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terça-feira, 9 de junho de 2015

COMENTÁRIO BÍBLICO - SALMOS 22, 23, 24

COMENTARIO BÍBLICO ELABORADO PELO EVANGELISTA: NATALINO ALVES DOS ANJOS. PROFESSOR NA E.B.D e PESQUISADOR. MEMBRO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS - MISSÃO EM GUIRATINGA - MATO GROSSO. COM PESQUISAS EM COMENTÁRIOS E MANUAIS BÍBLICOS.

SAMOS CAPITULO 22

 Sl 22:1 Salmo de Davi para o músico-mor, sobre Aijelete Hashahar. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?
22.1 Foi este, o grito terrível de Cristo na cruz, quando foi feito pecado em nosso lugar, em nosso favor, (Mt 27.46)  e foi justamente Ele que não conheceu o pecado, e que não precisava sofrer seus efeitos (2 Co 5.21; Rm 8.3).  Com as palavras Deus meu, Deus meu, Davi expressa um agudo sentido de separação de Deus em tempos de grande aflição (Sl 38.21).
Sl 22:2 Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego.
22.2 Não me repondes. Quando o Salvador estava pendurado na cruz, clamou para Seu Pai, e não houve resposta. Isto ocorreu porque Cristo estava tomando o lugar de cada pecador, perdido em suas culpas, aceitando assim sobre Si mesmo toda a punição divina, aplicável a todo o pecado humano e de todos os tempos (Jo 1.29).
Sl 22:3 Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel.
Sl 22:4 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
22.4 — Em ti confiaram nossos pais. Mesmo em meio a uma grande dor, Davi confessa sua fé no Deus de seus pais. Deus fora fiel às gerações anteriores; com certeza, continuará fiel àqueles que recorram a Ele (no v. 21, está a resposta leal de Deus).
Sl 22:5 A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram, e não foram confundidos.
Sl 22:6 Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.
22.6 Verme. O Senhor da glória se humilhou até a mais baixa posição a fim de nos salvar (Fp 2-5-8).O sofrimento de Davi faz sentir-se menos que um ser humano — um verme. Quando Davi se achava no fundo do poço, seus inimigos ridicularizaram sua fé no Senhor. São palavras que descrevem também o que sentiu o Salvador ao suportar os insultos de Seus atormentadores (Mt 27.27-31, 39-44).
Sl 22:7 Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo:
22.7 A situação de Jesus, entre seus inimigos, foi exatamente essa, até nos próprios gestos ,que eram sinal de zombaria entre os hebreus.
Sl 22:8 Confiou no SENHOR, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer.
22.8 Esta expressão não é somente zombaria contra o Cristo sofredor, é também a total negação da realidade de Deus. Os fariseus, ao redor da cruz, proferindo essas palavras, revelaram quão distantes eles estavam de Deus.
Sl 22:9 Mas tu és o que me tiraste do ventre; fizeste-me confiar, estando aos seios de minha mãe.
Sl 22:10 Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
22.9,10 — O que me preservaste. Com tantosproblemas e deboches à volta, Davi deposita sua confiança no Senhor — Aquele em quem confiou desde o início de sua vida. A reação de Davi às circunstâncias difíceis é instrutiva. Em vez de duvidar da bondade de Deus, ele reafirma sua fé para toda a vida no Todo-poderoso.
Sl 22:11 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.
22.9-11 — Não te alongues de mim. Davi repete seu rogo original (v. 1), para enfatizá-lo (v. 19-21). Não pode suportar o sofrimento sem aajuda divina. Tal qual o Senhor,  pede-se que os mesmos cuidados paternais de Deus, que acompanhavam cada passo de Jesus, seconcentrem nesta hora final.
Sl 22:12 Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam.
Sl 22:13 Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.
22.12,13 Basã. O território além do Jordão; ótimo para o gado de qualidade.  O salmista usa imagens vívidas para descrever sua angústia. Vê-se cercado por touros e leões. Além disso, sua aflição é tão profunda que lhe parece ter sido sua vida sugada, como alguém que esvazia um jarro d’água. Estas palavras tornam-se ainda mais lancinantes quando aplicadas ao padecer de Jesus na cruz (Jo 19.34).
Sl 22:14 Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
22.14 Meus ossos se desconjuntaram. Foram estes efeitos físicos que Jesus sentiu ao ser pregado na cruz, que depois foi fincada no chão, deixando Jesus em posição toda incômoda e anormal.
Sl 22:15 A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.

