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quinta-feira, 26 de março de 2015

A IGREJA E A LEI DE DEUS - LIÇÃO 13 COM SUBSIDIOS



Lições Bíblicas CPAD   -    Adultos


1º Trimestre de 2015

Título: A Lei de Deus — Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Esequias Soares



Lição 13: A Igreja e a Lei de Deus
Data: 29 de Março de 2015

TEXTO ÁUREO

Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei” (Rm 3.31).

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus definiu de maneira clara a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Ne 10.28,29
A lei de Deus é a mesma lei de Moisés, o servo do Senhor



Terça — Mc 7.9-13
O Senhor Jesus reconhecia a lei como a Palavra de Deus



Quarta — Lc 24.44
O Senhor Jesus é o centro e o cumprimento da lei e dos profetas



Quinta — Mt 23.23
Nem todos os mandamentos têm o mesmo peso para o nosso Deus



Sexta — Rm 10.4
A lei testemunhava de antemão a salvação em Cristo



Sábado — Jr 31.33
Cristo imprimiu a lei no mais profundo do coração humano

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.17-20; Romanos 7.7-12.

Mateus 5
17 — Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.
18 — Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
19 — Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.
20 — Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

Romanos 7
7 — Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 — Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado.
9 — E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri;
10 — e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
11 — Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou.
12 — Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom.

OBJETIVO GERAL

Ressaltar o fato de que Jesus definiu, de maneira clara, a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·   I. Mostrar o que significa “cumprir a lei”.
·   II. Explicar que Jesus viveu a lei.
·   III. Ressaltar que a lei não pode ser revogada.
·   IV. Enfatizar que a lei e o Evangelho se completam.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, com a graça de Deus, chegamos ao final do trimestre. Esperamos que cada lição tenha contribuído para o seu crescimento espiritual e de seus alunos.
É importante que nesta última lição você enfatize que ninguém pode ser justificado pelas obras da lei (Gl 2.16). O Decálogo nunca teve a função de salvar, mas de conduzir as pessoas a Cristo, o único que cumpriu toda a lei (Gl 3.11, 24). A lei veio para apontar e condenar o pecado do homem (Rm 3.20; 7.7). A única maneira pela qual a humanidade pode ser redimida é pela fé em Jesus Cristo. Contudo, não podemos nos esquecer de que a fé em Jesus é a chave para o cumprimento da lei.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A “lei de Deus” no presente estudo diz respeito a todo o Pentateuco e não apenas aos Dez Mandamentos, pois o Decálogo é parte da lei. A lei de Moisés não consiste apenas num compêndio religioso, pois trata de profecias, histórias, registros genealógicos e cronológicos, regulamentos, ritos, cerimônias, exortações morais, civis e cerimoniais, sacerdotes, sacrifícios, ofertas, festas e o tabernáculo. Há nela a base e a estrutura social e política do Estado. É inegável a sua contribuição na legislação de todos os povos da terra, daí a sua influência no Estado e na Igreja.


PONTO CENTRAL

Ninguém pode ser salvo pelas obras da lei, porém ela é para os crentes em Jesus Cristo.


I. O QUE SIGNIFICA “CUMPRIR A LEI”?

1. Completar a revelação. Jesus disse que veio cumprir a lei e os profetas (5.17). O que significa isso? O verbo grego para “cumprir” é pleroo e significa “cumprir, completar, encher”. Devemos recordar o sentido de torah, estudado na lição 1, como instrução revelada no Sinai. Ao longo do trimestre, vimos os aspectos teológico e ético do Decálogo. O Antigo Testamento contém instrução e doutrina sobre Deus, o mundo e a salvação, mas sua revelação é parcial. A manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação (Hb 1.1,2).
2. Cumprimento das profecias. Jesus iniciou o seu ministério terreno dizendo: “o tempo está cumprido” (Mc 1.14,15). Diversas vezes encontramos no Novo Testamento, a declaração como: “Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura” (Jo 19.36), ou fraseologia similar, principalmente no Evangelho de Mateus (Mt 1.22; 2.17,19; 4.14) dentre outras citações. As profecias se cumpriram em Cristo.
3. O centro das Escrituras. A provisão do Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção. O Espírito Santo conduziu a Revelação na vida do povo israelita de tal maneira que os apóstolos puderam observar cada pormenor na vida e no ministério terreno do Senhor Jesus Cristo. A ideia cristológica está completamente embutida na lei e nos profetas. Todo o pensamento bíblico gira em torno de Jesus (Rm 1.2; 10.4). Todo o Antigo Testamento converge para o Senhor Jesus; Ele mesmo reconhecia isso (Lc 24.44).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)

