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terça-feira, 10 de março de 2015

NÃO DARÁS FALSO TESTEMUNHO - LIÇÃO 11 COM SUBSIDIOS



 Lições Bíblicas CPAD  -  Adultos  
1º Trimestre de 2015

Lição 11. 15 de Março de 2015
Não Darás Falso Testemunho

TEXTO ÁUREO
"Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa."
(Êx 23.1)

VERDADE PRÁTICA
O nono mandamento proíbe a  mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo tanto no dia  a dia como nos tribunais.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lv 19.11,16
O mexerico está incluído no nono mandamento
Terça – Sl 109.2
O falso testemunho e a mentira são estilo de vida do ímpio
Quarta – Pv 6.16-19
A falsa testemunha está entre as sete coisas que Deus aborrece e abomina
Quinta – Mt 19.18
O Senhor Jesus ratificou o nono mandamento
Sexta – Rm 13.9
O apóstolo Paulo reafirma: pecado é dizer falso testemunho
Sábado – 2 Co 12.20
É dever do cristão permanecer longe de mexericos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.16; Deuteronômio 19.15-20

OBJETIVO GERAL
Apresentar o nono mandamento, ressaltando que Deus proíbe a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo, tanto no dia a dia como nos tribunais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos sub tópicos.


I .Tratar a abrangência e o objetivo do nono mandamento.
II. Mostrar o que a legislação mosaica diz a respeito do falso testemunho.
III. Ressaltar que o Deus verdadeiro deseja tão somente a verdade.
IV. Enfatizar o cuidado que devemos ter com relação à mentira


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito do nono mandamento. Com este mandamento aprendemos que Deus se importa com o que sai da nossa boca. Por isso, precisamos ter cuidado. Deus é a Verdade e deseja que nossos relacionamentos sejam pautados na verdade. Atualmente, com o advento das redes sociais, um comentário maldoso e mentiroso pode trazer danos irreparáveis, devido ao número de pessoas que terão acesso a ele.  Algumas pessoas já cometeram suicído depois de terem sido vítimas de calúnia e difamação nas redes sociais. No Antigo Testamento, a lei determinava que aquele que cometeu tal delito, o falso testemunho, deveria pagar com a própria vida. A violação do nono mandamento é um atentado contra o próximo e contra o Criador. É um pecado grave na lei divina e um crime na lei dos homens, porém, muitos não se dão conta disso.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O nono mandamento se aproxima do terceiro, pois envolve a questão da mentira. "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" não se refere apenas ao depoimento num tribunal, mas também ao relacionamento diário com aqueles à nossa volta. Aqui temos uma lição para os que agem, ainda que inconscientemente, como se o pecado se restringisse a assassinato, adultério e furto. Ninguém deve pensar que a mentira e o falso testemunho são menos graves que os demais pecados citados no Decálogo. A Bíblia coloca no mesmo nível todo aquele que tem a mentira como estilo de vida.

I. O NONO MANDAMENTO

1. Responder em juízo. O mandamento "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êx 20.16; Dt 5.20) reflete o aspecto legal e isso é conhecido pelos termos usados e por sua regulamentação na lei. O verbo "dizer", anah, em hebraico, "responder", abrange amplo significado. É usado para indicar o ato de declarar solenemente (Gn 41.16; Dt 27.14), de testemunhar a favor (Gn 30.33) ou contra (2 Sm 1.16). A resposta, aqui, diz respeito aos interrogatórios na corte. Essa característica forense aparece na legislação sobre o tema (Êx 23.2; Dt 19.16-19).

2. Falso testemunho. O termo hebraico ed, "testemunho", emedshaw, literalmente "testemunho vão" (Dt 5.20), ou edshaqer, "falso testemunho" (Êx 20.16), diz respeito a uma mentira, a uma declaração conscientemente falsificada. O termo hebraico shaw, "vão, inutilmente, à toa" (veja lição 5), indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. Aqui se trata de alguém que fala em vão, sem fundamento, que faz acusação sem validade e sem consistência, portanto falso. A tradução de Deuteronômio 5.20, na Septuaginta, acrescenta "com testemunho falso", assim: "Não testemunharás falsamente contra o teu próximo com testemunho falso".

