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domingo, 2 de fevereiro de 2014

A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL NO DESERTO ATÉ O SINAI - LIÇÃO 06 COM SUBSIDIOS

Lições biblicas da CPAD – Jovens e Adultos
1º Trimestre de 2014
Título – Uma Jornada de Fé – A Formação do povo de Israel e sua herança Espiritual.
Comentarista: Antonio Gilberto

Lição 6 – A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL  NO DESERTO ATÉ O SINAI
9 de Fevereiro de 2014

TEXTO ÁUREO
"os fins dos séculos"Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados 
(1 Co 10.11).

VERDADE PRÁTICA
Os erros e pecados de Israel servem-nos de alerta para que não venhamos a cometer os mesmos enganos.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 15.4 A Bíblia toda nos ensina
Terça - Hb 2.1-3 Vigiemos em todo o tempo
Quarta - Hb 12.1,2 O crente e a carreira cristã
Quinta - Rm 9.28 Deus cumpre fielmente a sua Palavra
Sexta - Cl 2.16,17 Sombras do Antigo Testamento
Sábado - Hb 13.17 Obediência em Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 19.1-6; Números 11.1-3

INTERAÇÃO

Deus libertou Israel da escravidão. Livre, o povo de Deus iniciou a sua jornada rumo à Terra Prometida. O percurso escolhido pelo Senhor não foi o mais fácil, porém, com certeza foi o melhor para os israelitas naquela ocasião, pois eles não estavam preparados para enfrentar o inimigo. Deus é fiel e sempre cuidou com zelo do seu povo, todavia, os israelitas a cada dificuldade sempre murmuravam contra o Senhor. Nesta lição, veremos a chegada do povo de Deus ao deserto de Sur, sua passagem por Mara e Elim até a chegada ao Sinai. O povo precisava ser lapidado e o deserto foi uma escola para os israelitas. Os hebreus tropeçaram muitas vezes até chegarem a Canaã, contudo Deus nunca os abandonou. O Senhor é fiel!

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a peregrinação de Israel pelo deserto.
Saber como foi a chegada e a permanência no monte Sinai.
Conscientizar-se de que a idolatria é pecado.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o mapa abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos a trajetória dos israelitas até o Sinai. Explique que Deus conduziu o povo até o deserto de Sur (Êx 15.22). Depois eles partiram em direção a Mara, onde as águas eram amargas. Depois os israelitas se deslocaram em direção a um oásis chamado Elim. Mostre que o povo estava seguindo em direção ao Sinai.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores, vimos que a expressão "ouve filho meu" soa como um Há muitos crentes que fazem a seguinte indagação: "Por que estudar as lições do Antigo Testamento, sendo nós cristãos da Nova Aliança?" A resposta a esta pergunta se encontra na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 10, versículos 1 a 12. Os fatos do Antigo Testamento são  como figuras (1 Co 10.6,11), nos  alertando para que não venhamos a cometer os mesmos erros que o povo de Deus cometeu no passado. Então, estude com afinco cada lição deste trimestre e jamais siga os caminhos da desobediência, rebeldia e idolatria trilhados por Israel no deserto.
Na lição de hoje, estudaremos a caminhada do povo de Deus até o Sinai. Veremos como Deus guiou e sustentou seu povo que foi infiel, murmurador e idólatra. O Senhor permaneceu fiel e cuidando dos israelitas. 

I. - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1. Israel chega a Mara (Êx 15.23). O povo de Deus estava finalmente livre dos egípcios e começava sua caminhada pelo deserto a caminho de Canaã. Depois da travessia do Mar Vermelho os israelitas foram conduzidos por Moisés até o deserto de Sur. Eles andaram três dias pelo deserto e as águas que encontraram em Mara eram impróprias para beber. Descontente, o povo começou a murmurar contra Moisés. Na verdade eles não estavam reclamando de Moisés, mas de Deus (Êx 16.7,8). Muitos podem pensar que estão reclamando do seu líder, mas na verdade estão reclamando contra aquEle que delegou autoridade ao líder: Deus. A murmuração é uma característica negativa daqueles que não confiam no Senhor. Moisés confiava na providência do Pai. Então ele orou e Deus lhe mostrou um lenho. Moisés jogou o lenho nas águas e elas se tornaram boas para o consumo. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, "assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhes as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida".
Israel era uma massa de gente briguenta e sem fé que precisava ser lapidada pelo Senhor para que se transformasse em uma nação santa. A lapidação veio com as provações rumo ao monte Sinai.

2. Rumo ao Sinai (Êx 16.1). Depois de Mara os israelitas foram para Elim e em seguida para o deserto de Sim, que ficava entre Elim e Sinai (Êx 19.1,2). Esse é um lugar inóspito, repleto de areia e pedra, porém um local perfeito para Deus tratar do seu povo. Diante das dificuldades o povo volta a murmurar e quer mais uma vez retornar ao Egito (Êx 16.2,3). Mas Deus é bom e misericordioso. Ele mais uma vez supriu as necessidades do seu povo. Talvez você esteja sendo também provado pelo Senhor. Este é um momento difícil, mas em vez de murmurar adore ao Senhor. Você, assim como Israel, verá o sobrenatural de Deus em sua vida. No deserto de Sim, Deus envia o maná ao seu povo. O maná não foi um fenômeno natural, como alguns cogitam. Foi uma provisão especial de Deus. Esta provisão apontava para Jesus, o Pão Vivo que desceu do céu (Jo 6.31-35).  
Deus sustentou seu povo através do deserto não somente com pão, mas também com carne e água. Em Refidim, Deus fez água jorrar da rocha (Êx 17.1-7). Ele é o nosso provedor (Sl 23.1). Tudo que temos vem do Senhor, por isso devemos ser gratos a Ele pela provisão. Depois de partir de Refidim, o povo, sob a orientação de Deus, caminhou até o monte Sinai, onde os israelitas receberam a lei do Senhor.

SINOPSE DO TÓPICO (1)
Os hebreus foram lapidados mediante as provações que tiveram que enfrentar no deserto.

II. - ISRAEL NO MONTE SINAI

1. O monte Sinai (Êx 19.2). Este é um lugar especial para todo o povo de Deus. Ali Deus revelou-se de modo especial a Moisés e a Israel e lhe entregou os Dez Mandamentos. Ali os israelitas tiveram a revelação da glória e da santidade do Todo-Poderoso. Tiveram também a revelação da sua natureza, da sua lei, da expiação do pecado, da vontade divina e do seu culto. Todo o livro de Levítico, que trata do ministério e do culto ao Senhor, teve o seu desenrolar no acampamento do Sinai, ao pé do monte.
A distância do Sinai a Canaã é de quase 500 quilômetros, e seria percorrida em um curto prazo pelos israelitas, mas infelizmente levou 38 anos. A demora decorreu como parte do julgamento divino dos pecados de incredulidade, murmuração, rebelião e desvio dos israelitas (Dt 2.14,15).

2. A permanência no Sinai. No Sinai, Israel permaneceu, conforme as determinações do Senhor a Moisés, cerca de onze meses. Durante sua permanência ali, Israel caiu no abominável pecado da idolatria do bezerro de ouro (Êx 32.1-8,25). Com a idolatria veio a obscenidade, a imoralidade e a prostituição. Este horrível pecado de Israel é mencionado várias vezes através da Bíblia, sempre de modo infamante como em 1 Coríntios 10.7: "Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar." Apesar de Israel ter falhado, o eterno propósito salvífico de Deus não falhou (Ef 3.11).

SINOPSE DO TÓPICO (2)
O monte Sinai é um lugar especial para todo o povo de Deus. Ali, Deus revelou-se de modo especial a Moisés e a Israel e lhes entregou os Dez Mandamentos.

III. - A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS
1. O bezerro de ouro (Êx 32.2-6). Moisés e Josué subiram ao monte Sinai para se encontrar com o Senhor e receber dEle as tábuas da Lei. Ali eles ficaram muitos dias, e o povo, com pressa em saber notícias, começou mais uma vez a reclamar e a especular a causa da demora de Moisés e Josué. Não levou muito tempo para que uma grande confusão fosse formada. O povo, liderado por Arão, pecou deliberadamente contra o Senhor construindo um bezerro de ouro para ser adorado. Diversas passagens bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico (Lv 17.7). Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem Deus elegeu como seu povo peculiar aqui na terra.

2. Cuidado com a idolatria. A Palavra de Deus em 1 João 5.21 nos adverte: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!". O crente deve estar vigilante contra a idolatria. Muitos pensam que idolatria é somente adorar a imagens de escultura. Todavia, um ídolo é tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus na vida humana. Alguma coisa tem ocupado o lugar do Senhor em seu coração? Peça a ajuda do Pai e livre-se imediatamente de toda idolatria. O apóstolo Paulo adverte a igreja de Corinto para não se envolver com a idolatria, como o povo de Israel no deserto (1 Co 10.14,19-21).

3. A idolatria no coração. O profeta Ezequiel adverte-nos sobre isso em 14.2-4,7 do seu livro. O primeiro mandamento do Eterno em Êxodo 20.3, ordena: "Não terás outros deuses diante de mim". Israel, antes de ser liberto e resgatado da escravidão do Egito, pecou contra o Senhor, adorando a falsos deuses (Is 24.2,15; Gn 35.2,4). Deus conhece o coração do homem e sabe da sua propensão à idolatria. Precisamos vigiar, pois somente Deus deve ser único dominador e rei em nosso coração.

SINOPSE DO TÓPICO (3)
Os israelitas, liderados por Arão, pecaram deliberadamente contra Deus ao fundirem o bezerro de ouro.

CONCLUSÃO
O Salmo 106 relata os tropeços de Israel a caminho de Canaã, e a sublime história da infinita misericórdia de Deus para com eles. Deus é fiel! Israel pecou e cometeu muitos erros, porém os planos do Senhor em relação a Israel e a toda humanidade não foram frustrados. Como crentes devemos repudiar toda forma de idolatria, entronizando a Deus como único Senhor em nossos corações e mentes.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Bibliológico
"O povo murmurou contra Moisés
A liderança é cara, porque a culpa pela adversidade recai nos líderes. Essas pessoas sabiam que Moisés era homem de Deus; por isso, o pecado também era contra Deus. Grandes experiências com Deus não curam necessariamente o coração mau e queixoso. A murmuração cessa apenas quando crucificamos o eu e entronizamos Cristo somente (Ef 4.31,32).
A única coisa que Moisés poderia fazer era clamar ao Senhor. Não há dúvida de que teria fornecido água potável em resposta à fé paciente de Israel, se tivessem permanecido firmes. O Senhor às vezes satisfaz nossos caprichos em detrimento da fé. Aqui, as águas se tornaram doces, quando Moisés lançou um lenho nelas, mas a fé de Israel continuou fraca. Desconhecemos método natural que explica este milagre.
Deus usou esta ocasião para ensinar uma lição a Israel, dando-lhes estatutos e uma ordenação. Se as pessoas ouvissem a Deus e obedecessem inteiramente à sua palavra, elas seriam curadas de todas as enfermidades que Deus tinha posto sobre o Egito. Assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhe as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida. Deus queria tirar o espírito de murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte" (Comentário Bíblico Beacon. vol 1. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p. 175).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio Bibliológico
"Maná
A palavra ocorre pela primeira vez em Êxodo 16.31. Em outra passagem no AT, todas as versões inglesas traduzem uniformemente a palavra heb. como 'maná', o que é meramente uma transliteração aproximada; mas em Êxodo 16.15 o termo é traduzido como uma pergunta. 'Que é isto?' Evidentemente quando os israelitas o viram pela primeira vez no chão, o apelidaram de 'O que é?', ou de forma coloquial 'Como se chama isto?', o que parece ser o significado literal com referência à qualidade misteriosa do pão divino. O maná era pequeno, redondo e branco (Êx 16.14,31). Guardado para o dia seguinte ele comumente 'criava bichos e cheirava mal' (Êx 16.20). Derretia quando exposto ao sol quente. Deveria ser apanhado diariamente, pela manhã, um ômer por pessoa. No sexto dia o povo deveria juntar o dobro, para prover para o sábado, quando nenhum maná seria dado. Neste caso ele não criava bichos, nem cheirava mal durante o sábado.
Um pote de maná foi apanhado e mantido como memorial desta miraculosa provisão do Senhor para os israelitas ao longo dos 40 anos no deserto (Êx 16.32-35). Mais tarde, um pote de ouro de maná foi colocado dentro da arca no Tabernáculo (Hb 9.4)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.75).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

COHEN, Armando Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão

CPAD, nº57. p.39.



