SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO.
Lições Bíblicas CPAD
- Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o livro
de Gênesis
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 2: A criação dos Céus, e da Terra
Data: 11 de Outubro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Pela fé, entendemos
que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que
se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.3).
VERDADE PRÁTICA
A primeira grande
verdade da Bíblia é que Deus criou os Céus, a Terra e o ser humano.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 1.1
Deus é o grande Criador de todas as coisas
Terça — Sl 33.6
Pela fé cremos que Deus é o grande Criador dos Céus
Quarta — Is 45.18
Pela fé cremos que Deus criou a Terra
Quinta — Sl 104.14
Pela fé cremos que Deus criou o reino vegetal
Sexta — Sl 104.19
Pela fé cremos que Deus criou o sistema solar
Sábado — Sl 50.10-12
Pela fé cremos que Deus criou os animais
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Salmos 104.1-14.
1 — Bendize, ó minha
alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de
glória e de majestade.
2 — Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus
como uma cortina.
3 — Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das
nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento.
4 — Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um
fogo abrasador.
5 — Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em
tempo algum.
6 — Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas
estavam sobre os montes;
7 — à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se
apressaram.
8 — Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que
para elas fundaste.
9 — Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que
não tornem mais a cobrir a terra.
10 — Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm
entre os montes.
11 — Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos
monteses matam com elas a sua sede.
12 — Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os
ramos.
13 — Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra
farta-se do fruto das suas obras.
14 — Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura,
para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento.
HINOS SUGERIDOS
3, 252 e 526 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender que Deus
criou os céus e a Terra.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar o criacionismo bíblico;
II. Conhecer como se deu a criação do tempo, do espaço e da
luz;
III. Explicar a ordenação da Terra.
IV. Compreender como e deu a criação da luz;
V. Saber como foi a separação das águas;
VI., VII. e VIII. Endender como se deu a formação do reino vegetal,
do sistema solar e a criação do reino animal.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor,
você crê que os céus e a Terra foram formados por Deus? Então não terá
dificuldades no ensino dessa lição. O relato da criação não é uma alegoria.
Enfatize, no decorrer da aula, que a narrativa da criação é um fato histórico,
ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de Deus narra. Quando o
assunto é a criação do universo, sabemos que existem várias teorias que tentam
explicar a origem da vida. Porém, como crentes, sabemos que o universo e a vida
não são produtos de uma evolução como alguns cientistas tentam afirmar ou o
resultado da explosão de uma partícula. Deus é o grande Criador.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O livro de Gênesis
não é uma alegoria, por isso, é imprescindível que consideremos a narrativa da
criação um fato histórico; algo que aconteceu exatamente como está escrito.
Tendo em vista este parâmetro, estudemos, agora, a Doutrina
da Criação. Comecemos por definir o Criacionismo Bíblico.
PONTO CENTRAL
Pela fé cremos que
Deus criou os céus e a Terra..
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
1. Definição. O
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua
palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal, e
finalmente o ser humano (Hb 11.3).
2. Fundamentos. O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia
Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que
dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
3. Objetivos. Três são os objetivos do Criacionismo: 1)
Mostrar que Deus é o Criador de todas as coisas; 2) Demonstrar que, por criar
tudo quanto existe, tudo lhe pertence; e 3) Levar-nos a adorá-lo como nosso
Criador e Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O criacionismo
bíblico é a teoria que nos ajuda a entender que Deus criou os céus e a Terra.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para
introduzir primeiro tópico da lição faça a seguinte indagação: “Os dias da
criação em Gênesis 1 são literais?”. Ouça os alunos com atenção e explique que
“em Gênesis 1, a palavra hebraica para dia é yom. A maior parte do uso dela no
Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia literal; e, nas passagens em que
o sentido não é esse, o contexto deixa isso claro. Primeiro, yom é definido na
primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos
literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas.
Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas as passagens em que essas
duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no
contexto de yom ou não, elas sempre têm o sentido literal de noite ou manhã de
um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro dia, segundo
dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo Testamento
indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação
aos corpos celestiais” (HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2011, p.30).
II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
Entre os versículos
um e três do primeiro capítulo de Gênesis há um intervalo indefinido, no qual
Deus criou o tempo, o espaço, os Céus e os anjos e, finalmente, a Terra ainda
informe.
