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terça-feira, 1 de setembro de 2015

O LIDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE - LIÇÃO 10 COM SUBSIDIOS


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SUBSIDIO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS MISSÃO - CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO




Lições Bíblicas CPAD   -   Adultos

 3º Trimestre de 2015

Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima



Lição 10: O líder diante da chegada da morte
Data: 6 de Setembro de 2015

TEXTO ÁUREO

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

VERDADE PRÁTICA

A morte do crente não é o fim, mas a passagem para a glória eterna, na presença de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — At 9.15,16
Paulo, um vaso escolhido por Deus para pregar aos gentios



Terça — Jd 3
Batalhando pela fé que uma vez nos foi dada
Quarta — Cl 1.29
Combatendo com eficácia o bom combate
Quinta — Fp 3.13,14
Esquecendo as coisas que já passaram
 Sexta — Ap 3.11
Guardando o que Deus concede para que ninguém tome
 Sábado — Êx 33.14
A presença de Deus traz tranquilidade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 4.6-17.

6 — Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
7 — Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 — Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
9 — Procura vir ter comigo depressa.
10 — Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia.
11 — Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.
12 — Também enviei Tíquico a Éfeso.
13 — Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.
14 — Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras.
15 — Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras.
16 — Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado.
17 — Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.

HINOS SUGERIDOS

141, 500 e 614 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Desenvolver uma consciência bíblica a respeito da chegada da morte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Mostrar que, para o crente, a chegada da morte não traz desespero.
II. Explicar o sentimento de abandono do apóstolo Paulo.
III. Conscientizar o aluno da certeza da presença de Cristo nas aflições.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Segundo as Escrituras, a morte se manifesta numa consciência de vitória na hora de uma aparente derrota: “Alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (1Pe 4.13). Para o crente, a morte não é o fim, mas o início de uma vida nova, onde a certeza de que “o aguilhão” da morte já foi retirado e que agora é um passaporte oficial para a vida eterna com Jesus Cristo (1Co 15.55). Claro que a experiência da separação traz dor, angústia e tristeza a qualquer ser humano. O luto chega de forma inesperada na vida de qualquer pessoa que sofre a perda de um ente querido. Mas devemos viver as promessas do Mestre na área da perda humana, conforme Ele nos ensinou: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25). Um dia nosso corpo será completamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1Ts 4.16,17).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Paulo tem consciência de que seu ministério está chegando ao fim. A segunda Epístola a Timóteo, na verdade é uma forma, comovente, de dizer adeus ao seu “amado filho” e à Igreja do Senhor. Paulo exorta Timóteo a respeito da responsabilidade que é estar na liderança de uma igreja e faz uma revisão do caminho que havia percorrido em sua jornada com o Salvador: “Combati o bom combate” (2Tm 4.7). Paulo não estava pesaroso com a partida, pois suas dores e sofrimentos, com certeza, foram esquecidos, diante da certeza de que fez um bom trabalho e que cumpriu a missão para qual fora designado pelo Senhor.
A morte é inevitável. Um dia líderes e liderados terão que enfrentá-la, porém, o que faz a diferença é a maneira como a encaramos.


PONTO CENTRAL

Embora a morte traga abatimento para os crentes, os discípulos de Jesus não se desesperam diante dela, pois têm uma certeza em Cristo: de que para sempre estaremos com o Senhor.


I. A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO AO CRENTE FIEL

1. Seriedade diante da morte. Enquanto Timóteo ainda era um jovem obreiro, Paulo já estava idoso (Fm 1,9), e tinha consciência de que estava no fim de sua longa, sacrificada e honrosa missão (v.6). Paulo assegura que seu sangue seria derramado como uma oferta de libação. Esta era uma oferta de caráter voluntário, “de cheiro suave ao Senhor” (Lv 2.2). Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, “libação era uma oferta líquida e consistia em derramar vinho sobre o altar como um sacrifício a Deus”. Não era uma oferta pelos pecados, mas uma oferta de gratidão ao Senhor.


2. A certeza da missão cumprida (vv.7,8). No texto, que indica a consciência da proximidade da partida para a eternidade, queremos destacar três aspectos:

a) “Combati o bom combate”. Todos os apóstolos de Jesus eram homens que combatiam “pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Mas nenhum teve tantas oposições e ameaças quanto Paulo. Foi um obreiro muito perseguido, mas nunca desistiu da luta espiritual em prol do evangelho (1Tm 1.20; 2Tm 3.11,12; 4.14 ). Que você também não desista diante das dificuldades e oposições.

b) “Acabei a carreira”. O texto indica que Paulo se referia à “pista de corrida”, das competições em Atenas e em Roma. Em sua carreira ou “corrida”, ele diz que não olhava para trás, mas para as coisas que estavam diante dele, prosseguindo “para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14). Muitos começam a carreira da vida cristã bem, mas desistem ou recuam ante os obstáculos e os problemas que surgem. O pastor de uma igreja não pode se acovardar diante das dificuldades, mas firmado em Cristo precisa prosseguir até o final.

c) “Guardei a fé”. Isso quer dizer que Paulo foi fiel a Deus, em todas as circunstâncias de sua vida cristã. Ele não se embaraçou “com os negócios dessa vida” e militou legitimamente (2Tm 2.4,5). Guardar a fé significa guardar a fidelidade a Cristo e a seus ensinamentos. O crente precisa guardar a fé até o seu último momento de vida. Paulo ensinou a Timóteo e à Igreja do Senhor a respeito desse cuidado. O crente é consolado pela fé (Rm 1.12); a justiça de Deus é pela fé (Rm 3.22); o homem é justificado pela fé (Rm 3.28; 5.1; Gl 2.16); o justo vive pela fé (Gl 3.11); a salvação é pela fé em Jesus (Ef 2.8). Paulo sabia o que era lutar e guardar a “fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A vida do apóstolo Paulo é um exemplo de seriedade cristã diante da morte e uma certeza da missão cumprida.



SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, em muitas das suas cartas, o apóstolo Paulo afirmava que estava morto para o mundo e vivo no serviço de Cristo (Fp 1.21-23; 2Co 5.2). Entretanto, o tom presente nesta segunda carta a Timóteo parece mais grave e mais sério. Neste trecho da epístola, há algumas formas literárias que ajuda-nos a descrever a gravidade desse tom na epístola, bem como em outras semelhantes: 1) o reconhecimento de que a morte está próxima; 2) advertências sobre a vinda dos falsos doutores; 3) a designação de sucessores para continuar a tradição apostólica; 4) a correta interpretação de pontos controversos. Assim, é possível perceber a típica forma de Paulo se comunicar neste momento de sofrimento: “oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé” (Fp 2.17); “Combati o bom combate e terminei a carreira” (2Tm 4.7). Então, a sua última realização foi: “guardei a fé”. O apóstolo sabia que restava pouco tempo de vida.
Sugerimos que você repasse essa explicação aos alunos, logo depois de expor o primeiro tópico da lição.




 II. O SENTIMENTO DE ABANDONO

1. O clamor de Paulo na solidão. No início da Segunda Carta, Paulo já havia demonstrado que sentia muito a falta de Timóteo: “[...] desejando muito ver-te [...]” (1.4). No final da epístola, vemos a súplica de Paulo ao seu filho na fé: “Procura vir ter comigo depressa” (4.9). Ele também revela o porquê de sua pressa em rever seu filho na fé. Vejamos:

a) Demas o desamparou. “Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica” (2Tm 4.10). Demas era um dos cooperadores de Paulo (Cl 4.14; Fm 24). Porém, será que ele havia se desviado? Não sabemos ao certo. O texto bíblico mostra que ele abandonou Paulo quando este precisava muito de sua ajuda. O versículo também afirma que no momento, Demas amava mais o “presente século” do que o amigo e irmão em Cristo. Os momentos de adversidade revelam aqueles que são realmente amigos e que nos amam.

b) Só o médico amado ficou com Paulo. Tíquico foi mandado para Éfeso (4.12) e só Lucas ficou junto de Paulo (4.11). Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14), escritor do livro de Atos dos Apóstolos e cooperador do apóstolo (Fm 24), fez-se presente, dando toda assistência a Paulo. Sem dúvida alguma, fora providência de Deus. Em idade avançada (Fm 9), Paulo precisava de cuidados médicos, físicos e emocionais. E ali estava o doutor Lucas, seu amigo, que não o desamparou.


2. A serenidade dos últimos dias. “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos” (v.13). A prisão de Paulo se deu tão de repente que ele não teve tempo para reunir suas coisas. Agora, aproximava-se o inverno (v.21), e Paulo sentia a necessidade da capa que deixou na casa de Carpo e também dos livros. Sabemos quão rigoroso é o inverno europeu. O texto também nos mostra que até o fim de sua vida, Paulo se preocupou em ler e estudar. Tem você dedicado tempo ao estudo da Palavra de Deus?
O seu julgamento, perante a justiça de Roma, poderia demorar alguns dias ou meses. De qualquer forma, é um eloquente testemunho de que o homem de Deus, quando está seguro com o Senhor, não teme a morte ou qualquer outra adversidade.


3. Preocupações finais com o discípulo. Paulo alerta Timóteo a respeito de “Alexandre, o latoeiro”, que foi inimigo do apóstolo (vv.14,15). “Tu, guarda-te dele”. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, Alexandre pode ter sido uma testemunha contra Paulo em seu julgamento. O crente fiel sempre vai encontrar pessoas difíceis em sua caminhada, por isso, precisa estar preparado para lidar com toda a sorte de gente, boas e más.



SÍNTESE DO TÓPICO (II)

No final do seu ministério, estando preso, o apóstolo Paulo sentiu-se sozinho, abandonado pelos seus pares.



SUBSÍDIO DIDÁTICO

“Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes. O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias; antes, vindo ele a Roma, com muito cuidado me procurou e me achou. O Senhor lhe conceda que, naquele Dia, ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu” (2Tm 1.15-18). Este texto, mostra com clareza, que o apóstolo Paulo já havia se queixado da solidão. Esta é uma informação importante que você, prezado professor, deve repassar à classe. O texto de Paulo expresso no capítulo 4 de 2 Timóteo é de caráter bem pessoal, demonstrando o sentimento, a pessoalidade e a dor do apóstolo em ser abandonado por quem deveria apoiá-lo em seu árduo ministério. Enfatize que 2 Timóteo 4 narra os últimos momentos da vida do apóstolo. Podemos afirmar que temos o privilégio de conhecer os últimos momentos da vida de um grande homem de Deus, apóstolo Paulo.



III. A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO

1. Sozinho perante o tribunal dos homens (v.16). Nem Lucas, o “médico amado” se encontrava na cidade, quando Paulo compareceu a audiência. Mas ele não era murmurador, nem guardou mágoa dos amigos ausentes. Pelo contrário, demonstrou que os perdoara, pedindo a Deus “que isto lhes não seja imputado”. A atitude de Paulo nos faz recordar a postura de Jesus na cruz, quando Ele exclamou: “[...] Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). Podem os amigos e companheiros nos abandonar nos momentos difíceis, mas Deus é fiel e jamais nos deixa sozinho.


2. Sentindo a presença de Cristo (v.17). Paulo não tinha a companhia dos amigos e irmãos em Cristo, mas pôde sentir, de perto, a gloriosa presença de Deus. O Senhor se fez presente e fortaleceu a alma e o espírito do seu servo. Mesmo estando preso, ele se sentia “livre da boca do leão”, o que pode referir-se ao sentimento de libertação espiritual em relação a Satanás, ou de Nero, o sanguinário imperador. Ele não foi liberto da prisão e da morte, pois suas palavras eram de despedida: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (v.7).


3. Palavras e saudações finais. “E o Senhor me livrará de toda má obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial [...]” (v.18). Paulo não estava se referindo ao livramento físico da morte. Ele já havia se despedido de forma muito comovente nos versículos 6 a 8. Esse texto nos mostra o quanto ele estava tranquilo, aguardando a vontade de Deus sobre sua vida e o fim do seu ministério. E conclui, saudando seu amigo e filho na fé, dizendo: “O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém!” (v.22).



