunho unido dado
por eles.
1.
Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos fracos.
Ver
Gálatas 6:Is.: "Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que
sois espirituais, corrigi-o, com o espírito de brandura. (...) Levai as cargas
uns dos outros, e assim cumprireis a lei de CRISTO."
2.
Cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.
NEB:
"... pense no que é para o seu bem e edifique a vida comum." (Ver
14:19; Fp 2:3s.)
3.
As injúrias dos que te ultrajavam, caíram sobre mim.
Citação
do Salmo 69:9. Este salmo de aflição, como vimos, cedo foi interpretado na igreja
como uma profecia da paixão e da retribuição de CRISTO alcançando os Seus
perseguidores. Visto que o salmo é dirigido a DEUS, estas palavras implicam em
que JESUS suportou injúrias e insultos por Sua fidelidade a DEUS, sendo que
podia tê-lo evitado escolhendo um caminho mais fácil.
4.
Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.
Compare-se
com a afirmação do mesmo princípio em 1 Coríntios 10:6, 11. As Escrituras
(aqui, naturalmente, as Escrituras do Velho Testamento) dão ampla evidência da
fidelidade de DEUS, principalmente quando lidas à luz do cumprimento delas
feito por CRISTO; daí, os leitores dessas Escrituras são incentivados a pôr sua
confiança no Senhor e a esperar pacientemente por Ele.
5.
O mesmo sentir de uns para com os outros, segundo CRISTO JESUS.
B-
CRISTO e os Gentios (15:7-13).
Assim,
pois, diz o apóstolo, sigam o exemplo de CRISTO que nos acolheu sem
discriminação, e abram as portas uns para os outros, sem discriminação.
O
que quero dizer é isto, continua ele: CRISTO não veio para receber serviço, mas
para prestá-lo — primeiro aos judeus, para cumprir ás promessas que DEUS fizera
aos antepassados deles, e depois aos gentis, - para que estes também
glorificassem a DEUS por Sua misericórdia. Mas se a dádiva do Evangelho aos
judeus cumpriu as promessas do Velho Testamento, o mesmo se pode dizer da
evangelização e da conversão dos gentios. E Paulo acrescenta uma cadeia de
testimonia do Velho Testamento em que os gentios são apresentados como louvando
o DEUS de Israel e colocando sua esperança no Messias de Israel.
A
maneira pela qual DEUS daria aos gentios crentes a bênção e a extensão desta —
a bênção da sua incorporação ao lado dos judeus na comunidade do povo de DEUS —
podia ser um mistério mantido oculto desde as mais primitivas gerações até
virem a ser uma realidade mediante o ministério de Paulo (Cl l:25ss.; Ef
3:2ss.). Mas o fato de que os gentios seriam abençoados pelo Evangelho, Paulo
vê como algo claramente predito nos tempos do Velho Testamento. Isto significa
que ele via o seu ministério como um meio empregado por DEUS para o cumprimento
de Suas promessas aos gentios.
Unia
oração para que tivessem abundante alegria e paz, fé e esperança, conclui esta
divisão da epístola — divisão que apresenta o modo cristão de viver.
7.
Portanto, acolhei-vos uns aos outros.
Assim
RSV. (AV: "... recebei uns aos outros".) A idéia é: recebam os seus
irmãos em CRISTO em seus corações e em seus lares. Se o exemplo de CRISTO for
seguido, como Paulo ordena, a acolhida será sem reservas, e DEUS será
glorificado pelo amor mútuo e pela bondade mútua dos que são o Seu povo. É
possível que Paulo esteja pensando especialmente — embora de modo nenhum
exclusivamente — na prática irrestrita da comunhão entre os cristãos judeus e
gentios.
Como
também CRISTO nos acolheu. Há boa evidência textual em favor de "vos"
(humas) contrariamente a "nos" (hêmas); ver RV, RSV (NEB, seguindo o
texto de Nestle-Kilpatrick, diz "nos"). "Esta é a razão por que
eles devem permanecer unidos, e não desprezar-se uns aos outros, porquanto
CRISTO não desprezou nenhum deles."
8.
CRISTO.