1. O tempo. Embora a Bíblia não o diga, podemos afirmar que
a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto porque a obra divina, embora
concebida na eternidade, somente poderia ser consumada no âmbito temporal. Só o
Criador é eterno. A criação acha-se sujeita ao tempo, requerendo as
intervenções e cuidados divinos (Sl 104.5).
2. O espaço. O que é o espaço? Podemos defini-lo como o
tecido cósmico que Deus criou para colocar os corpos celestes. Portanto, o
espaço também é criação divina.
3. Os Céus e os anjos. Os Céus, a morada de Deus, também
foram criados num contexto espaço-temporal, por uma razão bastante simples:
embora não pertençam à nossa dimensão, são um lugar bem real. É para lá que as
almas dos justos são encaminhadas.
Após a criação dos Céus, Deus chamou à existência os seus
anjos através do sopro de sua boca (Sl 33.6). E assim, o Senhor neles infundiu,
também, a sua imagem e semelhança.
4. A Terra ainda informe. Deus formou a Terra antes dos seis
dias da criação. A princípio, informe e vazia, seria modelada pelo Espírito de
Deus até que viesse a adquirir a forma atual (Gn 1.2).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Deus criou o tempo, o
espaço e a própria luz.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A palavra hebraica
para ‘luz’ é ‘or’, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando
sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou ‘luminares’ (hb. ma'or,
literalmente ‘luzeiros’, v.14 nos céus como geradores e refletores permanentes
das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais
demarcadores das estações, dias e anos (vv.5-14)” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.30).
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O Espírito Santo
na criação. O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele esteve
presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O que vemos pelo
relato bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente, mas ordenada,
para que a vida fosse possível em nosso planeta.
2. Tarefas ordenadas. Em sua obra a cada dia, Deus agiu de
forma bem específica, organizando o cenário em que seria colocada a vida em
nosso planeta. Primeiro Ele preparou o mundo para receber os seres vivos,
depois os criou. Ele primeiro criou o ambiente em que viveríamos, para depois
nos criar.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O Espírito Santo
estava presente na criação e ordenação do universo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, o objetivo
da lição é apresentar o Criacionismo. Infelizmente, muitos cristãos têm receio
de declarar que creem que Deus é o criador de todas as coisas. Deus é real e o
Criacionismo não é um mito, mas uma verdade. Quando se fala que Deus tudo
criou, algumas pessoas perguntam: “E quem criou Deus?”. O Todo-Poderoso não
teve um início, Ele é atemporal. A Bíblia também não tenta provar sua
existência, ela simplesmente inicia afirmando: “No princípio, [...] Deus...”.
As teorias que explicam a criação do homem e do universo, são apenas teorias,
ou seja, conhecimento especulativo.
“Hoje, muitos cristãos afirmam que os milhões de anos de
história da Terra se ajustam à Bíblia e que Deus usou o processo evolucionário
para criar. Essa ideia não é uma invenção recente. Há mais de duzentos anos,
muitos teólogos tentam essas harmonizações em resposta a trabalhos como o de
Charles Darwin e de Charles Lyell, escocês que ajudou a popularizar a ideia de
milhões de anos da história da Terra e de um moroso processo geológico.
Quando consideramos a possibilidade de que Deus usou o
processo evolucionário para criar ao longo de milhões de anos, confrontamo-nos
com sérias consequências: a Palavra de Deus não é mais competente e o caráter
de nosso Deus amoroso é questionado.
Já na época de Darwin, um dos principais evolucionistas
entendia o problema de fazer concessão ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma
vez que você aceite a evolução e suas implicações para a história, então o
homem está livre para escolher as partes da Bíblia que quer aceitar” (HAM, Ken.
Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, pp.35-6).
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ
1. E houve luz. A
criação da luz, no primeiro dia do Universo, é carregada de significados (Gn
1.3). Embora o Criador dela não precisasse, a criação a reclamava (Sl 139.12).
Sem luz, a vida seria impossível.
2. A luz inicial. A luz de Gênesis 1.3 não era proveniente
do Sol, pois este só viria a ser criado no quarto dia. Ela provinha do próprio
Deus. Luz semelhante, porém mais gloriosa, haverá na Jerusalém Celeste (Ap
22.5).
SÍNTESE DO TÓPICO
(IV)
Deus no primeiro dia
de sua obra criou a luz.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Deus tinha razões
específicas para criar o mundo. Deus criou os céus e a terra como manifestação
da sua glória, majestade e poder. Ao olharmos a totalidade do cosmo criado —
desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos
tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus
criou os céus e a Terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.