22.15 A língua se me pega ao paladar. As palavras de Jesus tenho sede (Jo 19.28) expressam a dor dessa secura tão terrível. No pó da morte. Para Davi, a morte seria evitada ainda desta vez (como em Sl 16.9,10), mas, para o Salvador, a sentença não foi adiada.
Sl 22:16 Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.
22.16 Cães. A expressão hebraica para os adeptas do paganismo de Canaã, depois aplicada aos gentios em geral, muitos dos quais cercaram a cruz. Traspassaram-me. Mais um pormenor da crucificação de Cristo (Jo 20.24-29).  Prevê claramente
a crucificação do Senhor Jesus Cristo. Essas palavras são figuras de linguagem representando terríveis vivências de Davi; mas, como profeta (At 2.30), ele falou com precisão do sofrimento de Jesus.
Sl 22:17 Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam.
22.17 Todos os meus ossos. Jesus, magro flagelado e nu, mostrava todos os seus ossos. Talvez o falo de os soldados não terem quebrado os ossos de Jesus seja o cumprimento desta descrição (Jo 19.33-36).
Sl 22:18 Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.
22.18 Esta descrição prevê o queaconteceu ao redor da cruz.— Na crucificação de Jesus, soldados tiraram a sorte por Seus vestidos, cumprindo fielmente este texto (Mt 27.35).
Sl 22:19 Mas tu, SENHOR, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.
Sl 22:20 Livra a minha alma da espada, e a minha predileta da força do cão.
22.19,20 Espada. A destruição.Cão. Aqui, talvez Satanás, ou maldade dos homens, que se manifestou plenamente, ao redor da cruz.Pela última vez nesse salmo, o Salvador  suplica pela presença e pelo socorro de Deus. Pede que seja livrado da espada e das presas do cão, duas referências aos gentios. A espada simboliza o poder governamental (Rm 13:4). Aqui, representa o govemo romano e seu poder de aplicar a pena de morte.
Sl 22:21 Salva-me da boca do leão; sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens.
22.21 Descreve a morte e as perseguições que a precederam.cão, conforme explicamos anteriormente, se refere aos soldados gentios. No versículo 21, Cristo pede
que seja salvo das fauces do leão e dos chifres dosbúfalos. Como vimos nos versículos 12 e 13, as duas imagens se referem ao povo judeu que disse a Pilatos: “Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer” Qo 19:7).
Sl 22:22 Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
22:22 A essa altura do salmo, Cristo voltou à terra para governar como Rei. O remanescente fiel de Israel entrou no reino com todas as glórias milenares. O Messias está pronto para dar testemunho a seus irmãos judeus acerca da fidelidade de Deus em responder às orações da primeira parte do salmo. Agora, Cristo louva a Deus no meio da congregação.
Sl 22:23 Vós, que temeis ao SENHOR, louvai-o; todos vós, semente de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, semente de Israel.
Sl 22:24 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
22:23-24 Os dois versículos seguintes apresentamo teor do discurso de Cristo ao povo de Israel remido naquele dia milenar vindouro. Em três paralelos majestosos, Cristo se dirige a seus compatriotas como “vós que temeis o Senhor ” , “vós todos, descendência de Jacó” e “vós todos, posteridade de Israel” . Exorta-os a louvar, glorificar e temer ao Senhor. Devem se aproximar de Deus com reverência, pois ele ouviu e atendeu aos clamores angustiados proferidos nas trevas do Calvário. O Senhor não desprezou os sofrimentos de seu Filho amado, nem escondeu seu rosto dele para sempre. Em vez disso, “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesüs se dobre todo joelho [...] e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11).
Sl 22:25 O meu louvor será de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
22.25 Cumprirei os eus votos. Sacrifícios de ações de graças no culto público: testemunho público de que as petições foram atendidas.Deus é a origem do louvor do Messias: “De ti vem o meu louvor na grande congregação” . Em sua aflição, Cristo havia feito o voto de louvar ao Senhor publicamente e agora ele cumpre seus votos na presença dos que [...] temem a Deus.
Sl 22:26 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente.
22:26 Nos seis últimos versículos do salmo, quem fala é o Espírito Santo. Ele descreve as condições ideais que prevalecerão durante a paz e prosperidade do milênio. A pobreza será extinta; os sofredores hão de comer e fartar-se. A terra se encherá de louvores a Deus. Louvarão o Senhor os que o buscam. 0 Espírito pronuncia uma
bênção sobre todos os adoradores: “Viva para sempre o vosso coração” .
Sl 22:27 Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao SENHOR; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.
22.27 Os confins da terra. Parte integrante da obra do Messias é arrebanhar fiéis de todas as nações (Is 42.4; 495-7; 53.12).Haverá um reavivamento mundial. Os confins
da terra se lembrarão daquilo que Cristo fez no Calvário e se converterão ao Senhor. Todas as famílias das nações se unirão em um ato grandioso de homenagem e adoração.
Sl 22:28 Porque o reino é do SENHOR, e ele domina entre as nações.
22.28 Decerto este versículo estava firmemente gravado na mente de Daniel, guiando suas atitudes perante os reis (cf. Dn 4.19-27, esp. 25).O Senhor exercerá domínio mundial. 0  trono lhe pertence, e ele reinará sobre as nações.
Sl 22:29 Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma.
22.29  Todos os poderosos da terra se sujeitarão a seu govemo, e todos os mortais se prostrarão perante ele, ou seja, todos os que descem ao pó e todo aquele que não pode preservar a própria vida.
Sl 22:30 Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração.
Sl 22:31 Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez.
22.30,31 Quando Cristo completou sua obra na cruz, dizendo "Está consumado!" (Jo 19.30) começou a formar uma nova geração, um povo diferente, uma descendência espiritual (Is 53.10; 1 Pe 2.9-10).A fama de Cristo permanecerá. Geração após geração o servirá e proclamará seus atributos. Uma mensagem especial será passada de uma geração a outra: Cristo consumou a grande obra de redenção.  0 salmo 22 começa com a quarta palavra da cruz, o clamor de expiação. Termina com as palavras “foi ele quem o fez” , expressão cujo significado é exatamente o mesmo da sétima palavra de Cristo na cruz: “Está consumado!” (Jo 19:30). Ao longo dos séculos, as boas-novas têm sido transmitidas de uma geração a outra com grata admiração, porque Cristo fez todo o necessário.


