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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

CONTRAPONDO A ARROGANCIA COM A HUMILDADE - LIÇÃO 07 COM SUBSÍDIOS

Lições Bíblicas CPAD   - Jovens e Adultos
 4º Trimestre de 2013
 Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

Comentarista: José Gonçalves
 Lição 7: Contrapondo a arrogância com a humildade
Data: 17 de Novembro de 2013
 
TEXTO ÁUREO
 “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).
 
VERDADE PRÁTICA
 A humildade é uma virtude que deve ser zelosamente cultivada, pois a arrogância leva à destruição e à morte eterna.
 
 LEITURA DIÁRIA
 Segunda - Pv 11. 2  A humildade afasta a soberba
 Terça - Pv 16. 5  Deus abomina os soberbos
 Quarta - Pv 16. 18  A soberba precede a queda
 Quinta - Pv 22. 4  A humildade será galardoada
 Sexta - Pv 14. 31  Deus honra quem socorre os humildes
 Sábado - Pv 3.34; Tg 4. 6  Deus resiste ao soberbo, mas dá graça aos humildes
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 
Provérbios 8. 13-21.
 
13 - O temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço.
14 - Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento, minha é a fortaleza.
15 - Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam justiça.
16 - Por mim governam os príncipes e os nobres; sim, todos os juízes da terra.
17 - Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.
18 - Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.
19 - Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida.
20 - Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.
21 - Para fazer herdar bens permanentes aos que me amam e encher os seus tesouros.
 
INTERAÇÃO
 
A epístola do apóstolo Paulo aos filipenses descreve o despojamento do Senhor Jesus. Leia e medite no texto de Filipenses 2.4-8. Imagine, o Deus Todo-Poderoso humilhando-se e sujeitando-se à morte de cruz. E nós, seres humanos imperfeitos, quantos vezes nos exaltamos com coisas banais?
A lição desta semana convida-nos a ter o mesmo sentimento de Jesus. A mesma disposição em despojar-nos de nós mesmos. Somente pela prática da humildade poderemos contrapor o veneno da arrogância.
 
OBJETIVOS
 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Dissertar sobre a relação entre a humildade e a arrogância.
Explicar os contrastes ilustrativos: o sábio e o insensato; o justo e o injusto; o rico e o pobre; o príncipe e o escravo.
Cultivar a virtude da humildade e rejeitar a arrogância.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 
Professor, reproduza na lousa, o quadro abaixo. Para introduzir a lição desta semana inicie a aula com a seguinte pergunta: “Que atitudes humanas refletem a humildade e a arrogância?”. Ouça os alunos com atenção. À medida que forem falando preencha as colunas. Em seguida, afirme que o Evangelho nos desafia a viver um estilo de vida humilde. Por isso, devemos tomar uma firme resolução de rejeitar as atitudes que caracterizam a arrogância e cultivar as virtudes da humildade.
Esta atividade permitirá uma participação ativa do aluno e a sua aprendizagem será eficaz.
 

 COMENTÁRIO
 introdução
 Palavra Chave
Humildade: Qualidade de humilde. Virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações.
 
A humildade, a honra e a coragem são a base do bom relacionamento entre as pessoas. Mas a arrogância, a desonra e a covardia são a causa de inimizades e conflitos. Nesta lição, veremos a relação entre a humildade e a arrogância à luz de alguns contrastes bastante didáticos e ilustrativos: o sábio e o insensato, o justo e o injusto, o rico e o pobre, o príncipe e o escravo.
Em qual grupo você se encontra? É hora de aplicarmos à nossa vida as preciosas lições do livro de Provérbios.
 
I. O SÁBIO VERSUS O INSENSATO
 1. Sabedoria e humildade. A sabedoria é entendida como a aplicação correta do conhecimento em nosso dia a dia. Em Provérbios, ela é vista como um antídoto contra a arrogância. Daí a insistência do sábio em que se busque adquirir a sabedoria (Pv 16.16). A sabedoria retratada em Provérbios demonstra ser eficaz contra a arrogância e a soberba, pois quem é sábio age com humildade (Pv 11.2).
Em o Novo Testamento, o apóstolo Paulo sabia dessa verdade e, por isso, orou para que o Senhor concedesse aos crentes “espírito de sabedoria e de revelação” (Ef 1.17).

2. Insensatez, arrogância e altivez. Na visão de Provérbios, o arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso. Verdadeiramente, o arrogante está pronto a fazer o mal, pois age com soberba e altivez (Pv 6.18). É uma pessoa inexperiente, sem domínio próprio (Pv 25.28), ingênuo (Pv 27.12), sem bom-senso (Pv 27.7) e que se comporta como um animal ou um bêbado (Pv 26.3,9).
Por isso, o insensato não pode ser designado para um serviço (Pv 26.6,10). Ele é fanfarrão, preguiçoso e incorrigível (Pv 25.14; 26.11,13-26; 27.22). Sua presença é um perigo, pois além de falso e maldizente é ignorante (Pv 26.18-22). Ele não age com a razão e não sabe controlar a própria vontade, sendo, portanto, uma abominação para o Senhor (Pv 16.5).
 
SINOPSE DO TÓPICO (I)
 A alegria do Senhor, a que Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida.
 
II. O JUSTO VERSUS O INJUSTO
 1. Justiça e humildade. Em Provérbios, a humildade e a justiça são inseparáveis. Ali, o princípio de vida proposto pelo sábio é simples: quem é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve agir com justiça. Salomão, ainda bem jovem, pediu humildemente sabedoria a Deus para governar Israel com justiça (1Rs 3.7-10). Ele queria que a justiça alcançasse todo o seu reino (Pv 1.1-3).
A pessoa humilde e justa sabe que a justiça vem diretamente de Deus (Pv 29.26). Por isso, ela deve ser amorosa e sabiamente exercitada.

2. Injustiça e arrogância. A insensatez e a arrogância são categorias morais que aparecem associadas à prática da injustiça. Nenhum arrogante agirá com humildade e tampouco o injusto procederá com justiça. O arrogante possui uma escala de valores distorcida e não se dá conta dos malefícios das suas ações. O pior é que ele não possui humildade para reconhecer o fato.
A palavra hebraica para “arrogante” é gabahh, que significa orgulhoso, alto e exaltado. Por outro lado, o termo hebraico traduzido como “humildade” vem da raiz de um vocábulo que significa afligir, oprimir e humilhar. Na prática, a Bíblia nos mostra que quem se sente acima dos outros pode ser tentado a pisá-los, oprimí-los e humilhá-los, e essas são atitudes impensáveis para um servo de Deus.
 
SINOPSE DO TÓPICO (II)
 Segundo o livro dos Provérbios, do justo se espera justiça e humildade, mas do injusto, injustiça e arrogância.
 
III. O RICO VERSUS O POBRE
 1. Riqueza e arrogância. Uma primeira leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça. Por isso, a riqueza pode ser fruto da justiça, e a pobreza, às vezes, resultado da indolência e do ócio (Pv 28.19,20; 29.3). Ninguém, portanto, deve ser elogiado meramente por ser pobre nem tampouco estigmatizado por ser rico.
Salomão, contudo, sabe que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e à arrogância (Pv 18.23).

2. Pobreza e humildade. Devemos considerar, também, que há um tipo de pobreza que é resultado de um determinado contexto sócio-histórico (Pv 28.6). Em Provérbios é evidente que os sábios demonstram uma preferência pelo pobre. Este, mesmo não tendo uma vida econômica confortável, age com integridade e justiça (Pv 28.11). Tal pobre é identificado como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que as riquezas (Pv 22.1; 23.5).
 
SINOPSE DO TÓPICO (III)
 Uma leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, quanto à pobreza gerada pela preguiça.
 
