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sábado, 2 de maio de 2015

JESUS ESCOLHE SEUS DISCIPULOS - LIÇÃO 05 COM SUBSIDIOS


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Lições Bíblicas CPAD   -  Adultos
 2º Trimestre de 2015

Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves



Lição 5: Jesus escolhe seus discípulos
Data: 3 de Maio de 2015

TEXTO ÁUREO

E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27).

VERDADE PRÁTICA

O chamado para a salvação é de graça, mas o discipulado tem custos.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Lc 4.15,31
Jesus, o Mestre por excelência e nosso exemplo



Terça — Lc 11.1-4
Jesus não somente ensinou com palavras, mas também pelo exemplo



Quarta — Lc 9.57-62
Jesus se utilizou de vários métodos em seu ministério de ensino



Quinta — Lc 14.25-27
Jesus demonstra o alto custo do discipulado



Sexta — Lc 9.23
O Senhor Jesus Cristo e a preparação dos discípulos



Sábado — Lc 9.1-12
A missão dos discípulos era árdua, mas o Mestre estaria com eles

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 14.25-35.

25 — Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:
26 — Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 — E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo.
28 — Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
29 — Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
30 — dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
31 — Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
32 — De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.
33 — Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.
34 — Bom é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará?
35 — Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.

HINOS SUGERIDOS

115, 127, 132 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Mostrar como se deu a escolha e a chamada dos primeiros discípulos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

·   I. Analisar a vida de Jesus enquanto Mestre.
·   II. Explicar como se deu o chamado dos discípulos.
·   III. Saber como foi o treinamento dos primeiros discípulos.
·   IV. Analisar a missão de Jesus e de seus discípulos.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Jesus se tornou muito popular e por onde passava atraía multidões. Muitos apenas seguiam o Mestre, mas não eram seus discípulos. Ser discípulo envolve um preço e muitos não estavam dispostos a pagá-lo. Atualmente também, muitos querem ser abençoados por Jesus, todavia, poucos querem se tornar discípulos. Ser discípulo é abrir mão da própria vontade, de desejos pessoais e isso envolve grande sacrifício. O discípulo não pode permitir que nada venha interferir no seu compromisso com o Mestre. Cabe ao discípulo tomar a sua cruz e seguir o seu Mestre.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Como crentes, temos consciência do valor que a pregação da Palavra tem para a construção do Reino de Deus. Todavia, quando lemos os Evangelhos, acabamos descobrindo que Jesus, durante o seu ministério terreno, ensinou mais do que pregou. Na verdade, suas pregações, mesmo quando proclamações, eram recheadas de conteúdo pedagógico. Esses fatos nos mostram a importância que o ensino tem para um aprendizado eficiente. Nesta lição, aprenderemos com o Mestre dos mestres como Ele ensinou os seus seguidores e como, dentre eles, formou seus discípulos.


PONTO CENTRAL

Para ser discípulo de Jesus é preciso renunciar a tudo, tomar a cruz e segui-lo.


I. O MESTRE

         1. Seu ensino. Jesus, o homem perfeito, foi o Mestre por excelência. A maior parte do seu ministério foi dedicada a ensinar e a preparar os seus discípulos (Lc 4.15,31; 5.3,17; 6.6; 11.1,2; 13.10; 19.47). Portanto, o ministério de Jesus foi centralizado no ensino. As Escrituras registram que as pessoas ficavam maravilhadas com o ensino do Senhor (Lc 4.22). Elas já estavam acostumadas a ouvir os mestres judeus ensinando nas sinagogas (Lc 4.20). Porém, quando ouviram Jesus ensinando, logo perceberam algo diferente! (Mt 7.28,29) O que era? Ele as ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os outros disseram. A natureza de seu ensino era diferente — seu ensino era de origem divina (Jo 7.16).
2. Seu exemplo. Jesus ensinou seus discípulos através do exemplo: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Isso o distanciou dos escribas e fariseus que ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam (Mt 23.3). Os discípulos se sentiram motivados a orar quando viram seu Mestre orando (Lc 11.1-4). As palavras de Jesus eram acompanhadas de atitudes práticas. De nada adianta a beleza das palavras se elas não vêm acompanhadas pelas ações (Tg 1.22). O povo se convence mais rápido pelo que vê do que pelo que ouve. Por isso, o Mestre exortou os seus discípulos a serem exemplos (Mt 5.16).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Jesus é o Mestre por excelência.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era particularmente usado para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16). Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo sistema de educação judaica — os que já tinham memorizado as Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos dos rabis sobre a lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de seu rabi vivendo com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele tempo descrevia os discípulos como aqueles que ‘ficavam cobertos pela poeira do rabi’, porque, literalmente, seguiam de muito perto seus mestres” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD. p.69).



II. O CHAMADO

1. O método. Os teólogos têm observado que o método usado por Jesus para recrutar seus discípulos é variado. De fato, a Escritura mostra que algumas vezes a iniciativa do chamamento parte do próprio Senhor Jesus. Enquanto pregava e ensinava, Jesus observava as pessoas a quem iria chamar (Mc 1.16-20). Em alguns casos, o chamamento veio através da indicação do Batista (Jo 1.35-39). Houve também pessoas que se ofereceram para serem seguidoras de Jesus (Lc 9.57,58,61,62). E, finalmente, existiram os que foram conduzidos até Jesus por intermédio de amigos (Jo 1.40-42,45,46). Dessa forma, todas as classes foram alcançadas por Jesus. E foi dentre esses seguidores que Jesus chamou doze para serem seus apóstolos (Lc 6.13-16).
2. O custo. Jesus deixa bem claro quais são as implicações envolvidas na vida daquele que aceitasse o chamado para ser seu discípulo. Tornar-se discípulo é bem diferente de se tornar um simples aluno. No discipulado, o seguidor passa a conviver com o mestre, enquanto na relação professor-aluno essa prática não está presente. O aprendizado acontece diuturnamente, e não apenas durante algumas aulas dadas em domicílio ou numa sala. Quem quiser segui-lo deve, portanto, avaliar os custos. Seguir a Cristo envolve renúncia, significa submissão total a Ele. Jesus lembrou as pessoas desse custo, pois não queria que o seguisse apenas por empolgação (Lc 14.25-27). Muitos querem ser discípulos mas não querem renunciar nada. Às vezes precisamos sacrificar até mesmo o nosso relacionamento religioso na família, abrir mão de algumas coisas para seguir a Jesus. O que o Mestre está requerendo de você?



SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Jesus chamou doze discípulos para estar com Ele.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A salvação é um presente, mas o discipulado é caro. Aqueles que seguem Jesus devem estar propensos a pagar o alto preço. Ele quer que as pessoas se deem conta de que considerar o custo antes de tomar uma decisão é assunto sério. Requer arrependimento e compromisso total a Jesus ” (Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.418).



III. O TREINAMENTO

1. Mudança de destino. No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupa um lugar central nos ensinamentos do Mestre (Lc 9.23; 14.27). A cruz de Cristo aparece como um divisor de águas na vida dos discípulos. Uma mudança de rumo ou destino. A vida com Cristo é cheia de vida, na verdade vida em abundância (Jo 10.10). Mas por outro lado, é uma vida para a morte! Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico. A cruz muda o destino daquele que se torna seguidor de Jesus. Ela garante paz e vida eterna, mas somente para aqueles que morrerem para este mundo.
2. Mudança de valores. Lucas mostra Jesus instruindo os Doze antes de enviá-los em missão evangelística (Lc 9.1-6) e, posteriormente, enviando outros setenta após dar-lhes também instruções detalhadas (Lc 10.1-12). Para chegar a esse ponto, muitas coisas precisaram ser mudadas na vida desses discípulos. Uma delas, e muito importante, foi a mudança de mentalidade dos discípulos. Jesus mudou a forma de pensar deles. Seus discípulos não poderiam mais, por exemplo, possuir uma mente materialista como os gentios, que não conheciam a Deus (Lc 12.22,30). Quem conhece a Jesus de verdade não fica preocupado com o amanhã, com as coisas deste mundo, pois sabe que Ele, o Bom Pastor, supre cada uma das nossas necessidades.



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Jesus escolheu seus discípulos e os treinou para todo trabalho na seara.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A escolha dos doze discípulos por Jesus é relevante, considerando-se que havia inicialmente doze tribos em Israel, provenientes dos doze filhos de Jacó (veja Gn 49). Depois do exílio, apenas a tribo de Judá permanecera visivelmente intacta. Quando escolheu os doze discípulos, Jesus estava anunciando a restauração do povo de Deus, agora reconfigurado em torno do próprio Jesus.
[...] Pedro era o mais proeminente de todos os discípulos. Mateus ou Levi, era cobrador de impostos, um publicano, que, por essa razão, era considerado um proscrito social por causa de seu emprego com as desprezadas autoridades romanas” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.70).



IV. A MISSÃO

1. Pregar e ensinar. Já foi dito que o ministério de Jesus consistia no ensino da Palavra de Deus, na pregação do Evangelho do Reino e na cura dos doentes (Mt 4.23; Lc 4.44; 8.1). No texto de Lucas 9.1,2, vemos Jesus enviando os doze: “E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios e para curarem enfermidades; e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos”. “Pregar” é a tradução do verbo grego kerysso, que possui o sentido de “proclamar como um arauto”. Jesus treinou seus discípulos com uma missão específica — serem proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo a principal missão do Corpo de Cristo! Quando a Igreja se esquece desse princípio, ela perde o seu foco.
2. Libertar e curar. O Evangelho de Cristo provê tanto a cura para a alma como também para o corpo. O Evangelho de Mateus revela com clareza que o Senhor Jesus proveu tanto a cura como a libertação para todos aqueles que se achegavam a Ele com fé e contrição (Mt 8.16,17). Frank Stagg, teólogo americano, observa que embora a obra redentora de Cristo tenha o seu centro na cruz, Ele já era redentor da doença e do pecado durante o seu ministério terreno. Os discípulos, portanto, precisavam levar à frente essa verdade a todos os locais.



SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

A missão dos discípulos era pregar o Evangelho do Reino a todos.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“No início do seu ministério, Jesus escolheu doze seguidores de um grupo enorme para formar um grupo mais próximo de discípulos (Mc 3.13-19). Conforme Ele os fez recordar posteriormente, o fato de se tornarem parte integrante desse grupo mais íntimo devia-se ao fato de Ele os ter escolhido, e não de eles terem feito uma escolha (Jo 15.16). Tinham dois propósitos principais: estar ‘com’ Jesus, como seguidores, e também para que eles os ‘enviasse a pregar’, como os representantes de Jesus (Mc 3.14). Em grego, o termo para enviar a pregar é apostolos, e, assim, os Doze também passaram a ser conhecidos como ‘os apóstolos’. Tinham de estar com Jesus durante todo o seu ministério para ouvir a mensagem e aprender sua forma de viver; depois, eles foram enviados por Jesus para as cidades e vilarejos de Israel, para disseminar a mensagem de Jesus sobre o Reino e para demonstrar isso por intermédio dos mesmos sinais milagrosos que Jesus usara (Mc 3.14,15). Depois da ressurreição, esses discípulos (com exceção de Judas, que traiu Jesus) tinham de levar a mensagem sobre Ele ao mundo (Mt 28.19)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, pp.69-70).



CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição sobre a importância que o ensino tem na formação do caráter cristão. Jesus ensinou os seus discípulos, mas não os ensinou de qualquer forma nem tampouco lhes deu qualquer coisa como conteúdo. Ele lhes ensinou a Palavra de Deus. Mas até mesmo o ensino da Palavra de Deus, para ter eficácia, precisa ser acompanhada pelo exemplo, valer-se de recursos didáticos eficientes, firmar-se em valores e possuir um objetivo claro e definido. Tudo isso encontramos com abundância nos ensinos de Jesus. Ao seguir seus ensinos, temos a garantia de que o hiato existente entre o professor e o aluno, entre o educador e o educando, desaparecerão. Dessa forma teremos um ensino eficiente.