SUBSIDIOS 001

ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
II. ISRAEL VAI PARA O SINAI. Capítulos 15:22—18:27
Deus conduziu Israel ao deserto, um lugar muito quente, estéril e vazio. Não havia água nem alimentos suficientes. Ali estiveram os israelitas em perigo de morrer de fome e de sede; em perigo de ser atacados pelas tribos aguerridas e ferozes. As dificuldades da caminhada no deserto são maiores do que podemos imaginar. Toda a viagem por ali terá sido muito penosa. Por que Deus os guiou por semelhante região? Deus tinha vários propósitos que concretizar:

a) Deus colocou os israelitas na escola preparatória do deserto, a fim de que as provações os disciplinassem e adestrassem para conquistarem a terra prometida. Ainda não estavam em condições de enfrentar as hostes de Canaã, nem desenvolvidos espiritualmente Para servir ao Senhor uma vez que entrassem. Embora tenham sido libertados da escravidão, ainda tinham espírito de escravos, isto é, demonstravam traços de covardia, murmuração e rebeldia.

b) Deus desejava que os israelitas aprendessem a depender inteiramente dele. Desde o momento em que Israel partiu do Egito, Deus começou a submetê-lo a uma série de provas, tendo em vista desenvolver e fortalecer a sua fé. Não havia água nem alimentos. A única maneira de conseguir estas coisas era recebê-las do Senhor. O deserto era uma praça de esportes onde se podia desenvolver os músculos espirituais.

c) Deus conduziu-os ao deserto para prová-los e trazer à luz o que havia em seus corações (Deuteronômio 8:2,3).  Obedecer-lhe-iam ou não? As provas e aflições no deserto demonstrariam se os hebreus creriam ou não na onipotência, no cuidado e no amor de Deus.
O apóstolo Paulo referiu-se às experiências de Israel no deserto como elementos que nos servem de exemplo e de advertência a fim de que não caiamos nos mesmos erros (I Coríntios 10:1-13).

Provações no deserto. Capítulos 15:22—17:16
1. Desilusão em Mara; a árvore que tornou doces as águas:
Capítulo 15:22-27. Decorridos três dias de viagem pelo deserto de Sur, os israelitas chegaram finalmente às fontes de Mara.  Todavia, quão grande foi sua desilusão! As águas eram amargas. Imediatamente o povo começou a queixar-se, porém Moisés clamou a Deus. Eles não perceberam que Deus "ali os provou". Não existe nenhuma prova de que a árvore que foi lançada nas fontes tivesse a propriedade de tornar potáveis as águas. Deus tornou-as doces. O milagre não somente mostrou que Deus tinha cuidado de seu povo mas também simbolizou no começo desta viagem que o Senhor adoçaria as amargas experiências futuras se os israelitas buscassem sua ajuda. Várias lições podem ser encontradas no relato:

a) Às vezes, depois de alcançar grandes vitórias, como na travessia do mar Vermelho, vêm as experiências amargas.

b) De igual maneira, assim como há épocas de severas provações, também há "tempos de refrigério" na presença do Senhor (Atos 3:19). Após a saída de Mara chegaram a Elim onde havia água em abundância e também palmeiras.

c) As provas oferecem uma solução muito acessível. Que significa a árvore lançada na água? Assemelha-se ao poder da cruz, não só porque redime, mas porque tem semelhança de uma vontade submissa a Deus. Ao aceitar as provas como permitidas por Deus, as amargas experiências tornam-se doces.

d) A experiência de Mara deu a oportunidade de revelar-se outro aspecto do caráter de Deus por meio de um novo nome: Jeová Rafa, ou seja, "o Senhor que te sara". Deus prove cura. Como a mãe ama a seus filhos por inclinação natural, assim Deus cura a seu povo, pois está em sua natureza curar. Deus é a saúde de seu povo. Se lhe obedecessem, não traria ele nenhuma das enfermidades mediante as quais julgou os egípcios.

2. A fome e o maná: Capítulo 16.
Os israelitas sentiram fome no deserto e começaram a expressar de novo seus queixosos lamentos. Esquecendo-se da aflição no Egito, queriam voltar para onde tinham alimento em abundância.
As queixas eram dirigidas contra Moisés, porém em realidade murmuravam contra o Senhor (16:8). Deus retribuiu-lhes o mal com o bem (II Timóteo 2:13); proveu codornizes e maná.
Grandes bandos de codornizes em suas viagens migratórias atravessam com freqüência o mar Vermelho e a península do Sinai. Esgotadas pelo longo vôo sobre o mar, às vezes grandes quantidades delas caem e são fáceis de caçar. Deus levou-as ao acampamento dos israelitas nesta ocasião e somente uma vez mais na marcha através do deserto ocorreu este fato (Números 11:31, 32).
De modo natural Deus providenciou as codornizes, porém a provisão de maná foi um fato completamente milagroso. Chovia pão do céu (16:4). Durante a peregrinação no deserto o maná caía todas as noites, juntamente com o orvalho. Era moído em moinhos ou em grais e cozido em panelas para fazer pão. A ração diária era de um gômer (3,7 litros) por pessoa.
Destacam-se alguns ensinos:

a) Deus deseja ensinar a seu povo, por meio do maná, a confiar nele como provedor de seu sustento diário e a não se preocupar com o dia de amanhã. Deus provia cada vez para apenas um dia, exceto na véspera do sábado. Nunca falhou com seu povo nos quarenta anos de peregrinação.

b) Por meio do maná Deus quis ensinar a seu povo a não ser preguiçoso nem a varo. Embora o maná fosse uma dádiva do céu, cada família tinha de fazer sua parte recolhendo o maná todas as manhãs. Ao avaro que recolhia muito mais do que necessitava, nada lhe sobrava (16:18)

c) Deus desejava ensinar os hebreus a obedecer-lhe, por isso lhes deu normas para recolher o maná. Se por incredulidade ou avareza um hebreu guardava maná para o dia seguinte, o pão do céu bichava e apodrecia. Ou se passava por alto a ordem de recolher uma porção dobrada na sexta-feira, jejuava forçosamente no dia de descanso porque nesse dia não caía maná do céu. Desse modo Deus provou a seu povo (16:4) e o preparou para receber a lei.

d) O maná é um símbolo profético de Cristo, o pão verdadeiro (João 6:32-35). Assim como o maná, Cristo, que veio do céu, tem de ser recolhido ou recebido cedo na vida (Êxodo 16:21; II Coríntios 6:2), tern de ser comido ou recebido pela fé para tornar-se parte da pessoa que o come. O maná era branco e doce; da mesma maneira Cristo é doce e puro para a alma (Salmo 34:8). Por sua vez, Cristo não dá vida a uma nação durante quarenta anos somente, mas a todos os que crêem ele dá a vida eterna.

3. A sede e a rocha de Horebe: Capítulo 17:1-7.
Em vez de aprender a suportar as dificuldades, os israelitas murmuravam ainda mais. Os perigos, as aperturas e desconfortos parecem aumentar a irritação, a agitação e a ira. Chegados a Refidim onde esperavam encontrar um grande manancial, desiludiram-se. A falta de água causou sofrimento cuja severidade podemos avaliar, mas isto não pode justificar a reação dos israelitas. Estavam prestes a apedrejar Moisés, e em sua incredulidade provaram a Deus. Desconfiavam do cuidado do Senhor e com sarcasmo falaram a respeito da presença do Senhor no meio deles (17:7) a qual se manifestara a eles de modo tão patente na coluna de nuvem e na coluna de fogo e em seus livramentos no passado. Por isto se deu ao lugar o nome de Massa (Prova) e Meribá (Contenda). O líder levou consigo os anciãos de Israel a fim de que presenciassem a fonte milagrosa e dela dessem testemunho. O apóstolo Paulo disse: "e a pedra era cristo" (I Coríntios 10:4). A rocha de Horebe é uma figura profética de Cristo ferido no Calvário, e a água o é do Espírito Santo que foi dado depois que Jesus foi crucificado e glorifiçado. Decorridos mais de mil anos, Jesus, no último dia da festa dos tabernáculos provavelmente observou os sacerdotes despejando água de seus vasos de ouro no recinto do templo de Jerusalém, pois assim celebravam o abastecimento sobrenatural de água na peregrinação de Israel pelo deserto. De repente, Jesus clamou: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. . . E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (João 7:37-39). Ele vê a humanidade como se ela estivesse em um deserto espiritual e só ele pode satisfazer a sede da alma humana. Como Moisés teve de ferir a rocha só uma vez e a água continuava manando, assim a ira de Deus feriu a Cristo uma vez e a corrente do Espírito ainda flui.

ISRAEL NO MONTE SINAI
Capítulos 19—40.

EXODO  19.1 DESERTO DE SINAI. O cap. 19 relata como Deus estabeleceu seu concerto com o povo de Israel no monte Sinai. É uma continuação do concerto de Deus com Abraão e com seus  descendentes (ver Gn 15.6,18 notas; 17.7; 22.18).

(1) Esse concerto basea-va-se na reconciliação de Israel com Deus, já ocorrida, e na sua comunhão contínua com Ele. Definia as  condições segundo as quais Israel continuaria sendo a possessão preciosa e querida de Deus, continuaria na sua bênção e executaria a sua vontade para a nação (ver Gn 12.2,3; 26.4).

(2) O  desígnio de Deus era que Israel fosse um povo ímpar, escolhido e separado para Ele, para o propósito já mencionado. O povo devia corresponder em obediência e gratidão a Deus e procurar  obedecer aos seus mandamentos, além de oferecer os sacrifícios determinados no concerto com Deus. Como resultado, os israelitas continuariam sendo o povo especial de Deus (cf. Am 3.2;  9.7) um reino de sacerdotes, santos e puros (ver v. 6)

EXODO  19.4 COMO VOS LEVEI SOBRE ASAS DE ÁGUIAS. Assim como a águia-mãe põe os filhotes sobre as asas, para evitar sua queda fatal enquanto aprendem a voar, assim também Deus estava  cuidando de Israel e trazendo-o, não apenas ao Sinai, mas a si mesmo (Dt 32.11; Is 43.1-4). A expressão acima demonstra o amor de Deus por Israel e serve como base da sua obediência a Ele  e das suas obrigações diante dEle, segundo o concerto.

EXODO  19.5 SE DILIGENTEMENTE OUVIRDES A MINHA VOZ. A eleição contínua de Israel como o povo de Deus dependia da condição prévia desse povo obedecer-lhe como seu Senhor. Este fato  aparece na forma condicional se... então deste versículo. E Deus esperava que essa obediência, tão essencial para Ele cumprir seus propósitos futuros para com o seu povo (vv. 5,6), partisse de corações cheios de gratidão, reconhecendo o seu amor e cuidado por eles, revelados principalmente quando Ele os redimiu do Egito (ver Dt 6.5). O princípio da obediência a  Deus é também um elemento essencial em nosso relacionamento com Cristo, no novo concerto (ver Jo 8.31; 14.21; Rm 4.12; Hb 3.7-19).

EXODO  19.5 PROPRIEDADE PECULIAR. Israel seria a possessão preciosa do próprio Deus (Dt 4.10; Am 3.2; 9.7). Conquanto todas as nações respondem perante Deus como seu Criador, Israel teria um relacionamento muito especial com Deus, porque Ele era seu Redentor. Esse propósito para Israel prenunciava o propósito de Deus para a igreja (1 Co 3.16; Tt 2.14; 1 Pe 2.5,9).

EXODO  19.6 UM REINO SACERDOTAL E O POVO SANTO. Como parte do propósito de Deus para os israelitas ao tirá-los do Egito, eles deviam ser um reino sacerdotal (i.e., separados e consagrados ao serviço de Deus) e uma nação santa . Da mesma forma, os crentes do NT devem ser um reino de sacerdotes (1 Pe 2.5-9; Ap 1.6; 5.10; 20.6) e um povo santo, i.e., um povo separado do modo ímpio de vida do mundo e que anda nos caminhos justos de Deus e na sua santa vontade (ver At 9.13, nota sobre o significado de santo)

EXODO  19.16 TROVÕES E RELÂMPAGOS. As manifestações espantosas presentes à visitação de Deus tinham vários propósitos:
(1) demonstrar a santidade, poder e transcendência de Deus (v. 9);
(2) inspirar fé em Deus e firmar a autoridade do seu servo, Moisés (v. 9);
(3) comunicar o temor de Deus no coração das pessoas, para que não pequem (v. 16; 20.20; Hb 12.18-21) e
(4) conscientizar fortemente o povo de que resultará em julgamento e morte, a desobediência deliberada a Deus (vv. 12-25: Hb 10.26-31).

 1. O monte Sinai:
Israel chegou ao monte Sinai aproximadamente seis semanas após sua partida do mar Vermelho. Ali permaneceu quase um ano (Números 10:11). A montanha conhecida hoje como monte Sinai'"'; é "uma massa isolada de rocha que se levanta abruptamente da planície com imponente majestade".  Ross observa: "Este local era muito apropriado para a promulgação da lei. Havia uma magnífica concordância entre as rochas de granito do Sinai e os fundamentos duradouros da moral eterna.
Ao pé do monte Sinai Israel recebeu a lei e fez aliança com Senhor. Foi devidamente organizado como nação e aceitou ao Senho como seu rei. Esta forma de governo chama-se teocracia. Nota-se na palavras de Alexander MacLaren a importância dos dez mandarnetos:

Êxodo 13.1
1."Uma obscura tribo de escravos procedente do Egito submerge nos desertos e depois de quarenta anos sai com um código sintetizado em dez frases, muito breves porém completas, onde estão entretecidas a moral e a religião, tão livres de peculiaridades locais ou nacionais e tão estreitamente relacionadas com os deveres fundamentais, que hoje, após três mil anos, esse código é autoridade entre a maioria dos povos civilizados.