Assim
também RV, RSV e NEB, e assim deve ser, ao contrário de AV, que diz:
"JesusCristo".
Foi
constituído ministro da circuncisão. Ver NEB: "Fez-se servo do povo
judeu." Segundo o próprio testemunho de CRISTO, durante o Seu ministério
terreno não foi "enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel"
(Mt 15:24). O substantivo traduzido por "ministro" é diakonos. Podemos
comparar isto com as palavras de CRISTO (AV): "O Filho do homem não veio
para ser 'ministrado' {diakonêthênai), mas para 'ministrar' (diakonêsai)"
(Mc 10:45), e: "No meio de vós, eu sou como quem serve" (Lc 22:27).
Em
prol da verdade de DEUS. Isto é, "para manter a verdade de DEUS
concretizando as promessas por Ele feitas aos patriarcas" (NEB).
9.
Por isso eu te glorificarei entre os gentios, e cantarei louvores ao teu mone.
Quanto
à primeira parte do versículo, AV diz: "Por esta causa eu te
confessarei"; RV diz: "... dar-te-ei louvor". Citação do Salmo
18:49, onde Davi, tendo incluído nações não-israelitas em seu império, conta-as
como pertencentes agora à herança do DEUS de Israel. Quanto à aplicação cristã
desta idéia, ver a citação que Tiago faz de Amos 9:lis. (LXX) no Concilio de
Jerusalém (At 15:16s.).
10.
Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo.
Citação
do Cântico de Moisés, Deuteronômio 32:43. (Compare-se esta com outras citações
anteriores deste Cântico em 10:19, 11:11, 12:19.)
11.
Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, e todos os povos o louvem. (Observe-se
o plural povos, grego laoi). Citação do Salmo 117:1, em que o mundo todo é
instado a louvar ao DEUS de Israel por Seu constante amor e fidelidade.
12.Haverá
a raiz de Jessé, aquele que se levanta para governar os gentios; nele os
gentios esperarão.
AV:
"confiarão"; RV: "esperarão", como AA. Citação de Isaías
11:10, onde o "rebento do tronco de Jessé" (Is 11:1, RSV), i. e., o
Messias que há de vir da linhagem de Davi, "se firmará como estandarte dos
povos; todas as nações o procurarão" (RSV).
13.
E o DEUS da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer. O titulo
"DEUS da esperança" talvez tenha sido sugerido pelas palavras de
Isaías 11:10 citadas no versículo anterior (AA e RV). Ver 14:17, em que se
mencionam a paz e a alegria, ou gozo, como bênçãos do reino de DEUS. Porque
DEUS é "o DEUS da esperança" — o DEUS que nos dá esperança nele mesmo
— os crentes já podem desfrutar estas bênçãos. Para que sejais ricos de
esperança no poder do ESPÍRITO SANTO. Uma vez mais, é o ESPÍRITO que capacita
os crentes em CRISTO a experimentarem nesta vida as bênçãos da vida por vir. O
grande objetivo da sua esperança é a glória de DEUS (5:2).
Romanos
- Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce.
M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São
Paulo-SP 04602-970
2º
Trimestre - Título: Romanos — O Evangelho da justiça de Deus - Comentarista:
Esequias Soares da Silva
Sugerimos
para esta lição o uso da técnica de perguntas e respostas para avaliar o
conhecimento prévio da classe com relação a julgamento. O nosso objetivo final
é levá-los a serem tolerantes com os fracos. Contudo, se forem juízes de seus
irmãos não conseguirão ser tolerantes como Deus deseja. Pergunte se sabem conceituar
a palavra julgar. Ouça-os e depois dê o resultado de acordo com o dicionário
Aurélio: “Decidir como juiz ou árbitro: julgar uma pendência”. Leve-os a
arrazoar sobre a atitude de serem árbitros de alguém. Será que temos este
direito? E Jesus como agiria em nosso lugar? Como Ele agiu no caso da mulher
adúltera? Se Ele teve uma atitude de perdão para com uma pecadora, como devemos
agir com os nossos irmãos em Cristo?
