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quinta-feira, 11 de abril de 2013

O CASAMENTO BÍBLICO - LIÇÃO 02 COM SUBSÍDIOS

O CASAMENTO BÍBLICO
SUBSÍDIOS


- Na Bíblia aparece mais a palavra boda, do hebraico "hãtunnã" e do grego "gamos".
No Evangelho de Mateus, capítulo 25, Cristo refere-se a um cortejo nupcial, ao mencionar as dez virgens da parábola que vão ao encontro do esposo. Jesus também participou das bodas de Caná, na Galiléia (Jo 2.1-3).
Entre os judeus, podia ser efetuado o casamento desde a idade núbil, isto é, desde os treze anos e um dia para os rapazes e doze anos e um dia para as meninas, porém o costume fixava a idade de dezoito anos. As viúvas ou repudiadas não podiam contrair novo matrimônio antes de se passarem três meses, depois da separação. Os esponsais tinham o mesmo valor legal que o matrimônio; esses esponsais duravam mais ou menos um ano, quando os noivos se comunicavam através de intermediários. Depois do período de noivado, havia a festa, que não trazia nenhuma cerimônia religiosa em si. No sábado seguinte ao início da festa do casamento, os novos esposos eram levados à sinagoga (no tempo do Novo Testamento) e o marido era convidado a fazer a leitura e a exposição de uma passagem bíblica. Depois, o mesmo cortejo que os trouxera à sinagoga levava-os para a casa deles (noivos). O novo casal desfrutava de certas regalias, durante um ano (Quando um homem for recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá encargo algum; por um ano inteiro ficará livre na sua casa para alegrar a mulher, que tomou.Dt 24.5).
Acerca dos direitos e deveres dos cônjuges, a esposa podia exigir do marido dez coisas, três das quais estão estipuladas na Lei: o alimento, o vestido e o dever conjugal (Êx 21.10) e as outras sete são prescritas pelos doutores: ajuda na enfermidade, resgate para a remissão do cativeiro, sepultura na morte, permanência ao lado do marido, casa na viuvez, comida para os filhos, uma parte da herança e o dote para os filhos. As obrigações da esposa são: o seu trabalho, sua presença habitual. etc.
Nos dias do Antigo Testamento, o casamento era negociado pelos pais dos noivos. O homem que desejasse uma esposa tinha de comprá-Ia, e o preço estabelecido, de acordo com o que se lê na Bíblia (Dt 22.29), era de cinquenta siclos de prata, cujo pagamento poderia ser feito em camelos, ovelhas ou em dinheiro. Esse pagamento era chamado "mon­har" .
Se o casamento fosse pacífico, não era tratado diretamente pelo noivo nem pela noiva. Os intermediários no trato do consórcio eram os amigos do noivo. O contato dos intermediários com a família da noiva exigia que estes "levassem presentes para a noiva e não podiam ir de mãos vazias. A noiva não tinha a menor interferência nas negociações de seu casamento com o noivo. Não tinha o direito de recusar o homem que lhe escolhessem para marido. Nos tempos do Novo Testamento, era permitido que as jovens de maior idade recusassem uma união que lhes desagradasse, mesmo que tivesse sido combinada pelos pais.
No contrato de casamento não estava a ação de qualquer mulher, nem mesmo da mãe da noiva. Todos os assuntos relacionados com o enlace eram realizados pelo pai da noiva e, na falta deste, pelo irmão mais velho; na falta do irmão, um amigo de confiança ou mesmo um servidor da casa poderia ser o intermediário. Em Gênesis 24, aparece Abraão dando instruções ao seu servo para procurar uma esposa para Isaque. O próprio Isaque desempenhou papel secundário. Convém lembrar que os casamentos desses dias distantes deviam realizar-se entre pessoas da mesma tribo; não se admitiam casamentos com estrangeiros.
Em certas épocas e lugares, o noivo não podia escolher qualquer moça para sua esposa. Se pretendesse casar-se com uma jovem de determinada família, somente podia fazê-Io com a irmã mais velha, quer fosse feia ou bonita, inteligente ou ignorante, dedicada ou desgovernada. Foi o que aconteceu a Jacó, quando pretendeu casar-se com a filha de Labão, fato que está registrado em Gênesis 29.26: "E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita". Se o matrimônio envolvia pessoas de recursos, então a distribuição entre os pobres de vinho, azeite, figos e nozes fazia parte da cerimônia. Onde as manifestações e regozijo culminavam era no cortejo nupcial que consistia no acompanhamento da noiva da casa de seu pai até a casa do noivo. Desse desfile participavam os amigos dos noivos, as virgens e os mancebos, e todo o povo. O desfile era realizado à noite. Os integrantes do cortejo nupcial levavam lâmpadas que queimavam azeite. Essas lamparinas deviam ser abastecidas antes do desfile. A pressa ou a falta de cuidado dos servidores encarregados de encher de azeite as lamparinas, às vezes, causava embaraços e perturbações, pela falta de luz. Foi baseado nesse costume que Jesus Cristo apresentou aos homens de seus dias a parábola das dez virgens que foram esperar o noivo, porém, as lâmpadas de algumas não tinham azeite, não estavam preparadas e, quando foram abastecer-se, o noivo apareceu e elas não puderam acompanhá-Io, perdendo o privilégio de recebê-lo.(Mt 25.10-12). Nenhuma pessoa podia aproximar-se do cortejo sem alguma espécie de luz; as luzes eram chamadas de "mesh-als"; a estopa ou farrapos de linho eram muito torcidos e colocados em certos vasos de metal, no topo de um pedaço de madeira. Às vezes, a lâmpada era levada numa das mãos, enquanto que na outra havia um vaso com azeite, para abastecê-Ia.