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Sozinho, Paulo se dirigiu ao tribunal para ser julgado, mas com a plena convicção de que a presença de Cristo estava com Ele.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A graça seja convosco. Estas são as últimas palavras de Paulo nas Escrituras registradas enquanto ele aguardava o martírio num cárcere romano. Do ponto de vista do mundo, a vida do apóstolo estava para terminar num trágico fracasso.
Durante trinta anos, largara tudo por amor a Cristo; pouca coisa ganhara com isso, a não ser perseguição e inimizade dos seus próprios patrícios. Sua missão e sua pregação aos gentios resultaram no estabelecimento de um bom número de igrejas, mas muitas dessas igrejas estavam decaindo em lealdade a ele e à fé apostólica (2Tm 1.15). E agora, no cárcere, depois de todos os seus leais amigos o deixarem, a não ser Lucas (vv.11,16), ele aguarda a morte” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995, p.1885).



CONCLUSÃO

Os últimos trechos da Segunda Carta de Paulo a Timóteo nos ensinam que o servo de Deus que tem certeza da sua salvação, mediante a obra redentora de Cristo, não teme a morte. Paulo sabia que a morte física aniquilaria apenas o seu corpo, mas seu espírito e sua alma (o homem interior — 2Co 4.16) estavam guardados em Cristo Jesus.

PARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

Qual era o caráter da oferta de libação?
De caráter voluntário.

O que era a oferta de libação?
Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, “libação era uma oferta líquida e consistia em derramar vinho sobre o altar como um sacrifício a Deus”. Não era uma oferta pelos pecados, mas uma oferta de gratidão ao Senhor.

O que Paulo queria dizer com a expressão “guardei a fé”?
Que ele manteve-se fiel a Cristo e a seus ensinamentos.

Segundo a lição, o que significa “guardar a fé”?
Manter-se firme em Cristo e em seus ensinamentos.

Quem era Demas?
Demas era um dos cooperadores de Paulo (Cl 4.14; Fm 24).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O líder diante da chegada da morte

A morte é a consequência do pecado (Rm 6.23). Deus não criou o homem e a mulher para a morte. Esta é a separação entre a alma e o corpo. A base bíblica para este entendimento encontra-se em Gênesis 35.18 a respeito da morte de Raquel: “E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)”. E Tiago, o irmão do Senhor, corrobora com este fato quando ensina: “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obra é morta” (Tg 2.26). Podemos, então, afirmar: quando a alma deixa o corpo estabelece-se o evento no qual denominamos morte.
A pergunta de Jó, “morrendo o homem, porventura, tornará a viver?”, é de interesse perene a todos os seres humanos. Quem nunca se perguntou: “Há vida após a morte?”; “Há consciência após a morte?”. As Sagradas Escrituras têm respostas afirmativas para estas indagações:

a) “No Antigo Testamento”. O lugar denominado “sheol” aparece com frequência no Antigo Testamento. Em Salmos 16.10; 49.14,15 o termo hebraico é traduzido por “inferno” e “sepultura”. Em ambos os textos o ensino da imortalidade da alma é o âmago da esperança de salvação humana após a experiência da morte. As frequentes advertências contra a consulta aos mortos (comunicação com espíritos de mortos) indicam a imortalidade da alma numa esfera além vida (Dt 18.11; Is 8.19; 29.4). Em seguida, os textos de Jó 19.23-27; Sl 16.9-11; 17.15; Is 26.19; Dn 12.2 são taxativos em relação à doutrina da ressurreição denotando, inclusive, a alegria do crente em comunhão com Deus de se encontrar com Ele depois da morte. Logo, podemos afirmar que o Antigo Testamento afirma perfeitamente que, após a morte, a alma continua a existir conscientemente.

b) “Em o Novo Testamento”. A base bíblica neotestamentária para a imortalidade da alma está na pessoa de Jesus Cristo. Ele é quem trouxe à luz, a vida e a imortalidade. As evidências são abundantes. Passagens como Mt 10.28; Lc 23.43; Jo 11.25,26; 14.3; 2Co 5.1 ensinam claramente que a alma dos crentes e do ímpios sobreviverão após a morte. A redenção do corpo e a entrada na vida alegre de comunhão com Deus é o resultado da plena e bem-aventurada imortalidade da alma (1Co 15; Ts 4.16; Fp 3.21). Para os crentes, a vida não é uma mera existência do acaso, mas uma encantadora comunhão com Deus implantada em nós, por intermédio de Cristo Jesus, enquanto de nossa peregrinação terrena.


SUBSIDIOS

PAULO CHEGA AO FIM
2 Timóteo 4:7-8
Para Paulo agora o fim estava muito perto, e ele sabia. Quando Erasmo estava envelhecendo, disse: "Sou um veterano, ganhei minha  jubilação, devo deixar o posto de luta dos homens jovens." Paulo, o velho guerreiro, está deixando suas armas para que Timóteo as tome.
Não há outra passagem no Novo Testamento mais cheia de vívidas descrições.
"Minha vida", diz Paulo, "chegou ao momento em que deve ser sacrificada." A palavra que Paulo utiliza aqui para sacrificada é o verbo spendesthai. Spendesthai literalmente significa derrubar como uma libação para os deuses. Toda comida romana terminava com uma espécie de sacrifício. Tomava-se uma taça de vinho e a derrubava (spendesthai) para os deuses. É como se Paulo dissesse: "O dia terminou; é hora de que me levante e vá; minha vida deve ser oferecida como um sacrifício a Deus." Não pensava que ia ser executado; pensava que ia oferecer sua vida a Deus. Sua vida não lhe era tirada; estava-a entregando. Desde o momento de sua conversão Paulo devotou tudo a Deus: seu dinheiro, sua erudição, sua força, seu tempo, o vigor de seu corpo, a clareza de sua mente, a devoção de seu coração apaixonado. Só ficava por oferecer a própria vida, e Paulo ia entregá-la com alegria.
Continua dizendo: 'O tempo de minha partida está próximo." A palavra que utiliza para partida é vívida; é a palavra analysis, e contém muitas figuras, cada uma das quais nos diz algo a respeito de deixar esta vida.