Todos os elementos da natureza rendem louvores ao Deus que nos criou. Quanto
mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos. Deus criou
a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade
fossem cumpridos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.31).
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1. Separando as
águas. Deus não criou a Terra para ser um caos, mas para servir-nos de
habitação (Is 45.18). Por isso, no terceiro dia da Criação, separou as águas
que se achavam abaixo e acima do firmamento (Gn 1.6-10).
2. A criação da atmosfera. Foi ainda no terceiro dia que
Deus criou o firmamento; e, com este, a atmosfera terrestre, para que a vida se
tornasse possível.
SÍNTESE DO TÓPICO (V)
Deus criou e fez
separação das águas que se achavam abaixo e acima do firmamento.
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1. O reino vegetal.
Para que os animais, que só seriam criados no quinto e no sexto dias, pudessem
se alimentar, o Senhor, já no terceiro dia da criação, fez brotar as relvas, as
ervas e as árvores (Gn 1.11-13). Em sua obra, Deus mostrou-se em tudo perfeito
e metódico. Seu cronograma foi rigorosamente cumprido (Sl 86.8).
2. As possibilidades do reino vegetal. Deus ordenou que o
reino vegetal produzisse ervas, plantas e árvores frutíferas, para que pudessem
se multiplicar segundo a sua espécie (Gn 1.11,12).
SÍNTESE DO TÓPICO (VI)
No terceiro dia Deus
criou o reino vegetal.
VII. A CRIAÇÃO DO
SISTEMA SOLAR
1. A criação do Sol,
da Lua e das estrelas. No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas (Gn
1.14-19). Dessa forma, o tempo será dividido não apenas em dia e noite, como
acontecia até ao terceiro dia, mas também em semanas, meses, estações e anos
(Gn 1.14).
2. A perfeição do sistema solar. Deus criou o sistema solar
para funcionar perfeitamente, conforme declarou o profeta Jeremias: “Assim diz
o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas
para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos
Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o
Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim
para sempre” (Jr 31.35,36 — ARA). Não há máquina tão perfeita quanto o sistema
solar (Is 40.26).
SÍNTESE DO TÓPICO
(VII)
Deus criou no quarto
dia o Sol, a Lua e as estrelas.
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
Somente depois de o ambiente natural estar devidamente
aparelhado é que Deus criou, no quinto e sexto dias, os animais aquáticos,
alados e terrestres. O Criador agiu de forma sábia em seus intentos.
1. Quinto dia. No quinto dia, Deus criou os grandes animais
marinhos e os peixes; em seguida, as aves (Gn 1.20,21). Ato contínuo,
ordenou-lhes: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as
aves se multipliquem na terra” (Gn 1.22).
2. Sexto dia. No sexto dia, Deus criou os animais selvagens
e os domésticos (Gn 1.24,25). No que tange aos animais, há uma espantosa
variedade de espécies entre eles e, ao mesmo tempo, uma cadeia maravilhosa que
os identifica (Sl 104.24). Observemos, por exemplo, a família dos felinos. Vai
desde o gatinho até ao leão, rei dos animais. No sexto dia, Deus criou também o
homem, e assim deu início à humanidade.
CONCLUSÃO
Deus não se limitou a
criar os Céus, a Terra, os animais e o ser humano. Fazendo-se presente em sua
obra, mas sem confundir-se com esta, Ele se mostra presente e soberano em todas
as coisas. Não estamos sozinhos neste mundo. O Pai Celeste zela por nós.
PARA REFLETIR
A respeito do livro
de Gênesis:
O que é o
Criacionismo Bíblico?
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou,
a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos
vegetal e animal e, finalmente, o ser humano (Hb 11.3).
Em que se fundamenta o Criacionismo?
Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na
manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela
fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
Segundo a lição, qual foi a primeira coisa que Deus criou?
Embora a Bíblia não o diga, é-nos permitido afirmar que a
primeira coisa que Deus criou foi o tempo.
O que é o espaço?
Podemos defini-lo como o tecido cósmico que Deus criou para
que, nele, se localizassem os corpos celestes. Portanto, o espaço também é
criação divina.
O que Deus criou no sexto dia?
No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os
domésticos (Gn 1.24,25).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Criação dos Céus, e
da Terra
“Se Deus criou o
mundo, então parte de sua sabedoria e de Sua beleza está refletida na ordem da
criação. Vemos a glória do Criador na beleza da criação. A ordem criada é de
Deus, não nossa. Temos de aprender a respeitá-la como o lugar onde vivemos e
cujo cuidado nos foi confiado” (Alister McGrath, “Criação”).