3. O próximo. É a primeira vez que o termo aparece no Decálogo. O próximo, em hebraico, rea, indica outra pessoa, vizinho, amigo, parceiro. Essa palavra se refere aos israelitas (Lv 19.18), mas o Senhor Jesus a aplicou a todas as pessoas em seu pronunciamento sobre o segundo e grande mandamento (Mt 22.39). Todavia, a lei já contemplava nessa palavra os estrangeiros (Lv 19.34). Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo, isso está claro quando Jesus manda o judeu e doutor da lei imitar o samaritano (Lc 10.36,37).

PONTO CENTRAL
A mentira e a falsidade aborrecem a Deus e prejudicam o próximo. 
SÍNTESE DO TÓPICO I
A finalidade do nono mandamento é erradicar a mentira, a calúnia e a falsidade.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, faça a seguinte indagação: "O que significa reputação?" Incentive a participação de todos e ouça os alunos. Explique que reputação é "o conceito, estima, renome que alguém tem num determinado grupo". Diga que a finalidade do nono mandamento era justamente proteger a reputação do próximo. Em seguida, faça outra indagação: "Como podemos cuidar da reputação do nosso próximo?" Ouça os alunos e diga que uma das maneiras é não mentir ou fazer comentários maldosos a respeito dos irmãos..

II. O PROCESSO
1. Responder em juízo. O mandamento "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êx 20.16; Dt 5.20) reflete o aspecto legal e isso é conhecido pelos termos usados e por sua regulamentação na lei. O verbo "dizer", anah, em hebraico, "responder", abrange amplo significado. É usado para indicar o ato de declarar solenemente (Gn 41.16; Dt 27.14), de testemunhar a favor (Gn 30.33) ou contra (2 Sm 1.16). A resposta, aqui, diz respeito aos interrogatórios na corte. Essa característica forense aparece na legislação sobre o tema (Êx 23.2; Dt 19.16-19).

2. Falso testemunho. O termo hebraico ed, "testemunho", emedshaw, literalmente "testemunho vão" (Dt 5.20), ou edshaqer, "falso testemunho" (Êx 20.16), diz respeito a uma mentira, a uma declaração conscientemente falsificada. O termo hebraico shaw, "vão, inutilmente, à toa" (veja lição 5), indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. Aqui se trata de alguém que fala em vão, sem fundamento, que faz acusação sem validade e sem consistência, portanto falso. A tradução de Deuteronômio 5.20, na Septuaginta, acrescenta "com testemunho falso", assim: "Não testemunharás falsamente contra o teu próximo com testemunho falso".

3. O próximo. É a primeira vez que o termo aparece no Decálogo. O próximo, em hebraico, rea, indica outra pessoa, vizinho, amigo, parceiro. Essa palavra se refere aos israelitas (Lv 19.18), mas o Senhor Jesus a aplicou a todas as pessoas em seu pronunciamento sobre o segundo e grande mandamento (Mt 22.39). Todavia, a lei já contemplava nessa palavra os estrangeiros (Lv 19.34). Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo, isso está claro quando Jesus manda o judeu e doutor da lei imitar o samaritano (Lc 10.36,37).

SÍNTESE DO TÓPICO II
A legislação mosaica não somente punia alguém que furtou, mas protegia a vida do ladrão e fazia com que ele restituísse suas vítimas, prezando pela paz.

III. SOBRE OS DANOS MATERIAIS
1. Animal solto. Aqui a lei fala sobre responsabilidade de cada um pelo bem-estar da sociedade. Quem possui animais deve ter o cuidado para não perturbar o vizinho. O texto se refere à destruição no campo, na lavoura ou nas demais plantações. O dono do animal é condenado pela lei a indenizar o proprietário prejudicado com o melhor de seu campo, visto que o estrago no campo, ou na vinha do outro, não foi voluntário, ele apenas largou o animal deixando-o solto (Êx 22.5).

 Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo..

2. A queimada involuntária. A lei responsabiliza o culpado pela destruição da propriedade, ou lavoura de outrem por descuido que tenha levado o fogo a queimá-la (Êx 22.6). O responsável pelo estrago tem de reparar os prejuízos indenizando o proprietário prejudicado. Havia na Palestina cerca de setenta espécies de espinhos que serviam de muros divisórios de propriedades e rodeavam plantações de trigo (Is 5.5). Isso gerava também conflitos na demarcação de terras (Dt 19.14; 27.17; Pv 22.28).

3. O furto e o ladrão. A lei aqui trata da guarda de dinheiro e bens. O termo usado para "prata", em hebraico, é kessef, "dinheiro" e "objetos", e kelim, "artigos, utensílios, vasos", traduzido também por "traje, roupa, veste" (Dt 22.5). Se alguma dessas coisas estiver sob a proteção de alguém e for roubada, o ladrão retribuirá em dobro caso seja descoberto (Êx 22.7). Mas, se o autor do furto não for encontrado, o responsável pela custódia terá de provar sua inocência diante dos juízes (Êx 22.8).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O Deus da Verdade exige tão somente a verdade.

 A violação do nono mandamento pode destruir a reputação e o bom nome que alguém levou uma vida inteira para construir.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, explique aos alunos que a lei de Deus e as do nosso país reprovam o falso testemunho. Esclareça que de acordo com o código penal brasileiro "o crime de falso testemunho, consiste em fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha em processo judicial, policial ou administrativo. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, ainda que a oferta não seja aceita" (Fonte: www.jusbrasil.com.br)..

IV. O CUIDADO COM A MENTIRA
1. As testemunhas. Ninguém podia ser acusado por uma só testemunha, pois a lei exige duas ou três testemunhas (Dt 19.15-20). Era a garantia de um julgamento justo. Mas nem sempre isso era possível. Nabote foi acusado, julgado e condenado conforme a lei, mas era inocente, pois as testemunhas eram falsas (1 Rs 21.13). O Senhor Jesus foi vítima de testemunhas falsas (Mc 14.56), da mesma forma que Estêvão (At 6.13). Mesmo com todo o rigor da lei, nunca faltou na história quem se dispusesse a testemunhar falsamente.

2. Os danos. A violação do nono mandamento é um atentado contra a honra e pode destruir a reputação e o bom nome que alguém levou uma vida inteira para construir. Seus efeitos maléficos podem ainda levar a pessoa à morte ou à prisão, destruir casamentos e arruinar famílias. É um pecado grave do qual muitos ainda não se deram conta. A pena contra a falsa testemunha em Israel era a morte; tal pessoa receberá o mesmo que ela tentou fazer ao seu próximo: "será condenado, e o castigo dele será o mesmo que ele queria para o outro" (Dt 19.19, NTLH). Será aplicada a lei de talião (Êx 21.23-25).

3. O pecado da mentira. Quem já viu um irmão ser disciplinado ou cortado da comunhão da Igreja pelo pecado de mentira? A Bíblia trata o assunto com seriedade, pois quem se converteu a Cristo precisa deixar a mentira e falar a verdade (Ef 4.25; Cl 3.9). Os mentirosos constam da lista dos incrédulos, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras, dentre outros (Ap 21.8; 22.15). Na graça, o tema é tratado com profundidade implicando a vida eterna, e não envolvendo tribunais como no sistema mosaico. É desejo, portanto, de todo cristão se parecer com Jesus e é isso o que Deus espera de todos nós (1 Pe 1.15,16).

SÍNTESE DO TÓPICO IV
O cristão verdadeiro não coaduna com a fofoca ou mentira.