2. Propósito da lei: Capítulos 19:1-8; 20:2. O pacto da lei não teve a intenção de ser meio de salvação. Foi celebrado com Israel depois de sua redenção alcançada mediante poder e sangue. Deus já havia restaurado Israel à justa relação com ele, mediante a graça. Israel já era seu povo. O Senhor desejava dar-lhe algo que o ajudasse a continuar sendo seu povo e a ter uma relação mais íntima com ele. O motivo que levasse a cumprir a lei haveria de ser o amor e a gratidão a Deus por havê-los redimido e feito filhos seus.
Deus prometeu três coisas condicionadas à obediência de Israel (19:5, 6):

a) Israel seria sua "propriedade peculiar" oii possessão. Implica tanto um valor especial como uma relação íntima. O Senhor escolheu a Israel dentre todas as nações para seu povo especial e para ser como sua esposa.

b) Seria um "reino sacerdotal". Os israelitas teriam acesso a Deus e deveriam representar o Senhor, seu Rei, perante o mundo inteiro.

c) Seria "povo santo", diferente das nações pagas que o rodeavam, uma nação separada para ser de Deus, a quem serviria e prestaria culto.
As três promessas feitas à nação hebraica têm cumprimento cabal na Igreja, o Israel de Deus (I Pedro 2:9, 10).

Os israelitas prometeram solenemente cumpnr toda a lei, mas não perceberam quão fraca é a natureza humana nem quão forte é a tendência para pecar. Séculos depois parece que se esqueceram de que estavam obrigados pelo pacto a obedecer. Imaginaram que o Pacto era incondicional e que bastava ser descendente de Abraão para gozar do favor divino. (Jeremias 7:4-16; Mateus 3:9; João 8:33.) embora a salvação de Israel fosse um dom de pura graça e não Pudesse ser negociada pela obediência, podia, contudo, ser perdida pela desobediência.

Em geral são propósitos da lei:
a) Proporcionar uma norma moral pela qual os redimidos possam  monstrar que são filhos de Deus e viver em justa relação com seu lador e com o próximo.

b) Demonstrar que Deus é santo e ele exige a santidade de toda a raça humana.

c) Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e fazê-la entender que somente mediante a graça pode ser salva (Gaiatas 3:24, 25).

A lei era um mestre para ensinar a Israel através dos séculos e ajudá-lo a permanecer em contacto com Deus (Gaiatas 3:24). Mas junto com a lei foi instituído um sistema de sacrifícios e cerimônias para que o pecado fosse retirado. Assim se ensinou que a salvação é pela graça. Os profetas posteriores demonstraram que sem fé e amor as formas, cerimônias e sacrifícios da lei de nada valiam (Miquéias 6:6-8; Amos 5:21, 24; Oséias 6:6; Isaías 1:1-15).
Conquanto a lei não seja um meio para se alcançar a salvação, tem vigência como norma de conduta para os crentes. Os dez mandamentos, com exceção do quarto, se repetem uma e outra vez no Novo Testamento.

A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS

EXODO  32.4 UM BEZERRO DE FUNDIÇÃO. Arão, um alto dirigente espiritual de Israel, infrigiu as normas de conduta estabelecidas por Deus a fim de agradar o povo ao qual servia. Cedeu diante das  pressões ímpias dos israelitas e violou o segundo mandamento (20.4,5). Somente a intercessão de Moisés salvou Arão da ira de Deus e da morte (Dt 9.20).

EXODO  32.6 LEVANTARAM-SE A FOLGAR. O povo começou a entregar-se às danças sensuais e à orgia sexual. Segundo o versículo 25, o povo estava despido (literalmente: ficou à solta e despido ).  Logo, o pecado dos israelitas pode ter incluído a nudez da multidão para volúpia da carne em geral, algo rigorosamente vedado na lei de Deus (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21).

EXODO  32.10 E OS CONSUMA. Por causa da apostasia e do pecado do povo, Deus declarou sua intenção de destruí-lo e de levantar outra nação através de Moisés.

EXODO  32.11 MOISÉS SUPLICOU AO SENHOR. A intercessão de Moisés pelo povo de Israel (vv. 11-14) revela que Deus atende às orações dos seus servos fiéis e permite que estes participem dos seus propósitos e decisões restauradores.

(1) Deus claramente queria destruir aquele povo rebelde (v. 10; Dt 9.14,19,20,26). Moisés, porém, pondo-se como mediador entre o Senhor e o povo,  intercedeu com zelo e amor a fim de desviar a ira de Deus, e daí Ele mudar sua intenção declarada.

(2) Por causa daquela oração intensa de Moisés, o Senhor compadeceu-se (v. 14; ver Tg 5.16).

(3) A grande verdade em evidência, aqui, é que Deus faz dos seus servos cooperadores com Ele (1 Co 3.9). Ele os designa mediadores e intercessores  pelos perdidos (Rm 9.2) e, até certo ponto, o destino final dos que perecem está nas mãos deles (ver Mt 9.38). Deus, portanto, estabeleceu que a intercessão sincera de um justo pode  levá-lo a alterar sua vontade temporal e trazer restauração e livramento, ao invés de juízo (Ez 22.30). A oração realmente muda as coisas (Sl 106.44,45; Jr 18.8; 26.3,13,19; Am 7.2-6; Jn 3.10).

(4) Deus não ignora a intercessão de um servo fiel, enquanto houver esperança de salvação. Somente quando o pecado chega ao seu extremo é que Deus não atende à intercessão (Jr 15.1; Ez  14.14,16).

(5) É um mistério insondável, o de Deus se deixar persuadir por um ser humano falível e alterar o cumprimento de um fato já por Ele anunciado e voltar-se da ira para a misericórdia.  Nosso Deus não é um Deus inexorável, mas um Deus pessoal, que se compraz em mover-se pelo amor, fé e orações do seu povo fiel .

EXODO  32.14 O SENHOR ARREPENDEU-SE. A palavra hebraica traduzida arrepender-se significa mudar de idéia ou de propósito; compadecer-se ao ponto de alterar a execução de um ato planejado e já  declarado. Deus não se arrepende da maneira que um ser humano o faz, porque em Deus não há jamais mudança, e também Ele é totalmente isento do pecado. Ver Gn 6.6 nota.

O pacto violado e renovado. Capítulos 31:18—34:35
Os capítulos 32 a 34 formam um parêntese na história da construção do tabernáculo e seguem cronologicamente o relato do concerto da lei. Convém-nos considerá-los antes de começar o estudo do tabernáculo.

1. Pecado de Israel—o bezerro de ouro: Capítulos 31:18—32:6. Menos de quarenta dias depois de haver prometido solenemente que guardariam a lei, os israelitas quebraram a aliança com o Rei divino. Enquanto Moisés estava no monte com o Senhor, o povo israelita cansou-se de esperar seu líder e pediu a Aarão que lhe fizesse uma representação visível da divindade. Manifesta-se a tendência idolatra do coração humano. Não se contenta com um Deus invisível; quer ter sempre um Deus a quem se possa ver e apalpar. Israel queria servir a Deus por meio de uma imagem e a fez provavelmente na forma do deus egípcio, o boi Apis. Não se sabe se Israel queria prestar culto ao deus egípcio ou meramente representar o Senhor em forma de um bezerro. Este episódio demonstra-nos que o homem necessita de algo mais do que a lei de Deus em tábuas de pedra; precisa de um coração novo. Por sua rebelião, deixou de ser o povo de Deus. (Ao falar com Moisés, o Senhor denominou a Israel "teu povo" — 32:7.)
O fato de Aarão consentir e colaborar na idolatria demonstra-nos sua fraqueza e covardia. Era irmão de Moisés e seu colaborador. Sua desculpa, frágil e mentirosa, mais tarde (32:22-24) foi uma tentativa de lançar a culpa sobre o povo e a casualidade.

2. Intercessão de Moisés: Capítulo 32:7-14. Informado por Deus acerca do pecado de Israel, Moisés demonstrou sua grandeza: o Senhor provou-o ameaçando destruir a Israel e em seu lugar constituir um grande povo de Moisés, porém este se negou a buscar algo para si próprio. Orou a favor do povo, baseando sua intercessão inteiramente na natureza de Deus e em sua palavra.
a) Ressaltou ao Senhor que os israelitas, apesar de seu pecado, constituíam o povo de Deus, visto que ele próprio os havia tirado do Egito.

b) Demonstrou preocupação pela honra de Deus. Se Deus destruísse os israelitas, os egípcios atribuiriam zombeteiramente maus motivos a Deus.

c) Mencionou a Deus as promessas feitas aos patriarcas, crendo em sua fidelidade. Por meio da intercessão de Moisés e sua fé, Israel foi salvo da destruição. Quanto necessitamos, hoje em dia, de intercessores como Moisés!

3. Israel é castigado: Capítulo 32:15-29. A rebelião vergonhosa de Israel acarretou-lhe castigo, apesar da intercessão de Moisés e da misericórdia de Deus. Os israelitas tinham de aprender que não é coisa insignificante menosprezar a revelação de um Deus santo e violar sua aliança com leviandade. Primeiro tiveram de ver como as tábuas da lei foram quebradas, ato que simbolizou que a idolatria deles havia anulado o concerto.  Segundo, foram obrigados a beber a água misturada com o pó do bezerro de ouro, como símbolo de que tinham de suportar a culpa de seu pecado.
Depois, Moisés convidou todos os que quisessem unir-se a ele. Os levitas puseram-se ao lado de Moisés e lhe obedeceram matando a espada três mil dos que provavelmente eram os mais obstinados dos idolatras. Por estarem os levitas dispostos a subordinar o amor a seus parentes e amigos a fim de obedecerem à palavra do Senhor (32:27, 28), foram constituídos na tribo sacerdotal de Israel (32:29). Esta atitude de suprema lealdade a Deus faz-nos lembrar as palavras de Jesus: "Quem ama o pai ou a tttãe mais do que a mim não é digno de mim" (Mateus 10:37). O castigo que os israelitas sofreram foi severo, mas necessário para evitar que viessem a ser uma nação de idolatras. Finalmente, Deus retirou sua presença dentre os israelitas, e enviaria um anjo diante deles (33:2, 3).

4- Moisés volta a interceder: Capítulos 32:30—33:23. Moisés não se conformou com a salvação física de Israel, mas pediu que o Senhor perdoasse completamente o pecado do povo e o restaurasse espiritualmente. Estava disposto a oferecer-se a si mesmo em lugar de seu povo, e não somente daria a sua vida mas também estava disposto a renunciar à vida eterna a fim de obtê-la para Israel. Sua vida estava tão intimamente ligada à do povo que parece que à parte desse povo nada tinha significado para ele. Diz Ross: "Em toda a Bíblia não temos um ato humano mais sublime do que este de Moisés."17 Faz-nos lembrar as palavras do apóstolo Paulo (Romanos 9:2, 3), e se assemelha ao espírito daquele que em verdade ofereceu sua vida por seus amigos.
As Escrituras mencionam várias vezes o livro da vida (Salmo 69:28; Daniel 12:1; Filipenses 4:3; Apocalipse 3:5). E o registro ou a lista dos cidadãos do reino de Deus. Riscar o nome de uma pessoa da lista significa separá-la da comunhão com Deus, privá-la da sua parte em seu reino e entregá-la à morte.

5. O pacto é renovado: Capítulo 34. A intercessão de Moisés foi grandemente recompensada. O intercessor voltou a subir ao monte Sinai e aí o pacto foi renovado e foram escritas novas tábuas da lei. Deus concedeu a Moisés uma nova revelação do caráter divino proclamando seu nome: "Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência. . . que perdoa. . . que ao culpado não tem por inocente" (34:6, 7). Conquanto Deus seja justo quando castiga os malfeitores, sua maior glória é seu amor perdoador. Sua justiça e misericórdia andam sempre juntas como se vê no caso da cruz do Calvário. Na ocasião aqui descrita, Deus manifestou sua misericórdia perdoando a seu povo.
Quando Moisés desceu do monte, seu rosto resplandecia com a glória de Deus. Isto nos ensina duas verdades: a formosura de caráter e a força espiritual vêm da comunhão íntima com Deus; a pessoa na qual se vê o brilho de Deus não percebe que está refletindo a glória divina, e quando o sabe, deixa de ser radiante.
Deus disse a Moisés que ele não podia fazer o que sugeria. Com o fato de apagar o nome de Moisés não se conseguiria manter os nomes dos pecadores no livro da vida. Eles próprios tinham de arrepender--se. Mas Deus estendeu sua misericórdia. Conquanto o pacto quebrado impedisse que sua presença pessoal os acompanhasse, enviaria um anjo para os guiar.
Ao escutar a advertência de Deus dos lábios de Moisés, o povo arrependeu-se e exteriorizou seu arrependimento despojando-se de seus atavios. A tenda de Moisés onde Deus se reunia com ele  estava afastada do acampamento e o povo esperou ansiosamente enquanto Moisés falava com o Senhor.
As três grandes petições de Moisés dão-nos uma amostra de como deve orar o líder carregado das responsabilidades do povo de Deus:

a) Pediu para si mesmo que Deus lhe concedesse um conhecimento das intenções e propósitos divinos ("teu caminho") a fim de conhecer melhor a Deus (33:13). Para o desempenho da liderança espiritual é preciso conhecer profundamente a Deus e seus caminhos. Então será possível guiar a outros.

b) Pediu por seu povo. Não bastaria a presença de um anjo entre os israelitas nem tampouco a entrada de Israel na terra prometida. Precisavam da presença do próprio Deus (33:15, 16). O Senhor prometeu que os acompanharia.

c) Pediu que Deus lhe concedesse uma visão de sua glória (33:18)-Foi motivado por amor a Deus. Não sabia ele que não era possível ver a plenitude da glória divina e sobreviver. Mas Deus nos dá uma noção da provisão divina ao esconder Moisés na fenda da penha. Escondidos nas feridas de Cristo, veremos a glória de Deus e viveremos (Colossenses 3:3).


