Lições Bíbilicas CPAD - Jovens e adultos
lº Trimestre 2014
Título - Uma Jornada de Fé - A formação do povo de Israel e
sua herança espiritual
Comentarista - Antonio Gilberto
LIÇÃO 05 – A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO
02 de Fevereiro de 2014.
02 de Fevereiro de 2014.
TEXTO ÁUREO
"O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi
por salvação; este é o meu Deus [...]" (Êx 15.2).
VERDADE PRÁTICA
Deus tirou o seu povo do Egito e o conduziu com zelo,
proteção e provisão pelo deserto até a Terra Prometida.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 13.17 Rumo à liberdade
Terça - Êx 13.19 Uma promessa é cumprida
Quarta - Êx 13.21 Deus protege o seu povo
Quinta - Êx 14.11 A murmuração do povo de Deus
Sexta - Êx 14.13,14 "Vede o livramento do Senhor"
Sábado - Êx 15.1 A celebração do povo de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 14.15,19-26
INTERAÇÃO
O povo hebreu teve de esperar 430 anos até que finalmente
foi liberto da escravidão pelo Todo-Poderoso. Deus não se esqueceu das
promessas que havia feito a Abraão. O Senhor jamais se esquece das suas
promessas e seus planos não serão frustrados. Talvez você esteja esperando o
agir de Deus em seu favor já há muitos anos. Não perca as esperanças. Sua hora
chegará, assim como chegou o momento dos israelitas.
Na lição de hoje veremos que o Senhor não somente libertou o
seu povo do cativeiro, mas os conduziu com cuidado e zelo pelo deserto. Deus é
fiel, imutável e também cuidará de você até a sua chegada ao céu. Creia no
poder providente e protetor do nosso Pai Celestial.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar o significado da saída dos hebreus do Egito e a
travessia do mar.
Conscientizar-se de que somente Deus merece o nosso louvor e
adoração.
Compreender a proteção e o cuidado de Deus para com o seu
povo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para
introduzir o tópico II da lição.
Antes de apresentar o quadro faça a seguinte indagação:
"O que podemos oferecer a Deus por todos os seus benefícios?" Ouça os
alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, explique
que Moisés e alguns servos do Senhor ofereceram a Deus a sua adoração. Depois,
apresente o quadro e leia as referências juntamente com os alunos. Conclua
enfatizando que devemos oferecer a Deus o nosso louvor e gratidão.
ALGUNS CÂNTICOS NA BÍBLIA
LIVRO
PROPÓSITO
Êxodo 15.1-21
Cântico de Moisés após Deus ter tirado Israel do Egito e
repartido as águas do mar Vermelho.
Números 21.17
Cântico de Israel em louvor a Deus por terem recebido água
no deserto.
Deuteronômio 32.1-43
Cântico de Moisés sobre a história de Israel com ações de
graças e louvor enquanto os hebreus estavam prestes a entrar na Terra
Prometida.
Apocalipse 15.3,4
Cântico de todos os remidos em louvor ao Cordeiro que os
remiu.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje veremos como se deu a saída dos hebreus do
Egito. Você pode imaginar a alegria do povo hebreu? Deus tem o tempo certo de
agir. O povo teve que esperar 430 anos até o dia da tão esperada liberdade. O
dia chegou e quem traçou a rota de saída foi o próprio Senhor. O caminho
escolhido foi o mais longo, pois Deus conhecia o coração dos israelitas e sabia
que na primeira dificuldade logo desejariam retornar. Nesta lição veremos que
Deus retirou Israel do Egito e cuidou do seu povo todos os dias durante a longa
travessia pelo deserto até a entrada na tão sonhada Terra Prometida.
I. A TRAVESSIA DO MAR
1. A saída do Egito (Êx 12.11,37): Deus retirou com mão
forte o seu povo do Egito. Depois de tudo que presenciaram, tanto os israelitas
quanto os egípcios perceberam que estavam diante de um milagre divino, um
acontecimento sobrenatural. Agora era hora da partida. O povo já estava
preparado para ir embora, todos vestidos e com seus cajados nas mãos. Você está
preparando para a viagem à Casa do Pai? Todos terão um dia que fazer esta
passagem. Segundo o texto bíblico de Êxodo 12.37, deixaram o Egito seiscentos
mil homens, fora os meninos e as mulheres. Os israelitas não saíram do Egito de
mãos vazias. Deus os abençoou de tal maneira que eles despojaram os egípcios
(Êx 12.36). Era uma pequena retribuição por todos os anos de trabalho escravo a
que foram submetidos.
A rota escolhida pelo Senhor para a saída do Egito foi a mais
longa, pois nem sempre Deus escolhe o caminho mais rápido para nos abençoar. O
objetivo de tal escolha era também evitar que os israelitas tivessem que passar
pelo caminho dos filisteus, evitando confronto com eles (Êx 13.17). Os hebreus
não estavam preparados para lutar, pois ainda estavam acostumados à escravidão.
Deus também sabia que diante de qualquer obstáculo o povo iria querer voltar
para o Egito.
2. A perseguição de Faraó (Êx 14.5-9). O povo estava
acampado próximo do mar Vermelho quando o coração de Faraó foi mais uma vez
endurecido contra os hebreus (Êx 14.5). Então, Faraó tomou todo o seu exército
e saiu em perseguição ao povo de Deus. Aqueles que servem ao Senhor com
integridade são alvos de muitas perseguições, mas temos um Deus que nos livra
de todas as aflições e perseguições (Sl 34.19). O povo de Israel ficou
apavorado quando viu o exército de Faraó vindo em sua direção. Diante deles
estava o mar e atrás um grande exército inimigo. Há momentos em que o Inimigo
tenta nos acuar, mas Deus sempre sai em defesa do seu povo, por isso, não tenha
medo. Confie firmemente no Senhor e Ele o guardará (Sl 121.1). Diante da
perseguição de Faraó os israelitas mais uma vez clamam ao Senhor (Êx 14.10).
Deus ouve a oração do seu povo, Ele também responde a súplica que lhe fazemos,
por isso ore, clame e veja o agir do Todo-Poderoso em sua vida.
3. A ruína de Faraó e seu exército (Êx 14.26-31). "Dize
aos filhos de Israel que marchem" (Êx 14.15). Esta foi a resposta do
Senhor para o seu povo que estava sendo perseguido pelo exército egípcio. Eles
marcharam e Deus enviou durante toda aquela noite um vento e o mar se abriu. O
Senhor providenciou um caminho para os israelitas passarem, e o mesmo caminho
serviu de juízo para Faraó e seu exército.
O povo de Deus atravessou o mar e quando os egípcios
intentaram fazer o mesmo, o Senhor os destruiu (Êx 14.27,28). Para que o povo
não duvidasse, Deus permitiu que os israelitas vissem os corpos dos egípcios na
praia (Êx 14.30).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Deus retirou com mão forte os israelitas do Egito e os guiou
rumo a Terra Prometida.
II. - O CÂNTICO DE MOISÉS
1. Moisés celebra a Deus pela vitória (Êx 15.1-19). Diante
de tão grande livramento, Moisés eleva um cântico ao Senhor em adoração. O
cântico de Moisés foi uma forma de agradecer a Deus pelos seus feitos. Louve a
Deus por tudo que Ele é e por tudo que Ele tem feito em sua vida. Ofereça ao
Senhor sacrifícios de gratidão (Lv 22.29). Podemos oferecer-lhe nosso louvor e
a nossa adoração: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de
nenhum de seus benefícios" (Sl 103.2).
Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, "o livramento
dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a vitória do povo de
Deus sobre Satanás e o Anticristo nos últimos dias; daí um dos cânticos dos
redimidos ser chamado o 'cântico de Moisés' (Ap 15.3).