CONCLUSÃO

Deus se interessa pelo bem-estar de todos os seus filhos e filhas. O desrespeito pelo próximo afronta a Deus. O Senhor Jesus nos ensinou a tratar as pessoas da mesma maneira que gostaríamos de ser tratados (Mt 7.12). Que Deus nos ajude e nos guarde para que possamos viver uma vida  irrepreensível.

PARA REFLETIR
Sobre o nono mandamento:

Contra quem eu não devo mentir?
Não devemos mentir contra ninguém. A Bíblia declara que a mentira é pecado e que o Diabo é o pai da mentira.
Quais prejuízos um falso testemunho acarretará contra uma pessoa?
Os prejuízos são incontáveis. A reputação de uma pessoa pode ser destruída, lares desfeitos, carreira profissional arruinada, devido a um falso testemunho.

O que é a verdade para você?
Resposta livre. O professor poderá esclarecer ao aluno que a verdade corresponde aos fatos e permanece em oposição à falsidade. É o conhecimento da realidade que o ser humano constata.

O desrespeito contra o próximo pode afrontar a Deus?
Sim. Deus deseja que venhamos amar e respeitar o nosso próximo.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.41.
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SUGESTÃO DE LEITURA
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A Mensagem do
Antigo Testamento
O Antigo Testamento é

intimidante e confuso para muitas pessoas. Mark Dever apresenta-o com bastante clareza e criatividade. Explicando a mensagem de cada livro, levando-nos ao conhecimento do amor e do poder de Deus através de Seu povo.



Texto Básico: Êxodo 20.16;  Deuteronômio 5.20
Para ler e meditar durante a semana

Ef 4.25 – Fale sempre a verdade;
3Jo 4 – Viva na verdade;
Pv 31.9 – Proclame a verdade aos pobres;
Fp 4.8 – Ocupe a mente com a verdade;
Jo 14.6 – Deus é a verdade;
Jr 14.13-15 – Falsos profetas;
Tt 3.2 – Seja verdadeiro e gentil no falar

INTRODUÇÃO
O puritano Thomas Brooks (1608–1680) disse que “nós conhecemos os metais pelo som que produzem e os homens por aquilo que falam!”. Jesus disse que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34). As palavras que saem da boca de um homem são uma expressão bem clara de quem ele é de fato. Deus se preocupa muito com as palavras que saem da nossa boca, por isso nos deu o nono mandamento – “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.

QUAL É O SIGNIFICADO DO NONO MANDAMENTO?
O nono mandamento é mais uma maneira de expressarmos amor ao nosso próximo; neste caso, preservando a sua honra por meio de nossas palavras. Isso fica claro nos catecismos reformados1 que interpretaram o mandamento como uma maneira de conservar e promover a verdade entre todos os homens. O Catecismo Maior de Westminster, por exemplo, traz uma bela definição de seu significado na resposta à pergunta 144:
… conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação do nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as coisas mais, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes;
amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação; entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes,
lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama.
O nosso Deus é a Verdade (Jo 14.6) e ele “não pode mentir” (Tt 1.2), pois ele “não é homem para que minta” (Nm 23.19). Ele espera que, como seus filhos, a verdade flua de nossas bocas e não o engano. Assim como parte de um código simples e prático, divinamente estabelecido, a observância do nono mandamento contribuirá para a harmonia no convívio social.
Em resumo, ninguém deve causar dano ao próximo por meio de palavras proferidas por sua boca, antes, deve fazer uso de sua língua para falar o bem e a verdade para todos.