As profecias se cumpriram em Cristo e, por isso, as Escrituras expôem que toda Lei foi cumprida em Jesus.



II. O SENHOR JESUS VIVEU A LEI

1. Preceitos cerimoniais. Veja a explicação dos preceitos cerimoniais, civis e morais na lição 2 e seu cumprimento na vida e na obra de Cristo. O Senhor Jesus cumpriu o sistema cerimonial da lei na sua morte (Mt 27.50,51; Lc 24.46). As instituições de Israel com suas festas, os holocaustos e os diversos tipos de sacrifícios da lei de Moisés eram tipos e figuras que se cumpriram em Cristo (Hb 5.4,5; 1Co 5.7). Assim, as cerimônias cessaram, mas o significado foi confirmado (Cl 2.17).
2. Preceitos civis. Lutero dizia que a função civil da lei ainda continua para manter a ordem e o bem-estar da sociedade. Segundo Martyn Lloyd-Jones, Jesus cumpriu também o sistema jurídico da lei. Com sua morte, Ele transferiu os privilégios de Israel para a Igreja (Êx 10.6,7; 1Pe 2.9,10). Jesus disse às autoridades judaicas que “o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.43). Com isso, Israel deixou de ser um Estado Teocrático. A Igreja é a plataforma de Deus na Terra para anunciar a verdade (1Tm 3.15).
3. Preceitos morais. Os Dez Mandamentos são representados pelos dois grandes mandamentos: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.28-33). Na verdade, toda a lei e os profetas nisso se resumem (Mt 22.40). Trata-se de uma combinação de duas passagens da lei (Dt 6.4,5; Lv 19.18). São preceitos que foram resgatados na Nova Aliança e adaptados à graça, de modo que a Igreja segue a lei de Cristo, a lei do amor, e não o sistema mosaico (Rm 6.14; 13.9,10; Gl 5.18). O Senhor Jesus cumpriu todos esses mandamentos durante a sua vida terrena.



SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Jesus Cristo viveu toda a Lei.



SUBSÍDIO DIDÁTICO

Para iniciar o tópico faça a seguinte pergunta: “Jesus aboliu a lei?” Ouça os alunos e em seguida peça que leiam Mateus 5.17,18. Em seguida, explique que esse texto mostra a expressa e total obediência de Jesus à lei do Antigo Testamento, pois a lei não pode ser anulada.
Mostre que a “lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Rm 3.31; Gl 5.14); bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (1Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam em vigor. As leis do Antigo Testamento destinadas à nação de Israel, tais como as leis sacrificais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ, CPAD, p.1393).