(a) É a palavra que descreve a ação de desprender o animal do jugo de um carro ou um arado. A morte era para Paulo um descanso do trabalho. Ele se sentiria contente ao deixar cair a carga. Como o assinalou Spencer, o descanso depois do trabalho, o porto logo depois de um mar tormentoso, a morte depois da vida, são coisas formosas. Logo depois de uma vida atormentada, dormiria bem.

(b) É a palavra que significa deixar soltos os laços ou as cadeias. A morte para Paulo era uma libertação e um alívio. ia mudar o confinamento de uma cárcere romana pela gloriosa liberdade dos átrios do céu.

(c) Significa afrouxar as amarras de uma tenda. Para Paulo chegava o momento de novamente levantar acampamento. Tinha feito muitas viagens através dos caminhos da Ásia Menor e da Europa. Agora estava começando sua última e grandiosa viagem; estava tomando o caminho que levava a Deus.

(d) Significa soltar as amarras de um barco. Muitas vezes Paulo tinha navegado pelo Mediterrâneo, e havia sentido como o barco deixava o porto rumo às águas profundas. Agora estava por lançar-se à profundidade maior de todas; estava içando as velas para cruzar as águas da morte e atracar no porto da eternidade.

De modo, pois, que para o cristão, morrer é deixar uma carga para descansar. É romper as cadeias e sentir-se livre. É levantar acampamento para tomar residência nos lugares celestiais. É soltar as amarras que atam a este mundo para içar as velas numa viaje que finaliza na presença de Deus. Quem temerá esta morte, então?

A ALEGRIA DE TER COMBATIDO O BOM COMBATE.
2 Timóteo 4:7-8 (continuação)
Paulo continua falando ainda com essas descrições vívidas que dominava tão bem: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.” É provável que Paulo aqui não esteja utilizando três exemplos diferentes de três esferas da vida, mas sim uma mesma descrição de uma esfera da vida: dos jogos.

(1) Em primeiro lugar, diz: “Combati o bom combate”. A palavra que utiliza para combate é agon, uma competição na arena do circo romano. Quando um atleta pode dizer realmente que fez o melhor possível, quando sai do campo consciente de que pôs até o último grama de energia na competência, quando foi uma boa luta e uma competição justa, então, ganhe ou perca, haverá satisfação em seu coração. Paulo chegou ao fim, e está muito seguro de que sua atuação foi boa.
Quando morreu a mãe do Sir James Barrie, este declarou: "Posso olhar para trás, e ver que nada ficou sem fazer." Não há maior satisfação no mundo que a de saber que fizemos o melhor possível.

(2) Em segundo lugar, Paulo diz: "Completei a carreira." Essa é precisamente a dificuldade na vida. É fácil começar; é duro terminar. Na vida é necessária a resistência, e muita gente não a tem.
Um homem muito famoso foi solicitado a deixar que escrevessem sua biografia enquanto estava vivo. Não quis absolutamente dar a permissão, e a razão para isso foi: "Vi muitos homens falharem na última volta." É fácil arruinar uma vida nobre com uma insensatez final; é fácil desmerecer um bom dossiê, em nossa tarefa no mundo e na Igreja, com algo que o danifica tudo. Mas Paulo declara que terminou a carreira.

Há uma profunda satisfação ao chegar à meta. Talvez a carreira mais famosa do mundo é a Maratona. A Batalha de Maratona foi uma das batalhas decisivas do mundo. Nela os gregos enfrentaram os persas. Se os persas tivessem ganho, a glória da Grécia nunca teria florescido. Contra disparidades temíveis, os gregos ganharam a vitória e, logo da batalha, um soldado correu durante todo um dia e uma noite para levar a notícia a Atenas. Correu direto aos magistrados de Atenas: "Alegrem-se!", ofegou, "conquistamos" e enquanto transmitia sua mensagem caiu morto. Tinha completado seu caminho e realizado seu trabalho, e não há maneira melhor para que um homem morra.

(3) Em terceiro lugar, Paulo diz: "Guardei a fé." Esta frase pode ter mais de um significado e pano de fundo. Se mantivermos o pano de fundo dos jogos é o seguinte: Os grandes jogos da Grécia eram as Olimpíadas; a estes jogos chegavam os maiores atletas do mundo; o dia antes dos jogos se reuniam todos os competidores e prestavam um juramento solene perante os deuses de que não tinham tido menos de dez meses de treinamento, e que não recorriam a nenhuma armadilha para ganhar. Prometiam guardar as normas da honra nas competências. De modo que Paulo poderia ter estado dizendo: "Guardei as normas; participei dos jogos com honra." Seria grandioso morrer sabendo que  nunca em nossas vidas transgredimos as normas da honra e da honestidade na carreira da vida.
Mas dissemos que esta frase poderia ter outros significados. Era uma frase comum no mundo dos negócios. Era a frase comum que os gregos usavam para dizer: "Mantive as condições do contrato; fui leal a meu compromisso." Se Paulo a utilizou desta maneira, quis dizer que se comprometeu a servir a Cristo, e que manteve seu compromisso, e que nunca falhou com seu Mestre. Ou ainda, poderia significar: "Mantive minha fé: não perdi nunca minha confiança, nem minha esperança." Se Paulo a utilizou desta maneira, quis dizer que fizesse bom ou mau tempo, em liberdade ou no cárcere, em todos os perigos em terra e mar, e agora perante a própria morte, nunca tinha perdido sua perfeita confiança e fé em Jesus Cristo. Dentro de seu coração havia uma esperança que nunca vacilava, que flamejou durante toda sua vida e com a qual, finalmente, enfrentou a morte.
Paulo continua dizendo que lhe está guardada uma coroa. Nos jogos da Grécia o prêmio maior era a coroa de louro. O ganhador era coroado com ela; levá-la posta era a maior honra para um atleta. Lutava por uma coroa que em poucos dias estaria murcha e enrugada. Mas Paulo sabia que lhe esperava uma coroa que nunca iria murchar.

Neste momento Paulo vai do veredicto dos homens ao de Deus. Sabia que em pouco tempo estaria perante o estrado do juízo romano, e que seu juízo só podia ter um fim. Sabia qual ia ser o veredicto de Nero, mas também conhecia o veredicto de Deus. O homem cuja vida está dedicada a Jesus Cristo é indiferente ao veredicto dos homens. Não lhe interessa se o condenam, se escuta a seu Mestre dizendo: "Muito bem!"

