Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
4º Trimestre de 2014
Título: Integridade
Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai
Cabral
Lição 8: Os Impérios
Mundiais e o Reino do Messias
Data: 23 de
Novembro de 2014
TEXTO ÁUREO
“E o reino, e o domínio, e a
majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do
Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e
lhe obedecerão” (Dn 7.27).
VERDADE PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o
Reino de Deus se expande através de Jesus Cristo.
HINOS SUGERIDOS
90, 94, 599.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 1.3 Jesus é rei eternamente
Terça - Dn 2.44 O reino do Messias será único e eterno
Quarta - Dn 7.14 O reino do Messias é invencível
Quinta - Ap 19.15 Jesus, o Rei dos reis
Sexta - Ap 20.4 O reino milenial de Cristo
Sábado - Mt 6.33; Mc 4.11; Mt 12.28 A realidade do Reino de Deus
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Daniel 7.3-8,13,14.
3 - E
quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4 - O
primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram
arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e
foi-lhe dado um coração de homem.
5 - Continuei
olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou
de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito
assim: Levanta-te, devora muita carne.
6 - Depois
disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e
tinha quatro asas de ave nas suas costas: tinha também este animal quatro
cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7 - Depois
disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal,
terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele
devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de
todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez pontas.
8 - Estando
eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante
da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia
olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.
13 - Eu
estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um
como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até
ele.
14 - E
foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e
línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o
seu reino o único que não será destruído.
INTERAÇÃO
O texto bíblico que vamos estudar é o
capítulo sete de Daniel. Antes, prezado professor, precisamos considerar
algumas informações para obtermos êxito na preparação da aula. O nosso estudo
sobre o livro de Daniel trata de um capítulo inteiro, por isso, você deverá
fazer ao menos duas leituras ou mais, de preferência, utilizando versões
diferentes. Um dicionário bíblico e um bom comentário lhe orientarão nos estudos.
Muitas pessoas não compreendem o livro de Daniel por acharem-no difícil. É
verdade que a obra do profeta é complexa, mas, igualmente, muito do que se diz
ser complicado pode ser resolvido através de uma leitura atenta com o auxílio
de uma versão contemporânea. E com a ajuda dos eruditos que, através dos
dicionários e dos comentários bíblicos, disponibilizaram uma vida inteira de
estudo para nos auxiliar.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· Descrever e
explicar a visão dos quatro animais.
· Identificar o
clímax da visão do profeta.
· Compreender a
volta de Jesus à luz do capitulo sete de Daniel.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, no primeiro tópico
da presente lição, os itens (1) e (2) estão estruturados assim: (1) A
Visão e (2)Interpretação. O primeiro item é a descrição pura e
simples da visão de Daniel de acordo com o texto bíblico. O segundo é a
interpretação, isto é, a explicação da visão.
Sugerimos que você siga rigorosamente
a leitura do texto bíblico de acordo com a estrutura da lição. Em seguida,
afirme aos alunos que o capítulo sete de Daniel retrata uma grande parte da
história antiga da civilização humana. A Palavra de Deus já falara dos
acontecimentos históricos antes mesmo de eles acontecer. Boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Império: Forma
de governo monárquico, cujo soberano tem o título de imperador ou de
imperatriz.
Na lição desta semana, veremos uma
mudança narrativa no capítulo sete de Daniel. Agora estamos diante de uma série
de quatro visões do profeta. É o “apocalipse do Antigo Testamento” apresentando
quatro impérios simbolizados por quatro animais. A visão do capítulo dois foi
dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um servo
de Deus, o profeta Daniel.
Veremos que em Nabucodonosor, a visão
revela o lado político dos impérios apresentados como uma grande estátua. Em
Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado moral e espiritual desses
impérios. Os fatos são os mesmos, mas os objetivos das duas visões têm
finalidades distintas. No capítulo sete, Deus revela a Daniel o fim dos quatro
impérios e o surgimento do reino eterno do Messias prometido.
I. A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro
animais no primeiro ano do rei Belsazar da Babilônia. É importante lembrarmos,
aqui, que Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente com o seu pai,
Nabonido. Veremos agora a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3):
a) O “leão com asas de águia” (v.4). O versículo quatro descreve um animal
semelhante ao leão com asas de águia. Enquanto Daniel o contemplava, as asas do
leão eram arrancadas. Posteriormente, o animal foi erguido da terra, posto de
pé como um ser humano e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O leão
representava o império da Babilônia.
b) O urso (v.5). Daniel viu uma figura semelhante a um urso.
Este fora erguido de um lado e tinha em sua boca três costelas. A este animal
as pessoas diziam: “Levanta-te, devora muita carne”. O urso simbolizava o
império Medo-Persa.
c) O leopardo com quatro asas (v.6). Outro animal era uma figura semelhante ao
leopardo. Este possuía quatro cabeças e tinha quatro asas de aves em suas
costas. Foi-lhe dado domínio. O leopardo simbolizava o império da Grécia.
d) Uma aparência indescritível
(vv.7,8). “Terrível, espantosa e
extremamente forte” era a figura do quarto animal. Ela tinha enormes dentes de
ferro, comia e triturava o que encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia
ainda dez chifres. Enquanto Daniel prestava atenção nos dez chifres, um chifre
pequeno surgiu entre os dez; mas três dos primeiros dez chifres foram
arrancados pela raiz. No chifre pequeno havia também olhos como “olhos humanos”
e uma boca que proferia “palavras arrogantes”. O animal, aqui descrito,
simbolizava o império romano.
2. A interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais
duas figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem.
Após este bloco de versículos, Daniel passa a narrar a interpretação dos
animais dada a ele ainda na mesma visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As figuras representadas pelo leão, urso,
leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a
terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de
Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal
(vv.23-27). O quarto animal foi o que mais
chamou a atenção do profeta Daniel: “Então, tive desejo de conhecer a verdade a
respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros” (v.19). Daniel
precedeu o tempo em que o império romano se tornara uma superpotência. Roma foi
o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua
força e eficácia administrativa, mas frágil (barro), dada a grande corrupção
que ajudou a sepultar “um sonho chamado Roma”.
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto
animal prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. Mas outro rei,
representado pelo pequeno chifre, se levantará após os dez reis e abaterá os
três primeiros, arrancando-os tal como descreve a visão. Este pequeno chifre é
o Anticristo escatológico tipificado na pessoa de Antíoco Epifânio, o qual
estudaremos rapidamente na próxima lição e, com maiores detalhes, na lição 12.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Em Daniel 7.1-8 o profeta recebe visões
sobre os quatro animais que simbolizavam os quatros grandes impérios do mundo.