III. A LEI NÃO PODE SER REVOGADA

1. Jesus revela seu pensamento sobre a lei. Talvez o discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças tivesse deixado dúvida sobre a posição de Cristo a respeito da lei e dos profetas. Ele não era um reacionário; nasceu conforme a lei e viveu de acordo com ela (Lc 2.21-24; 4.15,16; Gl 4.4). Jesus falou de maneira direta que não veio revogar a lei e nem os profetas, mas veio para os cumprir (Mt 5.17). Havia chegado o momento de esclarecer seu pensamento sobre a lei.
2. “Até que o céu e a terra passem”. Jesus disse que “até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.18). O jota é a menor letra do alfabeto hebraico; ocupa a metade da linha na escrita, é a décima letra e se chama iode. O til é um sinal diacrítico para distinguir uma letra da outra. Nenhuma parte da lei passará, nenhuma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se cumpra. Como disse o pastor John Stott, “a lei tem a duração do universo”.
3. O menor mandamento (Mt 5.19). Há muita discussão sobre esta questão. Uns acham que Jesus se referia ao jota e ao til; outros, aos preceitos cerimoniais. Havia longos debates entre os rabinos da época sobre os mandamentos mais leves e mais pesados. Eles consideravam mandamento leve não tomar a mãe com os filhotes num ninho (Dt 22.6). Parece existir, sim, na lei, mandamento de maior ou de menor significância (Mt 23.23). Porém, não é disso que Jesus está falando aqui, pois o enfoque é sobre o anular a autoridade da lei e ensinar que ela pode ser ignorada. O verbo grego é lyo, cuja ideia básica é “desatar, desamarrar, soltar”, empregado mais adiante para “anular” (Jo 10.35).



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Jesus Cristo não veio revogar a lei, pois ela não pode ser anulada.



IV. A LEI E O EVANGELHO

1. O papel da lei. Ninguém é justificado pelas obras da lei (Gl 2.16). A função dela não é salvar, mas nos conduzir a Cristo (Gl 3.11,24). Ela veio para revelar e condenar o pecado (Rm 3.20; 7.7). Deve o cristão anular a lei? A resposta paulina é: “De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei” (Rm 3.31). O que isso significa? Que a fé cristã não é antinomianista, do grego anti “contra”;nomos, “lei”. Isso diz respeito aos que erroneamente pregavam que a graça dispensa a obediência. O apóstolo refutou tal ideia a vida inteira (Gl 5.13).
2. Jesus e Moisés estão do mesmo lado. O termo “lei” na língua hebraica é torá, e isso já foi estudado na lição 1. Ali aprendemos também que esta palavra vem de um verbo que significa “instruir, ensinar”. Por essa razão, a palavra “lei”, às vezes, refere-se às Escrituras Sagradas (1Co 14.21). Esse parece ser o sentido aqui, pois o apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento (Rm 3.19). Porém, a possibilidade de uma aplicação ao Pentateuco não é descartada, nesse caso, pois a frase “antes, estabelecemos a lei” (Rm 3.31b) não significa servidão ao sistema mosaico, mas que a fé confirma a lei, visto que o Evangelho justifica aqueles a quem a lei condena (Rm 8.4; 13.10).
3. A justiça dos fariseus. Jesus não está desafiando os seus discípulos a seguirem os escrúpulos legalistas dos escribas e fariseus quando afirma: “se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20). Antes, ensina que a vida no Espírito requer comunhão com Deus de maneira abundante e profunda, e assim sendo, nenhum dos rabis a experimentou (Rm 8.8-11).



SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

A função da lei não era salvar. O Novo Testamento mostra que sua função era apontar para aquEle que haveria de vivê-la integralmente.



SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, para iniciar o tópico faça a seguinte indagação: “Os mandamentos são para os cristãos?”. Ouça os alunos e explique “que na verdade os Dez Mandamentos foram especialmente dados a Israel. É também verdade que são parte de um sistema de leis a que o Novo Testamento diz que nós, que estamos sob a graça, não estamos mais subordinados (Rm 6.14). Nosso relacionamento com Deus não depende de observar uma lista extra de leis, mas, em vez disso, de corresponder aos estímulos do Espírito dentro de nós. Num sentido mais profundo, entretanto, os Dez Mandamentos são para nós. Os mandamentos revelam Deus como uma Pessoa profundamente moral e amável. Como poderíamos nós, que o assumimos como Pai, não tentarmos ser como Ele?” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.63).