E logo Paulo faz soar ainda outra nota. Esta coroa não espera somente a ele; espera a todos aqueles que esperam a vinda do Rei. É como se Paulo dissesse ao jovem Timóteo: "Timóteo, meu fim está próximo; e sei que vou rumo à minha recompensa. Se você seguir meus passos, sentirá a mesma confiança e a mesma alegria quando chegar o fim." A alegria de Paulo está ao alcance de toda pessoa que combate na mesma batalha, que também finaliza a carreira e que também guarda a fé.

UMA LISTA DE HONRA E DE DESONRA
2 Timóteo 4:9-15
Aqui Paulo escreve uma espécie de preparada de honra e de desonra de seus amigos. Alguns deles só são nomes para nós. De outros obtemos nos Atos pequenos exemplos reveladores. Podemos reconstruir algumas das histórias se nos permite utilizar nossa imaginação. Consideremos a alguns dos nomes desta lista.

A peregrinação espiritual de Demas
Primeiro na lista está Demas. Menciona-se a Demas em três oportunidades nas Cartas de Paulo; e pode ser que as três referências escondem nelas a história de uma tragédia. 

(1) Em Filemom 24, Demas aparece numa preparada de um grupo de homens aos que Paulo chama seus colaboradores. 

(2) Em Colossenses 4:14 se menciona a Demas sem nenhum comentário. 

(3) Aqui Demas é o Demas que traiu a Paulo porque amava a este mundo. Encontramo-nos aqui com a história de uma degeneração espiritual. Pouco a pouco o colaborador converteu-se no desertor; o título de honra é mudado por um nome vergonhoso.

O que aconteceu a Demas? Não podemos assegurá-lo, mas podemos adivinhá-lo.

(1) Pode ser que Demas tivesse começado a seguir a Cristo sem levar em conta o custo. Pode ser que Demas fosse uma destas pessoas que chegam a Cristo num momento de brilho espiritual. Pode ser que se encontrasse na Igreja num momento emocionalmente carregado, sem nunca ter pensado nem enfrentado o custo de ser cristão. E pode ser que Demas não fosse totalmente culpado. Há um tipo de evangelismo que proclama: "Aceite a Cristo e você encontrará descanso, paz e alegria."
Há um sentido, o mais profundo de todos, em que isto é tremendo e gloriosamente certo. Mas também é certo que é quando aceitamos a Cristo que começam nossos problemas. Até esse momento vivemos de acordo com o mundo e com suas normas. Devido a isto a vida era fácil, porque inevitavelmente seguíamos o caminho do menor esforço e íamos com a multidão. Mas uma vez que o homem aceita a Cristo, aceitou um conjunto de normas totalmente novas; compromete-se a uma atitude nova em seu trabalho, em sua relação pessoal, em seus prazeres, em sua conduta, em seu falar, nas coisas que se permitem fazer. E certamente haverá choques. Pode ser que Demas tenha sido levado à Igreja num momento de emoção, sem pensar; e então quando vieram a impopularidade, a perseguição, a necessidade de sacrifício, a solidão, o cárcere, Demas se afastou, porque nunca tinha aceito isso. Quando um homem se responsabiliza a seguir a Cristo, o essencial em primeiro lugar é que saiba o que está fazendo.

(2) Pode ser que Demas chegasse ao desgaste inevitável dos anos. Os anos têm uma forma de nos tirar os ideais, de nos satisfazer com cada vez menos, de baixar nosso nível, de nos acostumar à derrota.
Halliday Sutherland nos relata como se sentiu quando foi habilitado para agir como médico. Se na rua ou em qualquer lugar chegava o chamado: "Há um médico aqui?", emocionava-se, orgulhoso e desejoso de adiantar-se e ajudar. Mas à medida que passaram os anos, um pedido e um requerimento tal converteu-se numa moléstia. Tinha desaparecido a emoção.

W. H. Davies, o vagabundo que também foi um dos maiores poetas, tem uma passagem reveladora a respeito de si mesmo: Caminhou para ver a Abadia de Tintern, que tinha visitado pela última vez vinte e sete anos atrás; e disse, ao chegar: "Ao estar de pé ali, vinte e sete anos depois, e comparar o entusiasmo do jovem com meus indiferentes sentimentos atuais, não me senti muito contente comigo mesmo. Por exemplo, naquele momento teria sacrificado tanto a comida como o  sonho para ver qualquer coisa maravilhosa; mas agora minha prioridade não era a de buscar coisas belas."
Dean Inge tinha um sermão sobre o Salmo 91:6: "A destruição que impera ao meio-dia." Chamou-o "O perigo da Idade Média". Não há nenhuma ameaça tão perigosa nem tão insidiosa para os ideais como a ameaça dos anos. E essa ameaça só pode ser apartada e derrotada vivendo constantemente na emoção da presença de Jesus Cristo.

(3) Paulo diz de Demas que "amava a este mundo". O problema de Demas pôde ter sido muito simples e entretanto terrível. Pode ter sido simplesmente que amava a comodidade mais que a Cristo, que amava o caminho fácil mais que o caminho que levava primeiro à cruz e logo às estrelas. Pode ser que Demas preferisse ser um homem próspero no mundo a ser um cristão. Preferia uma prosperidade branda ao heroísmo atlético do caminho cristão.
Pensamos em Demas, não para condená-lo, senão para simpatizar com ele, pois muitos de nós somos como ele.

Mas é apenas possível que este seja o começo e não o final da história de Demas. O nome Demas é exatamente o mesmo que Demétrio. Demas é a forma cortada e familiar de Demétrio. Demétrio e Demas eram nomes comuns e o que estamos por sugerir agora não é necessariamente um fato histórico; mas bem poderia ter sido pela misericórdia de Deus.
Em duas oportunidades nos encontramos com um Demétrio na história do Novo Testamento. Houve um Demétrio que dirigiu a revolta dos ourives em Éfeso, que quis linchar a Paulo porque lhes tinha tirado o comércio do templo (Atos 19:25). Havia um Demétrio do qual escreve João dizendo que estava bem informado em tudo e que conhecia bem a verdade, fato do qual João era testemunha voluntária e decisiva (3 João 12). É este o começo ou o final da história? Encontrou Demétrio, o ourives, algo a respeito de Paulo e de Cristo que se enroscou em seu coração? Converteu-se a Cristo o líder hostil da revolta? Pôde ter acontecido. Seguiu então o caminho cristão, e logo, por um tempo,  abandonou-o e converteu-se em Demas, o desertor, que amava o mundo presente? E logo a graça do Senhor pôs suas mãos novamente nele, trouxe-o novamente, e o recriou e redimiu, e o converteu em Demétrio de Éfeso do qual João escreveu que era um servo da verdade, da qual falava bem? Nunca saberemos, mas é bonito pensar que a acusação de ser um desertor não foi o veredicto final na vida de Demas.