SUBSIDIOS
PROIBIÇÕES DO NONO MANDAMENTO
>> A mentira
A mentira surgiu bem cedo na história da humanidade. Satanás, pai da mentira (Jo 8.44), no Éden, disse a primeira mentira registrada na Bíblia. Primeiro com uma indução (“É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”, Gn 3.1) e depois com a mentira propriamente dita (“É certo que não morrereis”, Gn 3.4). Os nossos primeiros pais caíram em pecado justamente por não acreditarem nas palavras de Deus e sim nas mentiras proferidas pelo diabo.
A mentira não deve fazer parte da vida dos filhos de Deus. Ele ordenou: “…nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo” (Lv 19.11). “Os lábios mentirosos são abomináveis ao SENHOR” (Pv 12.22). Temos de abominar e detestar a mentira (Sl 119.163), rogando ao Senhor que a afaste de nós (Pv 30.8).
O nosso compromisso é com a verdade, por isso, “não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3.9; cf. Ef 4.25).
>> Juízos falsos e calúnias Não devemos prejudicar a boa reputação do nosso próximo com juízos falsos, especialmente em público. Em Levítico 19.15, lemos: “Não farás injustiça no juízo: nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande: com justiça julgarás o teu próximo”. Esse mandamento nos alerta para a cautela com a qual devemos abrir a nossa boca para nos referir ao nosso próximo. Devemos ter cuidado redobrado ao denunciar alguma pessoa, pois não podemos ajudar a condenar alguém levianamente, ainda mais sem o ter ouvido primeiro. Deus não deixará impunes os caluniadores. Essa verdade é reiterada no livro de Provérbios: “A falsa testemunha não fica impune, e o que profere mentiras não escapa” (Pv 19.5). Deus abomina a “testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos” (Pv 6.19). O verdadeiro homem de Deus “… não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho” (Sl 15.3).
>> Boatos falsos, fofocas, tagarelices
Todo tipo de boatos sem fundamento, fofocas e conversas infrutíferas sobre alguém que visam prejudicar a reputação do próximo são formas de quebrar o nono mandamento. A Escritura alerta: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros” (Tg 4.11). Em outro lugar, ordena: “não difamem a ninguém, nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens” (Tt 3.2). Salomão disse que “o homem perverso espalha contendas, e o difamador separa os maiores amigos” (Pv 16.28).
Em Levítico, lemos: “não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo” (Lv 19.16). Não nos enganemos, “as más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33). Quanto mais a nossa boca se abre para falar coisas contra o próximo, mais destruímos a eles e a nós mesmos. Devemos tomar muito cuidado com as conversas que temos uns com os outros. Quais são as palavras que provém da nossa boca quando estamos falando do nosso próximo?
>> Insultos, xingamentos, maledicências
Outra maneira de destruir a imagem do próximo diante das pessoas é por meio de insultos. Quanto a isso, note as palavras de Jesus no sermão da montanha: “… todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5.22). Nesse texto vemos a importância que o nosso Salvador dá a nossa maneira de falar uns com os outros. Ele proíbe o insulto, pois ele é figuradamente uma forma de assassinar um indivíduo.
Jesus faz referência a um insulto comum naquela época, que foi traduzido para o português por “tolo”. A palavra original é racá. Essa expressão traduz todo o espírito do insulto, pois significa dizer que o outro é um “nada”. Pare, pense e analise se todos os palavrões de hoje em dia não se baseiam nesta intenção: dizer que o outro não vale nada. Sem dúvida isso se encaixa no que é conhecido como bullyng, isto é, qualquer ato de violência física ou psicológica intencional e repetido por uma ou mais pessoas gerando dor e sofrimento em outra pessoa.
>> Falsidade e falsos profetas
A falsidade é a característica do hipócrita, daquele que finge que algo aconteceu, tanto para o bem como para o mal de alguém. No salmo 12.2, percebemos que realmente existem duas maneiras de praticar a falsidade: “Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladores e coração fingido”. Neste sentido, Deus condena tanto os que mentem para depreciar a reputação do próximo quanto os bajuladores.
De acordo com a Bíblia, podemos falsificar até a nós mesmos diante de Deus. Um exemplo disso é a oração do fariseu, ilustrada por Jesus em Lucas 18.11: “O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano”. Esse é um caso no qual há falsidade tanto na oração a Deus quanto na depreciação do próximo.
Por fim, a Bíblia dedica muita atenção para um tipo de testemunho falso, o dos falsos profetas. Eles não apenas estão enganando as pessoas com as suas palavras mentirosas, estão tentando enganar o próprio Deus, falando o que Deus não falou. Observe a conversa que Jeremias tem com Deus sobre os falsos profetas:
Então, disse eu: Ah! SENHOR Deus, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada, nem tereis fome; mas vos darei verdadeira paz neste lugar. Disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam mentiras em meu nome, nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu íntimo são o que eles vos profetizam. Portanto, assim diz o SENHOR acerca dos profetas que, profetizando em meu nome, sem que eu os tenha mandado, dizem que nem espada, nem fome haverá nesta terra: À espada e à fome serão consumidos esses profetas (Jr 14.13-15).