Hoje vivemos um caos no meio ambiente. Um caos que o
apóstolo Paulo já havia exposto nestas linhas: “Porque a criação ficou sujeita
à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, [...] Porque
sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora”
(Rm 8.20,22). Este caos da criação se deve ao pecado, e não só no sentido dos
efeitos diretos da Queda na criação, mas também da falta de cuidado que a
humanidade caída tem com a criação de Deus.
Deus é o Criador do mundo e nós, os seres humanos, somos os
responsáveis pela destruição do planeta, seja não honrando a Deus como o
Supremo Criador do mundo, seja, em outros casos, usando a fé para legitimar uma
prática predatória do meio ambiente. Quando estudamos o livro do Gênesis para
reconhecer nEle, Deus, o Criador do mundo e do ser humano, isso deve trazer um sentimento
de humildade e temor, pois habitamos um mundo criado por Deus pelo qual fomos
nomeados seus mordomos e guardadores. De modo que quando não honramos tal
condição, pecamos contra Ele e o próximo.
Martinho Lutero compreendeu bem as implicações de reconhecermos
Deus como o Autor da Criação: “Creio que Deus me criou, junto com todas as
criaturas. Ele me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todas as outras partes do
meu corpo, minha mente e todos os meus sentidos, como também os preserva. Ele
me deu as roupas e os sapatos, o alimento e a bebida, a casa e a terra, o
cônjuge e os filhos, os campos, os animais e tudo que tenho. Todos os dias, Ele
provê abundantemente tudo que preciso para alimentar meu corpo e minha vida.
Protege-me contra todos os perigos, serve de escudo e defende-me de todo o mal.
Faz tudo isso por causa de Sua bondade e misericórdia puras, paternais e
divinas, e não porque conquistei ou mereço isso”.
Crer que Deus é o Criador do mundo é aceitar resignadamente
a Sua vontade e, invariavelmente, assumir que é da Sua vontade que cuidemos da
criação, pois é a partir desta que nos alimentamos, vestimos e vivemos: tudo
como bênção de Deus para nós.
Cuidar da terra faz parte do propósito de entender o início
do Gênesis.
SUBSIDIOS
A CRIAÇÃO
Gn 1.1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra.
O DEUS DA CRIAÇÃO.
(1) Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela (ver 1Tm 6.16 nota; Cl 1.16).
(2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem” (1.27; ver 1.26 nota). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.
(3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (ver 1.26 nota). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).
A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO.
(1) Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “criar” (hb.“bara”) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.3 nota).
(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), deu forma ao universo (1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28).
(3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).
(4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.
(a) O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16). Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2).
(b) Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por “Espírito” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego”. Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca” (Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30).
O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO.
Deus tinha razões específicas para criar o mundo.
(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado — desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza — e.g., o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves — rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos!
(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos.
(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.
(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado (ver 3.15 nota). Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).
(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).
CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO.
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.
(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.
(2) O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo”, ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem “evidência” científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).
(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (1.21,24,25).
(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Genesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v. 11) e a frase repetida “E foi a tarde e a manhã”. Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).
GENESIS 1.1 NO PRINCÍPIO, CRIOU DEUS. A expressão No princípio é enfática, e chama a atenção para o fato de um princípio real. Outras religiões antigas, ao falarem da criação, afirmam que esta ocorreu a partir de algo já existente. Referem-se à história como algo que ocorre em ciclos perpétuos. A Bíblia olha para a história de modo linear, com um alvo final determinado por Deus. Deus teve um plano na criação, o qual Ele levará a efeito.
(1) Uma vez que Deus é a origem de tudo quanto existe, os seres humanos e a natureza não existem por si mesmos, mas devem a Ele sua existência e a sua propagação.
(2) Toda existência e forma de vida são boas se estão corretamente relacionadas com Deus e dependentes dEle.
(3) Toda vida e criação pode ter relevância e propósito eternos.