PARA REFLETIR

Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

No que se diferençava o ensino de Jesus daquele praticado pelos escribas?
O que diferençava era o fato de que Jesus ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os outros disseram.

Como podemos definir o método de ensino de Jesus?
Jesus tinha como método o exemplo. Suas palavras eram associadas a ações práticas. Jesus vivia o que ensinava.

Como Jesus treinava seus discípulos?
No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupava um lugar central. Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico.

Em que consistia a missão dos discípulos de Jesus?
Os discípulos tinham como missão pregar o Reino de Deus e curar os enfermos. Jesus treinou seus discípulos com uma missão específica — serem proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo a principal missão do Corpo de Cristo.

Você é um discípulo de Cristo?
Resposta pessoal, porém, enfatize que para ser discípulo é preciso renunciar a si mesmo.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Jesus escolhe seus discípulos

Quem eram os discípulos escolhidos por Jesus? Pessoas simples, habitantes de uma cidade sem importância para a antiga Palestina. Pessoas que não tinham alto grau de instrução, mas que acreditaram na mensagem do meigo nazareno. Na presente aula, devemos ressaltar que o nosso Senhor não chamou os doze homens para serem apóstolos objetivamente, mas, primeiramente, para discípulos. Pessoas disponíveis a aprender, e igualmente, desaprender os equívocos aprendidos ao longo da vida religiosa e, principalmente, ansiosos em imitar o Mestre de Nazaré.
O discipulado de Jesus é assim. Chama pessoas, do ponto de vista humano, incapazes de desenvolver algum projeto de vida. E mostra-lhe o maior projeto que ser humano algum pôde imaginar: o Reino de Deus. Quando fomos chamados por Jesus a viver o Evangelho, percebemos que não estávamos prontos a dizer “sim” para o seu projeto. O nível do Evangelho é alto de mais para a nossa natureza caída. Mas ao despirmo-nos de nós mesmos e procurarmos ser mais parecido com Jesus, o Evangelho será parte da nossa vida e ficará impregnado à nossa natureza. Então passamos a ser uma nova criação, ter outra mente e outra perspectiva de vida que só encontramos com o meigo nazareno.
O chamado de Jesus é um convite para não mais olhar para si mesmo, uma convocação para olhar para o outro. Uma decisão de renunciar aos próprios anseios e uma atitude de viver a vida que não é mais sua, mas de Deus.
A mensagem do Reino de Deus é absolutamente oposta ao modo de o mundo comunicar seus valores às pessoas. O Reino de Deus não faz violência para convencer alguém de alguma ideia, enquanto que o sistema de vida mundano é violento, arrogante e predatório em convencer o outro acerca dos seus valores. Embora saibamos que os valores do mundo são destruidores para um projeto de vida digna, não fazemos terrorismo ou algo do tipo. Simplesmente somos chamados a sermos pescadores de homens, de almas, de sentimentos, de pessoas. Levar vida, onde há morte; paz, onde reina a guerra; alegria, onde reina a tristeza; bondade, onde reina a perversidade; esperança, onde reina a ausência dela.
Em Jesus, somos chamados a sermos arautos do Evangelho para pessoas sem Deus, sem dignidade, sem alegria de viver. Nele, todo dia somos estimulados a testemunhar com a vida a verdade daquilo em que acreditamos e cremos. Sim, Jesus, a nossa razão de ser. É o sentido último da nossa vida. Podemos dizer “sim” ao seu convite? — Vem e segue-me!

SUBSIDIOS

Lucas 14:25-33
Quando Jesus disse isto estava em caminho a Jerusalém. Sabia que ia em direção da cruz; mas as multidões que estavam com ele pensavam que ia a caminho de um império. Por esta razão falou assim. Na forma mais vívida possível disse que o homem que o seguisse não obteria poderes nem glória terrestres, mas sim devia estar disposto a ser fiel até o sacrifício das coisas mais apreciadas da vida, e a sofrer a agonia de um homem sobre a cruz. Não devemos tomar as palavras de Jesus literalmente, em forma fria e sem imaginação. A linguagem oriental é sempre tão vívida como pode ser a mente humana. Quando Jesus nos diz que devemos odiar a nossos seres mais queridos, não o diz em sentido literal. Quer dizer que nenhum amor da vida pode ser comparado com o que devemos a Ele.
Há nesta passagem duas verdades muito sugestivas.

(1) É possível ser um seguidor de Jesus sem ser seu discípulo; seguir o acampamento sem ser um soldado do rei; ser um curioso em um grande trabalho sem fazer nada. Uma vez uma pessoa estava falando com um grande erudito a respeito de um homem mais jovem. "Fulano me disse que foi aluno dele", disse. A resposta do professor foi esmagadora: "Pode ser que tenha assistido a minhas aulas, mas não foi um de meus alunos." Há um mundo de diferença entre um estudante e outro que só vai às aulas. Uma das grandes desvantagens da igreja é que nela há muitos seguidores de Jesus à distância e poucos verdadeiros discípulos.

(2) O primeiro dever de um cristão é calcular o custo de seguir a Cristo. A torre que o homem ia construir era provavelmente a torre de uma vinha. Estas estavam equipadas com torres nas quais ficavam guardas contra os ladrões que podiam roubar a colheita. Um edifício sem terminar sempre é humilhante. Em todas as esferas da vida o homem é chamado a calcular o custo. Na introdução da cerimônia de casamento, o  pastor estabelece o que é o casamento e logo diz: "Portanto, o matrimônio não deve ser contraído por ninguém inconsideradamente, e sim com reverência e discrição, e no amor de Deus."
Em primeiro lugar o homem e a mulher devem considerar o custo. Nenhum homem pode converter-se em estudante a não ser que tenha em conta o custo de sua aprendizagem. O mesmo acontece com o cristianismo. Mas se alguém se sente desanimado pelas altas demandas de Cristo lembre-se de que não terá que cumpri-las sozinho. Aquele que chamou o caminho difícil percorrerá com ele cada passa do mesmo e estará ali no final para recebê-lo.