III. DEVERES EXIGIDOS PELO NONO MANDAMENTO
>> Amar e falar a verdade
Uma maneira de evidenciar nossa obediência a Deus quanto ao nono mandamento é amar sempre a verdade. A carta aos Coríntios nos lembra de que o amor “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1Co 13.6). Quem ama de fato a Deus e ao próximo como a si mesmo deve ter sua real satisfação em falar a verdade.
Devemos falar a verdade porque somos um único corpo, isto é, membros uns dos outros. Mentir para o próximo é mentir para nós mesmos, é autoengano. Logo, falar a verdade é estar cada vez mais íntimo do meu próximo e mais pessoalmente lúcido. “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25).
Temos a responsabilidade de pensar muito bem na hora de escolher nossas palavras. Nenhuma torpeza deve estar em nossa língua, mas sempre palavras que irão transmitir a verdade e a graça de Deus para as pessoas. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29).
Falar a verdade como um hábito é um sinal de que realmente Jesus Cristo nos salvou dos nossos pecados e o seu Espírito habita em nós, pois ele é a própria Verdade. O apóstolo diz: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9-10).
Jesus também diz no sermão do monte que o discípulo deve ter postura e falar sempre a verdade: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno” (Mt 5.37). Temos glorificado a Deus falando as suas verdades uns com os outros?
>> Zelar pela boa reputação do próximo
Como nós podemos zelar pela reputação do nosso próximo? Parafraseando o Catecismo Maior de Westminster, devemos “amar, desejar e ter regozijo pela reputação deles. Ficarmos tristes pelas suas fraquezas e tentarmos encobri-las.
Devemos sempre reconhecer os seus dons e graças oferecidos por Deus, defender sua inocência e receber prontamente boas informações a seu respeito, rejeitando as que são maldizentes”.
Muitas vezes somos velozes para espalhar as falhas dos outros, mas lentos para promover as suas boas obras. Em Romanos 1.8, lemos que Paulo tomou conhecimento e se alegrou pelo estado da igreja de Roma, porque em todo o mundo era proclamada a fé dos cristãos romanos. Na mesma carta o apóstolo ensina que devemos nos “alegrar com os que se alegram” (Rm 12.15).
Paulo alegrou-se com os tessalonicenses, em como eles se tornaram o modelo de fé para as igrejas da Macedônia e da Acaia, pois “por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus” (1Ts 1.8). Os crentes das regiões citadas proclamavam a fé dos tessalonicenses e isso encheu de alegria o coração de Paulo. Da mesma maneira, nós devemos proclamar as virtudes uns dos outros, pois assim queremos que se faça conosco.
Além disso, defender os irmãos quando sofrem injustiças, é outra maneira de obedecer ao nono mandamento. Somos chamados a defender a verdade de Deus, a defendermos uns aos outros e não nos calarmos diante de mentiras que proferirem contra nós, em especial contra a igreja de Cristo.
Jesus transparece a prática de zelar pela reputação dos nossos irmãos quando nos ensinou a corrigir um irmão em pecado: “Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15). Não devemos expor os pecados dos irmãos, a menos que eles permaneçam no pecado, impenitentes, e, mesmo assim, somente após duas tentativas sem sucesso. Será que é um hábito nosso falar das boas obras uns dos outros ou apenas das falhas?
>> Domínio próprio
Uma das virtudes cristãs que mais está relacionada ao nono mandamento é o domínio próprio (Gl 5.23). Quando Cristo faz habitação em nós, nosso corpo passa a ser dirigido por ele, principalmente a nossa língua. O novo elemento que o cristão recebe de Deus para lidar com a sua língua é exatamente o poder de autocontrole.
Tiago mostra a dificuldade que o homem tem de dominar a sua língua: “… a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero” (Tg 3.8). No entanto, ele também diz que não há razão para o cristão desobedecer ao nono mandamento. A figueira não produz azeitonas, a videira não produz figos e a fonte de água doce não jorra água salgada (Tg 3.12). Por meio dessas figuras, ele conclui que o cristão regenerado pode, sim, domar a sua língua. Caso contrário, como é possível com uma boca bendizermos a Deus e com a mesma boca amaldiçoarmos os homens, criação de Deus? Ou fazemos uma coisa ou outra. Vamos pensar sobre isso. Temos conseguido domar a nossa língua?
CONCLUSÃO
O nono mandamento deve orientar todas as relações possíveis que tivermos com o nosso próximo, no tocante à verdade e às palavras. Da mesma maneira, como muitos usam a língua para amaldiçoar, Deus deseja usar a nossa boca para alcançarmos as nações com o evangelho. A nossa missão como cristãos é essencialmente executada por meio de palavras. Que as lições aprendidas sobre o nono mandamento nos auxiliem na vida cotidiana, com todas as pessoas ao nosso redor. Que realmente aprendamos a glorificar a Deus e alcançar o coração das pessoas com nossas palavras.