IV. O PRÍNCIPE VERSUS O ESCRAVO
 1. Realeza: arrogância e humildade. Quando o livro de Provérbios foi escrito, a nação de Israel era uma monarquia. Nesta, a figura do rei recebe destaque especial. Em Israel, isso não seria diferente. Salomão era rei e sabia que, para governar, precisava da sabedoria divina, a fim de discernir entre o bem e o mal (1Rs 3.1-10). A sabedoria (Pv 17.7) e a sobriedade (Pv 31.4) são elementos indispensáveis ao rei para exercer a justiça e promover o bem-estar social de seu povo (Pv 29.4).
O governante que teme a Deus dará mais atenção ao pobre e ao humilde. Agindo assim, será abençoado perpetuamente (Pv 29.14). Mas o que não teme ao Senhor procederá arrogante e perversamente (Pv 29.2).

2. Escravidão: humildade e realeza. A verdade de Provérbios 17.2 se cumpriu quando Jeroboão, servo de Salomão, tornou-se príncipe das dez tribos do Norte de Israel (1Rs 12.16-25). Mas um sentido metafórico e interessante para destacarmos nesse texto é que as pessoas provenientes de uma condição humilde, quando agem com prudência, sobressaem-se aos arrogantes. Os que, porém, desprezam a humildade, quando chegam ao topo agem como os soberbos.
Um ditado popular descreve isso com precisão: “Dê poder ao homem e você saberá o seu verdadeiro caráter”. Tudo é uma questão de princípios, de atitudes e de caráter. Para que este se forme no indivíduo não depende da sua classe social, mas dos valores que lhe são germinados desde a mais tenra idade. Tudo é uma questão de princípios e de atitudes!
Que o pobre, ao tornar-se rico, não se esqueça de sua origem. Os seus valores lhe dirão o que ele se tornará: uma pessoa arrogante e egoísta ou alguém compassivo e generoso.
 
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
 A monarquia caracteriza-se pela prepotência e a exuberância do seu reino. Mas o governante que teme ao Senhor dará maior atenção ao pobre e ao humilde.
 
CONCLUSÃO
 Na presente lição, vimos os contrastes entre o sábio e o insensato, entre o justo e o injusto, entre o rico e o pobre e entre o príncipe e o escravo. Estudamos também que a humildade ou a arrogância distinguirão uma pessoa da outra. A Bíblia nos orienta a cultivarmos a virtude da humildade e a rejeitarmos a arrogância, pois “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6).
 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 DORTCH, R. W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. 1 ed., RJ: CPAD, 1996.
GILBERTO, A. O Fruto do Espírito: A Plenitude de Cristo na vida do crente. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.
 
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 
Subsídio Vida Cristã
 “Humildade
Os humildes não reivindicam autoridade absoluta. Não fingem ter uma sabedoria perfeita. A palavra humildade deriva da palavra latina humus, que significa ‘solo’ e ‘terra’. Os atos de humildade não soam com as palavras ‘eu tenho’. Sua música começa com ‘eu venho do pó’. Tanto em meio à crise quanto à bonança, a maneira como agem proclama ‘eu sou limitado. Não possuo todo o conhecimento, toda a força, todas as habilidades e nunca possuirei’. Tenham eles lido as Escrituras profundamente ou não, eles conhecem em seus corações a sabedoria que se encontra nelas [...].
Agir com humildade não é de modo algum intimidar-se ou esquivar-se. Na verdade, quando se tem de lidar com questões difíceis, os humildes sempre se tornam os mais audazes. Conhecendo suas limitações, eles ficam livres de qualquer necessidade de fingir ser mais do que na verdade são. Conhecendo seu lugar em relação àquele que conhece a todos, eles se abrem a Deus e aos outros de um jeito que o orgulho jamais permitiria. Eles possuem uma forma de liderança que brota de raízes completamente diferentes das que alimentam o ‘eu tenho’. Sua liderança é nova e revigorante” (DOUGHTY, S. Vivendo Com Integridade: Liderança espiritual em tempos de crise. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, pp.60-61).
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 Subsídio Vida Cristã
 “Você Tem Sede de Poder?
Quem são os sedentos de poder? Como saberemos se essas tendências estão adormecidas em nossos corações, esperando apenas a oportunidade certa para subir à superfície?
Certos traços são comuns à maioria das pessoas que aspiram ao poder. Essas características estão bem escondidas sob um manto de engano. Assim fica difícil identificá-las, até que a ânsia pelo poder tenha afetado negativamente sua vítima.
Algumas destas se aplicam a você?
 
Você deixa de falar quando algo está errado, a fim de proteger sua posição.
Você sempre reluta em tomar posição num caso cujo resultado não seja proveitoso para sua pessoa.
Você tem a consciência embotada quanto a algumas coisas que estão certas ou erradas? Está sempre tão certo de que tem razão, que jamais lhe ocorre ser errado o seu silêncio.
[...] Temos ordem para não deixar de fazer o que sabemos ser o certo. Devemos levar a sério o mal que outros fazem ao rebanho da humanidade. Precisamos alertar as pessoas com cautela. E esperar humildemente sermos lembrados das nossas palavras ao vermos os erros alheios [...].
 
Você tem um espírito altivo.
Arrogância, poder e mentira andam de mãos dadas. Eles pertencem à mesma gangue e protegem o seu território mediante o engano.
Você não tem de prestar contas a ninguém. Seu lema é: ‘Se parecer bom para você, faça!’. Contanto que obtenha o que quer, é isso que importa.
 
Você mente ou faz o que é necessário para conservar sua posição de poder.
Sei por experiência pessoal e pela observação de outros que, na busca pelo poder, estamos dispostos a pagar qualquer preço. Quando você tem sede de poder — e pensa nele — começa então a manipular situações e pessoas em sua mente” (DORTCH, R. W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. 1 ed., RJ: CPAD, 1996, pp.59,61,63,64).
 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
 Contrapondo a arrogância com a humildade
 Muitos ainda confundem humildade com a falta de bens e recursos materiais. Porém, humildade não tem nada a ver com os bens materiais que uma pessoa possui. Ser humilde é ser consciente das fraquezas, falhas, erros, imperfeições. Humildade também não é complexo de inferioridade. Muitos não têm uma auto-estima saudável e acabam adoecendo e confundido humildade com baixa autoestima. Quando uma pessoa não tem uma visão correta de si mesma, ela corre o perigo de desenvolver um complexo de inferioridade ou de se tornar uma pessoa altiva, arrogante, soberba. Deus pode e quer curar a forma como nos vemos.
A humildade nas Sagradas Escrituras está associada a uma atitude mental de que tudo que temos ou somos vem do Senhor. O apóstolo Pedro exorta-nos a que venhamos nos revestir de humildade (1Pe 5.5). O livro de Provérbios exorta-nos a trilhar o caminho da humildade (Pv 15.33; 18.12; 22.4). Jesus, enquanto homem perfeito, é nosso maior exemplo de humildade (Mt 11.29). O Mestre não apenas falou, ensinou a respeito do assunto. Ele deu uma lição prática aos discípulos e a nós a respeito do que é ser humilde (Jo 13.3-16). Outra importante passagem cristológica que trata do assunto em o Novo Testamento é encontrada em Filipenses 2.5-11.
A soberba é o antônimo da humildade, e segundo o livro de Provérbios a arrogância evidencia a insensatez de uma pessoa. O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 1.7), logo quem teme a Deus aborrece o mal; a soberba e a arrogância (Pv 8.13). O temor ao Senhor é um antídoto contra o mal (Pv 16.6). Sem o reverente temor, nos tornamos vulneráveis ao mal, ao pecado.
A soberba não somente desagrada a Deus, mas ela destrói nossos relacionamentos e a nós mesmos. Salomão já era rei quando reconheceu que sem Deus não teria condição de governar o seu povo com justiça. Ele num gesto de humildade pede a Deus sabedoria, pois reconheceu suas limitações. O soberbo não consegue reconhecer suas deficiências.
Atualmente falamos muito a respeito de avivamento. Realmente precisamos de um, porém uma das condições para experimentarmos um avivamento genuíno é a humilhação. Isso mesmo. Observe o que nos diz 2 Crônicas 7.14: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face [...]”.
Que tenhamos consciência de que Deus resiste e continuará resistindo aos soberbos (Tg 4.6). Todavia, o Pai Celeste dá e dará graças àqueles que têm o coração quebrantado e contrito, que se chega a Ele com humildade.