UMA LISTA DE HONRA E DE DESONRA
2 Timóteo 4:9-15 (continuação)
O gentio de quem todos falavam bem.
Depois de ter falado a respeito do homem que tinha desertado, Paulo continua falando do homem que foi fiel até a morte. “Somente Lucas está comigo”, diz. Sabemos muito pouco a respeito de Lucas, e entretanto, apesar do pouco que sabemos dele, emerge como um dos personagens mais formosos do Novo Testamento.

(1) Uma coisa sabemos porque está implícita: Lucas acompanhou a Paulo em sua última viagem a Roma e na prisão. Lucas é o autor de Atos dos Apóstolos. Há certas passagens em Atos que estão escritas na primeira pessoa do plural. Há passagens nas quais se diz: "Fizemos isto, fizemos aquilo." Podemos estar seguros de que quando Lucas escreve na primeira pessoa, está descrevendo incidentes e ocasiões nas que ele mesmo estava presente.
Atos 27 narra a detenção de Paulo em Roma, e conta esta história em primeira pessoa. Portanto podemos estar seguros de que Lucas esteve ali. Mas disso podemos deduzir algo mais. Pode ter sido certo que quando se prendia um prisioneiro para ser julgado em Roma, era-lhe permitido ter dois escravos. É então provável que Lucas se alistasse como um dos escravos de Paulo, para que fosse permitido acompanhá-lo à prisão em Roma. Não nos assombramos quando Paulo fala de Lucas   com emoção e amor em sua voz. Nenhuma devoção pode ir mais longe. Para não separar-se dele, Lucas converteu-se no escravo de Paulo.

(2) Só há outras duas referências definidas sobre Lucas no Novo Testamento. Em Colossenses 4:14 é descrito como o médico amado. Paulo devia muito a Lucas. Durante toda sua vida Paulo teve um aguilhão em sua carne, que o atormentava; Lucas deve ter sido a pessoa que o atendia e o curava; usava sua capacidade para atenuar sua dor e para permiti-lo seguir adiante. Lucas era essencialmente um homem bom. Não parece ter sido um grande pregador nem um grande evangelista; Lucas era o homem que fez sua contribuição na forma de serviços pessoais. Deus lhe tinha outorgado o dom de curar e foi esse dom que Lucas retribuiu a Deus. A bondade é uma qualidade e uma virtude que eleva o homem acima do comum. Se puder esquecer a eloqüência, a inteligência poderá viver impressa numa página; mas a bondade vive entronizada nos corações dos homens.
O Dr. Johnson teve certos contatos com um homem jovem chamado Harry Hervey. Hervey era rico e bastante libertino. Mas Hervey tinha uma casa em Londres em que Johnson era sempre bem-vindo. Anos mais tarde se criticou muito a Hervey e o fizeram maliciosamente. Johnson disse seriamente: "Harry Hervey era um homem vicioso, mas muito bom comigo. Se chamarem a Hervey um cão eu o amarei." A bondade cobre uma multidão de pecados. Lucas era fiel e Lucas era bom.

(3) A outra referência a Lucas aparece em Filemom 24: e aqui Paulo o chama seu colaborador. Lucas era a pessoa que compartilhava sua tarefa. Lucas não se conformava somente em escrever; não se conformava em confinar-se à sua tarefa de médico; Lucas também colaborava. A Igreja está cheia de enganadores; a Igreja está cheia de gente que está nela mais pelo que podem obter que pelo que dão; Lucas era uma dessas pessoas valiosas; um dos que trabalham na Igreja.

(4) Há outra referência possível a Lucas no Novo Testamento. Em 2 Coríntios 8:18 é dito de “o irmão cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas”. Desde as épocas mais primitivas se   identificou a esse irmano com Lucas. Lucas era a pessoa da qual todos falavam bem. Era o amigo fiel até a morte; era o homem essencialmente bondoso; era o homem dedicado à obra. Todos sempre falarão bem de uma pessoa semelhante.

UMA LISTA DE HONRA E DE DESONRA
Ainda há outro nome nesta lista esta lista de pessoas com uma história emocionante, ainda que não relatada.

O homem que se redimiu a si mesmo
Paulo insiste com Timóteo que traga Marcos com ele “pois me é útil para o ministério”. A palavra ministério não é utilizada no sentido mais estreito do ministério da Igreja. Está utilizada em seu sentido mais amplo, no sentido de serviço. "Traz a Marcos, porque é muito útil no serviço", diz Paulo. Como assinala E. F. Scott: "Traz a Marcos, porque pode ajudar em tudo." Ou, como diríamos em nossa linguagem cotidiana: "Traz a Marcos, porque é uma pessoa útil."
Marcos teve uma carreira curiosa. Era muito jovem quando começou a igreja, mas viveu no próprio centro de sua vida. Foi à casa de Maria, a mãe de Marcos, a que se dirigiu Pedro quando escapou da prisão. Podemos supor que a casa da mãe de Marcos era o lugar de reunião central da Igreja de Jerusalém (Atos 12:12).

Quando Paulo e Barnabé começaram sua primeira viagem missionária levaram Marcos com eles — João Marcos era seu nome completo — para que os ajudasse e fosse seu assistente (Atos 13:5). Parecia como se Marcos teria sido escolhido para uma grande carreira na companhia de Paulo e a serviço da Igreja. Mas logo aconteceu algo. Quando Paulo e Barnabé deixaram Panfília e começaram a ir terra adentro por um caminho duro e perigoso que levava à meseta central da  Ásia Menor, Marcos os deixou e retornou a seu lar (Atos 13:13). Fracassaram sua integridade e sua coragem, e os abandonou.