CONCLUSÃO

Encerramos o trimestre conscientes de que Jesus não revogou a lei, mas a cumpriu. Aprendemos também que não há discrepância entre Jesus e Moisés e que a lei permanece até a consumação dos séculos, pois a fé cristã não é antinomianista e muitos preceitos do sistema mosaico reaparecem no Novo Testamento, mas adaptados à graça, pois fomos libertos da lei (Rm 3.28; Gl 5.1).

PARA REFLETIR

Sobre a Lei:

O que significa cumprir a Lei?
Significa que a manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação.

Devemos seguir a lei de Cristo, a do amor, ou o sistema mosaico?
A lei mosaica se completa na lei de Cristo e do amor.

Jesus não revogou a lei. Mas o que Ele fez?
Ele viveu no seu dia a dia toda a lei.

O que é vida no Espírito?
A vida no Espírito é ter comunhão com Deus de maneira abundante e profunda.

Fale um pouco sobre a relação da lei com a graça.
A lei serviu para apontar o pecado e mostrar que homem algum poderia se tornar justo diante de Deus. A graça é favor imerecido. Éramos pecadores e não merecíamos o amor de Deus, mas Ele nos amou e nos livrou do pecado e do jugo da condenação que estava sobre nós.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A Igreja e a Lei de Deus

Quando Jesus de Nazaré veio ao mundo terreno, Ele mostrou que a principal razão da sua vinda era esta: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10). Jesus de Nazaré é a Palavra encarnada. É o cumprimento de toda a lei: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.34-40). Não podemos fazer com a Lei de Cristo o que os escribas fizeram com os Dez Mandamentos: Atentar para a dureza da Lei e esquecer-se do olhar amoroso que ela nos demanda.
Mais importante que obedecer a letra é alcançar o espírito da Lei, que é Cristo. Assim o apóstolo Paulo ratifica: “Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.9,10). Quer cumprir a Lei de Deus de todo coração? Ame! Contra o amor não há lei. Por quê? O amor é o cumprimento da lei. Em vez de decorarmos uma lista de “pode não pode”, devemos fazer tudo baseado no amor — naturalmente a Bíblia não se refere ao amor romântico das telas de Hollywood, mas à disposição de se fazer o que tem de ser feito em favor do outro, segundo o Evangelho —, então cumpriremos a lei de Deus na íntegra. O nosso Senhor resumiu toda a lei ao dizer que o seu objetivo é levar os homens à plenitude do amor. Aqui está o seu signifi cado: “E disto demanda a Lei e os Profetas” (Mt 22.40).
Precisamos relembrar que o Decálogo tem uma divisão natural que versa sobre o relacionamento do homem com Deus e do homem com o seu próximo. A nossa relação com a lei de Deus deve se dá nestes termos: vertical, amando a Deus de todo coração e alma; horizontal, amando o próximo como a si mesmo. Mais do que quaisquer perspectivas de interpretação, o mais importante é nos conscientizarmos da importância dos princípios eternos de Deus revelados na sua Palavra e interpretados pela pessoa bendita de Jesus de Nazaré. Por isso, toda leitura do Antigo Testamento precisa e deve ser feita tendo Jesus como a chave hermenêutica da nossa leitura e interpretação.


SUBSIDIOS

MATEUS  5.17 NÃO... VIM DESTRUIR A LEI... MAS CUMPRIR. O propósito de Cristo é que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram na vida dos seus seguidores (Rm 3.31; 8.4). O relacionamento entre o crente e a lei de Deus envolve os seguintes aspectos:

(1) A lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do AT (7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14; bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (28.20; 1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em vigor. As leis do AT destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).

(2) O crente não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16,19). Pelo contrário, a lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à lei, expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22).

 (3) A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei. Mediante a fé nEle, Deus torna-se nosso Pai (cf. Jo 1.12). Por isso, a obediência que prestamos como crentes não provém somente do nosso relacionamento com Deus como legislador soberano, mas também do relacionamento de filhos para com o Pai (Gl 4.6).