O NONO MANDAMENTO
O NONO MANDAMENTO – ”NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO”.

9. O nono mandamento é “Não dirás falso testemunho
contra o teu próximo”. Que,
a. Requer que se tenha cuidado com a boa reputação do nosso próprio nome e do nosso próximo, que é melhor do que o óleo precioso;

b. Requer que se fale a verdade cada um com o seu próximo, quer seja em conversa particular ou, especialmente, em julgamento público (Ec 7:1; Zc 8:16; Ef 4:25).

c. Proíbe toda mentira e todo desejo de enganar a mente e a consciência de um homem. Condena todos os tipos de mentiras: as jocosas, as oficiosas, as perniciosas,todos os equívocos e reservas mentais, o perjúrio e todo juramento falso, quer sendo testemunha falsa, quer subornando testemunhas falsas em um tribunal de justiça (Mt 26:59- 60, At 6:11-12).

d. Contra essas pessoas Deus será uma testemunha veloz para castigá-los (Ml. 3:5).

e. Também proíbe toda calúnia, fofoca, quer levantando, recebendo, divulgando ou incentivando más informações contra o próximo, pois isso é contrário à caridade (Sl 50:19- 20; Lv 19:16, Jr 20: 10, 1 Co 13:7).

Testemunhar falsamente significa mentir em um tribunal. Deus sabia que Israel náo poderia sobreviver a menos que seu sistema de justiça fosse incorruptível. Devemos ser honestos em nossa vida pessoal, como também em nossas declarações públicas. Em uma ou outra situação, “testemunhamos falsamente" quando excluímos alyo de uma história, dizemos uma meia-verdade, torcemos os fatos ou inventamos algo falso. Deus nos alerta contra o engano. Embora a trapaça seja um estilo de vida para muitas pessoas, o povo dc Deus jamais deve ceder a ela!

Que efeito têm os boatos? Podem destruir amizades e afinidades. A Bíblia diz em Êxodo 23:1 “Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta.”