II. O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1. Tronos, “ancião de dias” e juízo
divino (vv.9-14). Entramos na segunda parte da
visão de Daniel, que trata do julgamento celeste. O versículo nove nos diz:
“foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou” (v.9). A figura de
vários tronos tipifica um contexto de julgamento e justiça. A profecia nos fala
que o juiz do julgamento é o “ancião de dias”, isto é, Deus é retratado no
livro tendo cabelos brancos e vestido de branco. É aquele que Abraão reconheceu
como o “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25). O tribunal demonstrado no sétimo
capítulo de Daniel revela que Deus julgará “o pequeno chifre” e decretará a
sentença final contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui está o ápice da
visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades, crueldades e
perversidades das nações deste mundo!
2. O “Filho do Homem” (vv.13,14). A expressão “filho do homem” ou, de acordo
com os melhores manuscritos antigos, “filho de homem”, aparece mais de 80 vezes
no livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente traduzida como “homem” ou “ser
humano”, pois na Bíblia trata-se de expressões sinônimas. Tanto em Daniel
quanto em Ezequiel, “filho do homem” refere-se a um ser humano distinto que
recebe de Deus a soberania celestial. Posteriormente, os santos apóstolos de
Cristo identificaram “filho do homem” com a pessoa de Jesus de Nazaré (Mt
24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino de Deus no mundo como
o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus (Jo 1.1,14).
Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra (Fp
2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de
Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6).
3. A Grande Tribulação (vv.24,25). Segundo a visão conservadora-tradicional e
evangélica, estamos diante de um texto que aponta para um tempo de grande
sofrimento no mundo, especialmente em relação à nação de Israel. “O chifre
pequeno”, advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro
no planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o “Anticristo”, o blasfemador
de Deus e dos seus preceitos. Por “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, o
“Anticristo” terá autoridade no mundo. Esse período equivale a “três anos e
meio”, ou “quarenta e dois meses” ou “mil e duzentos e sessenta dias” (Dn 12.7;
9.27; Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos
como a Grande Tribulação e o fim do “tempo dos gentios”. Nos primeiros “três
anos e meio” o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os cumprirá. Este é
o período de grande poder e influência política desse líder mundial sobre o
mundo e os judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira.
O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida
para sempre!
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O clímax da visão profética de Daniel
marca o advento da grande tribulação, do filho do homem e do juízo divino.
III. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1. A visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a expressão “filho
do homem” e vimos que ela fora atribuída pelos apóstolos a Jesus Cristo. O
versículo 13 de Daniel afirma que o “filho do homem” voltará nas nuvens do céu.
Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11 quando da afirmação dos santos
anjos sobre a volta do Cristo de Deus: “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi
elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os
anjos] lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse
Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o
céu o vistes ir”. Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma
mensagem recebida do próprio Jesus: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o
verá, até os mesmos que o traspassaram” (Ap 1.7). O reino de Cristo será
eterno, único e jamais perecerá (v.14).
2. “Os santos do Altíssimo” (v.18). Para os primeiros leitores do livro de
Daniel, a expressão “os santos do Altíssimo” era identificada por eles como o
povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de modo mais abrangente, e de
acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação progressiva da Palavra de
Deus ao longo da história bíblica, esses grupos de mártires e santos são os
crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os lugares, tribos e nações,
que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do Cordeiro.
3. A destruição do Anticristo
(vv.26,27). Deus intervirá na história dos
judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será julgado e condenado para
sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do segundo período de “três
anos e meio” da Grande Tribulação. Mas a Igreja de Cristo, lavada e remida no
sangue do Cordeiro, não passará pela Grande Tribulação. Antes de iniciar esse
tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo será tirado do mundo para estar
para sempre com o Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O profeta Daniel viu o dia em que virá o
Messias e Ele julgará tanto os grandes quanto os pequenos.
CONCLUSÃO
Lamentavelmente, devido à
multiplicação da “doutrina” da prosperidade, e de muitas igrejas e pregadores
propalarem o “aqui e agora”, a profecia bíblica quanto ao futuro ficou de lado.
Outros caem no erro de ensinar que as profecias de Daniel e do Apocalipse são
alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão com a era atual.
Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos soberbos, deleitosos e não
sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea (Ap 3.14-22)!
VOCABULÁRIO
Clímax: Parte
do enredo (livro, filme, peça etc.) em que os acontecimentos centrais ganham o
máximo de tensão, prenunciando o desfecho; ápice.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
GILBERTO, Antônio. Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
GILBERTO, Antônio. Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Quais
são os animais que aparecem na visão de Daniel?
R. Um leão com asas de águia; um urso com três costelas na boca; um
leopardo com quatro asas; um animal com uma aparência indescritível com dentes
de ferro que comia e triturava tudo o que via no caminho.
2. De
acordo com o que você aprendeu na lição, dê a interpretação de cada animal.
R. As figuras representadas pelo leão, o urso, o leopardo e o quarto
animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei
da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma.
3. Explique
o significado dos dez chifres e o “pequeno chifre”.
R. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez
reis advindos do antigo império romano. O pequeno chifre é o Anticristo
escatológico.
4. Explique
o que significa a expressão “filho do homem”.
R. A expressão “filho do homem” refere-se a um ser humano distinto que
recebe de Deus a soberania celestial.
5. Como
se dará a vinda do filho do homem?