As bodas, ordinariamente, duravam sete dias (Gn 29.27; Jz 14.12). Os convidados das duas partes eram chamados de filhos das bodas (Mt 9.15). Havia os companheiros do noivo e as companheiras da noiva (Jz 14.10-18; SI 45.9,14,15). As amigas da noiva cantavam o "Epithalamium" ou cântico nupcial, à porta da noiva, antes do casamento. Todos os convidados da festa acompanhavam o noivo, na tarde do primeiro dia, da casa dos pais da noiva à casa do noivo, onde estava preparada a mesa do banquete e a câmara nupcial. Nessa hora a mãe já havia coroado o noivo com um turbante especial (Ct 3.11; Is 62.3).

A esposa era levada ao esposo coberta com um véu (Gn 24.65; 29.25). Enfeitada para o esposo, tendo um cinturão próprio do casamento (Jr 2.32), ela aguardava o esposo no quarto das mulheres, o tálamo nupcial (JI 2.16). Em grego, os noivos recebem o nome de "nymphios". Conde, Emílio, 1901-1971 - Tesouro de conhecimentos bíblicos / Emílio Conde. - 2' ed. ­Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1983.
 
BODAS
Significando "noivado" Ou "compromisso de casamento" - eram consideradas quase tão sérias quanto o próprio casamento ­(Dt 20.7; 22.23,25,27,28; Os 2.19,20; Lc 1.27; 2.5). Isto explica a preocupação de José em relação a Maria, e sua decisão de deixá-la (Mt 1.18,19). O homem noivo era, às ve­zes chamado de esposo (Dt 22.23; Mt 1.19), e a jovem, de mulher (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.20). Embora a Bíblia não legisle, exceto em Deuteronômio 22, quanto a um noivado rompido, o código de Hamurabi o faz. Ele exigia que, se o futuro marido rompesse o noivado, o pai da noiva poderia manter o presente para a noiva, e se o pai da noiva renunciasse, ele pagaria em dobro o presen­te recebido (Dote). Um homem poderia declarar as suas intenções e efetuar um noivado estendendo a sua capa sobre a sua amada (Rt 3.9; cf: Dt 22.30; 27.20; Ez 16.8).
Figurativamente, no AT, a nação de Israel é considerada como tendo sido desposada ou como tendo noivado com Jeová no deserto (Jr 2.2; cf. Ez 16.8), mas que pela idolatria mais tarde tornou-se a esposa adúltera de Jeová (Os 2.2,16-23), agora repudiada, mas que será finalmente restaurada. O NT se refere à igreja como a noiva desposada de Cristo (2 Co 11.2; Ef 5.25-32; Ap 19.6.8).

A Natureza do Casamento
1. O casamento faz parte da própria ordem da criação.
Deus revelou ao homem que ele precisava de uma esposa (Gn 2.18) e que a esposa precisava de um marido (Gn. 3.16). Desde o começo, Ele criou a mulher para o homem e o homem para a mulher (Gn 1.26,27). Desde o início o homem entendeu que era vontade de Deus que ele tivesse uma esposa. "Osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gn 2.23) e que deveria amá-la e cuidar dela como de si próprio. Paulo escreveu: “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja" (Ef 5.28,29).