 


SUBSIDIOS 001

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Provérbios 8.13-21
13 O temor do SENHOR é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço. 14 Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento, minha é a fortaleza. 15 Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam justiça. 16 Por mim governam os príncipes e os nobres; sim, todos os juízes da terra. 17 Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão. 18 Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça. 19 Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida. 20 Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. 21 Para fazer herdar bens permanentes aos que me amam e encher os seus tesouros.
 
8.13 AO ÍMPIO NÃO IRÁ BEM. No mundo, comumente parece que o mal triunfa e que os pecadores escapam ilesos, sem castigo (cf. Sl 73). DEUS, porém, nos assegura que chegará o dia do justo castigo dos malfeitores.
8.17 VI TODA A OBRA DE DEUS, QUE O HOMEM NÃO PODE ALCANÇAR. Salomão reconheceu que, por mais sábio que o homem for, não consegue pela sua sabedoria explicar todas as obras de DEUS ou os métodos da sua providência. Nós, da mesma forma que Jó, não precisamos saber todas as razões das coisas; simplesmente precisamos confiar no Senhor e crer que Ele faz bem todas as coisas. Se somos os seus filhos, estamos nas suas mãos (9.1).
 
Teologia do Antigo Testamento - Walter C. Kaiser Jr. - Vida Nova
Sem dúvida, a passagem didática com respeito à sabedoria que ocupa uma posição chave é Provérbios 8, Este capítulo pode ser esboçado como segue:
A. A Excelência da Sabedoria (Pv 8:1-21)
1. No seu Apelo (vv. 1-3)
2. Na sua Verdade (vv. 4-12)
3. Nos seus Amores e Ódios (vv, 13-16)
4. Nas suas dádivas (vv. 17-21)
 
ARROGÂNCIA
Arrogância (Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD)
A palavra grega physiosis (2 Co 12.20) ocorre em uma lista de pecados relacionados ao ato de falar, e refere-se especificamente a estar dominado pela "presunção" ou "arrogância". Está escrito que a boca dos falsos mestres pronuncia "coisas mui arrogantes" (2 Pe 3.18; Jd 16), onde a palavra grega hyperogkos (literalmente, superinchado) significa algo "bombástico" ou "arrogante".

A palavra grega alazoneia (presunção em palavras ou soberba) se refere à pretensão e arrogância do alazon ("soberbo", Rm 1.30; 2 Tm 3.2), o jactancioso que usa as palavras em seu próprio benefício e promete o que não pode cumprir. Ela descreve o homem que ignora a soberania de DEUS, que tenta controlar a sua vida atual (1 Jo 2.16) e modelar o seu próprio futuro.
A palavra grega hyperephania (orgulhoso e arrogante em pensamentos) descreve o homem que exalta a si próprio acima dos outros, não através de atos exteriores de bazófia, mas com uma atitude interior do coração, que ergue um altar a si próprio em seu íntimo onde realiza o seu próprio culto ("orgulho", Rm 1.30; 2 Tm 3.2; Lc 1.51; Tg 4.6; 1 Pe 5.5; cf. Mc 7.22).

Arrogância, orgulho (em hebraico zed, ou "insolente, altivo"), como no Salmos 19.13 quando se fala sobre "pecados de presunção" que nascem de uma orgulhosa autoconfiança, e assim tais rebeldes deveriam ser rigorosamente castigados. A palavra zed é encontrada em Salmos 86.14; 119.21,51,69,78,85,122; Provérbios 21.24; Isaías 13.11; Jeremias 43.2; Malaquias 3.15; 4.1 significando muitas vezes "orgulho, impiedade, insolência".

Arrogância (heb., zadon, "orgulho, presunção"), personificada pela Babilônia que agiu com arrogância contra DEUS ao queimar seu Templo e levar seu povo prisioneiro (Jr 50.31,32). Cf. Deuteronômio 17.12; 18.22; 1 Samuel 17.28; Provérbios 11.2; 13.10; 21.24; Jeremias 49.16; Ezequiel 7.10; Obadias 3, onde ocorre a mesma palavra hebraica que expressa orgulho (q.v).

Presunção (em hebraico b'yad rama, "com arrogância"), que em Números 15.30 significa "desafiar", ou rebelar-se abertamente contra DEUS. Tal pessoa deveria ser eliminada (cf. Gn 17.14) sem a possibilidade de perdão porque havia desprezado a Palavra do Senhor (Nm 15.31).
 

Arrogância (CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo - CPAD).
Os homens, de modo geral, caracterizam-se por esse atributo negativo, mas especialmente os ímpios, destituídos de toda espiritualidade. Eles se transformam em pequenos deuses e se esquecem de sua mortalidade (ver Sal. 9.20). O julgamento de DEUS pode trazê-los de volta a uma estimativa ponderada sobre as coisas.

A Diatribe contra os ímpios. Os ímpios são arrogantes; perseguidores dos pobres (vs. 2) e jactanciosos. A glória deles está na sua vergonha; são gananciosos; eles renunciaram ao Senhor e aos Seus caminhos (vs. 3); são orgulhosos; não buscam a DEUS; são ateus práticos, se não mesmo teóricos (vs. 4). Seus caminhos são ofensivos e espalham destruição; eles são soberbos e resistem à justiça e ao julgamento de DEUS (vs. 5); pensam que nem DEUS nem os homens podem impedi-los de continuar em seus caminhos de destruição; supõem que nunca se levantará adversário que os faça parar (vs. 6). A boca deles é cheia de maldição, engano e opressão; eles falam o que é errado e o que é iníquo e põem por obras o erro e a iniqüidade. Preparam armadilhas para apanhar os que de nada suspeitam; armam embustes e esperam, ocultos, para assassinar (vs. 8); escondem-se em lugares secretos como o leão esperando por uma vítima, e assim apanham o pobre para tirar-lhe a vida (vs. 9); esmagam vítimas inocentes (vs. 10). Pensam que DEUS não vê nem se lembra da iniqüidade deles; acreditam que DEUS está escondido, ou se mostra indiferente para com o que eles fazem; e, de fato, estão certos de que a retribuição divina nunca ocorrerá (vs. 11).

A arrogância. Este é outro dos pecados que DEUS abomina. Figura entre as sete coisas que são odiadas em 6.16 ss., sob o título olhos altivos (vs. 17). O orgulho, ou soberba, e a arrogância são idéias aparentadas e derivam-se de palavras hebraicas similares, gerah e gaon, as quais falam do orgulho em todas as suas expressões. Ver sobre Orgulho, no Dicionário, quanto a detalhes. O orgulho, como já dissemos, é um dos principais pecados, considerado por alguns estudiosos como um dos pecados mortais, se é que é legítimo fazer distinções entre pecados mortais e veniais, como diz a Igreja Católica Romana. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o artigo intitulado Sete Pecados Mortais.
8.13

