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sexta-feira, 23 de maio de 2014

COMENTARIO BIBLICO - GENESIS CAPITULO 01


GÊNESIS 01

1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
1.1 Deus é o Criador de todas as coisas. Desde o começo no Livro de Gênesis, a poderosa luz da revelação focaliza o Todo-Poderoso. Ele é o Princípio, a Causa, a Fonte de tudo o que existe. Ele criou todas as coisas e as pessoas que tinham de se encaixar em Seu plano para os séculos. Todo o material necessário para Sua obra posterior, Ele o criou milagrosamente.

No principio (ber'shith). O autor leva o leitor para além do limite do tempo, para a eternidade insondável, embora lhe faltem palavras quando procura dar uma idéia do estado de coisas antes do limite do tempo. Ele não dá uma indicação de data tangível para este princípio. Sua narrativa retrocede no tempo que precede o calendário dos acontecimentos.

Criou Deus. A sublime certeza da revelação baseia se nesta grandiosa afirmativa. Deus o fez. Neste DEUS estão reunidos todos os poderes da eternidade e da infinidade.

2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.
1.2 A terra, porém, era sem forma e vazia. (tôhú wâbôhû). O inspirado autor rapidamente volta sua atenção para a terra, pois sua história se relaciona com os planos e provisões divinas para a vida humana neste planeta. Ele descreve a terra em seu estado incompleto. Havia plenitude de material à disposição para cada obra que Deus planejou criar, embora em estado caótico – ermo, vazio, escuro. Seis dias cheios de criatividade fariam mudanças fenomenais. O propósito de Deus não poderia ser satisfeito até que Seu toque milagroso fizesse algo com este caos. Até mesmo as trevas (freqüentemente associadas, nas Escrituras, com o mal) seriam subjugadas a Sua vontade.

O Espírito de Deus pairava (rúâh. . . merahepet). As palavras descrevem a presença de Deus, transmissora de energia, envolvendo e acariciando o caos e a terra incompleta enquanto se preparava para completar a Sua criação. Como uma devotada ave à volta do seu ninho, Ele se movia prodigalizando o Seu amor ao mundo recém-criado. Pairando como águia sobre o abismo primordial, o poderoso Espírito prepara a terra para habitação humana. John Sailhamer conecta o papel do Espírito em edificar o templo cósmico de Deus (cf. Sl 104.1-3) com o ato do Espírito em encher Bezalel para construir seu tabernáculo na terra (Êx 31.1-5).

3 Disse Deus: haja luz. E houve luz.
1. 3 Disse Deus: Haja luz. O autor apresenta a primeira palavra criativa de Deus. Com facilidade incrível e ação deliberada, o Deus onipotente criou a luz. Ele enunciou a Sua palavra, e instantaneamente Sua vontade foi realizada (Sl. 33:6, 9). A luz foi a resposta de Deus ao domínio das trevas. Foi a primeira ação positiva do Senhor para concluir seu integral programa da criação. Sem ela, os passos seguintes seriam sem significado. O Apóstolo João nos conta que "Deus é luz" (1 Jo. 1:5). No estado negativo entra a palavra de Deus que estabelece a luz no meio das trevas, terra no meio do mar, ar no meio da água e, como resultado, o mundo inabitável se torna o marcante cenário da criação.

Haja. A palavra de Deus tem o poder de trazer à existência o que não existia (Hb 11.3). A vontade de Deus é irresistível, realçada pelo imperativo divino.

Luz. Luz simboliza vida e bênçãos de várias espécies (cf. Sl 19.1-6; 27.1; 49.20 [Eng. 19]; 97.11). Visto que o sol só mais tarde é introduzido como a causa imediata da luz, a cronologia do texto enfatiza que Deus é a fonte última da luz. A descronologização provavelmente funcione como uma polêmica contra as religiões pagãs, que cultuam a criação ou criaturas, não o Criador de quem a criação depende.