2. O casamento é um sacramento de sociedade.
No casamento, assim como na união sexual em particular, o homem e a mulher sentem prazer e fazem dele a demonstração exterior daquilo que é uma graça interior. ­Sacramentado por Deus, (cf. 1 Tm 4,.3) ele representa a mais elevada expressão de afeto mútuo e a mais profunda comunhão humana, e por isso o próprio Deus usou o casamento para expressar a incalculável profundidade de seu amor por nós.

3. O casamento é um pacto solene celebrado entre um homem e uma mulher dentro de uma perfeita liberdade, e através do qual prometem entre si o amor e a fidelidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade enquanto viverem. De acordo com a visão de Deus, ele somente termina com a morte ou então por causa de uma grave infidelidade ou separação de um cônjuge descrente (Mt 5.32; 19.9; Rm 7.2,3; 1 Co 7.15). Esse pacto deve ser celebrado apenas entre duas pessoas que compartilhem o mesmo espírito e fé, pois "que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Co 6.14.15).

4. O casamento é uma vocação, um convite de Deus para a demonstração a todo o mundo, da mais elevada forma de amor mútuo (Gn 2.23,24; Ef 5.21ss.). Também é a maneira correta de se gerar filhos (Gn 33.5; 48.4; Dt 28.4; Js 24.3,4; Sl 127.3), alimentá-los física e espiritualmente, e o ambiente mais propício para lhes ensinar a Palavra de Deus (Dt 6.7-20; 11.18-21; Pv 22.6) e treiná-los para serem bons cidadãos (Pv 13.24; 19.18; 22.15; 28.13; 29.15,17).

Os Propósitos do Casamento
1. A propagação da raça humana.
É a forma Divina de desenvolver a espécie chamada humanidade. No caso dos seres angelicais, Deus criou cada um deles individualmente, mas no caso da humanidade, Ele criou um homem e uma mulher e toda a raça humana descendeu desse primeiro casal. Deus só poderia ter redimido separadamente cada anjo caído se Cristo morresse individualmente por cada um deles, mas Ele pôde redimir a raça humana de Adão com uma única morte de Cristo, pois Ele estaria representando a raça como um todo. É à luz desse fato que entendemos o significado de 1Coríntios 15.22: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo".
Deus preferiu gerar filhos espirituais que irão amá-lo por causa de sua soberana graça salvadora e trazer-lhes a vida através do relacionamento do casamento. Os aspectos sacramentais e da propagação da espécie do casamento ficam dessa forma reunidos e a geração dos filhos se torna um ato de santidade para a verdadeira glória de Deus.

2. É a maneira de Deus criar os filhos.
Filhos precisam de um lar, e de pais dentro deste lar. No lar eles recebem abrigo e alimento. Através da vida de seus pais eles aprendem o que significa o verdadeiro amor porque são o objeto do amor dos pais e porque veem o amor recíproco que existe entre eles. Somente através dos pais eles podem entender plenamente o profundo e duradouro amor conjugal e, dessa forma, ficam preparados para esperar e procurar um amor igual para si mesmos. É nesse ponto que a discórdia conjugal e os lares desfeitos exercem o efeito mais devastador sobre os filhos. O filho que nunca observou a demonstração de um verdadeiro amor em seu lar não está pronto para enfrentar sozinho a vida. Deus também teve a intenção de que a demonstração de um verdadeiro amor entre país e filhos fosse a base para o entendimento do amor que Ele mesmo sentiu ao enviar o seu Filho para morrer pelos nossos pecados (cf.Ef 5.25-32).             

3. O casamento é a maneira de Deus incutir nos filhos os princípios da justiça e da autoridade responsável:
Os pais devem tratar os filhos com paciência e justiça. (Ef 6.4; Cl 3.21) e lhes ensinar o que é justo e direito. Devem dar exemplo de responsabilidade e autoridade na divinamente ordenada economia do lar (cf. 1 Tm 3.4,5,12; Tt 1.6). O pai, como o cabeça da esposa e do lar, embora consultando plenamente sua esposa de uma forma realmente democrática, é o responsável por todas as decisões. Isso ensina a submissão à autoridade e um verdadeiro senso de responsabilidade (Ef 5.21-24).

4. O casamento é o meio pedagógico de Deus ensinar aos filhos sobre Si mesmo.
Deus se intitula nosso Pai e demonstra que o seu amor é tão maravilhoso como o amor de um bom pai (Sl 103.13; Jo 3.16), tão terno como o amor de uma boa mãe (Is 49.15; 66.13; Mt 23.37), tão íntimo como aquele que existe entre o marido e a esposa (Ef 5.25ss.). Desse modo, todo o relacionamento dentro do Casamento e da família transparece na demonstração e nos ensinos daquilo que Deus é, da natureza do seu amor.