R. O “filho do homem” voltará nas nuvens do céu.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“As Quatro Bestas
Durante o primeiro ano do reinado de
Belsazar, Deus revelou a Daniel um outro resumo dos impérios mundiais que
estavam por vir. Por meio de um sonho e visões noturnas, Daniel viu o mar
revolto (representando os povos da terra). Dele, subiam quatro grandes animais
‘diferentes uns dos outros’ (7.2-3). Os animais eram um leão, um urso, um
leopardo e um outro não definido, que era ‘terrível, espantoso e sobremodo
forte’ (7.7). Sobrepondo-se à profecia da estátua no sonho de Nabucodonosor, os
animais representavam a Babilônia (o leão); a Medo-Pérsia (o urso); a Grécia (o
leopardo), com seus quatro generais que dividiram o reino de Alexandre, o
Grande, logo após sua morte; Roma (o quarto animal)” (LAHAYE, Tim; HINDSON,
Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2004, p.177).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“O Filho do Homem
A Daniel foi concedida a visão
celestial do Filho do Homem perante o tremendo e resplandecente trono do Deus
Todo-Poderoso, o Ancião de Dias (Dn 7.9-14). Durante suas palavras no cenáculo,
o Senhor Jesus disse a seus discípulos que Ele (o Filho do Homem) retornaria ao
seio de seu Pai celestial, que o enviara para morrer pela humanidade (Jo
14.1-6,28; 16.28). Na verdade, sua volta para a glória foi testemunhada por
aqueles fiéis discípulos. Os anjos lhe disseram: ‘Esse Jesus que dentre vós foi
assunto ao céu virá do modo como o vistes subir’ (At 1.11). Daniel pode ter
testemunhado a ascensão do Senhor e sua entrada diante do trono de Deus, depois
de morrer pelos pecados da humanidade. Daniel viu: ‘[...] eis que vinha com as
nuvens do céu um como o filho do homem, e dirigiu-se ao ancião de dias, e o
fizeram chegar até ele’ (Dn 7.13). Tanto a divindade como a humanidade de
Cristo são vistas nas palavras que o identificam. Era o Filho de Deus (Sl 2.7)
e o Filho do Homem que havia sido profetizado. Ser chamado de Filho do Homem
mostra que Cristo não era apenas uma divindade, mas também um ser humano.
Ao Filho do Homem, ‘foi-lhe dado
domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as
línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu
reino jamais será destruído’ (Dn 7.14). Trata-se, na verdade, de um quinto
reino cuja duração será de mil anos na história da terra (Ap 20.4-9). Este
reino, contudo, prosseguirá pela eternidade com a Nova Jerusalém e novos céus e
nova terra, onde a paz e a justiça prevalecerão (Ap 21-22)” (LAHAYE, Tim;
HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2004, p.177).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Os Impérios Mundiais e o Reino do Messias
Prezado professor, a partir deste
capítulo, o sete, iniciaremos outro gênero de narrações sobre o profeta Daniel
e os seus amigos. Até o capítulo seis o gênero predominante no livro é
classificado como história. Mas a partir do capítulo sete, o gênero que passa a
dominar a obra é o das visões de Daniel. Uma série de visões dadas por Deus ao
profeta é revelada a respeito do futuro do mundo e do Reino de Deus.
Orientações
Professor, para explicar
didaticamente o primeiro tópico da lição recomendamos que ministrasse a aula de
acordo com a descrição do tópico I: a descrição da visão e, posteriormente, a
interpretação da visão. Descreva o primeiro animal, o segundo, o terceiro e o
quarto. Então, em seguida, trabalhe a questão da interpretação destes animais.
Leve em conta que a interpretação evangélica conservadora tende a compreender
estes quatro animais como sendo os quatro impérios do mundo: Babilônia, Pérsia,
Grécia e Roma. Estes impérios representam o período de tempo desde Daniel até a
segunda vinda de Cristo. Considere também que os muitos intérpretes de Daniel
tendem a colocar a profecia do capítulo 7 e 8 como uma continuação do capítulo
2. Lembra do que trata este capítulo? Os impérios são representados por uma
grande estátua com cabeça de ouro; peito e braços de prata; ventre e quadris de
bronze; pés de ferro e de barro. Entretanto, a estátua é derrubada por uma
pedra. Esta pedra é o Reino de Deus destruindo toda a concepção humana de
imperialismo. Além do primeiro, do segundo e do terceiro, o quarto animal traz
algo bastante específico: “dez chifres” e um “chifre pequeno”. Quando o
professor explicar estes elementos considere que ao longo dos anos muitas
especulações foram feitas a respeito dessas duas figuras. Não vá além do que
menciona o texto bíblico.
No passado, muitos crentes sinceros
consideraram Hitler o pequeno chifre, isto é, o Anticristo. Outros consideraram
Stalin o líder mundial. Alguns disseram que o Comunismo iria gerar o
Anticristo. Outros ainda compreenderam que o papa João Paulo II era o
Anticristo. A história provou que todas estas especulações não se sustentaram.
Não sabemos a respeito do Anticristo porque simplesmente a sua identidade não
foi ainda declarada. Ao que parece, nem saberemos. Não seremos arrebatados
antes? Boa aula!
SUBSIDIOS
Impérios Mundiais e o Reino do Messias - Dn 7.1-28
Os estudiosos do livro de Daniel dividem o livro em duas
partes, histórica e profética. Os capítulos 1 a 6 o identificam como
históricos, mesmo contendo uma parte profética no capítulo 2. Os capítulos 7 a
12 são tratados como sendo proféticos. É interessante notar que os
acontecimentos dos capítulos 7 e 8 antecedem os descritos nos capítulos 5 e 6.
Se no capítulo 6, Daniel já passava dos 80 anos de idade, no capítulo 7, ele
tinha aproximadamente uns 70 anos. Quando Daniel organizou o seu livro tratando
das interpretações dos sonhos nos capítulos 2 e 6 e as visões que ele recebeu
de Deus as separou da parte histórica.
No capítulo 7 inicia-se, essencialmente, a parte profética
do livro de Daniel, o verdadeiro Apocalipse do Antigo Testamento. Esse capítulo
7 com a sua visão dos impérios mundiais é paralelo com o capítulo 2 que tem o
sonho de Nabucodonosor. O capítulo 2 apresenta quatro impérios representados
por quatro figuras do mundo material. A visão do capítulo 2 foi dada a um rei
pagão, o rei Nabucodonosor e a visão do capítulo 7 foi dada a um servo de Deus,
o príncipe Daniel. A Nabucodonosor a visão revela o lado político e material
dos impérios, representados na figura da grande Estátua. A Daniel Deus revelou
o lado moral e espiritual desses impérios representados pelas figuras dos
quatro animais. Os fatos são os mesmos, mas o objetivo das duas visões difere nas finalidades. Deus mostra a
decadência desses impérios e o surgimento do reino eterno do Messias.
Igualmente, os acontecimentos preditos e proféticos nos
capítulos 7 a 12 se darão em sequência cronológica. As duas primeiras visões
dos capítulos 7 e 8 se deram antes da festa de Belsazar, descrita no capítulo
5. Porém, a visão do capítulo 9 precedeu à experiência de Daniel na cova dos
leões no capítulo 6. Já, a quarta visão de Daniel (cap.10 a 12) se deu no “ano
terceiro de Ciro,rei da Pérsia”(Dn 10.1).
I - VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS
Uma perspectiva do futuro.