2. Miriã juntamente com as mulheres louvam a Deus (Êx
15.20,21). Por intermédio de Êxodo 15.20, podemos ver que Miriã não era apenas
profetisa (Nm 12.2), ela também tinha habilidades musicais. Segundo a Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, "a profecia e a música estão frequentemente
relacionadas na Bíblia" (1 Sm 10.5; 1 Cr 25.1). Miriã adorou a Deus
juntamente com todas as mulheres. Foi um dia de grande alegria e celebração
para Israel. Era impossível ficar calado diante da demonstração do poder de
Deus. O Senhor espera que o adoremos por seus atos grandiosos, e que o adoremos
em Espírito e em verdade, pois o Pai procura aqueles que assim o adoram (Jo
4.23,24).
3. Celebrando a Deus. Todo Israel, em uma única voz, cantou
e celebrou a grande vitória. Foi uma alegria coletiva nunca vista antes na
história do povo de Deus. Celebre a Deus individual e diariamente (Sl 100.1),
mas também na sua congregação, como um só corpo.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Moisés celebrou a Deus pela vitória com um cântico de
louvor.
III. A PROTEÇÃO E O CUIDADO DE DEUS COM SEU POVO
1. Uma coluna de nuvem guiava o povo de Deus (Êx 13.21,22;
40.36,37). O Senhor não somente resgatou o seu povo, mas o conduziu de forma
cuidadosa durante todo o deserto. Temos um Deus que se preocupa e cuida de nós.
O Senhor enviou uma coluna de nuvem para proteger o seu povo. Durante o dia
esta coluna fazia sombra para que o povo de Deus pudesse suportar o calor
escaldante do deserto (Êx 13.21). Esta coluna, segundo Charles F. Pfeifer,
"era um sinal real da verdadeira presença de Jeová com o seu
povo".
2. Deus cuida do seu povo (Êx 16.4; Dt 29.5). O Senhor não
mudou, Ele cuidou do seu povo na travessia pelo deserto e também cuida de nós
em todo o tempo (Hb 13.5). Confie no Senhor e não murmure como fez o povo no
deserto, pois o Pai cuida de nossa provisão. Em o Novo Testamento, Paulo faz
uma séria recomendação, a fim de que não venhamos nunca a seguir o exemplo de
Israel: "E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram
pelo destruidor" (1 Co 10.10). Murmurar é falar mal de alguém ou algo. A
murmuração é um grave pecado contra Deus (Fp 2.14).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Deus guiou e protegeu seu povo durante a caminhada pelo
deserto. Ele utilizou uma coluna de nuvem para conduzir os israelitas.
CONCLUSÃO
Deus livrou seu povo do cativeiro e o conduziu pelo deserto.
O Senhor é fiel, imutável e também cuidará de você até a sua chegada aos céus.
Creia no poder providente e protetor do nosso Pai Celestial e confie no seu
cuidado e na sua proteção. Estude com afinco a história do povo de Deus, pois
ela vai ajudá-lo a não cair nos mesmos pecados dos israelitas.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"A morte dos egípcios (14.26-31)
Deus inverteu a ação das águas e as águas voltaram ao lugar.
O texto não declara se houve uma reversão do vento. O retorno das águas foi tão
súbito e forte que alcançou os egípcios quando tentavam fugir e os matou. As
mesmas águas que serviram de muro para o povo de Deus tornou-se o meio de
destruição para os egípcios.
Esta última disputa entre Deus e Faraó, resultando em
vitória final e completa para o Senhor, impressionou fortemente os israelitas.
A situação parecia desesperadora na noite anterior. Agora Israel viu os
egípcios mortos na praia do mar. As águas turbulentas, ou a maré, levaram os
corpos à praia. O Senhor salvara os israelitas; toda a prova necessária estava
diante dos olhos deles.
Quando viu Israel a grande obra, temeu o povo do Senhor e
creu. Este ato poderoso expulsou o medo que os atormentara e implantou um
verdadeiro temor de Deus - um temor que conduziu a uma fé viva"
(Comentário Bíblico Beacon. vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005,
pp.172-73).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Geográfico
"Mar Vermelho
Embora não pertença à Terra Santa, encontra-se o Mar
Vermelho estritamente ligado à história do povo israelita. Ele é conhecido nas
Sagradas Escrituras como 'Yam Suph', que significa Mar de Juncos.
No Mar Vermelho encontra-se, em grande quantidade, a alga
conhecida como trichodesmium erythaeum que, ao morrer, assume uma totalidade
marrom-avermelhada, justificando assim o nome do mar.
O Mar Vermelho separa os terrítórios egípcios e saudita. Na
parte setentrional, divide-se em dois braços pela Penísula do Sinai. O braço
ocidental é conhecido como Golfo de Suez. O oriental, Golfo de Akaba.
Com quase dois mil quilômetros de comprimento, entre o
estreito de Bab al-Mandeb e o Suez, no Egito, e cerca de 300 quilômetros de
largura, somando uma área de 450.000 km, o Mar Vermelho banha o Sudão, o Egito,
e a Eritreia, a oeste; e a Arábia Saudita e o Iêmem, a leste. Uma pequena faixa
do Golfo de Aqaba banha Israel e a Jordânia.
No Mar Vermelho, encontramos o estreito de Bab al-Mandeb,
que liga o extremo sul do mar ao oceano Índico. Esta passagem, que faz o Mar
Vermelho uma rota entre a Europa e a Ásia, é mantida aberta por meio de
explosões e dragagens.
O Êxodo do Povo de Israel
Israel deixou o Egito no século XV a.C. Israelitas e
egípcios voltariam a se enfrentar no tempo dos reis no chamado período
interbíblico. Depois da formação do Estado de Israel, em 1948, houve pelo menos
quatro guerras entre Israel e Egito: a Guerra da Independência, em 1948; a
Guerra do Sinai, em 1956; a Guerra dos Seis Dias, em 1967; e a Guerra do Yom
Kippur em 1973.
Em 1979, ambos os países assinaram um acordo de paz, em Camp
David, nos Estados Unidos, possibilitando o término do estado de guerra e o estabelecimento
de relações diplomáticas entre Cairo e Jerusalém.
A Bíblia garante que será de paz o futuro de ambas as nações
(Is 19.23-25)" (ANDRADE, Claudionor. Geografia Bíblica: A geografia da
Terra Santa é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a história
sagrada. 25 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 35-150).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, Armando Chaves. Êxodo. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD:
1998.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise
de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 57, p.38.
SUBSIDIOS 001
I - INTRODUÇÃO.
EXODO 14.14 O SENHOR
PELEJARÁ POR VÓS. Deus prometeu aos israelitas que ia lutar por eles, mas eles
tinham a obrigação de avançar, pela fé, em direção ao mar (v. 15). Deus luta em
prol dos seus, à medida que estes andam pela fé e em obediência à sua Palavra
(15.3; Ne 4.20; Sl 35.1).
EXODO 14.19,20 A
COLUNA DE NUVEM. Na escuridão, a nuvem milagrosamente protegeu Israel,
interpondo-se entre os egípcios e os israelitas. Ao mesmo tempo, a coluna de
fogo da parte de Deus, projetava abundante luz sobre o caminho através do mar,
de modo que os israelitas pudessem atravessá-lo (v. 24).
EXODO 14.22 ENTRARAM
PELO MEIO DO MAR EM SECO. O mar Vermelho, literalmente mar de Juncos (hb. Yam
Suph); acredita-se que é a extremidade sul do lago Menzalé. A travessia do mar
Vermelho (13.18 14.31) foi um ato milagroso diretamente da parte de Deus (v.