(4) Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21) e pelo Espírito Santo que nele habita (Gl 3.5,14; Rm 8.13), recebe o impulso interior e o poder para cumprir a lei de Deus (Rm 16.25,26; Hb 10.16). Nós a cumprimos, ao andarmos segundo o Espírito (Rm 8.4-14). O Espírito nos ajuda a mortificar as ações pecaminosas do corpo e a cumprir a vontade de Deus (Rm 8.13; ver Mt 7.21). Por isso, a conformidade externa com a lei de Deus deve ser acompanhada pela transformação interior do nosso coração e espírito (cf. vv. 21-28).

(5) Os crentes, tendo sido libertos do poder do pecado, e sendo agora servos de Deus (Rm 6.18-22), seguem o princípio da fé , pois estão debaixo da lei de Cristo (1 Co 9.21). Ao fazermos assim, cumprimos a lei de Cristo (Gl 6.2) e em nós mesmos somos fiéis à exigência da lei (ver Rm 7.4; 8.4 ; Gl 3.19 nota; 5.16-25).

(6) Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celeste é uma condição permanente para a entrada no reino dos céus (ver 7.21).

MATEUS  5.19 GRANDE NO REINO. A posição do crente no reino dos céus dependerá da sua atitude aqui, para com a lei de Deus e da sua prática e ensino. A medida da nossa fidelidade a Deus, aqui, determinará a medida da nossa grandeza no céu.

MATEUS  5.20 SE A VOSSA JUSTIÇA. A justiça dos escribas e dos fariseus era exclusivamente exterior. Eles observavam muitas regras, oravam, cantavam, jejuavam, liam as Escrituras e freqüentavam os cultos nas sinagogas. No entanto, substituíam as atitudes interiores corretas pelas aparências externas. Jesus declara aqui que a justiça que Deus requer do crente vai além disso. O coração e o espírito, e não somente os atos externos, devem conformar-se com a vontade de Deus, na fé e no amor (ver Mc 7.6, nota sobre o legalismo).

ROMANOS  7.7 NÃO CONHECI O PECADO SENÃO PELA LEI. Os versículos 7-25 descrevem a experiência pré-conversão de Paulo, ou de qualquer outra pessoa que procura agradar a Deus, sem depender da sua graça, misericórdia e poder.

(1) Nos versículos 7-12, Paulo descreve o período de inocência do indivíduo até chegar à "idade da responsabilidade". Ele "vive" (v. 9), i.e., sem culpa nem responsabilidade espiritual, até que deliberadamente peca contra a lei de Deus escrita externamente ou no seu coração (cf. 2.14,15; 7.7,9,11).

(2) Nos verículos 13-20, Paulo retrata um estado de escravidão ao pecado, porque a Lei, uma vez conhecida, traz inconscientemente o pecado para a consciência e, assim, o indivíduo passa a ser realmente um transgressor. O pecado se torna seu senhor, embora ele se esforce para resistir-lhe.

(3) Nos versículos 21-25, Paulo revela o desespero total da pessoa, à medida que o conhecimento e o poder do pecado o reduzem à miséria.

ROMANOS  7.9-11 EU, NALGUM TEMPO VIVIA... As declarações de Paulo, "eu... vivia" (v. 9) e "o pecado... me matou" (v. 11), apóiam a crença geral que a criança é inocente até deliberadamente pecar contra a lei de Deus no coração (2.14,15). O ensino que diz que as criancinhas entram no mundo afetadas pela culpa do pecado e dignas da condenação eterna não se acha nas Escrituras.