SUBSIDIOS 002
EXODO

ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO.

A Viagem para o Monte Sinai, 15.22
1. Em Mara e em Elim (15.22-27) - Os israelitas andaram três dias no deserto (a leste do mar Vermelho) e não acharam água (22). A fé do povo precisava de mais provas. Uma grande vitória como a travessia do mar Vermelho proporcionou uma visão maravilhosa da onipotência de Deus; mas não treinou a fé para os problemas cotidianos. A necessidade diária de comida e bebida prova a fé do povo mais que os obstáculos maiores. Mas Deus estava treinando seu povo em todos os aspectos da vida, por isso os levou às águas amargas de Mara. Imagine a comovente decepção de pessoas sedentas encontrando água e verificando que era impotável.
Viajantes nesta região do deserto de Sur (ou de Etã, Nm 33.8) confirmam que as fontes são extremamente amargas, que o lugar é “destituído de árvores, água e, exceto no começo de primavera, pastagens”.

O povo murmurou contra Moisés (24). A liderança é cara, porque a culpa pela adversidade recai nos líderes. Estas pessoas sabiam que Moisés era homem de Deus; por isso, o pecado também era contra Deus. Grandes experiências com Deus não curam necessariamente o coração mau e queixoso. A murmuração cessa apenas quando crucificamos o eu e entronizamos Cristo somente (Ef 4.31,32).

A única coisa que Moisés poderia fazer era clamar ao SENHOR (25). Não há dúvida de que Deus teria fornecido água potável em resposta à fé paciente de Israel, se tivessem permanecido firmes. O Senhor às vezes satisfaz nossos caprichos em detrimento da fé.
Aqui, as águas se tornaram doces, quando Moisés lançou um lenho nelas, mas a fé de Israel continuou fraca. Desconhecemos método natural que explique este milagre. Deus usou esta ocasião para ensinar uma lição a Israel, dando-lhes estatutos e uma ordenação (25). Se as pessoas ouvissem a Deus e obedecessem inteiramente à sua palavra, elas seriam curadas de todas as enfermidades que Deus tinha posto sobre o Egito (26). Assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhes as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida. Deus queria tirar o espírito de murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte.
Nem todas as experiências da vida são amargas. O próximo acampamento de Israel foi em Elim, oásis com doze fontes de água (uma para cada tribo) e setenta palmeiras (27). Tivesse Israel suportado a amargura das águas de Mara, logo estaria festejando em Elim. A pouca paciência de muitos crentes embota o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre. Elim era um lugar bonito para acampar, mas não era o destino dos israelitas.

2. O Maná e as Codornizes (16.1-36)
a) Outra murmuração de Israel (16.1-3). Israel deveria ter aceitado os “estatutos” de Deus e crido em sua “ordenação” (15.25). O fato de não terem agido assim resultou em mais reclamações. Tinham deixado para trás um deserto (Sur) e entrado em outro (Sim) a caminho do monte Sinai e já fazia um mês que viajavam (1). Pelo visto, o suprimento
de comida estava diminuindo e não havia evidência externa de novas provisões. Deus permitiu que o problema surgisse como prova para a fé de Israel. Mas o povo murmurou contra Moisés e contra Arão (2), desejando ter morrido no Egito com os estômagos cheios em vez de morrer de fome no deserto (3). Parece que comiam bem no Egito, e agora as coisas estavam piores. Claro que o alimento é necessário para a vida física, mas Deus não esquecera do povo. Ele teria suprido as necessidades de maneira mais satisfatória se Israel tivesse permanecido pacientemente firme na fé.

b) A promessa de pão e carne (16.4-12). Não há que duvidar que o tempo todo Deus sabia como alimentaria os israelitas no deserto. Quando murmuraram, o Senhor revelou seu plano de fornecer pão dos céus (4) para colherem a porção para cada dia — “a ração para cada dia” (Smith-Goodspeed). Até no fornecimento de pão Deus faria uma prova: Queria ver se o povo andaria em sua lei ou não. No sexto dia, as pessoas achariam quantidade suficiente de pão para durar dois dias, em cumprimento da lei do sábado (5).
Deus queria que estes israelitas soubessem que aquele que os tirou do Egito ainda estava com eles. A tarde sabereis (6) e amanhã vereis (7). A glória mencionada no versículo  diz respeito à realização da mão de Deus no suprimento do pão, ao passo que a glória referida no versículo 10 era a manifestação especial de Deus na nuvem.
Moisés repreendeu os israelitas por murmurarem contra ele e Arão, pois nada significavam — era Deus quem os conduzia (7). Quando Deus lhes desse carne e pão para comer, eles saberiam que o Senhor ouvira as murmurações feitas contra ele (8). De certo modo, fornecer comida desta maneira era uma repreensão. Deus não forneceu comida só porque reclamaram; Ele queria que soubessem que Ele era o Senhor e que não estava contra seus servos, mas contra quem murmurava.
Os filhos de Israel seriam humilhados diante de Deus. Arão os reuniu, dizendo: Chegai-vos para diante do SENHOR, porque ouviu as vossas murmurações (9). Quando se aproximaram e olharam para o deserto, de repente a glória do SENHOR apareceu na nuvem (10). “A prova inconfundível da presença de Deus na coluna de fogo autenticou as palavras de Moisés e preparou o povo para a glória mais encoberta do milagre que ocorreria.”42 A glória do Senhor deu a estes fracos seguidores de Deus a oportunidade de ver o mal dos seus corações quando contemplassem a fidelidade de Deus para com eles. Com a realização do milagre da carne e do pão, eles saberiam que o SENHOR era o seu Deus (12). Ele teve paciência com estes crentes fracos, cuja fé necessitava de crescimento; em outra época, depois de terem tempo para amadurecer (Nm 14.11,12), eles foram punidos por causa da permanência na incredulidade.

c) Deus envia codornizes e pão (16.13-21). As codornizes, que subiram e cobriram o arraial (13), faziam seu trajeto habitual de migração “pelo mar Vermelho, em grande quantidade nesta época do ano, e, cansadas pelo vôo longo, [...] podiam ser capturadas facilmente perto do chão”. 
Na manhã seguinte, houve um orvalho ao redor do acampamento (13). Quando o orvalho se secou, encontraram “uma coisa fina e semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra” (14, ARA). Quando viram, as pessoas perguntaram: Que é isto? (15). Moisés respondeu: Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer. “O nome maná é proveniente da pergunta [Que é isto?], ou a semelhança no som tem relação com as duas palavras originais [man hu].”u Há quem procure identificar o maná bíblico com as substâncias naturais encontradas nesta região. Embora semelhantes em certos aspectos, estas substâncias naturais não se ajustam à narrativa bíblica. Não surgem em grande quantidade, nem podem ser o principal alimento. Ocorrem somente durante curto período do ano. O maná da Bíblia:
1) Foi o principal alimento nutritivo para Israel por quarenta anos;
2) Era fornecido em quantidades grandes;
3) Ocorria ao longo do ano inteiro;
 4) Aparecia somente em seis dos sete dias da semana; e
5) Criava bichos se fosse guardado por dois dias, exceto no sábado.

Obviamente este maná era um milagre de Deus, sendo um tipo do Cristo que desceu do céu (Jo 6.32-40).
As instruções para colher o maná eram inequívocas. Cada família tinha de colher quantidade suficiente para o consumo de um dia: um gômer por cabeça (16), cerca de 1,3 litro, e segundo o número de pessoas da família. Pelo milagre do aumento ou da diminuição de acordo com a necessidade vigente,46 não sobejava para quem colhesse muito, nem faltava para quem colhesse pouco (18).
Moisés foi claro em dizer que nada do maná deveria ser deixado para o dia seguinte (19). Alguns israelitas, que ainda precisavam aprender acerca da obediência explícita, guardaram uma provisão de maná até o dia seguinte, mas criou bichos e cheirava mal (20). Considerando que o maná guardado para o sábado não estragava (24), ficou evidente a desobediência dos ofensores, os quais foram punidos com a deterioração do alimento.
Neste episódio, a lição de Deus para Israel, como também para os cristãos, é que os crentes têm de depender de Deus dia após dia. A vida de Cristo no cristão é preservada a cada momento por sua permanência em Deus. A obediência diária e cuidadosa resulta em provisão regular; o descuido traz perturbação e julgamento. Israel aprendeu a colher o maná pela manhã, antes que o sol o derretesse (21); o alimento espiritual colhido de manhã cedo suporta o calor do dia.

d) A observância do sábado (16.22-31). No sexto dia, quando alguns israelitas colhiam quantidades duplas de maná, todos os príncipes da congregação (22) não entenderam. Moisés repetiu a regra sem deixar dúvidas: Não haveria maná no sábado (25). No sexto dia, eles tinham de cozer no fogo (assar) ou cozer em água (ferver; usado como pão ou mingau) o que precisavam e guardar para o dia seguinte (23). Aprenderam que o maná guardado para o sétimo dia não se estragava (24).
Estes versículos indicam um conhecimento do sábado anterior ao recebimento dos Dez Mandamentos (20.8-11). Deus estabeleceu um dia de descanso na criação do mundo (Gn 2.2,3); este fato era provavelmente conhecido por Abraão, visto que em certo sentido era observado pelos babilônios. Mas nem os primitivos hebreus nem os egípcios conheciam uma semana de sete dias.47 Levando em conta que depois da criação o sábado é mencionado somente neste momento, podemos supor que esta é uma renovação da observância sabática. Durante a opressão egípcia, a observância teria sido impossível; portanto, para estas pessoas as palavras de Moisés eram novidade.
Embora Moisés tivesse deixado claro que não haveria pão no dia de sábado (26), mesmo assim alguns do povo saíram para colher (27). Sempre há quem não acredita na palavra de Deus, desta forma recusando guardar seus mandamentos e leis (28). A ordem tornou-se mais explícita: Ninguém deveria sair do seu lugar no sétimo dia (29). Ninguém deveria sair do acampamento; as pessoas tinham de descansar no sétimo dia (30). Ver mais comentários sobre o sábado em 20.8-11.
O maná era como semente de coentro (31), “uma semente pequena e cinzentobranca, com sabor picante e agradável, usada amplamente como tempero para cozinhar”. Tinha gosto de bolos feitos de farinha de trigo, óleo e mel. O alimento que Deus dava era agradável ao paladar.

e) O maná comemorativo (16.32-36). Moisés, sob ordens divinas, ordenou que fosse colocado diante do SENHOR um vaso contendo um gômer cheio de maná (33), na casa de Deus, diante do Testemunho (34). Este recipiente seria guardado para as gerações (32) futuras. O escritor aos Hebreus mencionou a existência de “um vaso de ouro” de “maná” no “Santo dos Santos” (Hb 9.3,4). O texto bíblico não informa se a ordem de Deus foi dada neste momento ou mais tarde quando a arca do concerto foi construída.
Presumimos que, perto do fim da vida, Moisés adicionou esta seção (32-36) ao Livro de Êxodo. O Testemunho (34) diz respeito aos Dez Mandamentos que também foram depositados na arca do concerto.

Para ficar registrado, Moisés afirmou que os filhos de Israel comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã. Esta afirmação não significa que não tinham outro tipo de comida no caminho, mas que sempre havia a provisão do maná. Josué registrou a cessação deste milagre depois de chegarem à terra da promessa (Js 5.10-12). O gômer e o efa (36) eram medidas de capacidade usadas no Egito, e esta nota era necessária porque somente o efa continuou sendo usado como medida em Israel.
Um efa correspondia a cerca de 37 litros. O gômer seria, então, de aproximadamente 3,7 litros.
No capítulo 16, o alimento de Deus para Israel aponta para o Pão Vivo do Novo Testamento, “Cristo, o Nosso Maná”.
1) E dado aos famintos e perturbados, 1-3;
2) Tornase a manifestação da glória de Deus, 4-12;
3) Satisfaz plenamente quem o colhe, 13-18;
4) É eficiente pela obediência cotidiana, 19-30;
5) Trata-se de experiência comemorada para sempre, 31-34.