Paulo não pôde aceitar essa deserção. Quando Paulo e Barnabé partiram em sua segunda viagem missionária, Barnabé — que era parente de Marcos (Colossenses 4:10) — pensou em levar Marcos com eles novamente. Mas Paulo se negou a ser acompanhado por um desertor; tão forte foi a discussão e tão grave a diferença que Paulo e Barnabé se separaram e, pelo que nós sabemos, nunca trabalharam juntos novamente (Atos 15:36-40). Então, houve um momento em que Marcos não era útil a Paulo, em que Paulo o considerou um desertor pusilânime e ao qual não quis de modo nenhum ter entre seus ajudantes.

Não sabemos o que aconteceu com Marcos depois. A tradição diz que foi ao Egito e que fundou a Igreja Cristã nesse país. Mas, além do que tenha feito, certamente se redimiu a si mesmo. Quando Paulo escreveu Colossenses desde sua prisão em Roma, Marcos está com ele e Paulo o recomenda à Igreja de Colossos para que o recebam. E agora, quando o fim está perto, o homem que Paulo quer junto a seu amado Timóteo, é Marcos, porque era uma pessoa útil. Marcos o desertor se converteu em Marcos o homem que pode dar uma mão para qualquer coisa no serviço de Paulo y do evangelho.
Fosdick tem um sermão com um titulo grandioso e alentador: "Nenhum homem precisa seguir sendo tal como é." Marcos era a prova viva disso. Marcos é nosso alento e nossa inspiração, porque foi o homem que falhou e que, entretanto, conseguiu recuperar-se.
Ainda hoje Jesus Cristo pode fazer com que o espírito covarde seja valente e fortalecer o braço fraco para o combate. Pode libertar o herói dormido na alma de todo homem. Pode converter a vergonha do fracasso na alegria do serviço triunfante.

UMA LISTA DE HONRA E DE DESONRA
2 Timóteo 4:9-15 (continuação)
Ajudantes, um estorvo e um último pedido.
A lista de pessoas continua. Não sabemos nada absolutamente dos cretenses. Tito era outro dos mais fiéis lugar-tenentes de Paulo. "Verdadeiro filho", chama-o Paulo (Tito 1:4). Quando o problema com a Igreja de Corinto o preocupava, Tito tinha sido um dos emissários de Paulo na luta por solucionar as coisas (2 Coríntios 2:18; 7:6,13; 12:18). Tíquico tinha sido encarregado de levar uma Carta aos colossenses (Colossenses 4:7) e a Carta aos Efésios (Efésios 6:21). O pequeno grupo de ajudantes estava disperso pela Igreja, porque embora Paulo estivesse no cárcere a tarefa devia prosseguir, e, Paulo devia ficar só para que sua gente espalhada pudesse ser fortalecida, guiada e confortada.
Logo vem a menção de uma pessoa que tinha embaraçado em lugar de ajudar: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males.” Não sabemos o que fez Alexandre; mas talvez podemos deduzir que dano causou. A palavra que Paulo utiliza para dizer causou-me muitos males é o verbo grego endeiknumi. Esse verbo significa literalmente desdobrar; e em realidade era empregado para referir-se ao dar informação contra uma pessoa. Os informantes eram uma das grandes maldições de Roma nessa época. Buscavam obter favores e receber recompensas por dar informação. E pode ser que esse Alexandre fosse um cristão renegado, que foi perante os magistrados com informação falsa e calunioso contra Paulo.

Paulo tinha que transmitir certos pedidos pessoais. Queria a capa que tinha deixado na casa de Carpo, em Troas. A capa (phainole) era uma vestimenta grande e circular de tecido rústico. Tinha uma abertura no meio para a cabeça, e ao ser posto cobria a pessoa como um poncho, chegando até o chão. Era uma vestimenta para o inverno e sem dúvida Paulo sentia que a prisão romana era fria.
Quer livros: a palavra é bíblia, que significa literalmente rolos de papiro; e bem pode ser que estes rolos contiveram as formas mais primitivas dos evangelhos. Queria os pergaminhos. Os pergaminhos podem ter sido duas coisas. Podem ter sido os documentos legais de Paulo, especialmente seu certificado de cidadania romana. O mais provável é que fossem cópias das Escrituras hebraicas, o Antigo Testamento, porque os hebreus escreviam os rolos de seus livros sagrados em pergaminhos feitos de peles de animais. O que mais desejava Paulo ao estar na prisão aguardando a morte era a palavra de Jesus e a de Deus.

Algumas vezes a história tem a estranha circunstância de repetir-se. Mil e quinhentos anos mais tarde, William Tyndale estava na prisão do Vilvorde, detido, esperando a morte, porque tinha tido a coragem de dar às pessoas a Bíblia em seu próprio idioma. Era um inverno frio e úmido, e escreve a um amigo: "Pela graça de Cristo, me mande uma capa mais abrigada, algo para abrigar minhas extremidades, uma camisa de lã, e acima de todo minha Bíblia Hebraica". Quando o alento frio da morte sopra sobre eles, os grandes homens desejam mais que nada a palavra de Deus para fortalecê-los e alentar suas almas.

2TIMOTEO  4.7 COMBATI O BOM COMBATE. Ao passar em revista a sua vida dedicada a Deus, Paulo reconhece agora que a sua morte é iminente (v. 6), e descreve sua vida cristã nos seguintes termos.

(1) Considera a vida cristã como um "bom combate"; ela é a única luta que vale a pena:
Lutou contra Satanás (Ef 6.12);
contra os erros religiosos dos judeus e dos pagãos (3.1-5; Rm 1.21-32; Gl 5.19-21);
contra o judaísmo (At 14.19; 20.19; Gl 5.1-6);
contra o antinomismo e a imoralidade na igreja (3.5; 4.3; Rm 6; 1 Co 5.1; 6.9,10; 2 Co 12.20,21);
contra os falsos mestres (vv.3-5; At 20.28-31; Rm 16.17,18);
contra a deturpação do evangelho (Gl 1.6-12);
contra o mundanismo (Rm 12.2); e
contra o pecado (Rm 6; 8.13; 1 Co 9.24-27).