ROMANOS  7.14 A LEI. Lembremo-nos de que Paulo, no capítulo 7, está analisando o estado da pessoa irregenerada e sujeita à lei do AT, mas consciente da sua incapacidade de viver uma vida agradável a Deus (cf. v. 1). Ele descreve uma pessoa lutando sozinha contra o poder do pecado e demostrando que não poderemos alcançar a justificação, a santidade, a bondade e a separação do mal mediante o nosso próprio esforço para resistir ao pecado e guardar a lei de Deus. O conflito do cristão, por outro lado, é bem diferente: é um conflito entre uma pessoa unida a Cristo e ao Espírito Santo, de um lado, contra o poder do pecado, de outro lado (cf. Gl 5.16-18). No capítulo 8, Paulo descreve o caminho da vitória sobre o pecado, mediante a vida no Espírito.

ROMANOS  3.31 ESTABELECEMOS A LEI. A salvação em Cristo não significa que a Lei perdeu o seu valor. Na realidade, a justificação pela fé confirma a Lei, quanto ao seu propósito e função original. Mediante sua reconciliação com Deus e a obra regeneradora do Espírito Santo, o crente é capacitado a honrar e obedecer à Lei moral de Deus (ver 8.2-4).


LEI DO ANTIGO TESTAMENTO
Êx 20.1,2 “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da  casa da servidão.”
Um dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a lei de Deus através do seu líder, Moisés. A Lei Mosaica (hb. torah, que significa “ensino”), admite uma tríplice divisão:
(a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17);
(b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (21.1 — 23.33);
e (c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (24.12 — 31.18). Note os seguintes fatos no tocante à natureza e à função da lei no Antigo Testamento.

(1) A lei foi dada por Deus em virtude do concerto que Ele fez com o seu povo. Ela expunha as condições do concerto a que o povo devia obedecer por lealdade ao Senhor Deus, a quem eles pertenciam. Os israelitas aceitaram formalmente essas obrigações do concerto (24.1-8).

(2) A obediência de Israel à lei devia fundamentar-se na misericórdia redentora de Deus e na sua libertação do povo (19.4).

(3) A lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1—24.8) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer à lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20).

(4) Tanto no AT quanto no NT, a total confiança em Deus e na sua Palavra (Gn 15.6), e o amor sincero a Ele (Dt 6.5), formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos. Israel fracassou exatamente nesse ponto, pois constantemente aquele povo não fazia da fé em Deus, do amor para com Ele de todo o coração e do propósito de andar nos seus caminhos, o motivo de cumprirem a sua lei. Paulo declara que Israel não alcançou a justiça que a lei previa, porque “não foi pela fé” que a buscavam (Rm 9.32).

(5) A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor (ver Gn 2.9; Dt 6.5) levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor (cf. Gn 2.16 ; Dt 4.1,40; 5.33; 8.1; Sl 119.45; Rm 8.13; 1Jo 1.7).

(6) A lei expressava a natureza e o carácter de Deus, i.e., seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal. Os fiéis israelitas deviam guardar a lei moral de Deus, pois foram criados à sua imagem (Lv 19.2).

(7) A salvação no AT jamais teve por base a perfeição mediante a guarda de todos os mandamentos. Inerente no relacionamento entre Deus e Israel, estava o sistema de sacríficios, mediante os quais, o transgressor da lei obtinha o perdão, quando buscava a misericórdia de Deus, com sinceridade, arrependimento e fé, conforme a provisão divina expiatória mediante o sangue.

(8) A lei e o concerto do AT não eram perfeitos, nem permanentes. A lei funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus até que Cristo viesse (Gl 3.22-26). O antigo concerto agora foi substituído pelo novo concerto, no qual Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo (Rm 3.24-26; ver Gl 3.19, nota com matéria adicional sobre a natureza e função da lei no AT).

(9) A lei foi dada por Deus e acrescentada à promessa “por causa das transgressões” (Gl 3.19); i.e., tinha o propósito
(a) de prescrever a conduta de Israel;
(b) definir o que era pecado;
(c) revelar aos israelitas a sua tendência inerente de transgredir a vontade de Deus e de praticar o mal, e
(d) despertar neles o sentimento da necessidade da misericórdia, graça e redenção divinas (Rm 3.20; 5.20; 8.2).

FONTE DE PESQUISA.
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL




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