3. A Pedra em Refidim (17.1-7)
Israel prosseguiu a viagem do deserto de Sim, “fazendo suas paradas” (1, ARA), ou seja, em etapas, até chegar a Refidim (ver Mapa 3), provavelmente Refaídi, vale não muito distante de Horebe (6). Este nome identifica a cadeia de montanhas que inclui o Sinai. A palavra Refidim quer dizer “descansos ou lugares para descansar”.  O povo estava sedento e esperava achar água neste lugar, mas não acharam nada. Sob qualquer aspecto, Deus não estava tornando as coisas fáceis.
Mais uma vez, o povo contendeu com Moisés, exigindo água (2). O fato de Moisés conhecer esta região pode ter levado os israelitas a pensar que ele deveria saber onde havia água. Mas não foi Moisés que escolheu conduzir Israel por este caminho. Ele era apenas o representante de Deus. Esta situação era para tentar (ou “testar”) ao Senhor.
Deus não se mostrou satisfatório em todas as ocasiões? Não dava para confiar que Ele daria água? Moisés estava descobrindo que este povo era uma provação para sua paciência.
Sem ajuda divina, havia base segura para sentirem-se alarmados. A menos que encontrassem água, eles morreriam, como também os filhos e o gado (3). Não podemos culpá-los pela preocupação, mas onde estava a fé? Não tinham eles visto muitas manifestações do poder de Deus, suficientes para terem a certeza de que Ele não os decepcionaria?
Alguns ainda estavam, no mínimo, hesitantes e logo poderiam provocar tumulto e influenciar toda a multidão. Era fácil tornarem-se perigosos.

Clamou Moisés ao SENHOR (4).
Não havia atitude mais sábia a tomar que esta; as pessoas estavam prestes a apedrejá-lo. Moisés e, quem sabe, outros estavam dispostos a esperar o tempo de Deus, sabendo que o Senhor não os abandonaria. O Senhor pode demorar para, assim, fazer uma maior maravilha, como fez com Lázaro quando Jesus se deteve até o amigo morrer (Jo 11.20-23). Mas o que Moisés poderia fazer com estes indivíduos revoltosos? Eles não estavam mais dispostos a esperar por Deus.

Misericordiosamente, Deus o instruiu sobre o que fazer. Ele tinha de passar adiante do povo com alguns anciãos (líderes nomeados) de Israel e com a vara de Deus na mão (5). Que consolo esta vara deve ter sido para Moisés! Com ela, ele realizou maravilhas. Deus prometeu estar diante de Moisés sobre a rocha, em Horebe (6), provavelmente na mesma cadeia de montanhas do Sinai (ver nota 52 para inteirar-se de outra explicação). Quando o esforço humano fracassou, Deus estava pronto para exercer seu poder. Moisés tinha de ferir a rocha da qual sairia água. O ato produziu água suficiente para satisfazer as necessidades deste grande exército de pessoas e animais. Deus sabia onde havia água e tinha o poder de fazer brotar fontes no deserto. Os anciãos foram testemunhas deste grande milagre.
Moisés chamou o lugar Massá e Meribá, “provação” e “contenção”, porque o povo estava em necessidade e forçou Deus a se manifestar (7). Nomes mais bonitos seriam dados a essas experiências, se o povo, sem censura e incredulidade, tivesse esperado pacientemente o tempo de Deus e o deixado agir!
Cristo é a Agua que extingue a sede espiritual do homem (Jo 7.37). Ele é a “pedra espiritual” da qual emana a “bebida espiritual” (1 Co 10.4). Essa “pedra” foi ferida para que a graça fluísse e alcançasse toda a humanidade (ver G1 3.1).
Nos versículos 1 a 7, vemos “Deus, Nossa Pedra”.
1) A Pedra é pedra de tropeço para os descrentes, 1-4;
2) A Pedra tem de ser ferida para que a graça flua, 5,6;
3) A Pedra satisfaz a sede de quem dela bebe, 6b;
4) A Pedra simboliza a cruz, emblema de vergonha.

4. A Derrota dos Amalequitas (17.8-16)
a) A batalha (17.8-13). Enquanto ocorria o milagre da pedra, os amalequitas investiram contra os filhos de Israel (8), atacando os “fracos” da retaguarda que estavam abatidos e cansados (Dt 25.18). Considerando que o ataque aconteceu em Refidim (cf.
1), envolveu quem ainda não tinha chegado ao acampamento. Amaleque era descendente de Esaú (Gn 36.12,16), embora não fizesse parte de Edom como nação. A desconsideração dos amalequitas para com Deus e o ataque ao seu povo colocou-os sob o julgamento de Deus.
Josué (9), mencionado aqui pela primeira vez, era conhecido por Oséias (Nm 13.16), mas Moisés o chamou “Jeosué” (contraído para Josué), que significa “Jeová é Salvação”. Moisés incumbiu este seu ajudante (24.13, “seu servidor”) a formar um exército para lutar contra o inimigo. Este exército muniu-se com o armamento dos egípcios mortos (14.30,31), e Josué liderou o exército no confronto com o inimigo (10).
A batalha ocorreu no vale, porque Moisés subiu ao cume do outeiro com a vara de Deus (9), levando consigo Arão e Hur (10). Hur, que ajudou Arão quando Moisés subiu ao monte (24.14), era avô de Bezalel (31.2), o artesão habilitado para construir o Tabernáculo. De acordo com Josefo, a tradição judaica identifica Bezalel como o marido de Miriã.

Quando Moisés levantava a sua mão (11), com a vara estendida (9), Israel prevalecia, mas quando o braço ficava cansado, Amaleque prevalecia. Arão e Hur sustentaram as (12) mãos de Moisés, colocando uma pedra para ele se sentar e segurando-lhe os braços até o fim do dia. Então Josué, sob as ordens de Deus, “desbaratou a Amaleque” (ARA) e seus exércitos com a espada (13).
A vara de Deus indica nitidamente a importância da oração e da fé. A vitória na batalha contra Satanás ocorre quando a oração é eficaz. O povo de Deus, quando ora a Deus com fé, derrota as forças invisíveis de Satanás. O apoio de outras pessoas na oração ajuda a obter esta vitória. Os líderes responsáveis na obra de Deus não seriam bemsucedidos sem o sustento da oração dos crentes.

“A Oração”:
1) E necessária quando o inimigo ataca, 8;
2) Torna-se poderosa no monte de Deus, 9,10;
3) Precisa do sustento de outras pessoas, 11,12;
4) Prevalece na vitória eficaz.

Nos versículos 8 a 16, temos o tema “A Oração Traz Vitória”.
1) A obra de Deus prospera pela oração, 8-11;
2) Há necessidade de união na oração, 12,13;
3) Os altares testificam para as gerações futuras que Deus responde a oração (G. B. Williamson).

b) O memorial (17.14-16). A batalha com os amalequitas não terminara, pois haveria uma vitória final. A expressão num livro (14; “no livro”, ATA) indica que os livros de Moisés já estavam em curso de composição.57 O sucessor de Moisés também tinha de conhecer o plano de Deus, por isso Deus ordenou que Moisés “o lesse em voz alta para Josué” (14, Moffatt). No fim, Amaleque seria aniquilado. Moisés edificou um altar (15), e o chamou: O SENHOR é minha bandeira (JEOVA-Nissi). Este seria um sinal de que os amalequitas, que tinham posto “uma mão na bandeira do Senhor” (16, RSV), estariam sob julgamento de Deus até serem destruídos. O povo de Deus fora atacado por um inimigo de Deus; portanto, guerra ininterrupta seria a sentença dessa gente. O rei Saul foi punido porque não executou a ordem de Deus para destruir os amalequitas (1 Sm 15). A total aniquilação deste povo ocorreu nos dias de Ezequias (1 Cr 4.41-43). Na presciência de Deus, vemos a impenitência contínua deste povo violento e bélico. A rivalidade das nações resulta em julgamento feito pelo Único que redunda em seu louvor a ira do homem (SI 76.10). Repetidas vezes nas Escrituras, verificamos que o pecado — quer pessoal ou nacional — é autodestrutivo.

5. A Visita de Jetro (18.1-27)
a) A chegada de Jetro (18.1-5). Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés
(1: ver comentários em 2.18), ficou sabendo por meios indiretos o que Deus fizera a Israel. Zípora, a mulher de Moisés
(2), tinha voltado para a casa dos pais depois do começo da viagem ao Egito (4.18-26) e lá permaneceu até que Israel chegou a Horebe. Os dois filhos
(3) de Moisés nasceram quando ele morava com o sogro em Midiã (2.22; 4.25) e haviam ficado com a mãe. O primeiro filho tinha o nome de Gérson, porque Moisés era peregrino em terra estranha. O segundo filho foi chamado Eliezer
(4), porque Moisés ficou livre da espada de Faraó (2.15). Não se sabe de que idade eram nesta ocasião: talvez fossem bastante jovens ou tivessem quase quarenta anos, visto que Moisés permaneceu em Midiã por 40 anos (ver At 7.23,30).
Pelo visto, Jetro chegou justamente quando Israel se aproximava da vizinhança do monte Sinai, chamado o monte de Deus (5; cf. 3.1; 17.6; e 19.1), pouco depois da derrota dos amalequitas, mas antes de chegarem ao monte Sinai.

b) O relato de Moisés a Jetro (18.6-8). O versículo 6, em vez de ser um discurso de Jetro feito diretamente a Moisés, foi provavelmente uma mensagem enviada a Moisés ou uma informação prestada por terceiros acerca da chegada de Jetro (cf. ARA). Ao ser informado, saiu Moisés ao encontro de seu sogro (7). De acordo com o costume oriental,
Moisés inclinou-se (“curvou-se em sinal de respeito”, NTLH) e beijou seu sogro. A relação entre estes homens sempre foi de alto respeito. Sempre procuravam o bem um do outro em tudo.
Moisés relatou a Jetro todas as coisas que o SENHOR tinha feito por Israel e como o Senhor dera vitória sobre Faraó e os egípcios (8). Foi cuidadoso em dar a Deus toda a glória e não tomar nada para si. Também contou sobre as adversidades que lhes ocorrera ao longo do caminho e como o SENHOR os livrara.

c) O elogio de Jetro (18.9-12). Para um homem como Jetro alegrar-se ao ficar sabendo dessas ocorrências indica coração aberto diante do SENHOR (9). As nações são reputadas inimigas de Deus, e mais tarde os midianitas o foram (Nm 35). Deus não considerava os egípcios, os amalequitas ou os outros povos seus inimigos apenas porque não eram israelitas; uma nação era má porque as pessoas que a compunham eram más.
Porém, é freqüente Deus ter filhos vivendo entre povos que são maus. Quando Deus encontrava um justo como Jetro Ele o honrava (cf. Melquisedeque, Gn 14.18-20; Abimeleque, Gn 20.6; e Jó, Jó 1.1,8).
Desconhecemos o quanto Jetro sabia sobre o Deus de Israel antes desta ocasião. Seus antepassados eram descendentes de Abraão. Ele era “sacerdote” (cf. v. 1) e, por conseguinte, religioso. Moisés vivera com ele 40 anos, mas isto foi antes da experiência da sarça ardente. Pelo menos o coração de Jetro era sincero. Quando ficou sabendo das ações do Senhor, disse: Bendito seja o SENHOR (10, Yahweh), e, assim, identificou o Deus da vitória de Israel. E verdade que disse que o Senhor era maior que todos os deuses (11), em vez de dizer que era o único Deus. Contudo, esta linguagem é semelhante à que Salomão expressou na dedicação do Templo (2 Cr 2.5) e à que o salmista usou para louvar (SI 135.5).
A concepção que Jetro tinha dos outros deuses era a oposição que faziam ao Senhor (11). Portanto, eram espíritos malignos. A última parte do versículo 11 tem também esta tradução: “[O SENHOR] livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo” (ARA). As palavras agora sei indicam que Jetro inteirou-se de algo novo e significam que neste momento ele se converteu a Jeová.
A devoção religiosa de Jetro o moveu a fazer holocausto e sacrifícios para Deus (12). Arão e os anciãos de Israel uniram-se na ocasião e comungaram com Jetro. Uniram- se na adoração do mesmo Deus, a despeito da diferença de nacionalidade e cultura. Jetro não se tornou israelita, mas tornou-se um com Israel em seu amor por Jeová.