21). Os escritores bíblicos posteriores citaram esse evento para relembrar ao
povo de Deus a respeito do seu poder e grandeza (Js 24.6,7; Sl 106.7,8; Is
51.15; Jr 31.35; Na 1.3,4). O livramento de Israel através do mar Vermelho
confirmou a promessa de Deus: O Senhor pelejará por vós (v. 14).
EXODO 14.22 AS
ÁGUAS... COMO MURO À SUA DIREITA E À SUA ESQUERDA. A formação de dois grandes
muros de água, por um vento forte, requeria um milagre; não se trata de simples
ocorrência natural. A água arrumou-se, elevando-se dos dois lados, formando um
caminho que pode ter tido vários quilômetros de comprimento (15.8; Sl 74.13).
EXODO 14.28 AS ÁGUAS,
TORNANDO... Quando as águas retornaram ao normal, sua profundidade era
suficiente para cobrir os carros egípcios e afogar o seu exército (15.4-6).
Dessa maneira, o Senhor lutou em favor
de Israel e aniquilou os egípcios, assim como anteriormente Ele lutara contra
os deuses do Egito, derrotando-os (no caso das dez pragas).
EXODO 14.31 E TEMEU O
POVO AO SENHOR E CREU Vendo o pavoroso juízo que Deus executou contra o
exército egípcio, o povo temeu ao Senhor ; e, vendo o livramento milagroso da
parte de Deus, creu no Senhor . Quando temos uma revelação autêntica da
majestade de Deus e dos seus juízos contra o pecado, nós nos apegamos a Ele com
fé e crescemos no seu temor.
II – A TRAVESSIA DO MAR
1 – A saída do Egito – Ex 12.11,37
A refeição pascal deveria ser comida apressadamente, e todos
os participantes deveriam estar prontos a ir quando Deus os mandasse partir.
Foi necessária a terrível praga da morte dos primogênitos para que Faraó
voltasse à razão e permitisse que os israelitas se retirassem. Os egípcios
receberam justa retribuição por haverem matado milhares de meninos do povo
hebreu, por haverem oprimido cruelmente os escravos israelitas e pela
obstinação cega de seu rei. Faraó estava agora quebrado. Permitiu que os
israelitas saíssem sem impor-lhes nenhuma condição. Mais ainda, reconheceu ao
Senhor, pedindo a Aarão e a Moisés que o abençoassem.
exodo 12.11 OS VOSSOS
LOMBOS CINGIDOS, OS VOSSOS SAPATOS NOS PÉS.
Os israelitas deviam
ficar prontos e em alerta para marchar [para fora do Egito] ao comando do Senhor. Comumente, eles não usavam
sandálias (ou sapatos) em casa. O cajado ficava geralmente perto da porta, mas
não nesta noite. Os hebreus tinham de estar com ele nas mãos, prontos para
sair.
Esta linguagem figurativa indica a necessidade de obediência
irrestrita e imediata da parte do povo de Deus.
— Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Suco
te... A expressão os filhos de Israel faz referência aos herdeiros da promessa
de Deus a Abraão, Isaque e Jacó. O Senhor deu o nome Israel a Jacó (Gn
32.22-32).
Tracemos um paralelo entre o êxodo do Egito e a salvação
proporcionada por Jesus Cristo.
(01) Pode comparar-se o Egito ao mundo,
(02) Faraó a Satanás,
(03) a escravidão à servidão do pecado, e os meios de
livramento,
(04) as pragas e a páscoa ao poder convincente do Espírito e
ao sangue de Cristo, respectivamente.
Além do mais, assim como pessoas não israelitas acompanhavam
aos hebreus no êxodo, pessoas não convertidas que se juntam aos crentes logo
causam dificuldades na igreja.
2 – A perseguição de Faraó –
Os egípcios notaram a rota de escape de Israel e perceberam
a mudança de direção (v. 2) . Assim, concluíram que os israelitas estavam embaraçados
na terra (ou vagando confusos, de acordo com a nvi) . Esta era uma estratégia,
claro, orquestrada pelo próprio Deus.
— E eu endurecerei o coração de Faraó. Acerca desse assunto,
veja Êxodo 3.19;4.21;5.2; 7.3,13,14; 14-8. Mais um golpe foi desferido contra o
rei do Egito. O significado da expressão serei glorificado é importante. A
primeira vez que Moisés e Arão se aproximaram de faraó (Êx 5.1-9), este tratou com
desprezo a Deus e aos dois homens. Com a derrota final do monarca, o nome do
Senhor (isto é, Yahweh) e Sua associação com o povo de Israel seriam conhecidos
e honrados em toda a terra.
14.6,7— E tomou [...] todos os carros do Egito. Ao comando
de faraó, os oficiais perseguiram os israelitas. Seiscentos carros escolhidos
eram uma força enorme. Os carros de guerra nos tempos antigos exerciam uma
larga vantagem sobre os soldados a pé.
14.8 — O Senhor endureceu o coração de Faraó, como Ele
prometera em Êxodo 14-4.
14.9-11 — Não podemos culpar as pessoas por temerem. O medo
em si não é um pecado. Entretanto, o comentário sarcástico dirigido a Moisés
(e, consequentemente, ao Senhor) de que não havia sepulcros no Egito
demonstrava pouca fé. Esta é apenas a primeira de uma série de reclamações que
o povo proferiu contra Moisés. Uma após a outra, suas queixas foram crescendo
em hostilidade (Êx 16.2,3;17.2,3).
3 – A ruina de Faraó e seu exercito – Ex 14.26-31
14.21 — Moisés estendeu a sua mão [...] e o Senhor fez retirar
o mar. O Senhor ordenou a Moisés que estendesse seu cajado (v. 16). Este não
era uma varinha de condão. O poder emanava do próprio Senhor, e não do objeto.
Uma das forças da natureza que Deus usou para separar as águas foi um forte vento
oriental. Assim, imaginamos um vento extraordinariamente impetuoso, com foco
direcionado, abrindo um corredor e formando duas paredes de água.
14.22 — O efeito do vento foi tão forte que o leito do mar
secou totalmente. Foi um ato de fé da parte de Israel atravessar peio meio do
mar em seco. Os hebreus poderiam ter-se recusado a cruzá-lo e, assim, não
seriam livrados do exército egípcio.
14.23 — Os egípcios seguiram-nos. Os assustados e confusos
egípcios perseguiram os israelitas até mesmo no caminho que se abriu entre o mar
Vermelho.
14.24 — O Senhor esperou até que chegasse a hora certa. Assim,
Ele fez com que acontecesse um alvoroço entre os egípcios no fim da madrugada, enquanto
ainda estava escuro.
14.25-27 — Sem as rodas, os carros de guerra ficaram tão
imprestáveis que não representavam mais uma ameaça. Diante desse quadro
desesperador, os egípcios disseram: o Senhor por eles peleja contra os egípcios.
Esta era a confissão que Deus esperava. As notícias se espalharam vastamente e
de forma rápida. O Senhor lutava pelos israelitas (v. 4,17,18).
14.28,29 — Todos os soldados egípcios e os cavalos que entraram
na parte seca do mar não sobreviveram quando as águas voltaram ao seu lugar. A
derrota foi completa. Não há dúvida de que alguns guerreiros egípcios não
entraram no corredor de água e sobreviveram. E foram justamente estes homens
que espalharam as notícias a respeito do Senhor, o Guerreiro de Israel.