SALMOS CAPITULO 23

Sl 23:1 Salmo de Davi. O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
23.1  O pastor governa, guia, alimenta e protege as ovelhas; as ovelhas seguem, obedecem, amam e confiam no pastor.  “Nada me faltará”. O futuro do verbo descreve não somente uma experiência atual como também uma certeza firme quanto a tudo que pode acontecer no decorrer da vida. Davi fala baseado em todas as experiências
que já teve ao andar cuidando das suas próprias ovelhas. Assim como ele já vigiara seus rebanhos, cuidando das suas ovelhas, achava que Deus também cuidaria dele, suprindo as suas necessidades e vigiando por ele.  Senhor. Os cuidados dedicados por Deus, às suas criaturas de modo geral, se manifestam na natureza (Mt 5.45; At 14.17); seus especiais cuidados para com os seus fiéis se manifestam na sua graça. Os que pertencem
a Deus de modo especial são chamados suas “ovelhas”. Ninguém pode se considerar ovelha do Senhor se a sua natureza não foi renovada mediante a conversão, pois   descrição, que a Bíblia dá de homens não convertidos, çompara-os com lobos ou bodes, e não a ovelhas. A ovelha pertence a alguém, não é um animal selvagem; seu dono
lhe dá muito valor, e freqüentemente o preço de compra é muito elevado. É importante termos a mesma certeza de Davi, de que somos do Senhor.  “O Senhor é o meu pastor”, disse Davi. Ele tinha a certeza, conhecimento além da possibilidade de dúvidas ou
argumentos. Leia 1 João, capítulo 5, e veja quantas vezes aparece a palavra ‘“ sabemos”.
Sl 23:2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.
23.2  “Ele me faz repousar em pastos verdejantes” - são oásis no meio de terra deserta, locais onde pessoas fixam moradia para fazer um sítio. Ovelhas se recusam a deitar-se quando estão com fome - e isto dá uma boa idéia aos pastores e aos professores da escola dominical, quando a congregação ou a classe é irriquieta - é só alimentar os ouvintes com a Palavra de Deus. “Apascenta as minhas ovelhas”.  “Leva-me para junto das águas de descanso”. Os pastores do oriente não “tocam” o rebanho - vão na
frente e as ovelhas vêm o seguindo (ver Ap 7.16,17).
Sl 23:3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
23,3  “Refrigera-me a alma”, revivificando-a e dando-lhe novo vigor quando está cansada e esgotada. Com comida, água fresca e descanso, o Senhor restaura nossas
capacidades enfraquecidas. E le pode tran sfo rm ar a espiritualidade que tropeça em ondas de poder avivado.  “Guia-me pelas veredas da justiça”. Nota-se a forma do plural. Existem muitos deveres para o crente, e não podemos apenas escolher os caminhos agradáveis e evitar os difíceis. Alguns têm prazer em serem levados pelas veredas do perdão, mas não se apressam para entrar nas veredas da santidade. Alguns entram com grande alegria na vereda do batismo no Espírito Santo, para depois não querer seguir pelo caminho da virtude prática. Nós, porém, devemos andar por todos os caminhos que nos conservam na companhia de Deus.
Sl 23:4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
23.4  “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum”. Este vale é bem diferente dos caminhos de paz, justiça e quietude. As terras montanhosas de Judá contêm muitos vales escuros onde animais selvagens traiçoeiros ficam de espreita, e servem de ilustração para fazer o homem ter uma idéia do escuro vale da morte por onde terá de passar.   “Porque tu estás comigo”. “Tu”, o mesmo Deus misericordioso que acompanha o crente quando o leva a pastos verdes e às águas de descanso. “A tua vara e o teu cajado me consolam”. A vara “consola” no sentido de forçar os inimigos, tais como lobos e leões, a sairem em retirada. E o cajado “consola” porque é usado para direcionar a ovelha no meio dos obstáculos e até para retirá-la dalgum buraco ou despenhadeiro em que caiu. Garantem segurança e acalmam os temores. O mesmo instrumento tem o emprego duplo, representado pelas duas palavras diferentes. A vara de Deus. “A tua vara e o teu cajado me consolam”. O cajado do pastor de ovelhas tinha três finalidades:  a) contar as ovelhas - neste sentido, as ovelhas “passam debaixo da vara do pastor” (Lv 27.32).  b) cutucar as ovelhas que são lentas em sua disposição para seguir o pastor.  c) arrancar de volta para o aprisco ovelhas desgarradas que entraram em locais perigosos.
Sl 23:5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
23.5   “Preparas-me uma mesa na presença dos adversários”. Deus é muito mais do que um pastor que cuida  das necessidades das ovelhas. É também um Rei que revela
a riqueza da sua bondade ao providenciar grande abundância para os hóspedes (ver M t 22.1,2). “Preparar uma mesa” era a expressão comum que significava providenciar
uma refeição. “Na presença dos meus adversários”, que ficam olhando com ódio mal disfarçado, mas que nenhum dano podem causar.  “Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários”. Estas palavras nos fazem pensar numa cena típica do deserto. Um fugitivo, ofegante de calor, está correndo para salvar a sua vida, perseguido
por inimigos sedentos por vingança. Finalmente consegue chegar a tocar na corda de uma tenda beduína, moradia de um membro das tribos do deserto, e agora consta como
hóspede e está em segurança. É assim a lei da hospitalidade do deserto. Fazer mal a um hóspede é considerado sinal da mais profunda depravação; permitir que o hóspede sofra
qualquer dano é considerado grave falta no cumprimento do dever. “Unges-me a cabeça com óleo”  uma honra concedida aos hóspedes num banquete oriental.  “O meu cálice transborda” - com gozo indizível e cheio de glória.  “O meu cálice transborda”. O salmista não somente tinha bastante - tinha mais do que o suficiente. E por que nosso cálice transborda? Porque, como  crentes em Cristo, temos nEle todas as coisas. Se Ele é a nossa herança, e se temos contentamento espiritual em nossa alma, então somos muito ricos, ainda que não possuamos grandes quantidades dos bens deste mundo. Alguém pode ser muitíssimo rico aqui na terra, mas se é insatisfeito e não possui paz, seu cálice não pode transbordar: está rachado e fica vazando.
Sl 23:6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.
25.6  O Hospedeiro divino chama dois dos seus servos para atender às necessidades dos hóspedes. Seus nomes são bondade e misericórdia, que seguem o filho de Deus por onde quer que ele anda.  “E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre” (ver SI 27.4). Uma das glórias da vida no céu é sua eterna permanência; o que estraga os maiores prazeres do mundo é o fato de sabermos que forçosamente terão de findar. Estas palavras, além de se referirem à eterna habitação com Deus, também se aplicam ao nosso desejo de regularmente estarmos presentes aos cultos na casa de Deus na terra. Quem não tem prazer na comunhão com Deus na terra, juntamente com os santos que vemos, não é muito sincero quando fala na futura comunhão com Deus no céu, com os santos em glória.  Nossos dois fiéis acompanhantes. “Bondade e misericórdia
certamente me seguirão todos os dias da minha vida”. Estes dois anjos da guarda trabalham juntos: a bondade supre as nossas necessidades, e a misericórdia apaga
as nossas transgressões e falhas. Ficam em atendimento durante todos os dias da nossa vida - os dias escuros bem como os dias de sol; os dias de jejum bem como os dias de
festa; os frios dias do inverno bem como os dias de verão.