O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal. O autor sacro leva-nos de volta ao tema central do livro, “o temor do Senhor”, que anoto em Pro. 1.7. Ver também Sal. 119.38. Além disso, quanto a detalhes, ver no Dicionário o artigo chamado Temor. O temor do Senhor é uma frase do Antigo Testamento conforme a espiritualidade era vista no antigo Israel, e a lei era o guia do povo de Israel. Portanto, aqui, esse temor leva o crente a odiar o mal, porquanto existem muitos mandamentos contra uma grande variedade de pecados na lei de Moisés. O homem cujo coração é abençoado pela fé estará equipado para seguir os ditames da lei, tanto em suas injunções negativas quanto em suas injunções positivas, e essas injunções, no judaísmo posterior, eram mais de 600! A sabedoria personificada nos mostra que há algumas poucas coisas que devem ser evitadas e representam possibilidades intermináveis:
A soberba. Foi por causa do orgulho que o diabo caiu em transgressão. Pode-se dizer que esse é um pecado básico, pai de todos os pecados. O indivíduo soberbo é aquele que quer ser mais do que realmente é. Foi o que derrubou Lúcifer. Trata-se de uma força destruidora, a base de muitas atitudes e atos errados. Ver no Dicionário o artigo chamado Orgulho.
A arrogância. Este é outro dos pecados que DEUS abomina. Figura entre as sete coisas que são odiadas em 6.16 ss., sob o título olhos altivos (vs. 17). O orgulho, ou soberba, e a arrogância são idéias aparentadas e derivam-se de palavras hebraicas similares, gerah e gaon, as quais falam do orgulho em todas as suas expressões. Ver sobre Orgulho, no Dicionário, quanto a detalhes. O orgulho, como já dissemos, é um dos principais pecados, considerado por alguns estudiosos como um dos pecados mortais, se é que é legítimo fazer distinções entre pecados mortais e veniais, como diz a Igreja Católica Romana. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o artigo intitulado Sete Pecados Mortais.
O mau caminho. Conforme já vimos, a Bíblia usa a palavra “caminho” para indicar a conduta seguida por uma pessoa. O “caminho mau” é o caminho errado ditado pelo diabo e pelo espírito da desobediência. Logicamente, DEUS abomina esse tipo de pecado, que também devemos considerar um dos pecados basilares, ou seja, ele serve de trampolim a outros pecados. Ver no Dicionário o verbete chamado Caminho, quanto a maiores explicações a respeito.
A boca perversa. Encontramos aqui o pecado que consiste no abuso da linguagem. Tanto o livro de Salmos quanto o livro de Provérbios muito dizem sobre essa transgressão. Ver Pro. 4.24 e 6.12, onde apresento notas expositivas de sumário. Ademais, ver Sal. 5.9; 12.2; 15.3; 17.3; 34.12; 35.28; 38.3; 39.9; 55.21; 64.4; 73.9; 94.4; 101.5; 109.2; 119.172; 120.3,4; 139.4; 140.3 e 141.3. Ver sobre Linguagem, Uso Apropriado da, no Dicionário, quanto a maiores detalhes.
Cf. Pro. 4.24, onde ofereço outras notas expositivas sobre a boca perversa. "... boca perversa, coisas contrárias ao próprio coração humano, contrárias à verdade, contrárias à regra da fé, ao evangelho de CRISTO, contrárias aos melhores interesses das pessoas, coisas odiosas e abomináveis” (John Gill, in loc.). Cerca de cem versículos do livro de Provérbios abordam o uso próprio ou impróprio da linguagem.
Há um provérbio popular que diz que “falar é barato”, e isso, naturalmente, contrasta a fala com a ação. Mas, na realidade, nada há de fraco acerca da língua: A língua é fogo... chamas pelo inferno.
(Tiago 3.6)

Eu os aborreço. No texto presente, esse ódio é positivo, por expressar o quanto DEUS abomina certas transgressões, listadas no começo deste versículo. Ver Pro. 6.16 ss., quanto às sete coisas que o Senhor odeia ou abomina, às quais o homem bom também deveria odiar. Quanto ao ódio a todo caminho falso, ver Sal. 119.104; quanto a odiar todos os pensamentos vãos, ver Sal. 119.113. No entanto, em Sal. 139.21 temos o homem bom odiando os homens maus, algo que não combina com a revelação superior do cristianismo.
O ódio é o equivalente diabólico do amor de DEUS, uma força destruidora, a base de muitas atitudes e atos maus. No entanto, vemos o estranho espetáculo de muitas pessoas religiosas especializadas no ódio, e não no amor. Não será isso prova do erro fundamenta] da sua posição religiosa? Sem dúvida! Ver no Dicionário o verbete chamado Ódio, quanto a maiores detalhes 8.14
Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria. Características da Sabedoria. A sabedoria tem essas coisas como suas possessões. Acabamos de ver o que a sabedoria odiava, e agora somos informados a respeito do que ela ama e aprova.

Conselho. Bons conselhos acerca de como andar, viver e ser. Estamos falando das muitas instruções conferidas pela lei, conforme esta é interpretada peias declarações da sabedoria.
Verdadeira sabedoria. A essência da lei de Moisés, posta em vigor na vida diária do indivíduo. Ver Pro. 2.7, onde encontramos idêntica expressão.
Entendimento. Ver Pro. 1.2 e o vs. 9 deste mesmo capítulo. Ver também Pro. 2.7; Eclesiastes 7.19 e Isa. 11.2. Os termos são contrastados com a sabedoria humana, não iluminada ainda pela lei.
Minha é a fortaleza. Possuidora das qualidades mencionadas, a Senhora Sabedoria torna-se uma fortaleza em defesa do povo que a ouve e obedece ao que ela diz. Quanto ao próprio DEUS como a Fortaleza, ver Sal. 18.2; 31.3; 71.3; 91.2 e 144.2. Trata-se de uma expressão militar. A fortaleza era o lugar do qual os soldados atacavam, e também para onde fugiam em busca de refúgio. Ver DEUS como nosso Refúgio, em Sal. 46.1. A sabedoria aplicada (executar o que a lei recomenda e evitar o que ela proíbe) é a força de um homem. A sabedoria é capacitadora. A sabedoria é protetora. “Conhecer é poder" (Lord Bacon), e tanto mais quando esse conhecimento é divino.
A sabedoria fortalece ao sábio, mais do que dez poderosos que haja na cidade.
(Eclesiastes 7.19)
8.15

Por meu intermédio reinam os reis. Os reis são capazes de reinar bem quando contam com a orientação da sabedoria. O poder não existe separadamente da justiça e da bondade. Nenhum rei governa bem se não for homem bom e justo. O rei, como qualquer pessoa, tem de levar uma vida pessoal boa e santa, pois, do contrário, não será um bom rei. Além disso, cabe-lhe a responsabilidade de dirigir a vida nacional por esse mesmo prisma. A lei não o ensinará quando tiver de declarar guerra ou quando não o fizer. Ele poderá obter algumas indicações relativas à vida de negócios como vindos de um oráculo, no templo, ou por meio de algum profeta. Essas vantagens também estavam às suas ordens para o exercício diário do poder. A sabedoria também está no oráculo e na palavra de um profeta. Os príncipes compartilham do poder, estando subordinados ao rei. Os príncipes tornam-se sábios através do mesmo modus operandi.
Os príncipes decretam justiça. Uma monarquia opera através de decretos, que podem ser temíveis ou benéficos, tudo dependendo da sabedoria e da bondade do homem que tem poder para baixá-los. Muitos decretos são obviamente prejudiciais a um povo. Muitos governantes também são obviamente prejudiciais a um povo, e o que eles são com freqüência é determinado por aquilo que impõem ao povo sobre o qual exercem o mandato. O Targum faz a Sabedoria ungir os reis com justiça. Este versículo tem sido cristianizado para falar de CRISTO, o Rei, que é o governante justo final.
8.16

Por meu intermédio governam os príncipes. Este versículo refaz levemente o anterior, adicionando os nobres à lista dos governantes e fazendo todos eles governar por intermédio da sabedoria, sem mencionar seus decretos, que são instrumentos de seu governo. O texto massorético também fala aqui em juizes, o que é secundado pela nossa versão portuguesa. Mas a versão da Septuaginta tem o verbo “governar” no lugar do substantivo “juizes", ou seja, a Septuaginta limita a menção dos governantes aos príncipes e aos nobres. Juntamente com o vs. 15, pois, temos o rei, os príncipes, os nobres e, talvez, os juizes, como aqueles que exercem o poder. A sabedoria, pois, concede entendimento a todos esses governantes, sem importar o nível a que eles pertençam, para que governem bem. Ver o Dicionário quanto aos artigos chamados Massora (Massorah); Texto Massorético e Manuscritos Antigos do Antigo Testamento. Algumas vezes, as versões têm um texto superior ao do texto hebraico padronizado, refletindo manuscritos hebraicos mais antigos do que os utilizados pelo texto hebraico padronizado. Os papiros do Mar Morto ilustram a sobejo esse fato, concordando ocasionalmente com as versões, sobretudo com a Septuaginta, e não com o texto hebraico posterior.
8.17