Nos capítulos 7 e 8 temos a história do futuro que vieram a
Daniel em visões. Cada uma das visões está relacionada com os acontecimentos
dos futuros governos mundiais representados por quatro impérios. Esses impérios
são, em primeiro lugar, o da Babilônia, regido por Nabucodonosor; o segundo, o
Império Me- do-persa, pela aliança dos reis da Média e da Pérsia; o terceiro, é
o Império Grego, que aparece sob a liderança de Alexandre Magno, que depois de
morto, foi dividido entre seus quatro generais. O quarto império é o de Roma.
Percebe-se que estes quatro impérios são os mesmos do sonho de Nabucodonosor no
capítulo 2. A distinção entre os capítulos 2 e 7 está na figura da Estátua que
Nabucodonosor viu em seu sonho, nos materiais de ouro, prata, cobre, ferro
misturado com barro, e a figura de quatro animais no capítulo 7. Na verdade,
esses quatro impérios mundiais representam os poderes gentílicos dominando o
mundo.
No capítulo 2, o quarto Império, o Romano, representado pelo
ferro das pernas e o barro misturado com ferro dos pés, é destruído por uma
pedra cortada do monte que é lançada sobre os pés e destrói toda a estátua. Sem
o uso de ferramentas, a pedra lançada representa o Reino do Messias que virá
para desfazer o poder das forças gentílicas.
No capítulo 7, temos a figura do ancião sentado em um trono
de juízo, e destrói o último inimigo. Depois, com “as nuvens do céu” vem o
“filho do homem” que recebe o domínio, a glória e o reino e Ele reinará para
sempre. Não é outro senão, Jesus Cristo, o Messias, não reconhecido em sua
primeira vinda, mas se dará a conhecer quando todo olho o verá vindo do céu
sobre o monte das Oliveiras (Zc 14.4).
Sonhos e visões de Daniel (7.1). Nos capítulos 2 e 4, o
agente das visões e sonhos foi Nabucodonosor e Daniel interpretou esses sonhos
do rei. Agora, no capítulo 7, Daniel é o agente direto das revelações e
interpretações que Deus lhe concedeu. Antes do capítulo 7, Daniel fazia um
relatório na terceira pessoa e, depois, ele fala e escreve na primeira pessoa,
relatando as suas visões. Ou- trossim, o texto diz que estas visões lhe vieram
“no primeiro ano de Belsazar”. O reino da Babilônia já começava a dar os
prmeiros sinais de enfraquecimento político quando Daniel tem essas visões de
Deus. Essas visões de Daniel vieram entre os anos 552 e 553 a.C., que foi o
primeiro ano do reinado de Belsazar.
Os quatro ventos do céu.
Daniel, em sua visão, viu “os quatro ventos do céu agitavam
o Mar Grande” (7.2) que simbolizam os poderes celestiais movimentando o mundo
nos quatro pontos cardeais. São ventos que representam as grandes comoções
políticas, os conflitos bélicos e sociais nas nações do mundo.
“mar grande”(v. 2) e “subiam do mar”(v. 3). O “Mar Grande”
tem sido interpretado de dois modos: Alguns estudiosos veem o “mar grande” como
sendo a humanidade; outros veem o “Mar Grande” como sendo o Mar Mediterrâneo,
pelo fato, de que os quatro impérios da visão surgem junto ao Mediterrâneo. Por
outro lado, “o mar”, nas profecias escatológicas da Bíblia é interpretado,
também, como sendo “as nações gentílicas” (Is 17.12,13). Minha opinião
particular, fruto das avaliações que fiz do texto é de que “o Mar Grande” é o
Mediterrâneo. O versículo 3 diz que “subiam do mar” e isto indica que se trata
das nações adjacentes ao Mediterrâneo. Uma das razões é que, o último império
do capítulo 2 e o 7, é o Império Romano, cujas dimensões alcançavam as nações
gentílicas adjacentes a Roma.
II - O SIGNIFICADO FIGURADO DOS QUATRO ANIMAIS
Os quatro animais como já dissemos estão ligados com o Mar
Mediterrâneo. O uso simbólico e profético do “mar” revela as turbulências e
inquietações promovidas pelas lideranças desses personagens dos quatro
impérios. Esses animais são diferentes uns dos outros e possuem caraterísticas
que revelam a brutalidade daqueles dias de forma irracional porque as ações desses
animais ultrapassarão o nível da racionalidade. Era o retrato que Deus dava
desses impérios nas figuras animalescas do texto para revelar o surgimento
deles ao longo da vida de Israel e do mundo, bem como, destacar o último grande
império mundial sob a égide de Satanás, representado pelo Anticristo.
“o primeiro era como leão e tinha asas de águia” (7.4.). O
leão, do mundo animal, o rei dos animais, simboliza a Babilônia, profetizado,
também, pelo Profeta Jeremias (Jr 4.6,7). Comparando as visões do capítulo 2, a
“cabeça de ouro”(Dn 2.32,37,38) é a “Babilônia” representada no capítulo 7 pelo
“leão com asas de águia” (Dn 7.4), percebemos o paralelo entre os dois
capítulos. Deus se utiliza de figuras do conhecimento cultural do homem para
revelar verdades morais e espirituais, por isso, na visão de Daniel Deus usou
figuras do mundo animal. No reino animal, o leão é o predador maior, portanto o
rei. Aqui no capítulo 7 o leão representa o Império Babilónico e as “asas de
águia” fala da conquista em extensão desse império que foi o maior do mundo
naquela época. Na natureza, na fauna animal, o leão e a águia são os animais
nobres. O leão é símbolo do rei dos animais terrestres e a águia é identifica
como a rainha das aves do céu. Os dois, o leão e a águia representam a
Babilônia pela ostentação de domínio e riqueza que tinha em relação ao mundo de
então. O leão lembra a bravura, a violência e a força bruta sobre suas presas.
Foi o que Nabucodonosor fez com as nações que subjugou sob seu domínio. A águia
lembra a rapidez e a voracidade. Portanto, o domínio da Babilônia aconteceu
entre os anos 605-539 a.C. Na visão, Daniel viu que o fim chegou para a
Babilônia quando lhe “foram arrancadas as asas” (7.4) e isto lembra o fato
quando Nabucodonosor que ficou demente, agindo
como animal do campo, porque não soube reconhecer a soberania divina.
Ora, uma águia sem asas significa um poder desfeito, sem capacidade de voar.
Depois de “arrancadas as asas”, diz o texto que o mesmo “foi posto em dois pés
como homem”, e na sua recuperação voltou à racionalidade e passou a agir como
homem normal. Com esta experiência, Nabucodonosor teve que reconhecer a
soberania divina e lhe dar a glória que só pertence a Deus (Dn
4.24,25,32,33,36,37).