O lugar do Sexo
Embora o sexo tenha como objetivo estabelecido por Deus gerar filhos para povoar a terra e assim indiretamente encher o céu com filhos renascidos em Deus, ele também preenche importantes necessidades pessoais e familiares. O esposo necessita da esposa e a esposa necessita do marido, porque o homem é feito de tal maneira que as tensões da vida são aliviadas através do amor conjugal (1 Co 7.1-5). Ao mesmo tempo, nesse íntimo ato de amor são liberadas energias criativas tanto na vida do marido como da esposa.
Podemos observar melhor que Deus fez o homem e a mulher para o verdadeiro prazer e um mútuo companheirismo em Cantares de Salomão, onde as intimidades do amor conjugal e do prazer estão descritas de uma forma maravilhosa e pura. No relacionamento sexual todo o amor é expresso através de atos e palavras e é consumado em comunhão e união. É uma expressão de amor que pode ser exercitada com apenas uma pessoa por causa de sua natureza santa. Cada um mantém a experiência de um profundo amor pelo outro e somente por essa pessoa. Nesse sentido, ele é o exemplo típico de um relacionamento exclusivo que deve existir individualmente entre cada cristão e seu Senhor, e no qual nenhuma outra pessoa ou deus pode ter a permissão de participar (Ex 20.3; cf. Ef 5.25ss.).

Um casamento baseado em uma vida sexual plena e estável é feliz e equilibrado, desde que esse aspecto da vida seja a expressão do mais profundo amor e não a mera satisfação de desejos carnais. Ele é de grande importância para os filhos (assim como para o marido e a esposa), porque vêem não só um casamento estável, como também seu encanto, pureza, beleza, e profunda satisfação. Os filhos, por sua vez, podem aprender que o sexo é uma dádiva divina e pode ser verdadeiramente belo e maravilhoso quando usado de acordo com as intenções de Deus. Os cuidados que Deus coloca no ato sexual permitem aos filhos aprender com pureza e se conservarem puros, mais tarde usando o sexo de acordo com os propósitos Divinos, vendo que a plena liberdade e alegria no casamento realmente veem quando se vive dentro do âmbito do sétimo mandamento (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4).

Como Deus Fala sobre o Casamento
Em primeiro lugar, Deus usa o casamento como uma metáfora para expressar o relacionamento de Cristo com a igreja, comparando Cristo com o noivo e a igreja com a noiva (Ei 5.24-32; Ap 19.7-9). Tanto o crente individualmente como a igreja em geral, sempre são considerados no sentido de ser a noiva em relação a Cristo (2 Co 11.2). A total submissão da virgem Maria à orientação e capacitação do Espírito Santo quando disse, “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1:38), representa uma analogia com o relacionamento que deve existir entre o Espírito Santo e o cristão. O fruto do Espírito deve ser introduzido e nascer na vida do crente (G15.22,23) assim como Cristo foi formado pelo Espírito no ventre de Maria (Lc 1.42).
No Salmo 45, Cristo é visto em toda a sua majestade e beleza juntamente com a sua Noiva Real, a igreja, para representar a pureza que Deus deseja de seus filhos. A Noiva é grandemente desejada por causa de sua beleza (v. 11) tanto exterior como interior. Seus trajes são delicados e belos até o mais ínfimo detalhe.       .

Monogamia
Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo no AT, ela só era permitida como uma medida temporária. Ela negava o principio do marido e a esposa serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas conjugais. Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn 21.9ss.; 30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas pagãs (2 Sm 5.13; 1 Rs 11.1-3). Somente através da monogamia é possível evitar o ciúme dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de Cristo com o crente (Ef 5.23ss.).

Casamento e Divórcio
O divórcio sempre representou um grave problema. O ensino de Cristo é encontrado em Mateus 5.31,32; 19.3-9; Marcos 10.2-12; Lucas 16.18. Ele revelou que era somente por causa da dureza do coração dos homens que Moisés permitiu uma lei de divórcio e que isso poderia verdadeiramente levar ao adultério (Mt 19.8,9). O casamento só deve ser anulado por motivo de fornicação (Mt 5.31,32; 19.9). Isso significa que um divórcio somente deveria ser permitido quando houvesse uma relação sexual com outra pessoa que não fosse o cônjuge. Mesmo no caso de pessoas comprometidas na etapa do noivado, este deve ser rompido caso um dos dois cometa o ato de fornicação. Cristo afirmou que o homem, assim como a mulher, podia cometer adultério se forçasse um divórcio injusto. Isso contrariava a opinião dos judeus que viam a mulher como a única culpada possível.