Eu amo os que me amam. A sabedoria instrui e concede compreensão, mas a Senhora Sabedoria também ama àqueles que a amam e a buscam. O amor é mútuo, sendo esse o melhor tipo de amor. Compreendemos que DEUS, como nosso Pai celestial, ama a Seus filhos (ver João 3.16); e amar DEUS é o primeiro dever e privilégio dos homens. Ver Deu. 6.5 e I João 4.7 ss.; 5.1. Guardar os mandamentos é amar DEUS. Ver também João 14.15. Aquele que ama busca o objeto de seu amor, e o homem que ama a sabedoria a busca. Ademais, a Senhora Sabedoria garante estar esperando ansiosamente pelo encontro. Em contraste, aqueles que rejeitam a sabedoria a buscam em vão (ver Pro. 1.28). Deve haver amor mútuo, ou os benefícios da sabedoria serão retidos.
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
(João 14.21)

“Todos fantasiam que amam DEUS. Mas aqueles que não buscam DEUS de modo algum, ou que O buscam friamente, ao mesmo tempo que buscam as vaidades do mundo, deixam claro que são conduzidos pelo amor ao mundo, mais do que pelo amor a DEUS” (Fausset, in loc.).
8.18

Riquezas e honra estão comigo. As verdadeiras riquezas e a honra estão com a Senhora Sabedoria em sua casa, em contraste com as riquezas do mundo, como prata, ouro e jóias (vss. 10 e 11). As riquezas da sabedoria são permanentes, em contraste com as riquezas do mundo.
Essa idéia tem sido cristianizada para falar das recompensas ganhas após o sepulcro, no pós-vida. Mas o autor sagrado está falando sobre uma longa vida, plena de honrarias, prosperidade e bem-estar, agora mesmo na terra, a herança de Israel. Em vez de “justiça”, algumas traduções dizem “prosperidade, çedhaqah, que pode significar isso ou “boa sorte, dada por DEUS ao homem” (Charles Fritsch, in loc.). “A retidão é associada às riquezas duráveis, em contraste com as riquezas deste mundo, que perecem, são mal ganhas e logo se perdem” (Fausset, in loc.). Cf. Mat. 6.33. Em CRISTO existem riquezas duráveis, Efé. 3.8 e I Cor. 1.30. Quanto às riquezas permanentes, ver também Pro. 14.24; 15.6 e 22.4.
Na sua casa há prosperidade e riqueza, e a sua justiça permanece para sempre.
(Salmo 112.3)
8.19

Melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado. Aqui a Senhora Sabedoria é representada como produtora de um fruto superior ao ouro, superior mesmo ao ouro refinado que produz elevado preço no mercado. Sua produção é maior a qualquer coisa que a prata depurada pode trazer a um homem. A figura simbólica é a de uma árvore frutífera, e a produção é tanto espiritual quanto material, pondo em eclipse qualquer tipo de riquezas terrenas.
Rendimento. Vocábulo usado na linguagem do mercado. O termo chama nossa atenção para a capacidade da sabedoria de produzir benefícios superiores a qualquer bem terreno. O homem que se tornar possuidor das riquezas da sabedoria terá uma produção superior àquele que fez de seu alvo o negócio de acumular o ouro e a prata. Ele terá vida mais longa, mais útil, mais justa, mais produtiva, menos perturbada do que o homem que negligencia a sabedoria. A Senhora Sabedoria dá àqueles que a amam todos os benefícios e, colocando-se à mão direita de DEUS, ela tem um suprimento interminável, que vem do tesouro das riquezas divinas.
8.20

Ando pelo caminho da justiça. A sabedoria sabe conduzir seus cultores pelo caminho justo e mais próspero, a saber, o caminho da justiça - as veredas da retidão. A metáfora da árvore é agora substituída pela metáfora do “caminho”, tão freqüentemente utilizada nos livros de Salmos (ver notas em Sal. 37.5) e Provérbios (ver as notas em Pro. 4.27). Ver no Dicionário o verbete chamado Caminho, quanto a detalhes. Quanto à metáfora de andar pelo caminho, ver sobre Andar, no Dicionário. Ver também Isa. 30.21. “... da verdade e da santidade: caminhando em seus mandamentos e ordenanças; em todos aqueles preceitos que nos fornecem orientação, não contra a vontade do homem bom, mas em concordância com o seu desejo; correndo com a maior satisfação, naquelas veredas pelas quais ele anda” (John Gill, in loc.).
8.21

Para dotar de bens os que me amam. A Senhora Sabedoria anela por dar àqueles que a amam uma herança, e essa herança é tão grande que enche todos os seus tesouros. Uma herança traz, de súbito, riquezas pelas quais não trabalhamos para conseguir. As heranças que obtemos geralmente vêm de entes queridos. É a última bênção para nós, a menos, naturalmente, que encontrem uma maneira de abençoar-nos estando no outro lado. Em CRISTO somos herdeiros (ver Rom. 8.17); e, sendo isso no país celestial, produzido pelo Ser divino, deve significar que temos grandíssima herança. Assim sendo, a sabedoria, um dom divino, enche os tesouros de todos quantos a amam. Cf. Mat. 6.20.
Receberá a coroa da vida a qual o Senhor prometeu aos que o amam. (Tiago 1.12)
Ver no Dicionário os verbetes intitulados Galardão e Coroas. Ver também II Tim. 4.8.
Décimo Quinto Discurso: a Exaltada Posição da Sabedoria (8.22-31)
Este é o décimo quinto dos dezesseis discursos que compõem o primeiro livro de Provérbios (1.8-9.18). A sabedoria retrocede ao tempo da criação, tendo sido um instrumento da criação. Naturalmente, a sabedoria já estava com DEUS antes da criação, e fazia parte da doutrina judaica padrão que a lei incorporava essa sabedoria, que não começou com a lei de Moisés. Isso significa que a lei de Moisés foi um reflexo da eterna sabedoria de DEUS. A sabedoria já existia antes da criação, sendo mencionada por cinco vezes nesta passagem: vss. 22 (duas vezes), 23, 25 e 26. A sabedoria estava presente quando DEUS criou todas as coisas: vss. 24,27-29. Por sete vezes, o quando é declarado.

Era apenas natural que uma passagem como a presente se refira ao Verbo (ver João 1.1), como que para descrever o Filho preexistente. Essa teoria é maculada, entretanto, pela palavra criar (de acordo com certas versões; e, talvez, por isso, em nossa versão portuguesa tenhamos o verbo “possuir”) no vs. 22: “O Senhor me possuía no início de sua obra”. Por isso mesmo, os intérpretes são forçados a modificar a frase para que tenha outro sentido, conforme se vê nos seguintes três pontos:

1. Em um dos pontos extremos, temos o comentário da Scofield Reference
Bible: “Essa sabedoria é mais do que uma personificação de um dos atributos de DEUS, ou da vontade de DEUS como a melhor vontade para o homem, é antes um prefigurar distinto de CRISTO, como algo firme na mente divina. Cf. Pro. 8.22-26 com João 1.1-3 e Col. 1.17. Só pode estar em pauta o Eterno Filho de DEUS” (in loc.).

2. No outro extremo, temos o atributo de DEUS da sabedoria, vista como que personificada. Talvez a verdade esteja em uma posição intermediária.
3. “Este é um desenvolvimento do pensamento em 3.19,20 que se dirige ao conceito de um agente divino, ‘o primogênito de toda a criação', por meio de uem ‘todas as coisas foram criadas’ (Col. 1.15,16; João 1.1-3“ (Oxford Annotated Bible, comentando sobre o vs. 22).
Esse passo, na direção de tal conceito, também pode ser visto na idéia do Anjo do Senhor, sobre o qual Filo, algumas vezes, falava em termos pessoais. A doutrina do Logos, no Novo Testamento, sem dúvida foi mais um passo nesse processo, também influenciado pela idéia grega do Logos, uma doutrina antiquíssima. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete chamado Logos (Verbo), quanto ao pleno tratamento sobre o assunto.