O segundo grande animal da visão é UM URSO (7.5). O urso,
pela sua força e voracidade é quase tão formidável quanto o leão. E um animal
pesado que tem um apetite voraz, carnívoro e que estraçalha suas presas sem
dificuldade. E um animal que age com ataques súbitos e inesperados. Na
interpretação de Daniel, esse “urso” representa o segundo império que sucedeu
ao babilónico que foi o “império medo-persa” (Dn 2.39). Um detalhe interessante
é que o texto diz: “o qual se levantou de um lado” (v. 5). Em outras versões, a
compreensão se amplia com a forma como está escrito, quando diz: “com uma das
patas levantada, pronto para atacar”, conforme está na Bíblia Viva.
Subentende-se que o urso não está dormindo, mas está pronto para atacar e foi o
que fez, unindo a Média e a Pérsia, num ataque violento contra os exércitos de
Nabonido. Na visão, o urso tinha “três costelas entre os dentes” que podem
representar o domínio sobre três pequenas nações conquistadas por Ciro e por
Dario. O Império Medo-persa foi formado com a união das duas nações: a Média e
a Pérsia. No capítulo 2, o peito e os braços da colossal estátua simbolizavam o
império que sucedeu ao Babilónico, que é o medo-persa. Os dois braços
simbolizavam a Média e a Pérsia que se aliaram para atacar a Babilônia e formar
um governo só. Em relação a visão de Daniel, “o grande urso” se levantou de um
lado, ou seja, se levantou para atacar com voracidade e foi o que fez.
Diz mais o texto que o tinha “três costelas entre os dentes”
(v. 5). Os estudiosos escatológicos discutem sobre “as três costelas” entre os
dentes do grande urso, que podiam representar três outras nações que foram
conquistadas por esse império. A maioria desses estudiosos entende que se
tratava da Babilônia, da Lídia, na Ásia Menor
e do Egito. Essas nações fizeram uma coligação para suplantar as ameaças
de dois reis, Dario e Ciro. Essas três nações (Babilônia, Lídia e Egito) não
conseguiram reagir porque “o urso” atacou com força voraz e muita violência e
os desfez. As “costelas entre os dentes” era o resultado de outra ordem divina
para o ataque do Urso, quando diz: ”Levanta-te, devora muita carne”. Segundo a
história e as profecias bíblicas, especialmente, de Isaías, Ciro da Pérsia foi
usado por Deus e é chamado o seu “ungido” para desfazer a força da Babilônia
(Is 44.28; 45.5). Deus usou um rei pagão para fazer o que ele estabeleceu em
sua soberana vontade para punir aquelas nações e para restaurar o seu povo em
Jerusalém. Porém, na presciência divina, haveria um tempo para os sucessos do
Império Medo-persa e esse tempo chegaria com o surgimento de outro animal: um
leopardo.
O terceiro grande animal da visão é um LEOPARDO COM QUATRO
ASAS (7.6). A primeira frase que aparece na sequência da visão depois do
segundo animal, o urso, foi a seguinte: “Depois disso, eu continuei olhando”.
Essa frase dá a entender que os animais apareceram na visão em sequência. Não
apareceram todos ao mesmo tempo, mas um depois do outro, porque Deus queria facilitar
a compreensão do seu servo Daniel em todos os detalhes da visão. O terceiro
animal, portanto, era um leopardo, ou semelhante a um leopardo. A caraterística
principal desse animal era a sua agilidade, a sua rapidez. Acima de tudo, esse
leopardo não era semelhante aos leopardos comuns porque ele tinha “quatro asas
nas costas” e tinha, também, “quatro cabeças”. Deus toma a figura desse animal
extraordinário, porque não havia no mundo animal nenhum semelhante. Esse
leopardo era uma representação da Grécia, que, com estupenda velocidade e
crueldade conquistou o mundo de então que estava sob o domínio medo-persa. O
leopardo comum, além de ser carnívoro, é capaz de ataques súbitos e
inesperados. Esse ágil e forte leopardo representa, sem dúvida, ao reino grego
sob a força militar de Alexandre em 331 a.C. Como figura mítica, esse leopardo
tinha quatro asas de ave e quatro cabeças. As asas indicam o império depois da
morte de Alexandre (323 a.C.). O Império Grego, no capítulo 2 é re presentado no sonho da Estátua de
Nabucodonosor representado pelo “ventre e as coxas de cobre” (Dn 2.32). No
capítulo 7, Daniel vê o leopardo alado e com quatro cabeças como o Império
Grego que veio com Alexandre, o Grande, da Macedônia. Em dez anos, Alexandre
com enorme rapidez dominou o Império Medo-persa em 334 a.C., e expandiu o seu
domínio na Europa e na índia. Ele tinha uma obsessão em conquistar outros
territórios, e o fez com quatro principais generais de guerra.
O texto diz que “foi-lhe dado o domínio” (v. 6) e, de fato,
rapidamente Alexandre conquistou as nações ao redor e a influência do seu
domínio, especialmente, na cultura, foi capaz de tornar-se referencial cultural
para o mundo inteiro até os tempos modernos. Porém, em 323 a.C., Alexandre teve
uma morte súbita e o seu reino foi dividido por seus quatro generais. A
Cassandro, foi-lhe dado a Macedônia e a Grécia; a Ptolomeu I, a Palestina e o
Egito; a Selêuco I, foi-lhe dado a Síria e a Lisímaco, foi-lhe dado a Asia
Menor e Trácia.
Na linguagem bíblica, a figura da “cabeça” simboliza governo
(Is 7.8,9; Ap 13.3,12) e “as quatro cabeças” do leopardo representam os quatro
generais que repartiram entre si o império depois da morte de Alexandre, o
Grande. O leopardo, como um todo, diz o texto no versículo 6 que “foi lhe dado
o domínio”. Naturalmente, entende-se, antes de tudo, que Deus tem o cetro de
governo do universo e deu ao rei grego o poder de dominar por um pequeno
período de tempo. No projeto divino prevalece a sua soberania que domina sobre
as nações do mundo. Esses quatro generais se tornaram reis nas regiões
designadas e se destacaram pela mesma ambição de glória e de poder como seu
líder e desenvolveram conflitos entre si e lutaram entre si. Segundo outra
visão que Daniel teve acerca desse mesmo império no capítulo 11.4: “o seu reino
será quebrado, e repartido para os quatro ventos do céu, mas não para a sua
posteridade”. Mais uma vez, ninguém rouba o cetro de governo de Deus. O Império
Grego também passou e foi superado por outro mais forte e violento, o Império
Romano. O leopardo audaz foi abatido pelo “animal terrível e espantoso”
(Dn7.7).