4 Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.
1.4  E viu Deus que . . . era boa. Quando o Criador olhou para o produto de Sua vontade, encontrou-o perfeitamente completo e admirável; ficou satisfeito. Esta declaração foi feita sete vezes. Cada um dos atos criativos de Deus era perfeito, completo, agradável, satisfatório. É bom lembrar que esta foi a mesma luz que o homem vê e desfruta hoje. Viu. Esta é uma metáfora para a percepção espiritual de Deus.

Bom [fob]. Embora as cascas de ovo do estado pré-criado, trevas e oceanos do abismo, estejam ainda presentes, podem agora ser chamadas “bom” (isto é, benéficas e desejáveis), porque são limitadas pela luz e terra, respectivamente, e servem a tarefas úteis (Sl 104.19-26). A criação é imbuída com a bondade de Deus.

Separados. Este termo denota a separação do que não se pertence, bem como a separação dos componentes de uma tarefa particular. Luz e trevas – como águas acima e abaixo do firmamento – não se pertencem e têm tarefas distintas.

5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
1.5 Tarde e manhã. No livro de Gênesis, a tarde sempre precede a manhã. A criação da luz acabou com o reino das trevas e começou o primeiro dia.

6 E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
1.6 Firmamento (expansão) no meio das águas. A palavra hebraica râquî'a representa algo que foi batido ou pressionado para cobrir uma superfície extensa. O escritor sugere aqui uma expansão acima da terra retendo grandes reservatórios de água a serem soltos para a chuva.

7 Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi.

8 Chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.

9 E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi.

1.9 Apareça a porção seca. Em um certo ponto, a água cobria tudo. No terceiro dia, contudo, o Senhor criou a terra e o reino vegetal. Por meio do Seu divino poder fez a terra emergir de dentro da grande massa de águas e formou a porção seca (cons. Sl. 104:6-8; Jó 38:8-11). Do solo, sob ordem expressa de Deus, brotou vegetação viva, e logo cobriu a terra com beleza e providenciou alimento para as criaturas vivas.

10 Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom.
11 E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi.

1.11. Que a terra produza. A terra é o agente através do qual Deus media seu poder gerador. A assim chamada “natureza” é mediada pelo poder e vida de Deus. Não há justificativa para deificá-la como “Mãe Natureza”.
Segundo suas várias espécies. Todas as espécies criadas seguem o desígnio-mestre de Deus e a propósitos determinados. A vegetação serve como alimento para as formas mais elevadas de vida (1.29, 30).

12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.
1.12. bom. Com os sistemas que sustentam a vida em vigor, Deus avalia a criação e duas vezes a declara boa (1.10, 12).

13 E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
14 E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;
1.14 Haja luzeiros. A palavra hebraica mêôrôt descreve os luminares ou instrumentos de luz. Por meio desses luminares, a terra recebeu a luz necessária para sustento da vida. Eles deviam governar o dia e a noite (v. 16), servirem de sinais para as estações e dar luz à terra. A narrativa torna fato que Deus os fez e então os colocou no devido lugar. De acordo com o esquema divino, o sol, a luz e as estrelas, todos foram criados para a execução de Sua vontade específica.
Sinais para marcar as estações. O hebraico lê literalmente: “para sinais e para estações.” Os luzeiros distinguem uma ordem divina abrangente para as estações sacras de Israel, não o zodíaco ou astrologia.
15 e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi.
16 Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.

1.16. dois grandes luminares. Esta expressão serve como um ponto polêmico contra as principais divindades de um panteão pagão (ver Jr 10.2). Enquanto nos mitos do antigo Oriente Próximo o sol e a lua são as principais divindades, aqui são objetos sem nome designados por um Deus Criador para servirem à humanidade.
As estrelas. A menção leve e quase passageira das estrelas pode ter uma função polêmica, visto que os povos do antigo Oriente Próximo amiúde criam que as estrelas dirigiam os destinos das pessoas.

17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra,
18 para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
20 E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.