INTRODUÇÃO
Estudamos
na primeira parte da Epístola aos Romanos a teologia paulina da justificação
pela fé, sem as obras da lei, centrada em 1.17; 3.28. Nas duas últimas lições
estudamos a parte prática, começando com a consagração a Deus e depois o nosso
compromisso com o Estado. De 14.1 a 15.6 o apóstolo discorre sobre a tolerância
— o cristão não deve julgar e nem criticar o outro. É o tema que vamos estudar
hoje.
I.
JUDEUS E GENTIOS FORMANDO A IGREJA
1.
A ética judaica. Os judeus tem um alto padrão de conduta e um modus vivendi
exemplar, porque isso aprendem nas sinagogas todos os sábados (At 15.21). Uns
achavam que o padrão judaico devia ser vivido pelos gentios e não somente isso,
que tal procedimento era condição para salvação. Os pontos básicos eram a
guarda do sábado, a circuncisão (At 15.1,5) e a prescrição dietética da Lei de
Moisés, que os judeus ainda hoje chamam de kash'rut (At 15.20,28).
2.
Salvação pelas obras? As seitas e as religiões falsas acrescentam algo mais que
a fé para a salvação. Aplicar essa conduta judaica aos gentios era o mesmo que
afirmar que a graça do Senhor não era suficiente. A Lei de Moisés seria o
complemento para a salvação. Isso reduziria o Cristianismo a uma mera seita do
Judaísmo e além disso confundiria aquele com a identidade judaica.
3.
A ética dos gentios. Os gentios não aprenderam os bons costumes porque nunca
tiveram quem os ensinasse, por essa razão o modus vivendi deles era precário.
Agora ambos os povos formam a Igreja (1Co 10.32). Eles foram transformados pelo
poder do Espírito Santo. Deviam, portanto, mudar sua maneira de viver, mas nem
por isso estavam obrigados a viver como judeus (At 15.10,11).
II.
QUANTO AO ALIMENTO
1.
Enfermo e fraco (vv.1,2). As palavras, “enfermo” e “fraco” não significam,
nesse contexto, fé vacilante, mas imaturidade nas questões práticas, pois
muitos deles são sinceros e tementes a Deus. A questão não era sobre pontos
vitais da doutrina cristã; do contrário, não seriam membros da Igreja, mas
sobre assuntos secundários.
a)
Não contender. “Recebei-o” significa que devemos receber a cada irmão como ele
é e não como queremos que ele seja. Não temos o direito de impor a ele a nossa
maneira de ver o Cristianismo, nem discutir na tentativa de convencê-lo do
contrário (1Co 11.16; 1Tm 6.4). Devemos recebê-lo com amor sincero dentro da
fraternidade cristã.
b)
Convivendo com os enfermos e fracos. A questão dos bêbados, por exemplo, a
Bíblia diz que os tais não herdarão o reino de Deus — a menos que se convertam
(1Co 6.10,11). O crente que se associa com os tais está pecando (1Co 5.11). Não
é o caso aqui. Esses enfermos e fracos são nossos irmãos que ainda não se
emanciparam de sua escravidão espiritual.
2.
Legumes (v.2). Convém lembrar que o vegetarianismo religioso teve a sua origem
no hinduísmo. Os gnósticos eram também vegetarianos. Havia até os que considerasse
canibais aquele que comesse carne. Talvez alguns judeus tivessem chegado a esse
extremo por causa de uma interpretação judaica forçada de Deuteronômio 14.21:
“Não cozerás o cabrito com o leite da sua mãe”. Não é permitido ao judeu
consumir a carne do cabrito juntamente com o leite da cabra, mãe do animal,
como faziam os povos idólatras, vizinhos de Israel. Os judeus, portanto,
evitando correr o risco de o leite comercializado ser da mãe do cabrito
comprado no açougue, resolveram proibir o consumo de carne com leite.
3.
Restrição alimentar dos cristãos. A única restrição alimentar dos cristãos está
na determinação do Concílio de Jerusalém (At 15.20,28), com relação ao sangue,
carne sufocada e sacrificada aos ídolos. Mesmo assim, essa determinação parece
mais injunções do que ordenanças obrigatórias (Rm 14.13-16; 1Co 8.7-13;
10.27-29), pois, Paulo defendia essa liberdade cristã (vv.14,20; 1Co 10.25; 1Tm
4.4,5).