HUMILDADE
AMA - Tradução dos termos 'ama e shipha denotando uma mulher escrava ou serva. Esse termo era às vezes usado para exprimir humildade e submissão (1 Sm 25.24; 2 Sm 14.12; Lc 1.38).
O marido deve exercer a liderança do lar como é seu dever, com toda a humildade, gentileza e amor, reconhecendo que CRISTO, como seu Cabeça, lhe concedeu autoridade (1 Co 11.3).
Aos convidados e hóspedes era dada água para que lavassem os pés (Gn 18.4; Jz 19.21; Lc 7.44). Havia um criado para desempenhar esta tarefa (1 Sm 25.41); daí o significado do exemplo de humildade de JESUS (Jo 13.1-10; 1 Tm 5.10).

Inclinar a cabeça era sinal de humildade e reverência (Is 58.5).
Quando um rei "cavalgava sobre um jumento", isso significava um ato de humildade(cf. Zc 9.9).
As cinzas simbolizavam profunda humildade, como quando Abraão suplicou por Sodoma (Gn 18.27); ou mesmo humilhação, como quando Jó diz que se tornara "semelhante ao pó e à cinza" (Jó 30.19).
O Senhor JESUS CRISTO é também o nosso padrão de humildade (Fp 2.5-8), de não agirmos para satisfazer a nós mesmos (Rm 15.2,3), de mansidão e bondade (2 Co 10.1) e de liberalidade (2 Co 8.9)"Esconder o rosto" ou "cobrir o rosto" expressava humildade e reverência (Êx 3.6; Is 6.2), e era um sinal de luto (2 Sm 19.4).

HUMILDADE
1. O termo aparece apenas uma vez na versão KJV em inglês (Cl 3.12), e nenhuma vez na versão RSV em inglês, porém aparece 11 vezes na versão ARC em português. A palavra
gr. tapeinophrosyne é usada outras seis vezes e traduzida na versão KJV em inglês como "humildade" de pensamento (Fp 2.3; Ef 4.2), e como "humildade" (At 20.19; Cl 2.18,23; 1 Pe 5.5). Várias versões o traduzem, de forma geral, como "humildade" (Fp 2.3; At 20.19; 1 Pe 5.5; Ef 4.2; Cl 2.18,23).
2. Uma característica cristã, resumida em Romanos 12.3: "Porque... digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber". A humildade (gr. tapeinophrosyne, 1 Pe 5.5) é uma atitude mental de inferioridade (Ef 4.2; Fp 2.3), o oposto do orgulho (q.v.).
É aquela graça específica desenvolvida no cristão pelo ESPÍRITO de DEUS, em que ele sinceramente reconhece que tudo o que tem e é deve-se ao DEUS Trino, que opera de forma dinâmica a seu favor. Ele então se submete voluntariamente à mão de DEUS (Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5-7). Assim, a humildade não deve ser equiparada a um piedoso complexo de inferioridade. Ela pode ser fingida pelos falsos mestres (Cl 2.18,23) por meio de atos de auto-humilhação.

Esta qualidade é louvada no AT (Pv 15.33; 18.12; 22.4). O termo heb. 'anawa (de 'anah, "ser afligido") sugere que a humildade de espírito é freqüentemente o resultado da aflição. A vida de muitos reis de Judá e de Israel foram avaliadas de acordo com esta característica (1 Rs 21.29; 2 Cr 32.26; 33.23; 34.27; 36.12). Humilhar-se é o primeiro passo para o verdadeiro avivamento (2 Cr 7.14; cf. Mq 6.8). O próprio DEUS, que é sublime e grandioso, deleita-se em habitar com aquele que tem um espírito contrito e humilde, a fim de avivá-lo (Is 57.15).
JESUS CRISTO, como o supremo exemplo de humildade (Mt 11.29), forneceu aos seus discípulos uma demonstração visível de humildade ao lavar-lhes os pés (Jo 13.3-16). Uma importante passagem cristológica no NT (Fp 2.5-11) encontra seu ponto-chave no cultivo desse traço de JESUS CRISTO por parte do crente.
CRISTO "humilhou-se", do termo tapeinoo, vv. 7,8); às atitudes do Senhor JESUS CRISTO, que demonstraram sua humildade de pensamento (tapeinophrosune, v.3) e consideração pelos outros (v.4); e às emoções (amor, compaixão e misericórdia, vv. 1,2).

As atitudes corretas semelhantes às de CRISTO, que os apóstolos exortam cada crente a manter, envolvem: a humildade (Rm 12.3,16; Fp 2.3,5,8), unidade, cooperação e harmonia
com seus irmãos, pela causa comum do evangelho (Fp 1.27; 2.2; 4.2; Rm 15.5; 2 Co 13.11; 1 Pe 3.8); a disposição de morrer ou sofrer por CRISTO (1 Pe 4.1); a preocupação com os outros (Fp 4.10); e a espiritualidade (Rm 8.5-7; Cl 3.2). Todas essas atitudes são o oposto de uma atitude carnal e auto-indulgente (Fp 3.19; cf Mt 16.23).

Naturalmente os apóstolos enfrentavam dificuldades na área da própria humildade até serem capazes de aceitar a interpretação do ministério do Senhor e se ajustar a ele.
Mas foi uma lição difícil de entender. Pouco antes daquelas sagradas horas finais da Ceia, ainda estavam disputando entre si quem seria o maior (Lc 22.24). Mas vendo o Senhor inclinar-se para lavar os pés de cada um, ouvindo-o falar mansamente sobre seu grande amor por eles, e sua oração para que fossem um nele, e depois de vê-lo submeter-se tranquilamente à prisão por seus algozes, e se dispor a beber do cálice que o Pai lhe havia oferecido - tudo isso lhes causou uma profunda impressão. Juntamente com a tristeza pelas suas numerosas fraquezas, inclusive pela deserção na hora da crise, estava seu pesar pela prisão, crucificação e sepultamento do Mestre. Mas desse abismo de penitência e pesar veio o renascimento da alegria e um novo senso de prestação de serviços ao seu Senhor, quando o acompanharam em sua ascensão. A eles restou serem cheios com o ESPÍRITO SANTO a fim de serem preparados para a obra apostólica. JESUS havia sido pai e amigo, mestre e também crítico. Agora que Ele deveria ser reconhecido como o Senhor universal, a fidelidade e a paciência demonstradas pelo Senhor nos dias do treinamento se avolumavam na mente dos discípulos. Que privilégio é servir a alguém como Ele!

Judas (irmão do Senhor) era caracterizado, pela humildade, reivindicando ser apenas o irmão de Tiago e um servo (lit.) de JESUS CRISTO; pela diligência (v. 3), que pode ter sido uma razão pela qual o ESPÍRITO SANTO o escolheu; por um conhecimento da verdade revelada (w. 5-7,11,17), e por ter sido escolhido como vaso da verdade não registrada anteriormente pela pena da inspiração (w. 9,14,15).
Freqüentemente, o rasgar as roupas e vestir-se com sacos representavam pesar e humildade (1 Rs 21.27; Et 4.1; Jr 4.8). Pó ou cinzas eram colocados sobre a cabeça (Js 7.6; Lm 2.10; Ez 27.30). A barba e os cabelos da cabeça eram arrancados (Ed 9.3) ou cortados (Is 15.2; Jr 7.29). Observava-se o jejum (2 Sm 1.12; Ne 1.4; Zc 7.5).

A lavagem dos pés dos discípulos por JESUS (Jo 13.1-17) teve um profundo significado. Sua admoestação a Pedro, "O que eu faço não o sabes agora" mostrou que a intenção do Senhor ia além do costume bem conhecido. Muitos defendem que JESUS estava dando uma lição de humildade por meio de seu exemplo. A humildade era certamente mostrada por aquele que lavava. Contudo, JESUS
disse que se Ele não realizasse este ato, seria Pedro e não Ele que estaria em falta.
Maria, embora tenha se assombrado quando o anjo lhe anunciou que ficaria grávida antes de conhecer o esposo José, ela aceitou essa assustadora dignidade com humildade (Lc 1.38).