O quarto grande animal tem aparência indescritível (7.7,23).
A semelhança do capítulo 2, o Império Romano aparece no
sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de feno e os pés, em parte de
ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano aparece na
visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse quarto
animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia nada
comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal, um monstro
mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A ca- raterística
que se destacava nesse animal era a sua força e poder de destruição. Esse
animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que estivesse à sua frente,
indicando força e insensibilidade no trato com coisas vivas (v. 23). A força
desse império foi demonstrada pela força militar que se tornou o maior
referencial da sua conquista. Esse é o império sequente que veio depois do
medo-persa.
“terrível e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus
rastros de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é cara-
terizado pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo poder
militar, o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza,
inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus Cristo. Os sofrimentos
impingidos na prisão, martírio e crucificação de Jesus revelam a força bruta
das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o
vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a
violência como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às
arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos, enquanto
a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18;At 16.36-39). Nos
tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de cristãos foram
martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma. O império se impunha
pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de ferro” que a tudo destruía
e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos dentes “fazia em pedaços”.
No versículo 23, Daniel explica e interpreta a figura desse quarto animal
representando um reino em que a crueldade seria a marca do império desde 241 a.
C. até 476 d. C. Esse império é visto
numa perspectiva escatológica, pois cremos que, mesmo que aparente e
fisicamente tenha deixado de existir, historicamente, num tempo especial ele
ressurgirá com força reunindo as forças gentílicas das nações do mundo,
especialmente, as nações adjacentes ao “Mar Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará
sua força sob a liderança do Anticristo.
“Estando eu considerando as pontas (chifres), eis que entre
elas subiu outra ponta pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução
apresenta de forma direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais
chifres no espantoso animal. Esse “chifre pequeno” representa,
escatologicamente, “o homem do pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que
surgirá num determinado tempo designado por Deus identificado como o
“anticristo”. Esse personagem aparecerá, literalmente, no “último tempo”, ou
seja, na Grande Tribulação, blasfemando contra o Altíssimo até que venha o
juízo de Deus sobre ele. Os dez chifres do quarto animal representam a força
desse terrível animal. Conforme a visão, Daniel vê sair do meio da cabeça desse
espantoso animal, entre os dez chifres um “chifre pequeno” que tem olhos e uma
boca que “fala insolências”. Falar insolências significa falar com desrespeito
às instiuições e pessoas. Significa ser desaforado e é exatamente o que o
personagem do “chifre pequeno” fazia e fará na pele do Anticristo. Esse “chifre
pequeno” surgirá entre os outros chifres do “animal terrível espantoso”, ou
seja, entre os dez reinos no último tempo como está profetizado e interpretado
por Daniel nos versículos 24 e 25, quando diz: ”E, quanto às dez pontas,
daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro,
o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras
contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os
tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e
metade de um tempo”. Esse chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último
tempo” e blasfemará contra Deus, até que lhe venha o juízo divino.
“O chifre pequeno” (7.8). Tanto em Daniel 7.8 como em
Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A relação das
profecias dadas a Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo, no Novo
Testamento, nos mostra que os dois apontam para o governante simbolizado por
esse “chifre pequeno” e que o mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca
que fala grandiosamente”. Falar coisas grandes sugere que este Líder fará
promessas políticas persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e
todo o mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim
como os discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos
com decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um
poder enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará
um pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão
escatológica de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo
Anticristo será investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular os
governos de todo o mundo naquela época. Ele dirá grandes blasfêmias contra
Detis e, arrogantemente terá uma postura zombeteira contra Deus e contra o povo
de Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz:
“Abriu a boca contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e
dos que habitam no céu”. Hoje, nosso mundo parece estar sob a síndrome desse
líder futuro que mostra os seus primeiros sinais e se não mostrou a sua cara
ainda é porque a Igreja de Cristo está na terra. Mas não há dúvida, o espírito
do Anticristo, movido pelo Diabo, está agindo e preparando o cenário mundial
para o seu advento. Os líderes atuais do planeta, para governar as nações, usam
recursos do materialismo, da idolatria, mas terão uma retórica vazia com
discursos inflamados para acusar as nações que ainda possuem um pouco de temor
a Deus. Esse líder será, sem dúvida, um líder político, mas irá explorar a
religiosidade dos seres humanos e mostrará, entre outras simulações, alguém que
terá aparência religiosa para enganar os povos religiosos do mundo, explorando
o fanatismo religioso dos povos com o objetivo de tirar proveito para
si.Vivemos tempos de rebelião e oposição contra Deus quando o Diabo prepara o
mundo para a plataforma do Anticristo.
III - O CLÍMAX DA VISÃO (7.9-14)
A escatologia está sendo abandonada por muitas igrejas e
pregadores, porque entendem que a igreja não deve se preocupar com Israel, nem
com o seu futuro. Algumas igrejas e pregadores preferem uma teologia
horizontalizada que se preocupa, essencialmente, com “o aqui e agora”, com o
“hoje”. Ensinam alguns que as profecias de Daniel e Apocalipse têm um caráter
apenas alegórico e que pode ser descartado por temas atuais. Entretanto, não
podemos descartar a importância dessas profecias que apontam para o futuro.
A visão de Tronos e do Juízo de Deus (7.9-14).
O texto diz: “forampostos uns tronos”(7.9).A partir do
versículo 9, Daniel vê uma cena de juízo da parte de Deus contra o quarto
animal, ou seja, a quarta Besta que aparece na visão com um vislumbre
escatológico para o Anticristo. Esses tronos, no plural, indicam vários juízos
aplicados nos dias da Grande Tribulação. E interessante notarmos que os tronos
de juízo aparecem simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando
todos aqueles juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos.
Esses tronos vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns personagens
especiais se assentam para julgar. O texto lembra um tribunal como a Suprema
Corte que reúne juizes para julgar. O próprio Deus, Juiz Supremo, se assenta no
seu Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs 12.19; Jó
1.6).
“o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de
dias”, ganha destaque na visão de Daniel. E uma figura humana que ilustra o
respeito pelo que Deus é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”;
muito mais que alguém respeitado pela idade, porque Deus é o Supremo Juiz, que
aparece como um “ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito
às pessoas idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras
hebraicas atiz e yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do Deus
Todopoderoso como Jiiz supremo, quem derramará seus juízos contra os reinos do
mundo que tenham se associado com o
Anticristo. Por isso, essa figura do “ancião de dias” é utilizada para
identificar a Deus como aquEle que tem autoridade e poder para julgar,
especialmente, contra o personagem daquele “pequeno chifre”.