O SAL INSÍPIDO
Lucas 14:34, 35
Algumas vezes Jesus fala em tom ameaçador. Quando uma pessoa está sempre refletindo, criticando e se queixando, sua irritação deixa de ter significado ou efeito. Mas quando alguém cujo acento é de amor de repente lança uma ameaça, estamos obrigados a ouvi-la. O que Jesus diz aqui é o seguinte: quando uma coisa perde sua qualidade essencial, e deixa de cumprir a tarefa essencial para a qual foi criada, torna-se inútil e não serve mais que para ser desprezada. Nesta passagem Jesus utiliza o sal como um símbolo da vida cristã.
Quais são, pois, suas qualidades essenciais? Na Palestina o sal tinha três usos característicos.

(1) Utilizava-se para preservar. O sal é um dos primeiros elementos utilizados para conservar. Os gregos estavam acostumados a dizer que o sal podia pôr uma alma nova nas coisas mortas. Sem sal o objeto se apodrecia e estragava; com sal conservava sua frescura. Isto deve significar que o verdadeiro cristianismo deve atuar como um preservativo contra a corrupção deste mundo.
O indivíduo cristão deve ser a consciência de seus semelhantes; e a igreja a consciência da nação. O cristão deve ser tal que em sua presença   não se utilize uma linguagem duvidosa, nem se contem histórias questionáveis, nem se sugiram ações desonrosas. Deve ser como um limpador anti-séptico no círculo em que se move. A igreja deve ser tal que fale sem medo contra todos os males, e apóie corajosamente toda boa causa. Deve ser tal que nunca fique tranqüila por medo ou por favorecer os homens.

(2) O sal se utilizava para amadurecer. A comida sem sal pode ser repugnantemente insípida. O cristão, pois, deve ser o homem que dê sabor à vida. O cristianismo que atua como uma sombra de tristeza e um pano úmido não é verdadeiro cristianismo. O cristão é o homem que, por sua coragem, sua esperança, sua alegria e sua bondade dá um novo sabor à vida.

(3) O sal era utilizado como abono. Era usado para fazer mais fácil o crescimento das plantas boas. O cristão deve ser tal que permita que seja mais fácil às pessoas serem boa e mais difícil serem más.
Todos conhecemos gente em cuja companhia há coisas que nós não faríamos nem poderíamos fazer; e igualmente conhecemos gente em cuja companhia podemos nos rebaixar a fazer coisas que nós sozinhos não faríamos. Há almas encantadoras em cuja companhia é fácil ser valentes e bons e estar alegres. O cristão deve levar com ele certo hálito do céu no qual floresçam as coisas encantadoras e se murchem as más.

Esta é a função de um cristão; se falha nela não há razão para que continue existindo; e já vimos que na economia de Deus a inutilidade convida ao desastre. Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.

O discipulado (14:25-35)
O custo do discipulado (14:25-33).
25. Jesus ainda está na   Sua viagem. Que grandes multidões o acompanhavam pode ser considerado como evidência a favor do ponto de vista de que Ele estava viajando pela Peréia, área esta que, dentro dos limites dos nossos conhecimentos, Ele nao tinha atravessado antes. Haveria curiosidade para ver o Mestre de Nazaré. Mas Lucas não disse onde foi dado este ensino, somente que Jesus voltou-se (cf. 7:9; 9:55; 10:23; 22:61; 23:28) e falou às multidões.

26. O discipulado significa dar sua primeira lealdade. Não há lugar no ensino de Jesus para o ódio literal. Mandou Seus seguidores amarem até mesmo seus inimigos (6:27), de modo que é impossível que aqui lhes diga que literalmente devem odiar aqueles que na terra são mais aproximados a eles (cf. 8:20-21). Mas “odiar” pode significar algo como amar menos (Gn 29:31, 33; Dt 21:15, onde o Hebraico significa literalmente “odiada”). O que Jesus quer dizer é que o amor que o discípulo tem por Ele deve ser tão grande que o melhor amor terrestre é ódio em comparação (cf. Mt 10:37). O alistamento dos entes queridos mais próximos detalha este fato com solenidade. O homem nem sequer deve dar valor demasiado à sua própria vida (cf. Jo 12:25). A devoção a Cristo não pode ser nada menos do que devoção de todo o coração.

27. Para este dito ver Lc 9:23, onde temos a forma positiva daquilo que é expressado de modo negativo aqui. Carregar a cruz é da essência do discipulado.

28-30. Jesus não quer discípulos que não têm consciência dos compromissos que assumiram. Contar o custo é importante. Jesus emprega parábolas gêmeas (um artifício que usa freqüentemente) para inculcar a lição. Um homem que resolve construir uma torre deve pensar primeiro. Não conseguir chegar além dos alicerces é tornar-se objeto de zombaria. O homem deve, portanto, assentar-se (a questão não pode ser resolvida às pressas) e calcular a despesa. Somente então é que pode esperar sucesso.

31, 32. Uma segunda ilustração é tirada de reis na guerra. Não é fácil com dez mil soldados derrotar quem ataca com vinte mil. Um rei em tal posição pensa bastánte. Se não puder ver uma solução ao problema, não fica inativo, esperando a derrota: combina a paz enquanto o inimigo está ainda longe.
As duas parábolas são semelhantes, mas têm lições um pouco diferentes. O que constrói a torre está livre para construir ou não, conforme sua escolha, mas o rei está sendo invadido (ou outro vem contra ele). Ele é forçado a fazer alguma coisa. Cf. A. M. Hunter: “Na primeira parábola, Jesus diz: ‘Senta-te e calcula se podes pagar o preço de Me seguir.” Na segunda, diz: ‘Senta-te e calcula se podes pagar o preço de recusar Minhas  exigências. ” As duas maneiras de ver a questão são importantes.

33. A lição fica clara. Jesus não deseja seguidores que se precipitam para o discipulado sem pensar naquilo que está envolvido. E fica claro quanto ao custo. O homem que vem a Ele deve renunciara tudo quanto tem. Pela terceira vez, temos o refrão solene: não pode ser meu discípulo (26, 27). Estas palavras condenam toda e qualquer tibieza. Jesus, naturalmente, não está desencorajando o discipulado. Está advertindo contra uma ligação mal pensada e pusilânime, a fím de que os homens possam conhecer o artigo legítimo. Quer que os homens calculem o custo e considerem tudo como perda por amor a Ele, de modo que possam entrar na experiência gratificante do discipulado vigoroso.