O fariseu e o publicano (Lc 21.28-32). Novamente, JESUS atinge os farisaicos interlocutores que se consideravam justos, através da justiça própria que demonstravam.O publicano foi justificado porque se apresentou com humildade, reconhecendo seus pecados e confiando na divina provisão.
A palavra grega ptochos, ou "pobre", significa estar reduzido à mendicância, humildade e falta de alguma coisa, como na expressão "pobres de espírito" em Mateus 5.3.

Em nenhum sentido JESUS esvaziou-se da sua Divindade, nem deixou de ser DEUS. Paulo mencionou a auto-humilhação de CRISTO aqui para apoiar uma exortação: os crentes deveriam exercitar a humildade uns para com os outros.
Muitas palavras gregas e hebraicas significam o ato de dobrar os joelhos e reverenciar, com humildade diante de um superior.

O sofrimento é usado por DEUS para desenvolver a fé, a humildade, a paciência e outras virtudes. DEUS reservou tarefas eternas para os seus redimidos, mas o crente pode participar delas desde que esteja suficientemente amadurecido em seu caráter através das punições e sofrimentos (Jó 23.10; Tg 1.2-12). Os sofrimentos de cada cristão fazem parte dos sofrimentos de CRISTO (Fp 3.10. Cl 1.24; 1 Pe 4.13), pois cada um deles é parte de seu Corpo, isto é, da Igreja, que foi destinada a muitos sofrimentos. Esse sofrimento não tem o caráter de um sacrifício conciliatório, como se a cruz tivesse sido insuficiente, mas uma natureza purificadora e refinadora (1 Pe 1.7; 4.1; 5.10). Os sofrimentos de CRISTO e dos cristãos não só glorificam a DEUS no presente (1 Pe 1.7), mas também trazem ao Senhor uma glória eterna (1 Pe 1.11; Rm 8.17,18). O sofrimento paciente de uma dor injustamente infligida agrada a DEUS (1 Pe 2.19,20).
Paulo exorta os crentes de Filipos a alcançarem a unidade cristã "tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa" (Fp 2.2). Isso se torna possível quando cada um de nós assume a atitude de humildade que é característica de CRISTO (Fp 2.3-5).
A humildade faz com que consideremos os outros como melhores ou superiores a nós mesmos (Fp 2.3).


SUBSIDIOS 002

I – INTRODUÇÃO:
Is 55.3 cf Fp 2.9 – A exaltação e a busca pelo poder tem levado muitos à queda, pois, ao desejarem ser mais que os outros, perdem a noção da humildade, prudência e sabedoria, as quais só os de espírito sereno e desprendido conseguem absorver.
As belas páginas da Bíblia Sagrada nos inspiram a seguir o exemplo de Jesus que, ao se tornar o mais indigno entre os homens, Deus O exaltou soberanamente.

II - CONCEITO BÍBLICO DE HU­MILDADE:
(1) - HUMILDADE NÃO É ESTULTICE – Os primitivos inimigos do Cristianismo, principalmente aqueles que compunham as classes mais cultas, com frequência confundiam a humildade com a estultice. Deste modo, os desenhistas da época pintavam os cristãos como sendo alguém com corpo de gente, cabeça de asno e com um livro na mão.

(2) - HUMILDADE NÃO É COVARDIA - No mundo de hoje são muitas as pessoas prontas a desafiar a Deus e a desprezar os Seus escolhidos. Dentre os inimigos do Evangelho destacam-se aqueles que conceituam a humildade bíblica como simples medo de batalhar as verdadeiras batalhas da vida. Noutras palavras, segundo eles, a alegada virtude chamada humildade, nada mais é do que covardia.

(3) - HUMILDADE É AUSÊNCIA DE SOBERBA - A soberba ou exaltação é o oposto da humildade e da submis­são. O humilde de espírito é alguém que apesar de ser, ter e saber algu­ma coisa, despojado da arrogância, vive como se não fosse, não tivesse e nem soubesse o que é, tem e sabe. Nisto, Cristo é o nosso modelo per­feito. Ele é Deus, mas na sua identificação com a humanidade caída, agia como sendo um de nós. Ele humilhou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo, "fazendo-se semelhante aos homens", para fazer-nos semelhantes a Ele – Fp 2.6-7.

(4) - A HUMILDADE E O REINO DE DEUS - A importância fundamental da humildade, consiste no fato de ser ela condição indispensável, prio­ritária mesmo, para aqueles que as­piram ingressar no reino de Deus. Tudo quanto diz respeito ao reino de Deus é humilde. A humildade é qualidade inseparável do Rei, do Reino e dos súditos do Reino – Mt 5.3; 21.5;  Lc 17.20.

III - APRENDENDO A HUMIL­DADE:
(1) - DESEJEMOS SER HUMILDES - Para desejarmos algo é necessário que primeiro nos conscientizemos de que nos falta alguma coisa e, em segundo lugar, estejamos prontos para pagar o preço de conquistá-la. O mesmo acontece quando nos dispomos a conquistar um espírito hu­milde e compassivo.
É parte da natureza humana não atentar para o direito alheio, mas fazer das pessoas vítimas dos seus caprichos. Deste modo não im­porta quem esteja por baixo, desde que seja eu quem esteja por cima. O nosso ego se sente gratificado com a violação do direito dos outros. A simples descoberta dessa triste rea­lidade não nos faz humildes. Temos de permitir que o Espírito Santo instigue em nós a piedade de Cristo e nos faça parecidos com Ele mesmo.

(2) - APRENDAMOS DE JESUS – Mt 11.29 - Havia profunda diferença entre Je­sus c os mestres de seus dias. Jesus os censurou severamente, posto que ensinavam o que não eram, nem faziam - Lc 11.46
Quanto a Jesus, era diferente. Ele podia ensinar a mansidão e a humil­dade, porque era manso e humilde de coração. Notemos que Jesus diz: "Aprendei de mim, que sou..."

(3) - DEMONSTREMOS O QUE APREN­DEMOS - O testemunho cristão pode ser assimilado e comunicado como uma sucessão de influência.
II Tm 2.1-2 - Notemos o que o apóstolo Paulo diz a Timóteo para ensinar a outros, e esses outros deveriam repassar o ensinamento para outros.

IV - BÊNÇÃOS DECORRENTES DA HUMILDADE:
Mt 5:3 - Os humildes ou pobres de espírito são os que, em vez de reagir quando o ‘EU’ é ofendido, ocupam-se mais com a honra do Rei.
Tg 4.6-11 - Tiago chama os seus leitores a uma atitude de humildade, mostrando-nos as bênçãos decorrentes desse estado de alma:

(1ª) - MULTIPLICADA GRAÇA DE DEUS (Tg 4:6) - Só à medida em que nos esvaziamos de nós mesmos, é que a graça de Deus vai achando espaço para operar em nós. Deus promete renovada graça àqueles que primam por viver vida simples (Mt 10:16).

(2ª) - VITÓRIA SOBRE SATANÁS (Tg 4:7) - Não é o crente quem tem que fugir do diabo; é ao contrário. A promessa que temos na Bíblia é a de que, submetendo-nos ao governo de Deus, termos forças para resistir ao Diabo e vê-lo bater em retirada.

(3ª) - MAIOR COMUNHÃO COM DEUS (Tg 4:8) - A humildade tem a possibilidade de estreitar os laços da nossa comunhão com Deus, pois Ele tem um lugar para abrigar aquele que se compraz em obedecê-Lo.

(4ª) - SENSIBILIDADE ESPIRITUAL (Tg 4:9) - Só os realmente humildes de espírito são capazes de sentir, lamentar e chorar as suas misérias. Só eles possuem sensibilidade espiritual de notar a crise espiritual que avassala o mundo e a necessidade duma nova visitação de Deus à Igreja, hoje.