II – O CANTICO DE MOISÉS
1 – Moisés celebra a Deus pela
vitória – Ex 15.1-19
EXODO 15.1-18 ENTÃO
CANTOU MOISÉS... ESTE CÂNTICO. Este cântico celebra a vitória de Deus no mar
Vermelho contra o poder do Egito. É um hino de louvor e ações de graças a Deus
por sua majestade, por seu poderio nas batalhas e pela sua fidelidade ao seu
povo. O livramento dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a
vitória do povo de Deus sobre Satanás e o anticristo nos últimos dias; daí, um
dos cânticos dos redimidos ser chamado o cântico de Moisés (Ap 15.3).
15.1 — Moisés e os filhos de Israel louvaram juntos como uma
congregação, não apenas como nação. E eles entoaram o cântico ao Senhor. O Deus
vivo era seu principal ouvinte. A expressão sumamente se exaltou é uma
construção enfática, que expressa o magnífico contentamento
por causa da grande vitória de Deus (Êx 18.8).
O cavalo e o seu cavaleiro também podem ser entendidos como
o cavalo e o seu carro de batalha.
O verbo traduzido do hebraico como lançou é uma expressão
rara e vívida. Ele transmite a ideia de Deus atingindo e derrubando os membros
do exército egípcio na água um por um.
15.2 — A minha força e o meu cântico são um par de palavras
pouco usual. Algumas pessoas pensam que o termo traduzido como cântico
significa poder, fortaleza ou algo similar. Entretanto, a ideia como é expressa
é maravilhosa: Deus é minha canção vigorosa. Portanto, uma pessoa de fé
considera o onipotente Deus vivo como uma razão para louvar!
Na sentença ele me foi por salvação, o verbo salvar e os
substantivos relacionados com ele remetem ao sentido de cômodo ou espaço (Ex 14.13).
Com o aterrorizante mar defronte aos israelitas e os egípcios atrás,
perseguindo-os, o povo de Deus ficou encurralado. Contudo, o Senhor o
surpreendeu com Sua libertação.
As palavras da primeira metade deste versículo são citadas
no Salmo 118.14 e em Isaías 12.2. Há muitos vocábulos para expressar o louvor
na Bíblia. Mas o verbo hebraico em o exaltarei (nawâ) é único e quer dizer
conferir beleza a Deus. Por meio do fruto de seus lábios (Hb 13.15), pessoas de
todas as idades podem conferir beleza Àquele que criou tudo que é belo.
A expressão Deus de meu pai indica que os israelitas adoravam
o mesmo Deus que Abraão, seu pai, adorava, em quem acreditava e a quem
obedecia. Hoje, os cristãos são parte da linhagem de Abraão, porque também
creem no mesmo Senhor, obedecem-lhe e adoram-no (G1 3.6,7). Muitos crentes
fiéis nos precederam.
15.3-5 — Chamar Deus de varão de guerra é bastante apropriado
neste contexto. A batalha foi vencida, e a exaltação pertence ao Vitorioso.
A declaração Senhor é o seu nome aponta que o nome de Deus
na Bíblia, Yahweh, é muito importante (Êx 3.14,15). Outros supostos deuses
tinham nomes secretos que eram revelados somente ao restrito grupo de
sacerdotes. Ao saber o nome oculto dos deuses, o feiticeiro possuía um suposto “acesso
especial” a eles. Mas o Deus vivo fez com que todos conhecessem Seu nome e
soubessem que a salvação é encontrada apenas nele.
15.6 — Ao longo da narrativa de Êxodo foi enfatizada a
poderosa mão direita de Deus estendida (v. 12,16). Esta é uma maneira de descrever
a potente e ativa presença divina entre os israelitas. Deus não libertou Israel
de longe; Ele desceu para agir junto a Seu povo (Êx 3.8).
15.7,8 — Moisés usou figuras de linguagem para ilustrar o
grandioso sentimento do momento. O vigoroso vento que fez as águas se dividirem
em duas partes e formarem um corredor (Êx 14.21) é descrito na poesia como o
sopro dos teus narizes.
15.9-12 — A arrogância do exército perseguidor incitando a luta
com o Deus vivo é descrita no versículo 9. Contudo, no versículo 11, a
expressão de incomparabilidade no questionamento quem é como tu entre os
deuses? Demonstra que os inimigos jamais seriam capazes de vencer
o Senhor contando com seus deuses, pois só Yahweh é o Todo-poderoso.
Essa expressão aparece muitas vezes na Bíblia para descrever o verdadeiro Deus.
Em um mundo onde havia muitos supostos deuses, o Senhor era
único. Ele, sozinho, é Deus. Ele não é apenas melhor do que os outros deuses; não
há outros deuses. Nenhuma pessoa, nenhum deus ou objeto pode ser comparado com
o verdadeiro Deus vivo (SI 96.4,5; Is 40.25,26; Mq 7.18).
Quanto ao uso do termo terrível, este significa que Deus
inspirou maravilhas, adoração e obediência nos israelitas.
2 – Mirian juntamente com as mulheres louvam a Deus – Ex 15.
20,21
EXODO 15.20 A
PROFETISA. Miriã é chamada profetisa porque o Espírito de Deus a tomou, para
ela entregar uma mensagem profética da parte de Deus ao povo (Nm 12.6; Jz 4.4;
2 Rs 22.14; Is 8.3; Lc 2.36).
15.19,20 — Nesta passagem, Miriã, a irmã de Moisés, é mencionada
pelo nome pela primeira vez. É bastante provável que ela seja aquela citada na
história do nascimento do profeta no capítulo 2. Ela é chamada de profetisa.
Embora não haja registros de mulheres servindo como sacerdotisas na antiga Israel,
estas de fato exerceram o papel de profetisas (Débora, Jz 4-4; a esposa de Isaías,
Is 8.3; Hulda, 2 Rs 22.14).
Como uma profetisa (Mq 6.4), Miriã falou oficialmente em
nome de Deus. Entretanto, nem ela nem seu irmão Arão tiveram semelhante aproximação
com o Senhor como teve Moisés (Nm 12). Este trecho também descreve a primeira adoração
israelita após sua libertação no mar Vermelho. As mulheres lideraram essa
exaltação com tamborins e dança, algo que mais tarde será celebrado no livro de
Salmos (SI 68.25).
15.21 — O verbo respondia pode ser traduzido como cantava.
As palavras do versículo 21 são as mesmas que aparecem no início do cântico de Moisés
(15.1). A ordem das ações aparenta ser: Moisés foi o autor do cântico (v. 1);
Miriã liderou os cantos, ou talvez ela tenha atuado como entoadora da antífona [versículo
que precede o salmo] no coro. A celebração incluiu música, instrumentos, dança
e grande exaltação ao Deus vivo.
3 – Celebrando a Deus.
Todo crente deve celebrar ao Senhor quando vence as suas
pelejas.
SALMO 100.2
APRESENTAI-VOS A ELE COM CANTO. O cântico individual e congregacional deve ser
dirigido antes de tudo ao SENHOR (v. 1), executado com alegria e plena
consciência da sua presença. Nos cânticos, relembramos que Deus nos criou e
redimiu, e que agora somos o seu povo e que Ele é o nosso Pastor (v. 3).
Cantamos o seu amor, fidelidade e verdade, que durarão para sempre (v. 5; ver
Ef 5.19).
EFESIOS 5.19
CANTANDO... AO SENHOR. Todos os nossos cânticos espirituais, tanto na igreja
como em particular, devem ser inteiramente dirigidos a Deus, como orações de
louvores ou petições (Sl 40.3; 77.6).
(1) Cantar louvores ou qualquer cântico espiritual pode ser
uma forma de manifestação sobrenatural do Espírito Santo (vv. 18,19; 1 Co
14.15).
(2) Cantar hinos cristãos é um meio de edificação, ensino,
ação de graças e oração (Cl 3.16).
(3) O cântico cristão é uma expressão de alegria (v. 19).