4.
Evitando o risco. O crente fraco ou enfermo mencionado nos vv.1,2 deve ser
judeu muito escrupuloso quanto à alimentação, o qual resolveu ser vegetariano
para evitar o risco de comer carne sacrificada aos ídolos ou sufocada.
Abster-se de alimento por questões de saúde é algo pessoal. Praticar, porém,
tal coisa como condição para ir ao céu, a ponto de criticar os que não seguem
esse padrão, isso caracteriza seita.
III.
A QUESTÃO DOS DIAS
Provavelmente,
a expressão “um faz diferença entre dia e dia” (v.5) trata-se dos dias
especiais de festa segundo as leis cerimoniais do Antigo Testamento. O
comentário da é do parecer que alguns cristãos, mormente os judeus cristãos,
ainda consideravam que os dias sagrados do Antigo Testamento continuavam
válidos, ao passo que muitos outros os tinham como dias comuns.
1.
O sábado. O fim do sábado estava previsto nos profetas (Os 2.11). A palavra
profética previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33) e o fim do sábado que
se cumpriu em Jesus (Cl 2.14-17). A questão não é o sábado em si, mas o fato de
que não estamos debaixo do Antigo Concerto (Hb 8.6-13), por essa razão o sábado
não aparece nos quatro preceitos de Atos 15.20,29.
2.
O sábado cerimonial. As festas judaicas eram anuais, mensais ou lua nova, e
semanais (1Cr 23.31; 2Cr 2.4; 8.13; 31.3; Ez 45.17). O sábado cerimonial ou
anual já está incluído na expressão “dias de festa”, que são as festas anuais;
“lua nova”, mensais; e “dos sábados”, festas semanais (Cl 2.16). No versículo
seguinte o apóstolo diz: “Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de
Cristo” (Cl 2.17). Isto é: são figuras das coisas futuras, que se cumpriram em
Jesus. Por isso que Jesus afirmou ser Senhor do sábado (Mc 2.28).
3.
Constantino e o Domingo. Afirmar que o imperador romano, Constantino,
substituiu o sábado pelo domingo é uma falácia. A palavra “domingo” significa
“dia do Senhor”. Isso porque nesse dia Jesus ressuscitou (Mc 16.9). O primeiro
culto cristão aconteceu num domingo (Jo 20.1) e o segundo também (Jo 20.19,20).
As reuniões cristãs de adoração aconteciam no primeiro dia da semana (At 20.7;
1Co 16.2). Aos poucos essa prática foi se tornando comum, sem decreto e sem
imposição. Foi algo espontâneo. O imperador apenas confirmou uma prática cristã
antiga.
4.
Lição prática. O apóstolo conclui que “cada um esteja inteiramente seguro em
seu próprio ânimo” (v.5b) e que “aquele que faz caso do dia, para o Senhor o
faz” (v.6). Isto é: quando adoramos não é tão importante, quanto o que, como e
por que adoramos. O que realmente importa é Cristo ser o centro em tudo quanto
o crente faz.
IV.
A PREOCUPAÇÃO DO APÓSTOLO
1.
O que o apóstolo condena? (vv.4,10). Nem o crente enfermo ou fraco e nem o mais
esclarecido espiritualmente são a preocupação do apóstolo. Isso porque ambos
agiam de forma diferente com o propósito de servir a Deus (vv.6,7). O que ele
condena é a crítica e não essas práticas: “Quem és tu que julgas o servo
alheio?” (v.4) “Mas, tu, por que julgas teu irmão?” (v.10). A preocupação do
apóstolo era evitar divisões na Igreja por causa de assuntos secundários.
2.
O respeito à consciência cristã. O apelo do apóstolo era que houvesse respeito
mútuo entre os crentes. Cada um deve seguir a sua consciência cristã (v.5). Se
algo lhe parece pecado, se a consciência lhe acusa, não deve praticar tal
coisa, pois se assim fizer estará pecando (v.23). Nem por isso deve criticar os
outros (Tg 4.11,12).
3.