 SALMO CAPITULO 24

Sl 24:1 Salmo de Davi. Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.
Sl 24:2 Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
2 4 :1-2 À medida que a multidão se aproxima da cidade, ouve-se a proclamação: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém” . Essa é uma declaração de posse divina e do direito pleno de Cristo ao trono.  0 salmista fornece o motivo: Cristo criou o mundo; reuniu os mares em um só lugar e fez surgir a terra seca; formou rios sobre a superfície da terra e debaixo dela. Agora, vem para tomar posse de tudo que é seu, mas que lhe foi negado por séculos.
Sl 24:3 Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo?
Sl 24:4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
Sl 24:5 Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação.
Sl 24:6 Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.)
24:3-6 Os quatro versículos seguintes descrevem quem entrará no reino e desfrutará o reinado milenar de paz e prosperidade.  0 remanescente fiel de Israel e os gentios remidos subirão ao templo em Jerusalém para adorar. Pode parecer que esses indivíduos são qualificados para entrar no reino por causa de seu bom caráter, mas não é o caso. Seu caráter é conseqüência do novo nascimento espiritual, pois quem não nasce de novo não pode ver o reino de Deus, nem entrar nele (Jo 3:3,5) Trata-se, portanto, de uma referência aos santos que passaram pela grande tribulação e lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro. Davi especifica quatro particularidades do caráter de cada um desses indivíduos. É limpo de mãos, ou seja, seus atos são retos e irrepreensíveis. E puro de coração, ou seja, seus motivos são sinceros e sua mente não é corrupta. Não se vale de nenhuma forma de falsidade. E, por fim, não perverte a justiça ao dar falso testemunho. As mãos, o coração, a alma e os lábios são íntegros. Esse tipo de pessoa será súdito do reino milenar de Cristo. Outrora ridicularizado e desprezado pelos ímpios, será vindicado pelo Deus de sua salvação. Assim são os cidadãos do milênio: buscam a face do Senhor e recebem graça do Deus que ama quem não merece seu amor.
Sl 24:7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Sl 24:8 Quem é este Rei da Glória? O SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na guerra.
24 :7-8 Gosto de imaginar a procissão entoando as palavras dos versículos 1-6 enquanto atravessa o vale de Cedrom. Porém, seu cântico é interrompido pelo som agudo da trombeta do arauto que vai adiante. Clama aos atalaias junto às portas de Jerusalém: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória”.  Uma sentinela no alto do muro da cidade responde em alta voz: “Quem é o Rei da Glória?” . A resposta é proferida em tom estrondoso: “O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas” .
Sl 24:9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Sl 24:10 Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)
24:9-10 Os fiéis se aproximam da cidade, e as portas ainda hesitam. 0 arauto repete a ordem para que se abram para o Rei da Glória, e, mais uma vez, os atalaias pedem que ele identifique o Rei. Sua resposta é categórica: “O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei
da Glória” .  Por fim, o Rei entra na cidade com seus súditos para tomar, em sua mão traspassada por pregos, o cetro de domínio universal.  F. B. Meyer comenta:
0 salmo se cumpre em nós quando Jesus entra em nosso coração como Rei para governar. Contudo, seu cumprimento pleno se dará quando a terra e seus habitantes o receberem de braços abertos como Senhor



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