(5ª) - ZELO PELA REPUTAÇÃO ALHEIA (Tg 4:11) - Falar mal do semelhante é sinal de desamor e prova de presunção; é querer dar a impressão de ser melhor do que a pessoa de quem se maldiz. O crente realmente humilde é alguém que valoriza e zela pela reputação do seu irmão.

V – O CONTRASTE ENTRE A EXALTAÇÃO E A HUMILDADE:
Lc 14.11 - Temos aqui uma declaração magistral do Senhor Jesus. Na verdade, é uma sentença ditada por aquele que pode exaltar e abater a quem deseja – I Sm 2.7.

(1) – É MELHOR SER HUMILDE – Por causa do pecado, que passou a todos os homens, o ser humano possui a tendência natural para a exaltação. No entanto, somos novas criaturas: o velho comportamento foi deixado para trás.

A Bíblia nos ensina bastante sobre a vantagem de sermos humildes. Anotemos algumas delas:
(A) – OS HUMILDES SÃO EXALTADOS – Lc 14.11b – A Palavra do Senhor tem exemplos maravilhosos de pessoas que foram humilhadas e, depois, ocuparam lugares de destaque.
(A.1) – José foi vendido como escravo pelos irmãos a estrangeiros. Depois, tornou-se governador do Egito e seus familiares ajoelharam-se aos seus pés.
(A.2) – Davi vivia no campo com as ovelhas, mas depois foi feito por Deus rei de Israel.
(B) – DEUS OUVE OS HUMILDES – Sl 10.17 – Alguém disse que Deus nos escuta pela oração, mas nos responde através de nossa humildade. Muitos não são atendidos por causa do orgulho que os domina.
(C) – DEUS DÁ GRAÇA AOS HUMILDES – I Pe 5.5 – É coisa boa ter a graça de Deus; é melhor que a vida – Sl 63.3.
(D) – JESUS ENSINA AOS HUMILDES – Mt 11.29 – É maravilhoso ser aluno de Jesus. Se desejamos fazer parte dessa escola, precisamos passar no vestibular da humildade.


(2) – AS DESVANTAGENS DA EXALTAÇÃO – A Bíblia nos mostra que só há desvantagens para os que optam pelo comportamento exaltado e soberbo. Vejamos:
(A) – O EXALTADO É HUMILHADO – Lc 14.11 – Jesus advertiu para a vergonha causada por ser estar no primeiro lugar e ser convidado diante dos outros, a tomar o derradeiro. A vida mostra experiências assim.

Um jovem vivia a criticar os pregadores e anotava os erros de pronúncia, de concordância, etc e dizia: - “Estes pregadores nem sabem falar. Se eu fosse pregar, faria melhor do que eles”.

Um dia, o pastor, sabedor do desejo do moço, concedeu-lhe a oportunidade para dar uma palavra. O rapaz subiu ao púlpito com um sorriso de exaltação. Abriu a bíblia, mas não encontrou o texto que desejava. Ficou suado, nervoso, embaraçado. Pediu desculpas, e desceu cabisbaixo. Um velho irmão o chamou e disse àquele jovem: - “Se você tivesse subido no púlpito da forma como desceu (humilde), teria descido da forma como você subiu (exaltado)”. Foi uma grande lição!


(B) – DEUS RESISTE AOS SOBERBOS – I Pe 5.5 – O Senhor não abre espaço para os exaltados. Diante dEle os soberbos não tem vez – Sl 94.2; 139.6b.

Ex 12.29-33 – O orgulhoso Faraó não permitia que o povo de Israel saísse do seu país. A mão de Deus tornou-se cada vez mais pesada sobre ele, até que o cruel soberano desistiu de lutar contra o Senhor dos Exércitos.

At 9.4-5 – Saulo de Tarso experimentou a resistência de Jesus no caminho de Damasco.

VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Lc 14.7 – Jesus reparou como os convidados escolhiam os primeiros assentos. Segundo os estudiosos dos costumes orientais era comum a disputa por lugares o mais próximo possível do anfitrião (o dono da casa). É natureza humana com suas vaidades!

E nós, servos de Deus, que lugares devemos buscar?

Certamente, o melhor é buscarmos o “lugar de servos”, pois é o mais importante, glorioso e o menos procurado.

Não nos esqueçamos: JESUS ESTÁ NOS REPARANDO.


SUBSÍDIOS COMPLEMENTARES


 FILIPENSES  2.3 POR HUMILDADE. Devido ao egocentrismo inato do homem caído, o mundo não tem em alta estima a humildade e a modéstia. A Bíblia, no entanto, com seu conceito teocêntrico do homem e da salvação, atribui máxima importância à humildade. 
(1) A humildade bíblica subentende a consciência das nossas fraquezas e a decisão de atribuir de imediato todo crédito Deus e ao próximo, por aquilo que realizamos (Jo 3.27; 5.19; 14.10; Tg 4.6). 

(2) Devemos ser humildes porque somos simples criaturas (Gn 18.27); somos pecaminosos à parte de Cristo (Lc 18.9-14) e não podemos jactar-nos de nada (Rm 7.18; Gl 6.3), a não ser no Senhor (2 Co 10.17). Logo, dependemos de Deus para nosso valor e para nossa frutificação, e não podemos realizar nada de valor permanente sem a ajuda de Deus e do próximo (Sl 8.4,5; Jo 15.1-16). 

(3) A presença de Deus acompanha aqueles que andam em humildade (Is 57.15; Mq 6.8). Maior graça é dada aos humildes, mas Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Os mais zelosos filhos de Deus servem "ao Senhor com toda a humildade" (At 20.19). 

(4) Como crentes, devemos viver em humildade uns para com os outros, considerando-os superiores a nós mesmos (cf. Rm 12.3). 

(5) O oposto da humildade é a soberba, um senso exagerado da importância e da auto-estima da pessoa que confia no seu próprio mérito, superioridade e realizações. A tendência inevitável da natureza humana e do mundo é sempre à soberba, e não à humildade (1 Jo 2.16; cf. Is 14.13,14; Ez 28.17; 1 Tm 6.17).

FILIPENSES  2.5 HAJA EM VÓS O MESMO SENTIMENTO. Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). A humildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.

FILIPENSES  2.6 SENDO EM FORMA DE DEUS. Jesus sempre foi Deus pela sua própria natureza e igual ao Pai antes, durante e depois da sua permanência na terra (ver Jo 1.1; 8.58; 17.24; Cl 1.15,17; ver Mc 1.11; Jo 20.28). Cristo, no entanto, não se apegou aos seus direitos divinos, mas abriu mão dos seus privilégios e glória no céu, a fim de que nós, na terra, fôssemos salvos.

FILIPENSES  2.7 ANIQUILOU-SE A SI MESMO. O texto grego do qual foi traduzida esta frase, diz literalmente, que ele "se esvaziou", i.e., deixou de lado sua glória celestial (Jo 17.4), posição (Jo 5.30; Hb 5.8), riquezas (2 Co 8.9), direitos (Lc 22.27; Mt 20.28) e o uso de prerrogativas divinas (Jo 5.19; 8.28; 14.10). Esse "esvaziar-se" importava não somente em restrição voluntária dos seus atributos e privilégios divinos, mas também na aceitação do sofrimento, da incompreensão, dos maus tratos, do ódio e, finalmente, da morte de maldição na cruz (vv. 7,8).

2.7 A FORMA DE SERVO... SEMELHANTE AOS HOMENS. Para trechos na Bíblia que tratam de Cristo assumindo a forma de servo, ver Mc 13.32; Lc 2.40-52; Rm 8.3; 2 Co 8.9; Hb 2.7,14. Embora permanecesse em tudo divino, Cristo tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado (vv. 7,8; Hb 4.15).

FONTES DE CONSULTA:
Lições Bíblicas - CPAD - 1º Trimestre de 1987 - Comentário: Raimundo F. de Oliveira
Lições Bíblicas – CPAD – 4º Trimestre de 1994
Bíblia de Estudo Pentecostal

ELABORADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D e PESQUISADOR
PASTOR NA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DE TESOURO
CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO




 

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