d) O conselho de Jetro (18.13-23). No dia seguinte, Jetro observou Moisés julgar o povo (13). Moisés exercia a plena função de juiz para estes dois milhões ou mais de pessoas, sem dividir a responsabilidade com os outros. Jetro questionou a sabedoria de Moisés em servir só (14) e manter as pessoas esperando o dia todo para terem seus casos resolvidos.
Moisés apresentou suas razões (15,16) para fazer o trabalho assim:
1) Ele buscava a vontade de Deus para resolver as questões, e
2) aproveitava a ocasião para ensinar ao povo os estatutos de Deus e as suas leis. Considerando que ele era o único com quem Deus dava sua palavra, ele achava necessário agir diretamente com as pessoas em relação a todos os problemas.
Mas Jetro não ficou satisfeito com estas explicações. O que Moisés estava fazendo não era bom (17). Mesmo um homem de sua força não podia esquecer que era humano e se cansaria (18) com este tipo de procedimento. Jetro disse: Tu só não o podes fazer.
Moisés deveria saber acerca disso, mas ele, como tantos outros, precisava de um amigo para lhe mostrar. Este método não só era trabalhoso em si, mas também causava dificuldades para as pessoas que eram forçadas a esperar na fila. Não podemos deixar de admirar a cortesia e coragem de Jetro. Quem teria a ousadia de corrigir um homem que, sob a direção de Deus, trouxera pragas ao Egito, abrira o mar, arranjara água e pão no deserto e liderava mais de dois milhões de pessoas? Moisés, que recebia ordens diretamente de Deus, agora tinha de ouvir uma mensagem de Deus para ele. Jetro não negou a posição de Moisés como porta-voz de Deus; ele ainda estaria pelo povo diante de Deus (19), quer dizer, representaria o povo perante Deus (ARAj. Também continuaria sendo tarefa de Moisés ensinar os estatutos e as leis (20) e dirigir o povo no caminho em que deveriam andar e no que deveriam fazer. Contudo, para cumprir sabiamente os propósitos de Deus, Moisés deveria escolher homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza, e colocá-los sobre o povo por maiorais de mil, de cem, de cinqüenta e de dez .
Talvez estes números se refiram a famílias e não a pessoas.59 Os homens serviriam na função de juizes de tribunal inferior e tribunal superior, cada líder de grupo menor responsável a quem estava acima dele. Quem não estivesse satisfeito com uma sentença de instância inferior poderia apelar para um tribunal superior. Isto significaria que inumeráveis sentenças não chegariam a Moisés (22).
Ficamos imaginando por que Moisés não implementara esse processo antes ou usara um plano semelhante. Ele já tinha anciãos e príncipes que representavam o povo em diversas ocasiões. Os conceitos eram famosos no Egito e Jetro conhecia este tipo de organização.
 As qualificações para estes juizes eram sensatas; tinham “de se preocupar somente com a aprovação de Deus e não com a dos homens, ser imparciais nos veredictos e refratários a subornos” (21).
Jetro teve o cuidado de reconhecer a autoridade do homem com quem falava. Seu desejo era que fosse resolução de Moisés: Se isto fizeres (23). Também não desconsiderava o fato de que Moisés agia sob autoridade divina: E Deus to mandar. Se Moisés visse o bom senso neste método e Deus o dirigisse em sua execução, então ele suportaria o cargo e o povo teria paz.

e) A implementação do novo plano (18.24-27). Moisés percebeu a praticabilidade e sensatez do plano sugerido por Jetro e fez tudo quanto tinha dito (24). Supomos que Moisés buscou e obteve a permissão de Deus para praticar este método. Escolheu os homens necessários e os pôs por cabeças sobre o povo (25). Estes homens eram maiorais e julgavam o povo em todo tempo (26). Os assuntos mais difíceis traziam a Moisés, mas cuidavam das questões menores.
Em Deuteronômio 1.9-18, Moisés narrou detalhadamente a nomeação destes juizes, ali chamados “capitães” e “governadores”. Foram nomeados na ocasião em que Israel estava a ponto de deixar o monte Sinai após o recebimento da lei. Naquele texto, temos a impressão de que as pessoas tinham voz ativa na escolha dos capitães e governadores (Dt 1.13). Esta informação pode significar que, embora Jetro desse o conselho antes do monte Sinai e do recebimento da lei, a organização só foi implementada em sua totalidade quando Israel estava pronto para prosseguir viagem. O ministério de Jetro estava concluído. Moisés o despediu para sua terra (27).
Pelo visto, Zípora e seus filhos ficaram com Moisés. Encontramos nos versículos 13 a 23 “As Qualificações para Líderes”.
1) Humildade no aconselhamento, 13-17;
2) Reconhecimento da fraqueza humana, 18;
3) Preocupação pelo melhor de Deus, 19,20,23;
4) Integridade de caráter, 21,22;
5) Boa vontade em obedecer, 24-26.

O CONCERTO NO MONTE SINAI
Êxodo 19.1—24.18


1. A IDOLATRIA DE ISRAEL (32.1-6)
O povo ficou inquieto quando o líder visível permaneceu no monte durante os quarenta dias (1; cf. 24.18). A insatisfação a esse respeito levou os israelitas a se juntarem em grupo para fazer um pedido especial a Arão, em cujas mãos foram deixados. Levanta- te, disseram, faze-nos deuses que vão adiante de nós. A palavra deuses é normalmente traduzida por Deus. O pedido não significava necessariamente que estes indivíduos estivessem rejeitando Jeová; queriam uma forma visível entre eles que representasse Deus. Moisés, que fora como Deus para eles, desaparecera e a paciência para esperar a volta do líder acabara.
A reação de Arão ao pedido sugere esforço em evitar a calamidade. Ao pedir que arrancassem os pendentes de ouro (2) e lhos trouxesse, talvez Arão contasse com a recusa deles.  Não é fácil mulheres e crianças abrirem mão de seus ornamentos, e essa resistência teria protelado o pedido que fizeram.
Se Arão esperava oposição ao pedido, logo ficou desapontado, porque todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas (3) e lhos deu. O coração carnal não mede sacrifícios para satisfazer seus desejos pecaminosos.
Levando em conta que Arão começara concordando com este pedido perverso, não havia mais como parar. Tomou os presentes de ouro e formou um deus para o povo (4). Na situação em que poderia ter se mostrado líder capaz, Arão falhou miseravelmente.
A maioria das imagens antigas era feita de madeira e banhada a ouro.  Este ídolo tinha forma de bezerro, ou touro de pouca idade, formato comum entre os egípcios, que representava fertilidade e força. Ou, como sugere Rawlinson, Arão retrocedeu aos “deuses [...] dalém do rio” (Js 24.14), encontrados na Babilônia, pensando que esta seria representação mais segura do Deus de Israel.  Quando o bezerro ficou pronto, as pessoas disseram: Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito (4).
Como é fácil o coração carnal se afastar da verdadeira adoração de Deus! Quando Arão notou a que ponto as pessoas estavam indo, parece que tentou controlá-las erigindo um altar diante da imagem e proclamando uma festa ao SENHOR (5). Talvez quisesse conservar alguma semelhança com a adoração de Deus mantendo o nome Yahweh no festival. Este ato lembra os esforços de conservar uma forma de piedade sem ter seu poder (2 Tm 3.5) e o sincretismo que há em grande parte do cristianismo nominal.
Qualquer que tenha sido a intenção de Arão, fracassou lamentavelmente em reter a adoração aceitável a Deus. O povo se entregou a um excesso emocional que o levou à idolatria e apostasia. Levantou-se de madrugada e assentou-se a comer e a beber; e depois a folgar (6). Embora comer e beber na adoração fizessem parte do plano de Deus, neste caso não havia adoração espiritual — somente a satisfação dos desejos pecaminosos da carne. “Deram rédeas às paixões no ‘folgar’, a subseqüente dança orgíaca que quase sempre acompanhava os ritos idólatras. Ver também o versículo 25 e 1 Coríntios 10.6,7.”so Identificamos “Os Passos para a Apostasia” em:
1) A impaciência com a providência de Deus;
2) O desejo de sinais visíveis na adoração;
3) A transigência com as verdadeiras formas de adoração;
4) A entrega a paixões carnais.


2. Moisés fica sabendo do Pecado de Israel (32.7-14)
a) A avaliação e ameaça de Deus (32.7-10). Moisés teria voltado ao acampamento totalmente desinformado da idolatria de Israel não tivesse Deus lhe falado. Foi ato de misericórdia revelar esta tragédia a Moisés antes de descer do monte. Deus também usou esta oportunidade para provar a fé e a coragem do seu servo. Deus disse a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, pecou (7). Este linguajar dá a impressão que Deus renuncia a este povo e reputa Moisés líder e libertador dessa gente. O pecado sempre nos separa de Deus, embora o Senhor nunca esteja disposto a nos deixar de pronto. Na posição de Moisés, a atitude mais fácil a tomar era negar maiores responsabilidades por este povo, mas as experiências nos últimos meses fizeram algo neste homem. Ele não era líder de Israel por escolha própria e muitas vezes se sentira impotente diante de seguidores rebeldes. Só por Deus ele chegara a este ponto, e o Deus que o levara até ali não ia falhar nesse momento crucial.
A avaliação que Deus fez desta multidão perversa é clara: O povo se corrompeu (7); depressa se desviou e colocou um bezerro no lugar de Deus (8); era obstinado (9; “de dura cerviz”, ARA); Ele estava muito irado com o povo (10). “De dura cerviz” (9, ARA) é expressão aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera com Deus. Este provavelmente foi o maior teste que Moisés teve que suportar. Deixa-me, Deus disse, que eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação (10). Não há como negar que seria justo Deus tomar esta providência; é óbvio que Ele teria cumprido a ameaça se Moisés não tivesse intercedido. Deus conhecia seu servo, sabia que ele passaria no teste e que se tornaria mediador. Moisés viu a realidade da ira de Deus, rejeitou a oportunidade de glória egoísta e suplicou pelo povo e pela glória de Deus.

b) A oração prevalecente (32.11-14). Moisés respondeu às palavras de Deus insistindo que este era o povo que Deus tirara da terra do Egito (11). O servo do Senhor estava disposto a aceitar sua parcela pessoal na libertação do Egito, mas ele sabia que fora
Deus quem realmente exercera grande força e mão forte. Destruir este povo agora desgraçaria Deus aos olhos dos egípcios (12), dando a entender que ele agira com má intenção. Toda a glória passada que fora obtida no conceito dos egípcios seria perdida, se Deus, num acesso de raiva, consumisse o povo. Com coragem que só poderia vir de uma fé robusta, Moisés rogou: Toma-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Pediu, também, que Deus se lembrasse das promessas feitas aos patriarcas, a quem, pelo seu nome, jurara dar a terra da promessa eternamente (13). Nesta defesa perante Deus, há três argumentos para o Senhor não exterminar o povo. Este procedimento:
1) Anularia as vitórias anteriores;
2) daria aos egípcios ocasião para se gloriarem;
3) quebraria a promessa feita a Abraão.
Todos estes argumentos foram apelos fundamentados na glória de Deus — com certeza um verdadeiro exemplo de oração intercessora. Deus se agradou da intercessão de Moisés; Ele pôs de lado a ameaça. O verbo arrependeu- se (14) é usado como expressão antropomorfa para descrever a mudança de ação de Deus em relação aos israelitas, visto que ocorreria uma mudança neles. O propósito eterno de Deus nunca muda, mas Ele se digna em trabalhar com os homens em sua~ maneiras inconstantes de ação, e este trabalho é descrito na linguagem dos procedimentos humanos. O arrependimento também transmite a idéia de dor no coração de Deus no caso da destruição do seu povo.51 Quando ira santa se manifesta junto com amor santo, a combinação da ira com o sofrimento do amor ocasiona a oferta de misericórdia. Este seria o tipo de arrependimento segundo Deus especialmente revelado na expiação em Cristo. Esta mesma qualidade pode ser sentida por pais cristãos quando descobrem o amor dolorido vencendo a raiva e mostrando misericórdia a um filho que se rebela contra eles e comete pecado voluntarioso.
Os versículos 7 a 14 pincelam um retrato de “O Verdadeiro Intercessor”.
1) Reconhece a ameaça da ira de Deus, 7-11a;
2) Roga pela glória de Deus, 11b-13;
3) Recebe resposta do coração de Deus, 14.