(4) Deus tem direitos soberanos sobre toda a criação, em virtude de ser seu Criador. Num mundo caído, Ele reafirma esses direitos mediante a redenção (Êx 6.6; 15.13; Dt 21.8; Lc 1.68; Rm 3.24; Gl 3.13 ;1 Pe 1.18)
GENESIS 1.2 A TERRA ERA SEM FORMA E VAZIA. Este versículo descreve, tanto o processo que Deus empregou para criar, como a ação do Espírito Santo na criação (ver o estudo A CRIAÇÃO)
GENESIS 1.3 HAJA LUZ. A palavra hebraica para luz é `or, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou luminares (hb. ma`or, literalmente luzeiros , v.14) nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vv. 5,14
GENESIS 1.4 ERA BOA A LUZ. Sete vezes Deus declara que aquilo que Ele criara era bom (vv. 4,10,12,18,21,25,31). Cada parte da criação por Deus efetuada, executou plenamente a sua vontade e propósito. Deus criou o mundo para revelar a sua glória e para ser um lugar onde a raça humana pudesse compartilhar da sua alegria e vida. Note como Deus executou a obra da criação de conformidade com um plano e uma ordem:
GENESIS 1.5 E FOI A TARDE E A MANHÃ: O DIA PRIMEIRO. Essa identificação é repetida seis vezes neste cap. (vv. 5,8,13,19,23,31). A palavra hebraica para dia é yom. Normalmente significa um dia de vinte e quatro horas (cf. 7.17; Mt 17.1), ou a porção em que há luz, nas vinte e quatro horas ( dia em contraste com noite , Jo 11.9). Mas também pode referir-se a um período de tempo de duração indeterminada (e.g., tempo da sega , Pv 25.13). Note-se que em 2.4, os seis dias da criação são designados como no dia . Muitos entendem que os dias da criação eram de vinte e quatro horas, pois sua descrição diz que consistiam em uma tarde e uma manhã (v. 5; Êx 20.11). Outros crêem que tarde e manhã simplesmente significa que uma determinada tarde encerrou algum ato específico da criação, e que a manhã seguinte iniciou novo ato.
GENESIS 1.7 A EXPANSÃO. A expansão , ou firmamento , refere-se à atmosfera posta entre a água na terra e as nuvens acima.
GENESIS 1.14 SEJAM ELES PARA SINAIS. Deus determinou que o sol, a lua e as estrelas servissem de sinais que conduzissem a Ele, além de regularem o andamento dos dias, estações e anos. A astrologia deturpou esses propósitos determinados para os astros e urdiu o ensino falso de que os astros e planetas influenciam e orientam a vida das pessoas.
GENESIS 1.22 DEUS OS ABENÇOOU. Deus abençoou os seres viventes e declarou que a natureza e os animais eram bons (vv. 12,21,22).
(1) Deus se deleitou na sua obra e lhe atribuiu valor. Da mesma forma, o crente deve considerar que a natureza, com sua beleza e seus animais, é algo de bom para se desfrutar e de imenso valor.
(2) Embora a natureza agora esteja maculada pelo pecado,continua tendo grande valor como um meio de expressão da glória de Deus e do seu amor à raça humana (Sl 19.1). O crente deve orar pela libertação completa da criação, da sua escravidão do pecado e da sua degradação (Rm 8.21; Ap 21.1).
GENESIS 1.26 DISSE DEUS: FAÇAMOS. Esta expressão contém uma referência primeva ao Deus trino e uno. O uso da primeira pessoa do plural [ nós , oculto] indica que há pluralidade em Deus (Sl 2.7; Is 48.16). A revelação da característica trina e una de Deus só se torna clara, porém, quando chegamos ao NT (ver Mt 3.17 nota; Mc 1.11 nota).
GENESIS 1.26 FAÇAMOS O HOMEM. Nos versículos 26-28 lemos a respeito da criação dos seres humanos; 2.4-25 supre pormenores mais específicos a respeito da sua criação e do seu meio-ambiente. Esses dois relatos se completam e ensinam várias coisas.
(1) Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução (v. 27; Mt 19.4; Mc 10.6).
(2) O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e semelhança de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a Deus e obedecendo-o (2.15-17).
(a) Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral (2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada (6.5). Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl 3.10).
(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pes-soais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre arbítrio (2.19,20; 3.6,7; 9.6).
(c) Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22) e a forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35; Fp 2.7; Hb 10.5).
(3) O fato de seres humanos terem sido feitos à imagem de Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependentes de Deus (Sl 8.5).
(4) Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva (Gn 3.20; At 17.26; Rm 5.12).
FONTE DE PESQUISA:
Comentário Bíblico Popular - Novo Testamento
Comentário Bíblico Esperança Novo Testamento
Comentário Bíblico Willian Barclay Novo Testamento
Biblia de Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Wiersb - Velho Testamento.
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