A parábola do sal (14:34, 35).
Jesus acrescenta uma pequena parábola acerca do sal. O sal é certamente bom, embora Jesus não indique quais qualidades do sal Ele tem em mente. Os comentaristas indicam seu
valor para preservar e para dar sabor. É, naturalmente, impossível para o sal (cloreto de sódio) perder seu sabor, mas o sal que se empregava na Palestina do século I era longe de ser puro. Era bem possível para o cloreto de sódio ser lixiviado do sal impuro que comumente se empregava, de modo que o que sobrava ficasse sem o sabor de sal. Era literalmente inútil.
Não podia fertilizar a terra nem decompor-se de modo útil num monturo. Lançam-no fora. Há uma qualidade adstringente no discipulado. Se um homem não a possui, então, sejam quais forem as demais qualidades que possa ter, é considerado inútil para o discipulado.

SOBRE CALCULAR O CUSTO
Lucas 14:25-33
Quando Jesus disse isto estava em caminho a Jerusalém. Sabia que ia em direção da cruz; mas as multidões que estavam com ele pensavam que ia a caminho de um império. Por esta razão falou assim. Na forma mais vívida possível disse que o homem que o seguisse não obteria poderes nem glória terrestres, mas sim devia estar disposto a ser fiel até o sacrifício das coisas mais apreciadas da vida, e a sofrer a agonia de um homem sobre a cruz. Não devemos tomar as palavras de Jesus literalmente, em forma fria e sem imaginação. A linguagem oriental é sempre tão vívida como pode ser a mente humana. Quando Jesus nos diz que devemos odiar a nossos seres mais queridos, não o diz em sentido literal. Quer dizer que nenhum amor da vida pode ser comparado com o que devemos a Ele.

Há nesta passagem duas verdades muito sugestivas.

(1) É possível ser um seguidor de Jesus sem ser seu discípulo; seguir o acampamento sem ser um soldado do rei; ser um curioso em um grande trabalho sem fazer nada. Uma vez uma pessoa estava falando com um grande erudito a respeito de um homem mais jovem. "Fulano me disse que foi aluno dele", disse. A resposta do professor foi esmagadora: "Pode ser que tenha assistido a minhas aulas, mas não foi um de meus alunos." Há um mundo de diferença entre um estudante e outro que só vai às aulas. Uma das grandes desvantagens da igreja é que nela há muitos seguidores de Jesus à distância e poucos verdadeiros discípulos.

(2) O primeiro dever de um cristão é calcular o custo de seguir a Cristo. A torre que o homem ia construir era provavelmente a torre de uma vinha. Estas estavam equipadas com torres nas quais ficavam guardas contra os ladrões que podiam roubar a colheita. Um edifício sem terminar sempre é humilhante. Em todas as esferas da vida o homem é chamado a calcular o custo. Na introdução da cerimônia de casamento, o  pastor estabelece o que é o casamento e logo diz: "Portanto, o matrimônio não deve ser contraído por ninguém inconsideradamente, e sim com reverência e discrição, e no amor de Deus."

Em primeiro lugar o homem e a mulher devem considerar o custo. Nenhum homem pode converter-se em estudante a não ser que tenha em conta o custo de sua aprendizagem. O mesmo acontece com o cristianismo. Mas se alguém se sente desanimado pelas altas demandas de Cristo lembre-se de que não terá que cumpri-las sozinho. Aquele que chamou o caminho difícil percorrerá com ele cada passa do mesmo e estará ali no final para recebê-lo.

O SAL INSÍPIDO
Lucas 14:34, 35
Algumas vezes Jesus fala em tom ameaçador. Quando uma pessoa está sempre refletindo, criticando e se queixando, sua irritação deixa de ter significado ou efeito. Mas quando alguém cujo acento é de amor de repente lança uma ameaça, estamos obrigados a ouvi-la. O que Jesus diz aqui é o seguinte: quando uma coisa perde sua qualidade essencial, e deixa de cumprir a tarefa essencial para a qual foi criada, torna-se inútil e não serve mais que para ser desprezada. Nesta passagem Jesus utiliza o sal como um símbolo da vida cristã.
Quais são, pois, suas qualidades essenciais? Na Palestina o sal tinha três usos característicos.

(1) Utilizava-se para preservar. O sal é um dos primeiros elementos utilizados para conservar. Os gregos estavam acostumados a dizer que o sal podia pôr uma alma nova nas coisas mortas. Sem sal o objeto se apodrecia e estragava; com sal conservava sua frescura. Isto deve significar que o verdadeiro cristianismo deve atuar como um preservativo contra a corrupção deste mundo.
O indivíduo cristão deve ser a consciência de seus semelhantes; e a igreja a consciência da nação. O cristão deve ser tal que em sua presença  não se utilize uma linguagem duvidosa, nem se contem histórias questionáveis, nem se sugiram ações desonrosas. Deve ser como um limpador anti-séptico no círculo em que se move. A igreja deve ser tal que fale sem medo contra todos os males, e apóie corajosamente toda boa causa. Deve ser tal que nunca fique tranqüila por medo ou por favorecer os homens.

(2) O sal se utilizava para amadurecer. A comida sem sal pode ser repugnantemente insípida. O cristão, pois, deve ser o homem que dê sabor à vida. O cristianismo que atua como uma sombra de tristeza e um pano úmido não é verdadeiro cristianismo. O cristão é o homem que, por sua coragem, sua esperança, sua alegria e sua bondade dá um novo sabor à vida.