(2) Completou a sua carreira em meio a provações, dificuldades e tentações, e permaneceu fiel ao seu Senhor e Salvador durante toda a sua vida (cf. 2.12; Hb 12.1,2; 10.23; 11).

(3) Conservou lealmente a fé, em tempos de severas provações, de grande desalento e de muitas aflições, não somente quando era abandonado pelos amigos, mas também quando teve de enfrentar a oposição dos falsos mestres. Nunca cedeu terreno no tocante à verdade original do evangelho (1.13,14; 2.2; 3.14-16; 1 Tm 6.12).

2TIMOTEO  4.8 A COROA DA JUSTIÇA. Por ter Paulo permanecido fiel ao seu Senhor e ao evangelho que lhe foi confiado, o Espírito lhe testificou que a aprovação amorosa de Deus e a "coroa da justiça" o aguardavam no céu. Deus tem reservado no céu galardões para todos que conservam a fé com justiça (cf. Mt 19.27-29; 2 Co 5.10).

2TIMOTEO  4.8 OS QUE AMAREM A SUA VINDA. Os cristãos do NT anelavam grandemente a volta do Senhor para levá-los daqui, para ficarem com Ele para sempre (ver 1 Ts 4.13-18; cf. Fp 3.20,21; Tt 2.13. Uma marca distintiva dos fiéis de Deus é que eles se sentem fora do seu lugar, neste mundo, e já daqui eles aguardam o seu lar celestial (cf. Hb 11.13-16)

2TIMOTEO  4.17 O SENHOR ASSISTIU-ME. Por causa da perseguição severa contra os cristãos em Roma, ninguém ousava identificar-se com o apóstolo, que com valor defendia o evangelho (v. 16). Paulo ficou profundamente decepcionado e sentiu-se abandonado. Em tais ocasiões, no entanto, sentia a presença muito real do Senhor, que estava a seu lado e o fortalecia (cf. At 23.11; 27.23; Rm 4.20; 2 Co 1.3-5; Ef 6.10; Fp 4.13).

2TIMOTEO  4.22 A GRAÇA SEJA CONVOSCO. Estas são as últimas palavras de Paulo nas Escrituras registradas enquanto ele aguardava o martírio num cárcere romano. Do ponto de vista do mundo, a vida do apóstolo estava para terminar num trágico fracasso.

(1) Durante trinta anos, largara tudo por amor a Cristo; pouca coisa ganhara com isso, a não ser perseguição e inimizade dos seus próprios patrícios. Sua missão e sua pregação aos gentios resultara no estabelecimento de um bom número de igrejas, mas muitas dessas igrejas estavam decaindo em lealdade a ele e à fé apostólica (1.15). E agora, no cárcere, depois de todos os seus leais amigos o deixarem, a não ser Lucas (vv. 11,16), ele aguarda a morte. Estas circunstâncias parecem dizer que foi um fracasso a sua missão aos gentios. Contudo, o apóstolo da cruz, exibindo as cicatrizes das batalhas, de nada se queixa ao dar a sua vida por amor ao seu Senhor.

 (2) Agora, 2.000 anos já são passados; todavia a influência de Paulo excede a de todos os servos de Deus no seu reino. Os escritos dele são parte essencial das Sagradas Escrituras, e têm levado um número incontável de pessoas à fé em Cristo. Que ninguém fiel a Jesus Cristo, mesmo parecendo que tenha realizado pouca coisa para Deus, pense que a morte põe fim aos resultados do seu trabalho aqui. Deus lança mão dos nossos esforços sinceros e devotados, e os multiplica muito acima de tudo quanto poderíamos ter imaginado ou esperado. Até mesmo nossos aparentes fracassos podem ser sementes que se transformarão em colheitas abundantes a serem ceifadas por outros (Jo 4.37,38).


O ARREBATAMENTO DA IGREJA
1Ts 4.16,17 “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.”

O termo “arrebatamento” deriva da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente e com força”. O termo latino raptus equivale a harpazo em grego, traduzido por “arrebatado” em 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1Co 15, refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo.

(1) Instantes antes do arrebatamento, ao descer Cristo do céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos “que morreram em Cristo” (4.16). Não se trata da mesma ressurreição referida em Ap 20.4, a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra, julgar os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11—20.3). A ressurreição de Ap 20.4 tem a ver com os mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT (ver Ap 20.6).

(2) Ao mesmo tempo que ocorre a ressurreição dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53). Isso acontecerá num instante, “num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.52).

(3) Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados serão “arrebatados juntamente” (4.17) para encontrar-se com Cristo nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu.

(4) Estarão literalmente unidos com Cristo (4.16,17), levados à casa do Pai, no céu (ver Jo 14.2,3 notas), e reunidos aos queridos que tinham morrido (4.13-18).

(5) Estarão livres de todas as aflições (2Co 5.2,4; Fp 3.21), de toda perseguição e opressão (ver Ap 3.10 nota), de todo domínio do pecado e da morte (1Co 15.51-56); o arrebatamento os livra da “ira futura” (ver 1.10; 5.9), ou seja: da grande tribulação.

(6) A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com o Senhor” (4.17), é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13). É fonte principal de consolo para os crentes que sofrem (4.17,18; 5.10).

(7) Paulo emprega o pronome “nós” em 4.17 por saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia insiste que anelemos e esperemos contínua e confiadamente a volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1Co 15.51,52; Ap 22.12,20).

(8) Quem está na igreja mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui, no arrebatamento (ver Mt 25.1 nota; Lc 12.45). Os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apóstata (ver Ap 17.1), sujeitos à ira de Deus.

(9) Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira sobre os
ímpios (5.2-10; ver 5.2). Seguir-se-á a segunda fase da vinda de Cristo, quando, então, Ele virá para julgar os ímpios e reinar sobre a terra (ver Mt 24.42,44).


FONTE DE PESQUISA:
Comentário Bíblico Popular - Novo Testamento
Comentário Bíblico Esperança Novo Testamento
Comentário Bíblico Willian Barclay Novo Testamento
Biblia de Estudo Pentecostal



























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