(4) O propósito de cantar hinos ou cânticos espirituais, não
deve ser passatempo, nem exibição de talentos individuais, mas adoração e
louvor a Deus (Rm 15.9-11; Ap 5.9,10).
III – A PROTEÇÃO E O CUIDADO DE DEUS COM SEU POVO
1 – Uma coluna de nuvem guiava o povo de Deus –Ex 13.21,22;
40.36,37
EXODO 13.21 NUMA
COLUNA DE NUVEM. Deus colocou as colunas de nuvem e de fogo como evidência da
sua presença, do seu amor e do seu cuidado por Israel (40.38; Nm 9.15-23;
14.14; Dt 1.33; 1 Co 10.1). A presença da nuvem e do fogo permaneceu entre eles
até chegarem à terra prometida, quarenta anos mais tarde.
13.21,22 — A presença de Deus junto a Seu povo se manifestava
de maneira espetacular em forma de uma coluna de nuvens e de uma coluna de fogo
(Êx 14-19,20,24; 40.38; Nm 9.21). Deus esteve com Seu povo durante toda a
experiência do êxodo. Por estes e outros maravilhosos sinais, Ele se fez
inesquecível! Deus é Espírito (Jo 4.24), e a onipresença é um dos Seus
atributos. O S enhor fez com que Sua presença fosse vista e sentida dentre as
pessoas que saíram do Egito. Se todos concentrassem suas atenções na divina presença,
não teriam motivos para temer.
2 – Deus cuida do seu povo – Ex 16.4; Dt 29.5
Êxodo. 16.4 Então,
disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá
e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha
lei ou não.
EXODO 16.4 PÃO DOS
CÉUS. Esse pão dos céus é chamado maná no versículo 31. Era um alimento especial,
enviado milagrosamente por Deus para alimentar o povo após o êxodo do Egito.
Era uma substância branca semelhante à geada, formando flocos miúdos, com o
sabor de mel (v. 14; Nm 11.9). O suprimento do maná cessou ao entrar Israel na
terra prometida. A partir de então, passaram a consumir outros alimentos da
nova terra (Js 5.12). O maná era um tipo de Jesus Cristo que, como o verdadeiro
pão do céu (Jo 6.32; Ap 2.17), concede-nos a vida eterna (Jo 6.33,51,58).
Deuteronomio. 29.5 E quarenta anos vos fiz andar pelo
deserto; não se envelheceram sobre vós as vossas vestes, nem se envelheceu no
teu pé o teu sapato.
CONCLUSÃO.
O povo experimentaria o poder de Deus de uma nova forma (v.
12). Além disso, os israelitas teriam um renovado sentido da presença divina,
como indica a afirmação vereis a glória do Senhor, e uma posterior prova da Sua
misericórdia.
SUBSIDIOS 002
EXODO 14.15 — A ordem dada aos israelitas era: marchem; eles não
deveriam retroceder nem desistir.
EXODO 14.19 — Neste versículo, observa-se que o Anjo de Deus e a
coluna de nuvem agiram para proteger e guiar os israelitas (Êx 23.20,23;33.9-
11). O termo Anjo de Deus é outra expressão para anjo do Senhor. A coluna é,
posteriormente, associada ao próprio Senhor (Êx 33.9-11).
EXODO 14.20 — A coluna de nuvem atuava de duas maneiras
diferentes: era escuridade para os egípcios, não permitindo que caminhassem e
se aproximassem dos hebreus; e funcionava como uma barreira protetora para os
israelitas. Toda a noite Deus confundiu os egípcios e fez com que os israelitas
passassem por entre o mar.
EXODO 14.21 — Moisés estendeu a sua mão [...] e o Senhor fez
retirar o mar. O Senhor ordenou a Moisés que estendesse seu cajado (v. 16).
Este não era uma varinha de condão. O poder emanava do próprio Senhor, e não do
objeto. Uma das forças da natureza que Deus usou para separar as águas foi um
forte vento oriental. Assim, imaginamos um vento extraordinariamente impetuoso,
com foco direcionado, abrindo um corredor e formando duas paredes de água.
EXODO 14.22 — O efeito do vento foi tão forte que o leito do mar
secou totalmente. Foi um ato de fé da parte de Israel atravessar pelo meio do
mar em seco. Os hebreus poderiam ter-se recusado a cruzá-lo e, assim, não
seriam livrados do exército egípcio.
EXODO 14.23 — Os egípcios seguiram-nos. Os assustados e confusos
egípcios perseguiram os israelitas até mesmo no caminho que se abriu entre o
mar Vermelho.
EXODO 14.24 — O Senhor esperou até que chegasse a hora certa.
Assim, Ele fez com que acontecesse um alvoroço entre os egípcios no fim da
madrugada, enquanto ainda estava escuro.
EXODO 14.25-27 — Sem as rodas, os carros de guerra ficaram tão
imprestáveis que não representavam mais uma ameaça. Diante desse quadro
desesperador, os egípcios disseram: o Senhor por eles peleja contra os
egípcios. Esta era a confissão que Deus esperava. As notícias se espalharam
vastamente e de forma rápida. O Senhor lutava pelos israelitas (v. 4,17,18).
EXODO 14.28,29 — Todos os soldados egípcios e os cavalos que
entraram na parte seca do mar não sobreviveram quando as águas voltaram ao seu
lugar. A derrota foi completa. Não há dúvida de que alguns guerreiros egípcios
não entraram no corredor de água e sobreviveram. E foram justamente estes
homens que espalharam as notícias a respeito do Senhor, o Guerreiro de Israel.
EXODO 14.30 — A forma verbal salvou, neste versículo, traduz uma
maravilhosa imagem de libertação expressa em hebraico pela palavra yasha.
Agora, os israelitas tinham “espaço para respirar”.
EXODO 14.31 — A grande mão significa a grande obra, isto é, Deus
realizou, e Moisés foi apenas um instrumento (Êx 15.16). Este apoteótico
versículo fala do genuíno sentimento dos israelitas no fim de sua experiência
de libertação divina e no começo de sua jornada de fé. Quando lemos temeu o
povo ao Senhor e as palavras que se seguem, compreendemos que Israel confiou em
Deus e também renasceu como povo. Os hebreus creram no Senhor (a mesma
expressão é usada para descrever a fé libertadora de Abraão em Génesis 15.6).
Também foi muito importante o fato de que as pessoas
confiaram no servo de Deus, Moisés. No começo dessa miraculosa provação, elas
não tinham acreditado no profeta (Êx 6.9). O povo foi transformado
espiritualmente à medida que foi liberto fisicamente. Logo, não causa surpresa
sua entoação de um cântico (cap. 15).
SUBSIDIOS 003
Êxodo 14
Versículos 1-9: Deus
leva os israelitas a Pi-Hairote; faraó os persegue; 10-14: Os israelitas se
queixam; Moisés os consola; 15-20: Instruções de Deus a Moisés; a nuvem entre
os israelitas e os egípcios; 21-31: Os israelitas cruzam o mar Vermelho; os
egípcios se afogam.
Vv. 1-9. Faraó pensou que todo o Israel estivesse preso
entre o deserto e o mar, e que seria uma presa fácil. Porém Deus disse:
"serei glorificado em faraó". Uma vez que todos os homens são feitos
para a honra de seu criador, Ele será honrado naqueles que não o honram. Aquilo
que pareceria ser para a ruína da Igreja, costuma ser freqüentemente utilizado
para a ruína dos inimigos dela. Mesmo que faraó tivesse a intenção de
satisfazer a sua maldade e vingança, ajudou a que se cumprissem os planos de
Deus acerca dEle. Ainda que com toda a razão tenha permitido que Israel saísse,
estava agora irado consigo mesmo por tê-lo feito. Deus faz com que a inveja e a
fúria dos homens contra o seu povo seja um tormento para eles mesmos. Aqueles
que voltam os seus olhos ao céu e vivem piedosamente em Cristo Jesus, devem
esperar a importunação das tentações e dos tenores de Satanás. Ele não
permitirá facilmente que alguém deixe o seu serviço.