(3) O sal era utilizado como abono. Era usado para fazer mais fácil o crescimento das plantas boas. O cristão deve ser tal que permita que seja mais fácil às pessoas serem boa e mais difícil serem más.
Todos conhecemos gente em cuja companhia há coisas que nós não faríamos nem poderíamos fazer; e igualmente conhecemos gente em cuja companhia podemos nos rebaixar a fazer coisas que nós sozinhos não faríamos. Há almas encantadoras em cuja companhia é fácil ser valentes e bons e estar alegres. O cristão deve levar com ele certo hálito do céu no qual floresçam as coisas encantadoras e se murchem as más.
Esta é a função de um cristão; se falha nela não há razão para que continue existindo; e já vimos que na economia de Deus a inutilidade convida ao desastre. Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.

Essa seção consiste de duas partes: (1) um breve sermão a respeito do custo de seguir a Jesus (vv. 25-33) e (2) o enunciado a respeito do sal insípido que perdeu o valor (vv. 34,35). Parte da seção que contabiliza o custo do discipulado relaciona-se ao rei que planeja uma guerra (vv. 31,32); isso pode prover um liame com a parábola precedente, a da grande ceia (vv. 15-24), visto que Deuteronômio 20 apresenta conceitos e paralelismos verbais com essas passagens de Lucas (segundo Evans, p. 47-8; v. o comentário sobre 14:15-25, acima). O ponto central dessa seção é que o candidato a discípulo de Jesus faria bem se calculasse o custo com todo o cuidado e, de acordo com o v. 33, precisa estar disposto a abrir mão de tudo. Como a maior parte de Lucas 14, que já vimos e estudamos, essa seção é singular nesse evangelho. Uns poucos versículos apenas são encontrados em Mateus, pelo que deduzimos terem sido derivados da fonte comum de enunciados de Jesus (Lucas 14:26a = Mateus 10:37; Lucas 14:27 = Mateus 10:38; Lucas 14:34,35 = Mateus 5:13b; v. também Marcos 9:50).
14:25-33 / O auditório de Jesus mudou. Antes eram fariseus e comensais convidados para um jantar, em 14:1-24; agora, ia com ele grande multidão. Parece que Jesus retomou sua viagem para Jerusalém (9:51) e agora vai falar ao povo. O Senhor deixou claro nos vv. 1-24 que muitas outras pessoas teriam entrada no reino, mais do que queriam admitir os fariseus legalistas (e as pessoas mais fanáticas ainda). Agora o Senhor se dirige a essas pessoas que poderiam entrar no reino. A entrada, no entanto, não é fácil; há um preço a ser pago. Jesus menciona duas condições (vv. 26,27) e dois exemplos (vv. 28-32) dos custos envolvidos no discipulado, para quem quer seguir a Jesus. Em primeiro lugar, quem quiser ser seguidor de Jesus (vir a mim) deve amá-lo mais do que à sua própria família; na verdade, mais do que a seu próprio pai, e mãe, as pessoas que devemos honrar por mandamento divino (Êxodo 20:12). Trata-se de uma exigência radical a sublinhar o lugar de preeminência que Jesus deve ocupar na vida de qualquer pessoa desejosa de ser seu discípulo. Em segundo lugar, Jesus exige que seu seguidor carregue sua cruz (tomar a sua cruz; v. o comentário sobre 9:23, acima). Quem quer que siga a Jesus deve estar preparado para suportar as provações que o   próprio Jesus suportou. Embora o Senhor deseje que suas palavras sejam consideradas com a máxima seriedade, deve-se reconhecer que encerram uma hipérbole também (forma de exagero que objetiva salientar determinado ponto). De acordo com o v. 26: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos..., Jesus não está exigindo que o discípulo realmente odeie os pais e demais parentes (isto em si mesmo contrariaria e violaria o mandamento de Êxodo 20:12), mas o exagero vívido esclarece que o amor que o discípulo nutre por Jesus deve ultrapassar todas as demais lealdades. Sem dúvida, nem todos os seguidores de Jesus serão sentenciados à morte, mas o compromisso de lealdade a Jesus deve ser de tal ordem, que, se o discípulo tiver de enfrentar a morte, ele o fará para não abandonar a Jesus.
A fim de ilustrar a necessidade de calcular o custo do discipulado com cuidado, Jesus narra duas breves parábolas. A pessoa que deseja edificar uma torre (ou qualquer outro empreendimento), deve primeiro calcular o custo do projeto. Deixar de fazer isso pode redundar em constrangimento (e ruína financeira), pois o projeto vai ficar por terminar. Igualmente insensata seria a pessoa que declarasse sua intenção de seguir a Jesus, mas desistisse ao descobrir que o custo de seguir a Jesus excede seu espírito de lealdade ao Senhor. Na segunda parábola, Jesus assemelha a necessidade de calcular o custo com cuidado a um rei que deseja guerrear outro rei,mas descobre que seu exército é pequeno, tem a metade do tamanho de seu inimigo. O rei é prudente; ... se assenta primeiro para calcular se ainda assim poderia ganhar a batalha. Se não puder, pede condições de paz. A outra alternativa seria o rei sair insensatamente contra outro rei mais forte e sofrer uma terrível derrota. Nesse exemplo, Jesus não está dando uma aula de estratégia militar; tampouco devem as minúcias da parábola passar por alegorização. O ponto que Jesus está salientando é que a pessoa que se propõe realizar uma tarefa difícil (ou perigosa), precisa antes calcular seus recursos. Nessas parábolas, o dinheiro do construtor (na primeira parábola) ou o número de soldados do rei (na segunda parábola) devem ser entendidos como o nível de lealdade que a pessoa dedicará a Jesus. Caso haja pouca lealdade, a pessoa não deve assumir o compromisso de seguir a Jesus. Antes, se a pessoa se propõe seguir a Jesus, dela se esperará um compromisso de lealdade total, uma fidelidade que deriva de uma ponderação feita com o máximo de cuidado.