Cada um prestará contas a Deus (vv.10-12). Com essas palavras o apóstolo está
dizendo que devemos deixar as coisas secundárias com a pessoa e Deus. Ninguém
tem o direito de interferir na vida privada do cristão. As questões do alimento
e dos dias são de somenos importância, mas a crítica Deus não tolera (Pv
6.16-19; Tg 1.26).
CONCLUSÃO
Na
Igreja atual existe também os mesmos problemas, de maneira ainda mais dilatada,
pois as práticas sociais vão aumentando a cada dia que se passa. A melhor
solução é olhar para Jesus, Autor e Consumador da fé (Hb 12.1,2) e não à vida
alheia. Seu dever é orar por aquele que, por causa de certas práticas, você
considera fora da Palavra de Deus, e não criticá-lo, pois em cada crente o
desenvolvimento da sua consciência depende do conteúdo bíblico doutrinário nela
entesourado e da maturidade espiritual desse crente.
Subsídio
Doutrinário
“O
dever do crente sadio para com o ‘enfermo na fé’, é o que trata o apóstolo
Paulo. Da mesma forma que hoje nos deparamos com os crentes fracos na fé, que
facilmente se ofendem e se escandalizam, também, havia isso entre os crentes em
Roma. Era um grupo de crentes, não muito grande, mas que merecia a atenção do
grande apóstolo.
14.1.
Esses crentes são tratados como ‘enfermos’ na fé, por isso, devem merecer o
nosso amor complacente para com as suas fraquezas. Há coisas em que a
consciência dos homens diverge e não convém discutir, nem querer provar o
contrário. Pelo fato de serem ‘enfermos na fé’ não devem ser rejeitados no meio
da igreja, mas Paulo diz: ‘Recebei-os’. Disputar com eles seus preconceitos não
vale a pena, não traz benefício a ninguém. A verdade é que dentro da igreja
existiam dois grupos bem distintos: os mais abertos e liberais e os
extremistas, ou excessivamente escrupulosos.
14.2,3,4.
Neste texto o fraco deve ser recebido com amor porque Deus o recebeu (v.3), e é
‘servo do Senhor’ e não servo dos nossos preconceitos e interesses. Diz Paulo:
‘Para seu próprio Senhor está em pé ou cai’ (v.4), isto significa que não temos
o direito de julgar os outros, não importa o estado da pessoa, se está em pé ou
caído, o julgamento é do Senhor.
14.5,6.
A divergência de consciência quanto aos hábitos e costumes existe. Essas
questões devem ser tratadas de acordo com a relação com Deus. A questão de
certo e errado tem sido uma barreira para muitos, mas isto não nos compete
julgar, antes devemos nos basear, para esse julgamento, na responsabilidade
pessoal de cada um.
14.7-9.
Nestes versículos está a solução apontada. Todos são do Senhor e vivem para o
Senhor. Portanto, fracos ou fortes, todos estamos ‘em Cristo’” (Carta aos
Romanos, CPAD).
Subsídio
Teológico
O
Dicionário Teológico, CPAD, traz uma definição clara de consciência com
aplicação aos cristãos e que se encaixa ao que o apóstolo quis dizer no v.5:
“Do latim, conscientia, senso íntimo. Voz secreta que temos na alma que aprova
ou reprova nossos atos. E alimentada pelo direito natural que o Todo-Poderoso
incutiu em cada ser humano. Se a consciência não for devidamente educada,
fatalmente será induzida a esquecer-se dos reclamos divinos. Eis a melhor forma
de se educá-la: instrui-la na Palavra Deus”.
Referências
Bibliográficas (outras estão acima)
Dicionário
Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Bíblia
de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2006.
Bíblia
de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e
Corrigida.
Bíblia
de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com
referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida-
EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA
ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD
- http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP -
Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS
da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE -
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
- www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
Dicionário
Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Manual
Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD
Dicionário
de Referências Bíblicas, CPAD
As
Disciplinas da Vida Cristã; CPAD
Hermenêutica
Fácil e descomplicada, CPAD
Revistas
antigas - CPAD
Romanos
- Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce.
M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São
Paulo-SP 04602-970
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