Vv. 10-14. Não havia caminho aberto para Israel, a não ser
para cima, e foi daí que veio a libertação deles. Nós podemos estar no caminho
do dever, seguindo a Deus, e avançando em direção ao céu ; porém, podemos estar
rodeados de tribulações. Alguns clamaram ao Senhor; o temor fez com que
orassem, e esta foi uma ótima atitude. Deus permite que enfrentemos situações
de apertos, para colocar-nos de joelhos. Outros clamaram contra Moisés; o medo
fez com que murmurassem como se Deus já não fosse capaz de fazer milagres. Eles
discutiram com Moisés por tê-los tirado do Egito e estavam irados com Deus pela
maior bondade que lhes havia sido feita; os absurdos da incredulidade são assim
grosseiros.
Moisés disse: "Não temais". Quando não pudemos
sair de nossos problemas, é sempre o nosso dever e interesse colocarmo-nos
acima de nossos temores; que eles avivem as nossas orações e os nossos
esforços; porém, não silenciem a nossa fé e a nossa esperança.
"Estai quietos"; não penseis em salvar-vos lutando
ou fugindo; esperai pelas ordens de Deus e obedecei-lhes, conservai a
serenidade, confiantes em Deus, para que penseis pacificamente na grande
salvação que Deus está prestes a realizar por vós. Se Deus permite que o seu
povo enfrente apertos, encontrará o melhor caminho para livrá-lo.
Vv. 15-20. As silenciosas orações de fé, feitas por Moisés,
prevaleceram diante de Deus mais do que os fortes gritos de terror de Israel. A
nuvem e a coluna de fogo posicionavam-se detrás deles quando precisavam ser
guardados, e eram um muro entre eles e os seus inimigos. A Palavra e a providência
de Deus têm um lado negro e tenebroso para o pecado e os pecadores, mas um lado
luminoso e agradável para o povo do Senhor. Aquele que separou a luz das trevas
(Gn 1.4) designou a escuridão aos egípcios e a luz para os israelitas. Esta
mesma diferença existirá entre a herança dos santos na luz, e as negras trevas,
a porção dos hipócritas, para sempre.
Vv. 21-31. A divisão do mar Vermelho foi um terror para os
cananeus os 2.9, 10); foi motivo de louvor para os filhos de Israel (sl 114.3;
106:9; 136.13). Foi um tipo de batismo (1 co 10.1,2). A passagem dos israelitas
pelo meio do mar foi um tipo da conversão das almas (Isa. 11.15); e o fato dos
egípcios serem afogados nele, um tipo da ruína final dos pecadores
impenitentes.
Deus mostrou a sua onipotência abrindo um caminho em meio às
águas, com vários quilômetros de comprimento. Deus é capaz de conduzir o seu
povo em meio a maiores dificuldades e criar um caminho onde não exista uma
alternativa. Este foi um exemplo de seu maravilhoso favor para com o seu
Israel. Eles passaram pelo meio do mar a pés enxutos. Este feito teve o
objetivo de animar o povo de Deus de todas as épocas, para que confiem nEle em
meio às maiores dificuldades. O que não seria capaz de fazer aquEle que fez
este grande milagre? O que Ele não faria por aqueles que o temem e o amam, uma
vez que fez tanto por israelitas queixosos e incrédulos?
A ira de Deus, que é reta e justa, sobreveio rapidamente
sobre os seus inimigos e inimigos de seu povo. A ruína dos pecadores é
acarretada por eles mesmos, por causa de seu próprio furor e soberba. Eles
poderiam ter deixado Israel em paz, e não o quiseram; agora, desejariam fugir
da face de Israel, mas não poderiam. Os homens só percebem tardiamente que,
quando se posicionam contra o povo de Deus, o fazem para o seu próprio
prejuízo.
Foi ordenado a Moisés que tornasse a estender o seu cajado
sobre o mar; as águas retornaram e afogaram toda multidão dos egípcios. Faraó e
os seus servos, que estavam endurecidos pelo pecado, caíram agora juntos, sem
que qualquer um deles escapasse. Os israelitas viram os egípcios mortos sobre a
areia, um espetáculo triste e impressionante.
Quando os homens contemplam as obras de Deus e se dão conta
dos benefícios recebidos, aprendem a temê-lo e confiar nEle. Que bom seria para
nós se estivéssemos sempre de bom ânimo, como acontece às vezes!
Aqui está o final que o cristão pode contemplar. Os seus
inimigos ardem de furor e são poderosos; porém, enquanto estivermos firmemente
sustentados por Deus, venceremos as ondas e estaremos a salvo, guardados pelo
mesmo poder de nosso salvador, que descerá contra cada inimigo espiritual.
SUBSIDIOS 004
A Travessia do Mar Vermelho (14.1-31)
a) Um lugar arriscado (14.1-4).
Visto que o texto bíblico não anuncia o local preciso onde
ocorreu a travessia, é melhor presumir que os filhos de Israel iniciaram a
jornada da terra de Gósen (ver Mapa 3) rumo à fronteira do Egito, onde cruzaram
para entrar no deserto. Em seguida, Deus lhes ordena que voltem (2;
“retrocedam”, ARA) e acampem junto ao mar. Não há como definir se viraram para
o norte, em direção ao lago Manzalé,26 ou para o sul, em direção aos lagos Amargos.27
O que está claro é que havia um volume de água diante deles como obstáculo ao
cruzamento. Faraó começou a reavaliar a libertação dos escravos. Talvez soube
da jornada aparentemente a esmo, e supôs que estivessem embaraçados na terra
(3) e que o deserto os encerrara. Para ele, o Deus dos israelitas, embora
poderoso no Egito, era impotente no deserto. Pensou que estavam
irremediavelmente perdidos. Lógico que Israel teria sido destruído se não fosse
a intervenção do Deus Todo-poderoso. Por vezes, Ele nos coloca em situações de
aperto para nos livrar e nos mostrar que Ele é o SENHOR (4).
b) A perseguição de Faraó (14.5-9). Irritados pela recente
derrota e frustração causada pela perda de tantos trabalhadores (5), Faraó e
seus servos (os conselheiros) mudaram de idéia. Pensando que Israel estava
praticamente encurralado no deserto, o rei aprontou o seu carro e tomou consigo
o seu povo (6; “exército”, NVI). Também tinha seiscentos carros escolhidos (7)
e muitos outros que conseguira reunir sem demora (pensamento subentendido na
expressão todos os carros).28 Com esta força militar humana, Faraó saiu
apressadamente em perseguição dos israelitas.
c) O medo do povo (14.10-12). Vendo o exército de Faraó se
aproximando, o coração dos israelitas se derreteu, levando-os a clamar ao
SENHOR (10). Foi um clamor desesperado, porque viam nada mais que a morte
diante de si; só restava repreender Moisés por tê-los tirado do Egito para
morrerem no deserto (11). Para eles, a escravidão era melhor que a morte, e
Moisés deveria tê-los deixado em paz no Egito (12). Em termos de um slogan dos
dias atuais, eles sentiam que seria melhor sofrer e estar vivo do que não sofrer
e estar morto.