14:34,35 / A lição sobre o sal parece estar deslocada desse sermão a respeito do cálculo do custo do discipulado, mas na verdade existe um elo bem  definido. O seguidor de Jesus é assemelhado ao sal, que ébom enquanto tiver sabor. Entretanto,se tornar-se insípido, perde todo o seu valor e será lançado fora. E assim a pessoa que deixa de calcular o custo. Começa e logo desiste. No contexto de Mateus (5:13b), a parábola do sal aplica-se à influência que os seguidores dc Jesus exercem sobre o mundo corrupto. Enquanto os seguidores de Jesus forem “salgados” (justos), exercem influência benéfica, mas, a partir do momento cm que perdem a “salinidade”, deixam de influir beneficamente sobre o mundo e, por isso, deixam de ter utilidade no reino de Deus (v. mais sobre o assunto em Gundry, p. 75-6). Entretanto, Lucas faz um contraste, ao aplicar a parábola do sal à necessidade de um compromisso duradouro. Conquanto as aplicações de Mateus e de Lucas não sejam idênticas, não se contradizem entre si. O discípulo que retém sua “salinidade” (i.e., sua retidão) é o que persevera.

A admoestação de Jesus para negar-se a si mesmo de forma completa – Lc 14.25-27
Ainda que não seja dito expressamente, provavelmente trata-se aqui da lenta marcha pela Peréia até Jerusalém (Lc 13.32s). A adesão do numeroso séqüito em sua caminhada estimulou-o a instruir o povo acerca do que realmente faz parte do tornar-se um verdadeiro discípulo. Estabeleceu condições para tornar-se seu discípulo, a fim de examinar o número de seus seguidores.
A exigência de odiar os familiares mais próximos e sua própria vida ocorre diversas vezes com variações secundárias quanto à forma literal. Mateus cita-a na instrução aos apóstolos (Mt 10.37-39) e nós a encontramos no anúncio de seu sofrimento (Lc 9.23s; Mc 8.34s; Mt 16.24s).
Pelo fato de que essa sentença doutrinária corresponde às ocasiões específicas respectivas, a forma de expressão do Senhor difere nas diversas passagens. Jesus emprega aqui a forte expressão “odiar pai, mãe, mulher, filhos e irmãos”. Até mesmo sem a versão mais amena em Mt 10.37-39 o leitor dessas palavras precisa convencer-se de que Jesus não visa descarrilar aqui os mandamentos do amor ao próximo e da honra aos pais (cf. Lc 10.27; 18.20). Mas o Senhor emprega a forte expressão “odiar” a fim de revestir a exigência de uma ênfase especial. Para entender esta palavra é preciso avaliar o contexto, pois fixar-se na letra leva ao mal-entendido. Odiar é o contrário de amar. No entanto, Jesus não está afirmando que o amor aos pais e familiares e à própria vida precisa converter-se em ódio. Não! O amor ao Senhor exige que se odeie tudo o mais no mundo no sentido de que é preciso acabar de vez com a busca unilateral e exclusiva por outro objetivo de vida. O discipulado de  Jesus demanda a prontidão para sofrer até mesmo a morte mais cruel e infame por amor a Jesus. Por meio dessa exigência séria e de dura conotação, Jesus visa explicitar ao povo a entrega total do coração a ele.
Suportar sofrimentos por causa de Jesus é descrito aqui figuradamente como carregar uma cruz. A expressão é retirada do costume de que os condenados à morte na cruz tinham de carregar pessoalmente sua cruz (cf. Mt 27.32). Jesus, portanto, demanda dos discípulos que levem a cruz ao local da execução junto com ele, que andem com ele rumo à morte.

A parábola da construção da torre e da expedição bélica – Lc 14.28-33
Em linguagem figurada, um discípulo do Senhor tem dois objetivos principais: construir e lutar (cf. Ne 4.17). Nenhuma das tarefas de vida deve ser assumida com empolgação carnal, mas com sóbria cautela e modéstia (2Pe 1.5). É preciso calcular os custos da construção e as forças para a luta. Os custos da construção e as forças para lutar somente podem ser cobertos quando se renuncia ao próprio poder em termos de força e capacidade. Contudo, quem abre mão da força pessoal e da capacidade própria, agarrando a força e a capacidade do Senhor, constrói a torre com potencial suficiente. Quem é fraco em si mesmo mas forte no Senhor consegue conduzir bem a guerra.
A metáfora da construção de uma torre evoca a palavra do Sermão do Monte (cf. Mt 7.24-27), embora o nexo direto seja outro. Lá é sublinhado o lançamento de um alicerce firme, aqui porém se fala da execução da obra. No Sermão do Monte parecia que o fundamento já garantiria a conquista. Aqui Jesus aponta para a conclusão da obra. A execução da construção da torre representa, em sentido figurado, não a primeira adesão íntima ao Senhor, mas o seguir constante, o discipulado integral, a santificação. A atividade construtiva até a conclusão não é encerrada com tanta rapidez, porque também nesse caso é preciso superar dificuldades.
Quem tem a intenção de edificar uma torre precisa ponderar bem desde o começo tudo o que faz parte da execução. Um começo precipitado e superficial não chega ao alvo. Dessa forma Jesus repele os que afluem de maneira irrefletida. Assim como somente a conclusão de uma construção constitui a honra para o proprietário, assim é unicamente o desfecho, e não o começo, que coroa a trajetória de um cristão. Uma obra abandonada provoca o escárnio das pessoas.
Não perseverar e não permanecer no discipulado acontecem devido a uma primeira falha, o amor ao mundo e à vida própria que não foi negado, mas mantido. Como por nossa própria capacidade nem sequer conseguimos começar, torna-se imprescindível o cálculo correto dos custos, i. é, a sinalização de nossa própria pobreza, a fim de construir sobre o fundamento da graça mediante negação de nós mesmos.
Assim como a primeira parábola descreve um empreendimento leviano, assim a parábola da expedição bélica mostra que uma grande tarefa não pode ser enfrentada sem ponderação madura. Todo rei que tiver razão e motivo de guerrear com outro rei que dispõe de mais do dobro de força militar do que ele próprio avalia exaustivamente a expedição. Pergunta-se se conseguirá superá-lo com seu efetivo inferior. Quando sua ponderação leva à resposta negativa ele apresenta o mais rapidamente possível um pedido de paz.
Na seqüência das duas parábolas o Senhor adverte contra uma adesão leviana a ele. Afinal, o discipulado de Jesus demanda a renúncia a tudo.
Jesus declara que quem não renuncia a tudo o que lhe pertence não pode ser seu discípulo. Desse modo estabelece uma ligação com as frases finais dos v. 26s. Ser discípulo de Jesus não é coisa das multidões.