A suia “veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e
santidade. Deus é Santo (Is 6.1-4) e está rodeado de anjos santos.
“ Um rio de fogo manava e saía de diante dele” (7.10). Como
vislumbrar a glória que envolve a majestade divina? A figura do fogo ilustra o
que Deus é: santo, puro, iluminador, purificador. A visão do profeta Isaías no
capítulo 6 do livro seu livro ilustra a glória do fogo diante do Trono de Deus.
O versículo 10 fala da santidade do “ancião de dias” que é o Pai Celestial e a relação
do seu trono com o fogo que manava do Trono para falar de pureza e justiça. As
“rodas do trono” indicam que Deus não é uma figura estática como os promulgará
a sentença final contra o quarto animal (Roma) e o Chifre Pequeno, representado
como o grande opositor dos interesses de Deus para com Israel (7.11,12).
“milhares de milhares o serviam diante dele” (7.10). Daniel
percebe que o fogo que manava e saía de diante dEle é identificado com os anjos
celestiais que o servem. Os anjos são seres espirituais que podem tomar muitas
formas, porque não possuem forma que se possa identificá-los. Na visão de
Daniel eles são chamas de fogo que se diversificam em milhares de seres que
servem ao Trono do Supremo Deus.
IV - O JUÍZO CONTRA O ANIMAL
O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre
pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o
seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de
Deus, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado
para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará
como os demais. A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como
Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma
liderança de destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua
Soberania, foram destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro
de autoridade e governo do mundo.
O apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles
dias, à semelhança da visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse
19.11,17-19: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado
sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E vi um anjo
que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam
pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus, para que comais a
carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos
cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres
e servos, pequenos e grandes, e vi a besta, e os reis da terra, e os seus
exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o
cavalo e ao seu exército”. Esse cavalo branco e seu cavaleiro de Ap 19.11 não
são os mesmos do capítulo
6.2. Lá no capítulo 6 de Apocalipse, o personagem é o
Anticristo e no capítulo 19, o personagem é o próprio Cristo, descendo do céu
para destruir o Anticristo e seus comparsas no período da Grande Tribulação.
Assim como o personagem do “chifre pequeno” de Dn 7 foi morto e destruído, o
futuro Anticristo será destruído pelo poder da vinda de Cristo. O tempo de
domínio do personagem do “chifre pequeno” terá seu fim, porque a profecia diz
que “foi lhe dada prolongação de vida até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem”
(7.13,14). Nestes dois versículos, Daniel chega ao clímax
das visões e revelações. A Palavra de Deus nunca se contradiz nem submerge com
contradição. Pelo contrário, ela se complementa, se interpreta e se aplica a si
mesma conforme as necessidades dos que servem a Deus. No versículo 13 está
escrito literalmente que o Filho do homem “vinha nas nuvens do céu”. Esta
profecia é repetida em Atos 1.9-
11, onde os anjos anunciavam que o Jesus que subiu
gloriosamente ao céu haveria de vir. Posteriormente, na revelação que Jesus deu
ao seu amado apóstolo João, a mensagem é repetida: “Eis que vem com as nuvens,
e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram”(Ap 1.7). Daniel, em sua
visão, viu esse personagem que vinha nas nuvens do céu e se identificava como
“o filho do homem”, o qual se dirigiu ao Ancião de Deus. Não há dúvida que se
tratava de Jesus, a segunda pessoa da Trindade. Este “filho do homem” recebeu a
concessão de poder e domínio sobre todas
as nações para que o servissem, porque o seu domínio seria um domínio eterno
que não passaria e seu reino não seria destruído. O título “filho do homem” tem
um sentido messiânico, porque se refere, primeiramente, à vida terrena de
Jesus. Porém, esse mesmo Jesus que foi rejeitado pelos judeus em sua primeira
vinda e que se manifestou como “o filho do homem”, virá gloriosamente e com a
aparência de “filho do homem” para desfazer o reino do Anticristo e tomar o
reino de Israel e se assentar no Trono de Davi (Zc 14.1-4). Ele receberá o
poder, a glória e o domínio sobre a terra quando descer para instalar o reino
milenial na terra. Ao introduzir o Reino de Deus na terra, em sua vida terrena,
como o Verbo divino feito carne (Jo 1.1,14) Jesus Cristo, virá a segunda vez, e
inaugurará uma nova fase do governo de Deus na terra, instalando um reino de mil
anos (Ap 20.2,6).
(7.15-17) Daniel fica perturbado com a visão e pede a Deus
que o faça entender. Um dos seres angelicais que estava presente na visão lhe
explica tudo e lhe dá a interpretação da visão.
“os santos do Altíssimo” (7.18). Quem são? Os amilenistas
que negam a literalidade do Milênio e o veem alegoricamente, isto é, não creem
na realidade são dos amilenistas, “os santos do Altíssimo” são os anjos. Na
visão milenista e pré-tribulacionista, “os santos do Altíssimo” são,
indubitavelmente, os judeus (Dn 7.21; 9.24; Ap 13.7; 17.6). Jesus Cristo, “o
filho do Homem” reinará literalmente na terra por mil anos. Esses santos são,
de fato, os judeus fiéis salvos quando o Messias voltar para reinar
literalmente. O reino milenar não é para a igreja de Cristo, mas é para os
judeus e o mundo depois da Grande Tribulação. O milênio não é mera alegoria. O
milênio será real e literal, quando Jesus Cristo tomar posse do governo do
mundo e desfazer o poder da trindade satânica constituída pelo Diabo, o
Anticristo e o Falso Profeta. Segundo o autor D. Pentecost, diz que “o
propósito original de Deus era o de manifestar sua absoluta autoridade, e este
propósito se realizará quando Cristo reunir a teocracia terrenal com o reino
eterno de Deus. Desta maneira se por uma parte o domínio teocrático terrenal se
limita a mil anos, que é tempo suficiente para manifestar o governo perfeito de Deus sobre a terra, uma
vez que seu reino é eterno e para sempre”.
(7.19-22) Nestes versículos Daniel tem o entendimento dos
quatro reis, ou seja, os quatro animais, que ressurgirão sob a égide do
Anticristo e perseguirão “os santos do Altíssmo”.