Os mexericos são tão prejudiciais e duradouros como ferimentos físicos. A Bíblia diz em Provérbios 25:18 “Malho, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo.”

Os boatos são uma perda de tempo precioso. A Bíblia diz em 2 Tessalonicenses 3:11-12 “Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia; a esses tais, porém, ordenamos e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando sossegadamente, comam o seu próprio pão.”

Os boatos arruinam amizades. A Bíblia diz em Provérbios 16:28 “O homem perverso espalha contendas; e o difamador separa amigos íntimos.”

Os boatos baseiam-se em rumores. A Bíblia diz em Provérbios 11:13 “O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito encobre o negócio.”



EXODO 20.16 NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO. O nono mandamento protege o nome e a reputação do próximo. Ninguém deve fazer declarações falsas a respeito do caráter ou dos atos de outra pessoa. Devemos falar de modo justo e honesto a respeito de quem quer que seja (Lv 19.16; ver Jo 8.44; 2 Co 12.20). Este mandamento inclui também a mentira em geral (Lv 6.2,3; 19.11; Pv 14.5; Ef 4.25; Cl 3.9).

2CORINTIOS 12.20 DETRAÇÕES, MEXERICOS. A Bíblia condena os pecados da língua que prejudicam o próximo, como sendo ofensas graves contra a lei cristã do amor. Qualquer tipo de conversa que rebaixa o próximo ou que difama seu caráter deve ser reprovada. A conversa ou menção de delitos do próximo devem ser feitos somente com um motivo sincero de ajudar tal pessoa, ou de proteger os outros e o reino de Deus (Rm 1.29; Ef 4.31; 2 Tm 4.10,14,15; 1 Pe 2.1).

SÃO JOÃO 8.44 É MENTIROSO E PAI DA MENTIRA. A mentira é uma destacada característica do diabo. Ele é a fonte geradora de toda a falsidade (Gn 3.1-6; At 5.3; 2 Ts 2.9-11; Ap 12.9). É um pecado totalmente contrário à mente de Deus, que é a verdade (Ap 19.11). A indiferença para com o pecado da mentira é um dos sintomas mais claros da impiedade de uma pessoa. Tal pessoa ainda não nasceu do Espírito (3.6) e está sob a in-fluência de Satanás, como seu pai espiritual (ver 4.24 nota; Ap 22.15 nota).

APOCALIPSE  22.15 QUALQUER QUE AMA E COMETE A MENTIRA. Note como os dois últimos capítulos da Bíblia destacam o caso da mentira. Os praticantes da mentira são mencionados três vezes:
(1) todos os mentirosos, "a sua parte será no lago que arde com fogo" (21.8);
(2) os que cometem mentira não entrarão na cidade eterna de Deus (21.27); e
(3) os que amam e cometem mentira estarão fora do reino eterno de Deus. A mentira é o pecado final condenado na Bíblia, possivelmente porque foi uma mentira que levou à queda da raça humana (Gn 3.1-5; cf. Jo 8.44). Estas palavras solenes devem servir de advertência a todos que, inclusive na igreja, acham que Deus tolera a mentira e o engano.
DEUTERONOMIO 17.7 TIRARÁS O MAL DO MEIO DE TI. A ordem de Deus aos israelitas foi que se conservassem puros, tirando do seu meio quem vivesse impiamente e transgredisse o seu concerto. O NT também ordena que a congregação discipline membros que pecam e que exclua do rol de membros aqueles que continuam vivendo em pecado e imoralidade (ver Mt 18.15-17; 1 Co 5.1-13; cf. 2 Co 2.6,7).

ELABORADO PELO EVANGELISTA;
NATALINO DOS ANJOS.

FONTES DE PESQUISA;
Comentario Biblico Mtew Henry
Comentario Biblico popular
Biblia de Estudo Pentecostal
Biblia de Estudo Aplicação Pessoal
Resumo dos Dez Mandamentos.
Por John Gill.

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