SUBSIDIOS 003

EXODO
15.23,24 — O verbo murmurar nesta passagem não apresenta um sentido tão duro quanto o verbo usado em Êxodo 17.2, mas também expressa insatisfação. A recente libertação do povo dos exércitos egípcios faz com que essa queixa pareça volúvel e um verdadeiro teste da misericórdia de Deus. Muitas vezes, agimos como os israelitas, mudando do louvor à reclamação facilmente.
15.25 — O uso do lenho (arbusto) para purificar a água fez com que este milagre se tornasse fácil de perceber.
15.26 — Nenhuma das enfermidades. Da mesma forma que Deus transformou as águas amargas de Mara, Ele prometeu não lançar nenhuma doença sobre os israelitas (Êx 23.25). A expressão descritiva Eu sou o Senhor, que te sara comprova a misericórdia e o poder divino. Isso continua sendo uma grande verdade: a cura vem do Senhor.
15.27 — Elim significa lugar das árvores. As fontes de água e as palmeiras desse lugar eram uma agradável acolhida da secura do deserto. Muitas vezes a Bíblia compara poços e fontes à salvação, e palmeiras às bênçãos (SI 1). Elim é provavelmente Wadi Garandel, próximo à tradicional localização do monte Sinai.
16.1 — O exato lugar do deserto de Sim é incerto. A posição descrita, entre Elim e o Sinai, depende da localização do monte Sinai. O termo mês segundo indica que se passou um mês após a saída do Egito (compare com Êx 12.2,18,40).
16.2 — Toda a congregação. Esta expressão indica que houve uma inconformidade geral, mas não que não houvesse exceção. O verbo murmurou usado neste versículo é o mesmo utilizado em Êxodo 15.24 e 16.7. A questão principal neste texto é a impaciência dos israelitas.
16.3 — Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor. Como os israelitas puderam dar voz a esta ultrajante queixa? Tudo o que Deus fez por Israel usando a Sua destra teve como finalidade misericórdia e libertação. Essa reclamação era a respeito de comida (para um lamento similar acerca de água, leia Êx 15.22-26).
Depois do grande resgate dos israelitas realizado por Deus e do abastecimento de água para o povo, eles ainda não conseguiam enxergar que a provisão de alimento seria um ato pequeno para o grande Deus?
16.4 — A resposta de Deus para a queixa do povo foi uma promessa de pão do céu (maná, v. 15). O Senhor pessoalmente supriria a necessidade de alimento dos hebreus. Entretanto, o recebimento desta bênção maravilhosa foi impedido pela atitude dos israelitas. O que poderia ter sido uma alegre descoberta se tornou uma manifestação amarga. Neste sentido, a porção necessária diz respeito à quantidade diária de maná (v. 5).
A sentença para que eu veja se anda em minha lei ou não significa testar 0 que alguém realmente é (Êx 15.25;20.20), e não fazer com que alguém falhe.
16.5 — Conseguir o dobro do que recolheram no sexto dia permitiria 0 descanso do
Shabat (v. 25).
16.6,7 — Sabereis. O povo experimentaria o poder de Deus de uma nova forma (v. 12). Além disso, os israelitas teriam um renovado sentido da presença divina, como indica a afirmação vereis a glória do Senhor, e uma posterior prova da Sua misericórdia.
16.8,9 — Chegai-vos para diante do Senhor. A ideia é relativa. Eles não chegariam tão perto (Êx 19.21).
16.10,11 — Deus é Espírito (Jo 4.24). Assim, Ele varia as formas nas quais se apresenta. A glória do Senhor é uma das grandes teofanias (aparições de Deus) registradas em Exodo. Deus apareceu pela primeira vez para Moisés em uma sarça flamejante (cap. 3). Não sabemos ao certo o que as pessoas viram na nuvem, mas o sinal certamente faz com que elas ficassem cientes da majestade de Deus e de Sua onipotente presença (SI 97.2-5).
16.12 — Deus prometeu uma ampla provisão de carne e pão para Israel. O Senhor forneceu a comida para que os israelitas não tivessem dúvida alguma a respeito de que Ele estava ao lado de Seu povo e também zelava por este, como nos informa o verbo sabereis.
16.13 — Deus proveu carne por meio de um acontecimento natural, pela migração de codornizes para a região. Esta era a benevolente provisão divina. As codornizes vieram na hora certa e em grande número. Em uma ocasião posterior, as aves chegariam com um julgamento (Nm 11.31-35).
16.14,15 — Uma coisa miúda. Há várias tentativas de explicar o maná como uma substância de ocorrência natural que ainda possa ser encontrada no deserto. Alguns o identificam como um inseto ou uma seiva de planta. A construção frasal destes versículos dá a ideia de tal semelhança. Mas, a descrição do maná em dois trechos (v. 14,31) é realmente necessária, porque ele não era uma substância de ocorrência natural ( Nm 11.1-15).
A pergunta dos israelitas, que é isto?, deu origem ao nome do pão misterioso, maná (v. 31), pois esse questionamento é exatamente o significado dessa palavra no hebraico. O maná podia ser pilado e transformado em pão, por isso a afirmação de Moisés este é o pão. Ademais, era algo especial, um presente de Deus, como se verifica na declaração o Senhor vos deu.
16.16 — Haveria maná suficiente para cada pessoa. Desta forma, ninguém precisaria recolher mais do que o necessário. A medida hebraica de um gômer é usada somente neste capítulo da Bíblia. Corresponde a aproximadamente 2 litros. O versículo 36 explica que isso era um décimo da efa.
16.17-19 — A dependência diária dos israelitas para com o maná era um ato de fé, por isso foi dada a instrução: ninguém deixe dele para amanhã. As pessoas não precisariam recolher mais do que a quantidade necessária para o consumo diário, porque haveria mais maná no dia seguinte. Não fazer isso era mostrar-se em dúvida quanto à provisão divina.
16.20 — A palavra traduzida do hebraico como cheirava mal é uma forma do termo ha 'ash, também usado pelos oficiais israelitas para descrever como o povo hebreu se sentiu quando Moisés e Arão foram falar pela primeira vez com faraó: fizestes o nosso cheiro repelente diante de Faraó, ou, em outra versão, "Vocês atraíram o ódio do faraó” (Êx 5.21 nvi). A declaração indignou-se Moisés contra eles mostra que o líder de Israel se irritou em mais uma das várias ocasiões em que o povo não seguiu as instruções do Senhor!
16.21 — O maná não recolhido derretia-se durante o dia.
16.22-26 — Talvez a característica mais surpreendente do maná fosse relativa ao Shabat. No sexto dia da semana, as pessoas deveriam recolher, para cada indivíduo, uma quantidade suficiente para dois dias. Em qualquer outro dia, o maná guardado estragava imediatamente e criava bicho. Entretanto, no Shabat, o maná armazenado do dia anterior continuava fresco como se tivesse acabado de ser preparado. Este é o argumento mais forte e convincente de que esse “pão” não era uma substância de ocorrência natural. As características do maná, como o período de colheita e armazenamento, expresso com as palavras seis dias [...] sábado, reforçavam a recordação da importância do Shabat na vida do povo de Israel (Êx 20.8-11).
16.27-31 — Alguns dos israelitas não respeitaram ou não compreenderam as instruções de Moisés e saíram no sábado para recolher o maná. A indignação do Senhor com o povo, demonstrada na expressão interrogativa até quando, ocorreu em virtude de o Seu comando ter sido bastante claro, mas, ainda assim, ignorado por algumas pessoas.
16.31 — Semente de coentro [...] mel. Aparentemente o maná era muito saboroso e também muito nutritivo. Este foi o alimento principal dos israelitas durante toda uma geração.
16.32,33 — Um vaso com maná seria para as futuras gerações como uma lembrança da miraculosa obra feita por Deus durante o período em que Israel esteve no deserto. De fato, esse recipiente de maná era um milagre contínuo, visto que a substância apodrecia rapidamente e enchiase de bichos caso fosse armazenada mais do que um dia (v. 20). Contudo, o vaso com pão dos céus posto diante do Senhor seria conservado durante séculos sem estragar.
16.34-36 — Quarenta anos. O término da jornada no deserto é antecipado antes que os acontecimentos intermediários sejam registrados.
17.1 — Refidim pode estar localizado em Wadi Refayid, no sudoeste do Sinai (Êx 17.8; 19.2; Nm 33.14,15). Como não havia ali água, a demanda desse elemento para as pessoas e seus rebanhos deve ter sido um problema imenso, não importando sabermos a quantidade exata de israelitas (Êx 12.37).
17.2 — Não deveria haver nenhum pecado em pedir água. Entretanto, o povo contendeu (hb. ríb) com Moisés. Este verbo é comumente usado nos livros dos profetas para descrever uma disputa judicial (Mq 6.2). No versículo em questão indica uma reclamação irritante. Moisés julgou ser este um desafio à fiel misericórdia de Deus e uma prova de descrença em Sua provisão. Essa não foi a primeira vez que o povo se queixou com Moisés (Êx 14.11,12;16.2,3) - Infelizmente, também não seria a última.
17.3 — Por que [...] para nos matares? A grave questão acerca da água levou as pessoas a acusarem Moisés de ter uma motivação ultrajante. Por fim, seus ataques miravam Deus.
17.4 — Clamou Moisés ao Senhor. Visto que as palavras do povo se baseavam em acusações maliciosas, as palavras de Moisés foram pronunciadas como um pedido de ajuda. Deus não condena aquele que ora por socorro (Êx 2.23,24; no hebraico, o mesmo verbo, sa àq, é frequentemente encontrado nos Salmos de lamento, como o Salmo 142.1).
17.5 — A participação de alguns dos anciãos mostra que nem todas as pessoas estavam fazendo as fortes e maliciosas acusações descritas nos versículos 2 e 3. A vara de Moisés, neste caso, é a mesma concedida por Deus (Êx 17-9;4.20) que Moisés e Arão usaram durante as pragas do Egito (Êx 7.9,20;8.5,16;9.23;10.13,22) e com a qual o profeta iniciou a divisão das águas (Êx 14.16).
17.6 — A envolvente presença divina desceu no alto da rocha de uma forma única. Tempos depois, Paulo diria que essa rocha era Cristo (1 Co 10.4; compare com Dt 32.30,31,37). Um pouco antes, Moisés foi ordenado a estender a mão sobre o mar, e este se dividiu (Êx 14.21); na situação em análise, ele deveria bater na rocha, em pleno deserto, para que água brotasse dela. A batida na rocha ilustrou a morte vindoura do Salvador. A água para saciar a sede das pessoas veio de uma rocha que foi golpeada. Um dia, a água viva que satisfaria a secura espiritual da humanidade viria com a morte de Jesus, nossa Rocha.
O texto diz que Moisés assim o fez- Embora esteja implícito nessa declaração, não é contado de forma clara que a água jorrou abundantemente e as pessoas puderam bebê-la e dá-la aos seus rebanhos. E possível, contudo, que a água que saiu da rocha tenha se tomado uma fonte constante.
17.7 — Massá e Meribá. Se as pessoas não tivessem se comportado tão mal, Deus teria provido a água em um contexto de bênção, e, assim, os nomes dos lugares possivelmente seriam positivos. Infelizmente, as denominações fazem referência à rebeldia e à disputa que lá ocorreram ( Nm 20.13,24 para verificar o uso desses nomes novamente). A nosso ver, ficamos admirados de como a pergunta está o Senhor no meio de nós, ou nãol pode ter sido feita! O povo testemunhou o poder de Deus nas dez pragas, no êxodo, na travessia do mar Vermelho e na provisão de maná. Todos os dias, os israelitas viam a nuvem e a coluna de fogo que representavam Sua presença. No entanto, se tivéssemos feito parte daquela multidão, provavelmente teríamos sido tão impacientes e questionadores quanto os hebreus.
17.8 — O povo de Amaleque era formado pelos descendentes de Esaú, os edomitas (Gn 36.1,12). Não houve qualquer tipo de provocação para que esse ataque ocorresse. Os israelitas — e o Senhor — consideraram essa ofensiva como extremamente abominável (v. 14-16).
17.9 — Esta é a primeira menção a Josué, o homem que mais tarde sucederia Moisés. Este escolhera Josué para ser seu ajudante pessoal (Êx
24-13;32.17;33.11). Quanto à vara de Deus, é a segunda vez que esta maravilhosa expressão é usada (Êx 4-20) e é sua última citação em Êxodo (Nm 20.8,9).
17.10 — Josué liderou a batalha. Esta experiência o ajudaria bastante, mais tarde, em Canaã. Deus capacitou Moisés para trabalhar em Sua obra. Agora Ele estava treinando Josué para suceder o profeta. Neste versículo é feita a primeira menção da relação de Hur com Moisés e Arão (Êx 24.14). Ele não deve ser confundido com o avô de Bezalel (Êx 31.2;35.30;38.22).
17.11 — Moisés manteve suas mãos erguidas (segurando a vara de Deus, v. 9) não como forma de magia, mas como uma demonstração de que a vitória de Israel estava nas mãos do Senhor.
17.12 — Moisés não era um homem jovem, mas até mesmo um rapaz se cansaria de sustentar as mãos levantadas por muito tempo. Assim, seus auxiliares o ajudaram a manter as mãos erguidas. Apenas dessa forma Israel prevaleceria. Somente com a intervenção do poder de Deus o povo venceria a batalha.
17.13 — Josué desfez. Os exércitos de Israel lutaram — como todos os exércitos na verdade fazem — usando as técnicas costumeiras de combate. Contudo, a vitória só foi garantida por causa do poder de Deus, que intercedeu em favor de Seu povo.
17.14 — Escreve isto. Algumas pessoas alegam que os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, o Pentateuco, foram escritos muito tempo depois da morte de Moisés. Outras defendem a ideia de que Moisés escreveu algumas pequenas partes, como aquela a que este versículo aparenta aludir (Êx 24-4) • Contudo, é bastante razoável afirmar que o profeta escreveu algumas passagens dos cinco primeiros livros sob o claro comando divino, como este versículo indica, e as outras partes mais tarde, registrando a história completa do relacionamento de Deus com os israelitas (Êx 34-27,28). A palavra memória (hb. zikkarôn) é usada para a Páscoa em Êxodo 12.14. O vocábulo livro (hb. sepher) faz referência a um rolo. Os livros encadernados só foram desenvolvidos muitos séculos depois da época de Moisés. Além de receber a ordem de escrever o que estava sendo dito por Deus, o profeta ouviu a seguinte instrução: relata-o. O anúncio público de uma revelação do Senhor transmitiu a ideia de que aquilo realmente aconteceria [os amalequitas seriam esquecidos].
O futuro papel de Josué como sucessor de Moisés faria com que ele fosse uma testemunha importante dessa revelação divina. Moisés reiterou o comando de Deus — que eu totalmente hei de riscar — à segunda geração (Dt 25. 19) . A falha de Saul ao completar essa terrível tarefa levou-o a ser rejeitado por Deus (1 Sm 15). Por fim, o rei Davi concluiu o julgamento do Senhor sobre os amalequitas (2 Sm 1.1).
17.15 — Moisés construiu e nomeou um altar, exatamente como fizeram Abraão e Isaque (Gn 8.20;12.7;26.25;33 .20;35). A designação do nome conferiu uma importância especial à edificação, assinalando uma característica de Deus associada à adoração. O Senhor é minha bandeira (hb. Yahweh nissi; nissi significa mastro ou estandarte) foi o nome do altar, não um nome para Deus. Essa declaração não indicava um sentimento positivos. Infelizmente, as denominações fazem referência à rebeldia e à disputa que lá ocorreram ( Nm 20.13,24). A nosso ver, ficamos admirados de como a pergunta está o Senhor no meio de nós, ou não pode ter sido feita! O povo testemunhou o poder de Deus nas dez pragas, no êxodo, na travessia do mar Vermelho e na provisão de maná. Todos os dias, os israelitas viam a nuvem e a coluna de fogo que representavam Sua presença. No entanto, se tivéssemos feito parte daquela multidão, provavelmente teríamos sido tão impacientes e questionadores quanto os hebreus.
17.16 — A expressão traduzida do hebraico como jurou o Senhor é algo não muito claro, mas aparentemente significa certamente há uma mão no trono do Senhor. Na estrutura frasal dessa expressão, o Criador é ilustrado como se estivesse sentado em Seu trono enquanto levanta Sua mão em um juramento solene. É algo terrível para os perversos cair nas mãos justas e corretas do Juiz do universo. o Criador é ilustrado como se estivesse sentado em Seu trono enquanto levanta Sua mão em um juramento solene. É algo terrível para os perversos cair nas mãos justas e corretas do Juiz do universo.