A metáfora do sal estragado – Lc 14.34s
Jesus emprega aqui pela terceira vez a metáfora do sal (cf. Mt 5.13; Mc 9.50). Assim como Lucas, Marcos também a posiciona no final da atuação de Jesus na Galiléia, ao passo que em Mateus o dito se encontra no começo do Sermão do Monte. Aqui a palavra representa o arremate da advertência contra a empolgação irrefletida.
O Senhor entende por sal a profissão dos discípulos. O sal age contra o apodrecimento, purifica e confere durabilidade ao alimento. Por causa do seu poder corrosivo e purificador, o culto dos israelitas prescrevia o uso de sal como adição a cada oferenda. Essa adição de sal é chamada de sal da aliança de Deus (Lv 2.13). O pacto indissolúvel e eterno de Deus é apresentado como pacto de sal (Nm 18.19; 2Cr 13.5). O sal da oferenda é a palavra santificadora e purificadora da aliança. Esse simbolismo forma a base da palavra bíblica do Senhor. Os discípulos devem, como sal intelectual, preservar a humanidade da podridão moral. Os discípulos somente conseguirão executar essa nobre vocação se o poder de sal da palavra divina habitar neles.
Ao dizer também que o sal, quando se torna insosso, para nada mais serve e é lançado fora, a expressão figurada reveste-se de um significado peculiar. Faz parte da natureza do sal que ele só pode ser utilizado para a finalidade que lhe é própria, mas que não serve para mais nada. O sal não é usado para adubação (cf. Dt 29.23; Jz 9.45; Sl 107.34; Jr 17.6; Sf 2.9). O povo de Deus, como também cada indivíduo, não é útil para nenhuma outra tarefa, mesmo das mais inferiores, quando falha em sua finalidade originalmente sublime, tornando-se completamente imprestável (cf. Comentário Esperança, Marcos, p. 290).
A fim de recomendar ao coração dos ouvintes a importância do que falou, o Senhor coroou sua advertência com a palavra final: “Quem tiver ouvidos, ouça!” Os ouvintes são convocados a refletir seriamente, porque o entendimento da palavra de Jesus não é patente (cf. Mt 11.15; 13.9,15; Mc 4.9,23; 7.16; Lc 8.8;), ou também porque não se pode prescindir da boa vontade ao considerar o seu discurso (cf. Ap 2.7-3.22).


LUCAS 14.26 ABORRECER A SEU PAI. A palavra aborrecer , neste versículo, significa amar menos (cf. 14.26 com Mt 10.37; Gn 29.31; Ml 1.3). O que Jesus requer aqui é que nossa lealdade e amor a Ele sejam superiores a todos os demais vínculos em nossa vida, inclusive os da nossa própria família.

LUCAS  9.23 TOME CADA DIA SUA CRUZ. Aceitar Jesus como Senhor e Salvador requer não somente crer na veracidade do evangelho, mas também assumir o compromisso de segui-lo com abnegação  (ver Mc 8.34). Cada dia, é preciso considerar a resolução de negar-se a si mesmo, ou viver para seus próprios desejos egoístas. Essa escolha determinará nosso destino eterno.

MARCOS  8.34 TOME A SUA CRUZ, E SIGA-ME. A cruz de Cristo é símbolo de sofrimento (1 Pe 2.21; 4.13), morte (At 10.39), vergonha (Hb 12.2), zombaria (Mt 27.39), rejeição (1 Pe 2.4) e renúncia  pessoal (Mt 16.24). Quando o crente toma sua cruz e segue a Cristo, ele nega-se a si mesmo (Lc 14.26,27) e decide abraçar quatro classes de lutas e sofrimentos: (1) Lutar até o fim contra o  pecado (1 Pe 4.1,2; Rm 6), crucificando suas próprias concupiscências (1 Pe 2.11, 21-24; Gl 2.20; 6.14; Rm 6; 8.13; Tt 2.12); (2) Lutar contra Satanás e os poderes das trevas, para estender o  reino de Deus (2 Co 10.4,5; 6.7; Ef 6.12; 1 Tm 6.12), e enfrentar a hostilidade do adversário e das hostes infernais (2 Co 6.3-7; 11.23-29; 1 Pe 5.8-10), bem como a perseguição que surge por  resistirmos aos falsos mestres que distorcem o verdadeiro evangelho (Mt 23.1-36; Gl 1.9; Fp 1.15-17); (3) Sofrer o opróbrio, o ódio e o escárnio do mundo (Hb 11.25,26; Jo 15.18-25) por  testificarmos, com amor, que suas obras são más (Jo 7.7), por separarmo-nos dele moral e espiritualmente (ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE) e por rejeitarmos seus  padrões e suas filosofias (1 Co 1.21-27)

LUCAS  14.28-33 O PREÇO DO DISCIPULADO. Jesus ensina que aquele que deseja segui-lo e ser seu discípulo deve resolver primeiro se está disposto a pagar o preço disso. O preço do discipulado verdadeiro é abrir mão de todos os relacionamentos e posses, i.e., tudo quanto temos: bens materiais, família, nossa própria vida, com suas ambições, planos e interesses (v. 33). Isto não  significa que devemos abandonar tudo quanto temos, mas que tudo quanto temos deve ser colocado a serviço de Cristo e sob sua direção (ver 13.24; Mt 7.14; cf. Jo 16.33; 2 Tm 3.12).

ELABORADO PELO EVANGELISTA;
NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR NA E.B.D  e  PESQUISADOR

FONTE DE PESQUISA;
Comentarios  Lucas (William Barclay)
O EVANGELHO DE LUCAS INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO Leon L. Morris, M.Sc., M.Th., Ph.D.
Comentarios  Lucas (William Barclay)
Comentarios de Lucas -  CRAIG A. EVANS - Editor do Novo Testamento: W. Ward Gasque
EVANGELHO DE LUCAS  -  COMENTÁRIO ESPERANÇA

BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL




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