“a ponta pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra os
santos e os vencia” (7.21). Este chifre pequeno é a encarnação do Anticristo,
forte e robusto, que fará guerra contra Israel e produzirá grande sofrimento e
perda em Israel naqueles dias. Será um líder com grande domínio de massas e
politicamente atrativo e atrairá apoio das nações contra Israel. Mas seu poder
será desarraigado por um poder maior, o poder do “Filho do Homem”,Jesus Cristo
que o destruirá e tomará posse de um reino prometido, poderoso e consolidador.A
Bíblia declara que o Anticristo será, de fato, o último líder mundial antes de
Cristo, o Messias desejado e sonhado por Israel.
“o tempo em que os santos do Altíssimo possuirão o reino”
(7.22). Esse tempo será cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja,
especialmente depois do segundo período da “semana profetizada por Daniel (Dn
9.27). O “ancião de dias”, subjetivamente é Deus Pai quem declara que o tempo
da possessão do reino havia chegado. Até o final dos dias da “última semana”, o
“chifre pequeno” será quebrado para sempre. Seu reino será aniquilado. A
destruição desse rei blasfemo e déspota acontecerá inevitavelmente quando se
terá cumprido o período de três anos e meio, ou seja, o período que compreende
ao “tempo, tempos e metade de um tempo”. E, exatamente, na metade da semana da
Grande Tribulação. Esse período é identificado como o “tempo dos gentios” no
qual as nações gentílicas dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos
gentios terminará com o fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos
sete anos da Grande Tribulação.
(7.23,24) Nestes dois versículos Daniel dá a interpretação
da identidade e das ações do quarto animal que é o Império Romano. Descreve a
sua força, domínio e glória, bem como, o juízo que virá sobre esse império e a
sua destruição pelo poder da vinda de Cristo, a sua parousia com poder e glória
(2Ts 2.8 eAp 19.20).
V - O TEMPO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
“tempo, tempos e metade de um tempo” (7.25). Esse texto
aponta, literalmente, o período de tempo em que ocorrerá um grande sofrimento
no mundo, especialmente, contra Israel. Será o período quando “o chifre
pequeno”, e na linguagem do Novo Testamento o “anticristo”, firmará o concerto
com Israel por “uma semana” (Dn 9.27). Esse período ganha uma linguagem
metafórica quando fala de “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”(v. 25).
Esse período equivale a “três anos e meio”, ou a “42 meses”, ou “a 126 dias”
(Dn 12.7; 9.27; Mt 24.21,22; Ap 7.14). E interessante notar que a primeira
metade da semana de três dias e meio será de artifícios políticos do Anticristo
simulando um tipo de paz nas relações de Israel com as nações. Até que o
Anticristo quebre o pacto e comece a pressionar e perseguir a Israel, atraindo
o apoio das nações contra Israel. Então se inicia a segunda metade da semana
prescrita da Grande Tribulação. “O tempo dos gentios” será, literalmente, o
tempo do ódio mundial contra Israel. Na primeira metade dos sete anos (três
anos e meio) o Anticristo fará acordos com Israel os quais não cumprirá. Nesse
primeiro período ele exercerá poder e influência política e econômica sobre
Israel. Depois, quebrará o pacto feito e não cumprirá o acordo com Israel e
fará pressões e incitará as nações para guerrear contra Israel para destruí-lo.
Existe uma teoria, chamada midi-Tribulação e baseia esta interpretação no texto
de Mt 24.15-28, quando Jesus discursa especialmente para o povo judeu.
A Grande Tribulação não será para a Igreja de Cristo. A
igreja será, antes da Grande Tribulação, arrebatada para o céu e os mortos em
Cristo serão ressuscitados gloriosamente (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18).
Portanto, o Messias virá para Israel e para o mundo e a igreja não estará na
terra. O Messias virá para cumprir o sonho desejado e profetizado para intervir
no “poder dos gentios” sob o comando do Anticristo e assumirá o Reino sobre a
terra.
A destruição do Anticristo (7.26,27).
Até chegar a esse ponto, Cristo descerá sobre a terra
literal e visivelmente sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4). Cristo é o Messias sonhado e desejado por Israel e virá
para esse povo. Na sua vinda gloriosa e visível, especialmente para Israel
promoverá espanto no mundo inteiro. O Diabo saberá que o seu poder de
destruição do povo de Israel estará detido. O Messias, Jesus Cristo, então,
destruirá esse rei blasfemo e déspota, o Anticristo, e assumirá com autoridade
o governo do povo de Deus naqueles dias e iniciará seu governo milenar na
terra. Desse modo terá cumprido o período dos “três anos e meio” da segunda
metade da semana de Daniel (Dn 9.27). Alguns historiadores preferem interpretar
esse período como tendo o seu cumprimento no ano 70 d.C, mas esquecem que é no
fmal do período do domínio do “pequeno chifre” que o reino será dado aos santos
do Altíssimo, o povo de Israel. Não há o que duvidar! Depois de tudo isso se
estabelecerá o reino do Messias. Não há dúvidas, também, de que a igreja de
Cristo não estará na terra nesse período, porque será arrebatada antes que
inicie o tempo da Grande Tribulação.
“E o reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de
todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo” (7.27). O Anticristo
não poderá resistir ao poder daquEle que é mais poderoso do que ele, que é o
Senhor Jesus Cristo o qual destruirá ao Anticristo e tomará o seu domínio e o
passará aos “santos do Altíssimo” que são israelitas naqueles dias. O
Anticristo será destruído pelo fogo ( Dn 7.11) e será lançado no Geena (o Lago
de fogo) para sempre (Ap 19.20). A Bíblia diz que ele será destruído pela força
da vinda do Messias (2 Ts 2.8). A vitória final contra as forças do mal será
culminada com o triunfo de Cristo Jesus (Dn 7.27).
O início do Reino de Cristo no Milênio (7.28).
O reino do quarto animal, representado pelo “chifre pequeno”
que é um antítipo do “filho da perdição”, do “homem do pecado”, do anticristo,
cujas nominações se referem ao mesmo personagem, será desfeito e prevalecerá o
Reino de Cristo sobre a terra. A batalha do Armagedom que acontecerá no fmal da
“semana de Daniel”, quando as nações da terra estarão sob o comando do
Anticristo pisando e tentando destruir totalmente a Israel, o Senhor Jesus
Cristo virá para interferir naquela guerra e obterá grande vitória contra o Diabo, seus anjos e os
comandos do Anticristo. Ele, Jesus Cristo, tomará o comando das nações e
reinará e estabelecerá seu reino milenar, e então, o domínio e a majestade dos
reinos do mundo serão dados ao povo dos “santos do Altíssimo”(Ap 10.7).
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