Estes israelitas, como tantos novos-convertidos, embora
libertos da escravidão do trabalho forçado, ainda possuíam “um coração mau e
infiel”. Estavam com muito medo e cheios de dúvida, logo esquecendo os atos
poderosos de Deus feitos a seu favor. Tinham concordado com os líderes, mas
agora, diante da iminente catástrofe, a falta de compromisso sério se revelou.
d) O propósito de Deus (14.13-18). Como é freqüente a fé
fraquejar justamente quando Deus está pronto para fazer sua maior obra! Mas
Deus tinha seu homem de fé. O texto não diz o quanto Moisés tremia por dentro,
nem é perceptível que ele já soubesse o que Deus ia fazer. Mas os encontros que
teve com Deus lhe deram a certeza de que Deus estava no controle. Não havia
nada que as pessoas poderiam fazer, exceto aquietar os temores, ficar quietas e
ver o livramento do SENHOR (13). Deus disse a Moisés (4) que ocorreria outra
vitória, e ele creu na palavra de Deus. Ele pôde declarar: O SENHOR pelejará
por vós, e vos calareis (14). “Tão-somente acalmem-se” (14b, NVI). Não havia
necessidade de mais clamores a Deus. Chegara o momento de marchar. Tratava-se
de uma marcha de fé, pois diante deles só havia águas traiçoeiras; mas a ordem
de Deus era clara: Marchem (15). Em nosso andar espiritual, chegamos a um ponto
em que as orações medrosas cessam e o passo de fé deve ser dado. Todas as vezes
que os filhos de Israel temeram o desamparo de Deus, Ele estava trabalhando em
seus propósitos. A barreira de água à frente deles se dividiria quando a mão de
Moisés se estendesse com a vara (16). O coração duro de Faraó o levaria a se apoiar
demasiadamente na bondade Deus e seguir Israel, mas o plano de Deus era
destruir o exército egípcio para, assim, obter glória e honra para si (17).
Seria tarde demais para Faraó e seus cavaleiros (18), mas o restante dos
egípcios saberia quem é o SENHOR. No versículo 15, observamos o desafio de Deus
ao seu povo: “Marchem!” 1) A história os impulsionava para frente, 1.13,14; 2)
O presente os empurrava para frente, 14.9,10; 3) O futuro os estimulava para
frente, 3.8; 14.13,14 (G. B. Williamson).
e) A coluna de proteção (14.19,20). O Anjo de Deus (19),
chamado “o anjo do SENHOR” em 3.2, que estava na frente de Israel, passou agora
para trás do acampamento. O movimento invisível de Deus foi verificado no
movimento visível da coluna da nuvem,
que se retirou de diante dos israelitas e se pôs atrás deles. Esta coluna ficou
entre os dois acampamentos, impedindo os egípcios de chegar perto de Israel
toda a noite (20). A coluna trouxe escuridade para os egípcios, enquanto que
Israel tinha luz no acampamento. Vemos nos versículos 10 a 20, o processo de
“Como Vencer o Medo”. 1) Ficamos amedrontados ao ver o poder de Satanás, 10; 2)
Expressamos nossa angústia pelas providências de Deus, 11,12; 3) Sentimos
alívio quando a palavra de Deus é dada com clareza, 13-18; 4) Aquietamo-nos
completamente quando a presença de Deus se manifesta, 19,20.
f) O caminho pelo mar (14.21-25). Naquela noite, quando
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar... as águas foram partidas (21). Um forte
vento oriental fez o mar se tornar em seco, talvez para secar o leito de onde
as águas recuaram. Devemos ser cautelosos em não forçar a linguagem poética
(15.8; SI 78.13) em rígida expressão literal e concluir que as águas desafiaram
a gravidade ou se congelaram em bloco sólido. A palavra muro (22) se refere à barreira de
água que ficou em ambos os lados de Israel enquanto atravessavam em marcha.31 O
registro bíblico não determina a distância do cruzamento pelo mar e a largura
da passagem. A área era suficiente para que quase três milhões de pessoas
atravessassem em uma noite e bastante ampla para que todos os exércitos de
Faraó ficassem no meio do mar (23). Ou os egípcios consideraram a abertura no
mar uma ocorrência natural ou então, na sua dureza, se apoiaram na misericórdia
de Deus quando marcharam pela abertura. O texto não diz se Faraó entrou com o
exército, mas todos os seus cavalos, carros e cavaleiros (23) entraram (o v. 9
não registra a entrada do “exército”).
Na vigília daquela manhã (24), entre duas e seis da manhã,32
Deus alvoroçou os
egípcios. Pode ser que a coluna diante dos egípcios tenha
começado a lampejar, talvez com raios. Os egípcios ficaram com medo e passaram
a ter problemas com as rodas dos carros (25), que emperravam (ARA) ou atolavam
(NTLH), de forma que transitavam dificultosamente. Pelo visto, o leito seco do
mar estava afundando com o peso dos cavalos e carros. Disseram: Fujamos...
porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios. Mais uma vez, estes ímpios
reconheceram o poder de Deus. A confusão dos egípcios deu tempo para Israel
completar a travessia e para todos os egípcios ficarem no leito do mar.
g) A morte dos egípcios (14.26-31). Deus inverteu a ação e
as águas voltaram ao lugar (26). O texto não declara se houve uma reversão do
vento (ver 15.10). O retorno das águas foi tão súbito e forte que alcançou os
egípcios quando tentavam fugir e os matou (27,28). As mesmas águas que serviram
de muro para o povo de Deus (29) tornou-se meio de destruição para os egípcios.
Esta última disputa entre Deus e Faraó, resultando em
vitória final e completa para o Senhor, impressionou fortemente os israelitas.
A situação parecia desesperadora na noite anterior. Agora Israel viu os
egípcios mortos na praia do mar (30). As águas turbulentas, ou a maré, levaram
os corpos à praia. O Senhor salvara os israelitas; toda a prova necessária
estava diante dos olhos deles.
Quando viu Israel a grande (31) obra, temeu o povo ao SENHOR
e creu. Este ato poderoso expulsou o medo que os atormentara (10) e implantou
um verdadeiro temor de Deus — um temor que conduziu a uma fé viva. Com esta
manifestação, “os israelitas distinguiriam o Libertador misericordioso do Juiz
santo dos descrentes, a fim de que crescessem no temor de Deus e na fé que já
haviam mostrado”.33 A palavra hebraica traduzida por creu (31) significa
“confiou” (ARA); este tipo de fé toma conta da pessoa. O povo podia entregar os
problemas a Deus e acreditar em Moisés, seu servo, porque a fé se tornou mais
personalizada.
Nos versículos 10 a 31, vemos “A Libertação Poderosa de
Deus”. 1) A favor de um povo temente, 10-15; 2) Com poder sobre os obstáculos
da natureza, 16,19-24; 3) Dos inimigos rebeldes de Deus, 17,18,25-28; 4) Na
criação de um povo crente, 29-31.
SUBSIDIOS 005
I. Israel clama em temor (14:1-12)
De forma específica, Deus guiou Israel ao local de
acampamento ao lado do mar Vermelho e disse a Moisés que os egípcios os
perseguiriam. De forma semelhante, Deus, na sua Palavra, explica-nos a vida
cristã, portanto sabemos o que esperar. Satanás não gosta quando o pecador se
liberta de suas garras e, portanto, persegue o cristão para tentar escravizá-
lo de novo. Deve-se alertar, em especial, os novos convertidos sobre a vinda de
seu adversário!