SUBSIDIOS 004

EXODO
15.23,27 As águas de Mara opõem-se às fontes de Elim. Mara simbolizou a descrença e a murmuração, atitude típica das pessoas que nao confiam em Deus. Elim realça a provisão abundante de Deus. Como é fácil murmura" precipitadamente, apenas para ficar envergonhado diante da ajuda de Deus!
15.26 - Deus prometeu que, se o povo lhe obedecesse, estaria salvo dos males infligidos aos egípcios. Mal eles sabiam que muitas leis morais recebidas de Deus também tinham o propósito de mantê-los a salvo das doenças. Por exemplo, obedecer à lei de Deus contra a prostituição os manteria livres das doenças venereas.
Com frequência as leis de Deus destinam-se a proteger-nos de males. Como seres complexos, as áreas física, sentimental e espiritual de nossa vida estão entrelaçadas. A medicina moderna está agora reconhecendo o significado destas leis. Se desejamos que Deus cuide de nós, precisamos nos submeter a sua direção.
16.1 O deserto de Sim era um ambiente vasto e hostil em que só havia areia e pedra. Este espaço estéril proveu o lugar perfeito para Deus testar e formar o caráter do seu povo.
16.2,3 Novamente aconteceu. Diante do perigo, da escassez e inconveniência, os israelitas queixaram-se amargamente e desejaram retomar ao Egito. Mas Deus supriu suas necessidades, como fazia continuamente. As circunstâncias dificeis com freqüência ocasionam o estresse, e reclamar é uma reação natural.
Na verdade, os israelitas náo queriam voltar para o Egito; queriam que a vida fosse um pouco mais fácil. Na pressão do momento. eles não conseguiam visualizar a causa de sua tensão (neste caso. a falta de confiança em Deus), e apenas pensavam no modo mais fácil de escapar. Quando você se sentir pressionado, resista à tentação de fugir rapidamente. Peça poder e sabedoria a Deus para ajudá-lo a lidar com a causa do estresse.
16.4,5 Deus prometeu atender a necessidade de alimentação dos hebreus no deserto, mas decidiu testar sua obediência. Ele queria saber se o povo obedeceria ãs suas instruções detalhadas. Podemos aprender a confiar em Deus come nosso Senhor à medida que o seguimos, dando pequenos passos de obediência.
16.14-16 A cada dia o maná aparecia no chão como pequenos cos. à semelhança de geada (16.31). O povo juntava-o e fazia bolos que tinham um sabor de mel. Para as israelitas, o maná era um presente— chegava todos os d as. na quantidade necessária. Fm Joao
6.48-51. Jesus compara a si mesmo com o maná. Cristo é o nosso páo diário que satisfaz as nossas necessidades eternas, espirituais.
16.23 Os israelitas não deveriam Trabalhar no sábado, nem mesmo cozinhar. Por què? Deus sabia que a ocupação cotidia na do povo poderia distrai-los. impedindo-os de adorar. É muito fácil permitir que o trabalho, as responsabilidades familiares e o lazer sufoquem o nosso momento de adoração. Guarde cuidadosamente o seu tempo com Deus.
16.32 Os hebreus guardaram um pouco do maná em um jarro especial como lembrança de como Deus cuidara deles no deserto. Nunca devemos esquecer a bondade de Deus em nossa vida ou de agradecer-lhe pelas bênçãos alcançadas.
17.2 Mais uma ve? o povo se queixou do problema ao invés de orar Alguns problemas podem ser resolvidos com uma reflexão cuidadosa ou uma reorganização das prioridades. Outros serão resolvidos com discussão e bons conselhos. Porem alguns casos só podem ser solucionados através da oração. Devemos estar determinados a orar quando surgir a vontade de fazer reclamações Reclamar so aumenta o nível de estresse.
17.8 - Os amalequitas eram descendentes de Amaleque. Um nelo de lüsaú. Eles formavam uma tribo nômade feroz que vivia na região desertica do mar Morto. Costumavam atacar outros povoados e saqueá-los. e matavam por prazer. Um dos maiores insultos a um israelita era chamá-lo de “amigo de Amaleque” . Quando os israelitas entraram na região, os amaleqmtas viram uma oportunidade perfeita para terem divertimento e lucro. Mas esta tribo hostil estava se metendo com o grupo errado — o povo guiado por Deus. Para os israelitas, derrotar uma nação bé lica era prova bastante suficiente de que Deus estava com eles.
17.9- Aqui encontramos Josué pela primeira vez. Fie se tornaria o grande líder que introduziria o povo de Deus na Terra Prometi da. Como general do exército israelita, Josué adquiria uma valiosa experiência para as grandes batalhas vindouras.
17.10-13 - Arào e Hur sustentaram os braços de Moisés para assegurar a vitória contra Amaleque. lamhém precisamos “ sustentar" as màos de nossos íderes espirituais. Encarregar- se de alguma responsabilidade, dar uma palavra de encorajamento ou oferecer uma oração são meios de ajudar os lideres em seu trabaiho.
18.7 Jetro entrou na tenda de Moisés e ambos conversaram. As tendas eram as casas dos pastores. Sua forma assemelhava- se às barracas de hoje, mas eram muito amplas e tecidas de pêlos de cabra ou camelo. Tal estrutura permitia que o vento a soprasse levemente em dias quentes e. nas tempestades, o tecido se contraia, oferecendo proteção ate contra as chuvas mais fortes. O chão costumava ser forrado com peles de animais, enquanto cortinas dividiam os cômodos internos.
18.8-11 Moisés contou ao sogro tudo o que Deus fizera, convencendo- o de que o Senhor era maior que qualquer outro deus. Em geral, existe uma grande dificuldade em falar de Jesus para os próprios parentes. Porém, deveríamos buscar oportunidade de contar-lhes o que Deus tem feito em nossa vida. porque podemes exercer grande influência sobre eles.
18.12 - Este reencontro Iransformou-se numa grande celebração. Os israelitas costumavam compartilhar uma refeição com sacrifício entre si. Uma oferta queimada ora sacrificada a Deus, e a refeição deste sacrifício era dedicada e feita com cerimônia num jantar de confraternização.
18.13- 26 - Moisés gastava seu tempo e energia ouvindo as reclamações dos hebreus. Com isso. nao conseguia realizar outro trabalho importante. Jetro sugeriu que ele delegasse boa parte do trabalho a outros e direcionasse seus esforços apenas para o que somente eie poderia fazer. Algumas pessoas em posição de responsabilidade sentem que são as únicas capazes de cumprir suas tarefas, mas a verdade ó que outros estão aptos a carregar parte da carga. O ato de delegar aliviou o estresse de Moisés e aumentou a qualidade de seu governo, o que ajudou a prepara-los para o sistema de governo estabelecido em Canaà. Delegar apropriadamente pode multiplicar a eficiência enquanto proporciona a outros oportunidade de crescer.
18.16 - Moisés não apenas decidia os casos, mas também ensinava ao povo a Lei de Deus. Sempre que ensinarmos alguém resolver disputas ou conflitos, devemos aproveitar a oportunidade de ensinar  ao povo as leis de Deus.
19.2,3 - O monte Sinai ó um dos locais mais sagrados na história de Israel Nesta montanha, localizada ao centro-sul da península do Sinai. Moisés encontrou-se com Deus em uma sarça ardente; Deus fez seu pacto com Israel; e Elias ouviu a voz de Deus em um sussurro gentil. Também neste local Deus concedeu ao povo de Israel as leis e diretrizes para uma vida íntegra.
Eles aprenderam sobre as grandes bênçãos da obediência(34.4-28), como também as trágicas conseqüências da desobediência(34.7).
19.4-6 Deus tinha um proposito ao salvar os israelitas da escravidão o qual Ele estava pronto para reveiar: israe: lornar-se-ia um reino de sacerdotes e uma nação santa através da qual as pessoas poderiam aproximar-se de Deus livremente.
Mas não demorou muito tempo para que o povo corrompesse o plano de Deus. Então o Senhor estabeleceu os descendentes de Arão. da tribo de Levi. como sacerdotes (Lv 8;9), representando o que toda a nação deveria ter sido. Com a vinda de Jesus Cristo.
Deus novamente estendeu seu plano a todos os que cressem. Nós temos de ser santos, “sacerdócio real" (1 Pe 2.9). A morte e a ressurreição de Cristo permitiram que cada um de nós pudesse aproximar se de Deus livremente.
19.5 Por que Deus escolheu Israel como nação sua? Deus sabia que nenhuma nação na terra seria boa o suficiente para merecer ser chamada de povo seu, o ‘ tesouro especial" de Deus. Sendo assim. Deus escolheu Israel não por causa de algo que tenham feito, mas por seu amor e misericórdia, apesar dos erros que eles haviam cometido e viriam a cometer. Por que Deus quis uma nação especial na terra? Para representar o seu padrão de viver, ensinar a sua Palavra o ser um agente de salvação para o mundo. Todas as nações da terra" seriam abençoadas através dos descendentes de Abraão (Gn 18.18). Os gentios e reis viriam ao Senhor através da nação de Israel, predisse Isaías (Is 60.3). E também desta nação nasceria o Messias, o Filho escolhido de Deus. O Senhor escolheu uma nação e a coiocou em rigoroso programa de treinamento, a fim de que um dia ela pudesse ser um canal de bênçãos para o mundo inteiro.
19.5-8 Em Gênesis 15 e 17. Deus faz um pacto com Abraão prometendo tornar os seus descendentes uma grande nação. Agora esta promessa era cumprida enquanto Deus reafirmava o seu pacto com a nação israelita, os descendentes de Abraao. Deus prometeu cuidar do seu povo e abençoá-lo, e o povo prometeu obedecer-lhe. O pacto estava selado. Mas as boas intenções do povo rapidamente se dissipariam. Vocè assumiu
um compromisso com Deus? O que está fazendo para mantê-lo?
19.9-11 - Moisés recebeu ordem para santificar o povo. Isto
significava prepará-los física e espiritualmente para o encontro com Deus. Eles teriam de afastar-se do pecado e até mesmo da rotina diária para dedicar-se a Deus. O ato de lavar-se e estar preparado servia para manter a mente e o coraçao prontos. Em nosso encontro com Deus para adorá-lo. devemos deixar de lado os cuidados e as preocupações da vida diána. Use seu tempo de preparação física para deixar sua mente pronta para encontrar-se com Deus.


ELABORADO PELO EVANGELISTA; NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
DIRIGENTE NA CONGREGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE DEUS(MISSÃO)
BAIRRO NOVO HORIZONTE – CIDADE DE GUIRATINGA – MT
PASTOR PRESIDENTE; Pr EDSEU VIEIRA

COMENTARIO BIBLICO BEACON
COMENTARIO  BIBLICO O PENTATEUCO – PAUL  HOFFE
COMENTARIO BIBLICO A.T. – arl Radmacher, Ronald B. Allen e H.
COMENTARIO BIBLICO MATEU HENRY
COMENTARIO BIBLICO MOODY
BIBLIA DE ESTUDOM PENTECOSTAL
BIBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL
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