1.20 Povoem-se as águas de enxames de seres viventes. Este versículo descreve o aparecimento súbito de hostes de peixes e seres alados. Tinham o propósito de fornecer outra demonstração visível do poder do Criador. Com o seu aparecimento, havia vida e também atividade sobre a terra. E havia, além disso, uma sucessão infinita de criaturas vivas, todas feitas pela poderosa mão de Deus. A água não tem o poder de geração espontânea. Ela produz vida somente através da palavra eficaz de Deus.
21 Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.

1.21 Grandes animais marinhos (E.R.C., grandes baleias). Literalmente, animais estirados que rastejam, ou deslizara sobre a terra, dentro ou fora da água, tais como as serpentes, enguias, peixes e lagartos.

22 Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a terra.
1.22 O Senhor pronunciou sobre eles a Sua bênção e ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem. O progresso da atividade criadora de Deus subia na direção da criação do homem. Esta palavra significa ser plenificado com a potência da vida para vencer a derrota e a morte. Deus abençoa as criaturas para a procriação, a despeito da morte.

23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
24 E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.

1. 24. Gado ... Animais selváticos. O contraste entre animais domesticados e selvagens distingue gado de carnívoros. A frase hebraica para “animais selváticos” é a mesma que temos em Jó 5.22; Salmo 79.2; Ezequiel 29.5; 32.4; e 34.28.
25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.
1.25. Deus ... bom. É notável a ausência da bênção nos animais terrestres. Não podem exercer domínio sobre a humanidade, a qual é abençoada para governá-los. Os peixes e as aves, contudo, recebem bênção, visto que habitam diferentes esferas e não constituem ameaça às pessoas.

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.
1.26 Façamos o homem. O momento supremo da criação chegou quando Deus criou o homem. A narrativa apresenta Deus convocando a corte celestial, ou dos outros dois membros da Trindade, a fim de que toda a atenção fosse dada a este acontecimento. Alguns comentadores, entretanto, interpretam o plural como um "plural de majestade", indicando dignidade e grandeza. A forma plural da palavra Deus, Elohim, pode ser explicada mais ou menos da mesma forma. O Senhor está representado concedendo atenção fora do comum a um assunto cheio de muito significado. O “haja” impessoal (ou seus equivalentes) dos sete atos criativos anteriores é substituído pelo “façamos” pessoal. Somente na criação da humanidade é anunciada de antemão a intenção divina. A fórmula “e assim se fez” é substituída por uma bênção tríplice. Nestas formas, o narrador põe a humanidade mais perto de Deus do que o restante da criação

27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
1.27. Assim Deus criou ... Este versículo é o primeiro poema na Bíblia. A mudança para poesia realça a criação divina da humanidade como a portadora da imagem de Deus. A verdade expressa aqui envolve todo o Gênesis. A única repetição da palavra “criar” (B*r*A) intensifica este ato significativo. A humanidade é singularmente formada pela mão de Deus.

28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.
1.28. abençoou. Três vezes Deus abençoa a humanidade, e é esta bênção que capacita a humanidade a efetuar seu duplo destino: procriar a despeito da morte e governar a despeito dos inimigos. E lhes disse. A bênção é singularmente dada à imagem de Deus na forma de discurso direto.
Sejam frutíferos e cresçam em número; encham a terra e a dominem. À humanidade é dada um duplo mandato cultural: encher a terra e governar a criação como reis benevolentes (Gn 9.2; Sl 8.5-8; Hb 2.5-9).

29 Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.
30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.

1.30. Eu dei. As criaturas são totalmente dependentes da graça de Deus.
31 E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

1.31 Muito bom (tôb meôd). Quando o Senhor olhou para o resultado final de seus atos criadores, expressou deleite peculiar e satisfação extrema. Tudo no universo, desde a maior das estrelas até a menor das folhinhas, produziu alegria no Seu coração. Era uma linda sinfonia. A satisfação do Criador aqui se expressa em linguagem concisa ainda que vívida. Esta é uma avaliação divina da criação total anterior à queda.

Elaborado pelo Evangelista; Natalino dos Anjos
Com pesquisas de Comentários.

 

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