Infelizmente, os judeus caminhavam pela visão, não pela fé;
por isso, quando viram a chegada do exército egípcio, entraram em desespero e
clamaram em temor. A fé e o temor não podem habitar o mesmo coração; se cremos
em Deus, não precisamos ter medo. Como acontece com frequência, os filhos de
Israel criticaram seu líder espiritual, em vez de orar e tentar encorajar uns
aos outros. Na verdade, eles reclamavam de Deus, pois Moisés guiara-os ao local
exato que Deus determinara. Eles, em vez de levantarem os olhos para Deus pela
fé, olharam para o Egito e disseram: "Pois melhor nos fora servir aos
egípcios". Como a memória deles era fraca! Deus cativara o Egito com seus
julgamentos e libertara Israel com grande poder, contudo eles ainda não
acreditavam que ele poderia ajudá-los. Sem dúvida, o "misto de gente"
que foi com eles (12:38) liderou o coro de reclamações, da mesma forma que
liderou anos mais tarde (Nm 11:4). O "misto de gente" representa as
pessoas não-convertidas e mundanas em meio aos filhos de Deus.
II. Israel caminha em fé (14:13-31)
Moisés sabia que o caminho da vitória era por meio da
confiança no Senhor (Hb 11:29). Observe seus três comandos: "Não
temais", pois Deus está ao seu lado; "aquietai vos", pois não
podem vencer essa batalha com sua própria força; "vede o livramento do Se
n h o r ", pois ele lutará por vocês. É importante que nos aquietemos
antes de marchar (v. 15), pois, a menos que permaneçamos na fé, nunca
marcharemos pela fé. Moisés levanta seu bordão, e Deus começa a trabalhar. Deus
protege seu povo ao ficar entre Israel e o exército egípcio (vv. 19-20). A obra
do Senhor traz escuridão para o mundo e luz para o povo de Deus. Durante toda a
noite, Deus mantém o exército distante.
Depois, Deus abriu o caminho à frente de Israel ao mandar um
vento forte. Sem dúvida, os judeus sentiram medo quando ouviram o vento soprar,
mas o próprio vento que os amedrontava era o meio utilizado para a salvação
deles. Toda a nação atravessou o mar Vermelho sobre terra seca! Contudo, o
mesmo mar que era a salvação para Israel era condenação para o Egito, pois Deus
usou as águas para afogar os egípcios e separar definitivamente Israel do
Egito. O faraó colheu o que plantou, pois ele afogara os meninos judeus, e
agora seu exército foi afogado. Devemos captar o sentido espiritual desse
evento (1 Co 10:1-2). A travessia do mar Vermelho é um exemplo da união do
crente com Cristo, na morte para a antiga vida e na ressurreição para toda uma
nova vida. Todos os israelitas foram "batizados [...] com respeito a
Moisés" (1 Co 10.2) (identificados com Moisés) ao atravessar as águas, e
identificamo- nos com Cristo e, por isso, somos separados do mundo (Egito).
Os egípcios não podiam atravessar o mar, porque nunca foram
protegidos pelo sangue. A Páscoa ilustra a morte de Cristo por nós, enquanto a
travessia do mar Vermelho retrata sua ressurreição. O sangue libertou-nos da
punição do pecado, e a ressurreição, do poder do pecado. A primeira experiência
é de substituição, pois o cordeiro morre no lugar do primogénito. Veja Romanos
4—5. A segunda experiência é de identificação, pois nos identificamos com Cristo
em sua morte, sepultamento e ressurreição, e Romanos 6—8 explica isso. Em Josué
3—4, a travessia de Israel através do Jordão até Canaã é um exemplo do crente entrando
na posse de sua herança espiritual pela fé e reivindicando-a para si. Em todos
os casos, é por meio da fé que o cristão afirma sua vitória.
III. Israel louva em triunfo (15:1-21)
Esse é o primeiro registro de um cântico na Bíblia que, de
forma relevante, vem depois da redenção da escravidão. Apenas os cristãos têm o
direito de entoar cânticos de redenção (SI 40:1-3). Êxodo inicia-se com gemidos
(2:23), mas agora, por causa da redenção, vemos a nação entoar cânticos. Note
que esse cântico exalta a Deus, pois esses 18 versículos referem-se, pelo
menos, 45 vezes ao Senhor. Muitos cânticos exaltam os homens, em vez de a
Pessoa, o santo caráter de Deus e sua maravilhosa obra de poder. No versículo
2, observe o refrão central. Salmos 118:14 repete isso quando os judeus
retornam do cativeiro e reconstroem o templo sob o comando de Esdras, como
também em Isaías 12:2, referindo-se a um dia, no futuro, em que Deus devolverá
à nação sua terra. Veja Isaías 11:15-16. Israel entoa esse cântico quando é
libertado do Egito, quando é liderado por Moisés, o profeta, e quando é
libertado da Babilónia por Esdras, um sacerdote. Ele ainda entoará cânticos
quando for libertado das nações gentias, quando se voltar para Cristo, seu Rei.
Não nos estenderemos nos detalhes dessa canção. Observe que 0 povo louva Deus
por sua redenção (vv. 1-10), sua orientação (vv. 11 -13) e sua vitória (vv.
14-17). E o cântico termina com uma nota de glória, um olhar à frente, ao reino
eterno de Deus (v. 18). Miriã lidera as mulheres (veja 1 Co 14:34; 1 Tm
2:11-12) em um coro separado, pois certamente as mulheres tinham motivo para
louvar o Senhor pela redenção que lhes dera em Cristo.
IV. Israel reclama em descrença (15:22-27)
Seria maravilhoso demorar-se à beira do mar e louvar o
Senhor, mas o crente é peregrino e deve seguir a liderança de Deus. Como é
estranho o fato de o Senhor os ter levado a um local onde não havia água.
Contudo, Deus deve disciplinar seus filhos a fim de que descubram o próprio
coração. Quando os judeus encontram água, descobrem que é amarga e imediatamente
reclamam a Moisés e a Deus. Como o coração humano é perverso! Um dia, louvamos
Deus por sua gloriosa salvação e, na primeira vez em que encontramos águas
amargas, reclamamos a ele. Essa experiência ensinou algumas lições valiosas ao
povo de Israel:
A. Sobre a vida
A vida é uma combinação de doçura e amargor, de triunfos e
provações. No entanto, se seguirmos Deus, nunca precisamos temer o que surge em
nosso caminho. Com frequência, depois da provação há um "Elim"
espiritual (v. 27), em que Deus nos conforta. Devemos aceitar as águas amargas
junto com as doces, lembrando- nos de que Deus sabe o que é melhor para nós.
B. Sobre si mesmos
A vida é um grande laboratório, e cada experiência
radiografa nosso coração e mostra quem realmente somos. As águas de Mara
revelaram que os judeus eram mundanos, pensavam apenas na satisfação do corpo;
eles caminhavam pela visão e esperavam ser satisfeitos pelo mundo, eram
ingratos e reclamavam a Deus quando surgiam provações em seu caminho.
C. Sobre o Senhor
Deus sabe o que é necessário, porque planejou o caminho. Ele
usou a árvore (o que sugere a cruz, 1 Pe 2:24) para transformar as águas
amargas em doce. Ele é Jeová-Rafá, "o Senhor, que te sara".
ELABORADO PELO EVANGELISTA; NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
DIRIGENTE NA CONGREGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE DEUS(MISSÃO)
NO BAIRRO NOVO HORIZONTE - NA CIDADE DE GUIRATINGA - MT.
PASTOR PRESIDENTE; Pr EDSEU VIEIRA
FONTES DE PESQUISA;
COMENTARIO BIBLICO EXPOSITIVO WESB – VELHO TESTAMENTO
COMENTARIO BIBLICO EXPOSITIVO EARL RODMACHER - RONAL B. ALLEN - V.T.
COMENTARIO BIBLICO EXPOSITIVO MATEU HENRY - VELHO TESTAMENTO
COMENTARIO BIBLICO EXPOSITIVO BEACON - VELHO TESTAMENTO
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL
BIBLIA DE ESTUDO PLENITUDE.
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