Embora exista uma diferença de opiniões, a maioria das igrejas considera que o divórcio pode ser permitido no caso de abandono voluntário. Se assim for, existem duas razões bíblicas: fornicação e adultério. Entretanto, as Escrituras aceitam que uma lei maior pode ser aplicada aos divorciados, isto é, a lei do perdão onde existe um verdadeiro arrependimento pelo pecado. Oséias perdoou e recebeu de volta a sua esposa adúltera porque a amava, assim corno Deus está disposto a perdoar e receber de volta a sua adúltera nação de Israel (Os 2.1,2; 3.1ss.; 14.1-8).R.A.K.

Costumes e Cerimônias Matrimoniais
1. A escolha da noiva:
Na Bíblia não existe qualquer restrição relativa à idade mais apropriada para o casamento, mas parece certo que as jovens se casavam muito cedo (Pv 2.17; 5.18). Em Isaías 62.5, o jovem, ao se casar, recebe o nome de bahur, isto é, o melhor, um jovem robusto e decidido na flor de sua capacidade física (cf. 1 Sm 9.2; Is 40.30; Am 8.13); a virgem recebe o nome de b’tula, uma jovem atraente e sexualmente pronta para o casamento (cf. Jl 1.8; Jr 2.32). No Talmude, os rabinos estabeleceram 12 anos como idade mínima para as meninas e 13 para os meninos.

Por causa da forte intluência tribal e da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn 24.3; 38.6).
Normalmente, a noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo. Não é de admirar que muitas vezes os pais procurassem o casamento entre primos em primeiro grau, como por exemplo, no caso de Rebeca e Isaque. O casamento com mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27 .46; 8.8) e mais tarde foi totalmente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo de uma volta à prática da idolatria das demais nações. Casamentos mistos eram tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex 2.21) e dos reis apenas por razões políticas.
Por outro lado, havia em Israel a oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm 18.20). Na época do AT as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm 1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Ex 2.16), carregavam água (Gn 24.13; 1 Sm 9.11), colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1). Dessa maneira., os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva sozinhos.

2. O noivado:
A escolha da noiva era seguida pelo noivado (q.v.), que era um procedimento formal onde havia um compromisso maior do que no noivado de nossos dias. Os homens que iam se casar com as filhas de Ló já eram considerados como seus genros (Gn 19.14). Um homem que estava noivo era dispensado do serviço militar para poder tomar (isto é, casar-se com) sua esposa e viver com ela em sua casa durante um ano (Dt 20.7; 24.5). Qualquer imoralidade sexual com uma jovem noiva era um crime tão grave quanto o adultério (Dt 22.22-27). Inscrições encontradas no Oriente Próximo também indicam que o noivado era um costume reconhecido, que tinha consequências legais muito definidas.

Geralmente, o noivado era realizado por um amigo ou representante legal da parte do noivo (1 Sm 25.39ss.). E, no caso da noiva, por seus pais. Era confirmado através de juramentos (Em 1 Sm 18.21b lemos: “Serás hoje meu genro”. Nessa ocasião era discutida a quantia do “dote” (em hebraico mohar - Dote) com os pais da jovem, e era pago imediatamente à família da moça se a moeda corrente fosse o meio de compensação.
Tanto na antiga Mesopotâmia como em Israel o casamento era um simples contrato civil sem qualquer formalização através de uma cerimônia religiosa. Embora o AT não faça uma menção especifica sobre a exístência de um contrato de casamento por escrito, tais contratos estavam estipulados no Código de Hamurabi. Existem vários contratos de casamento entre os papiros encontrados na colônía judaica de Elefantine, do século V a.C., e essa prática é mencionada no Livro de Tobías (Tob 7.13). Os Talmudistas do Mishna chamam esse contrato de ketuba e dão minuciosas instruções sobre como usar e guardar o mohar. O termo "concerto" ou "aliança" (berit) em Provérbios 2.17 e Malaquias 2.14 podem estar fazendo alusão a um contrato por escrito.

3. Cerimônia de casamento:
A essência da cerimônia do casamento ou das festividades era o ato de retirar a noiva da casa do pai e trazê-la para a casa do noivo ou de seu pai. Dessa forma, havia uma verdade literal na expressão hebraica "tomar" uma esposa (por exemplo, Gn 4.19; 12.19; 24.67;38.2; Nm 12.1; 1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21).
Vestindo um turbante imponente (Is 61.10) ou uma coroa nupcial (Ct 8.11) como um ornamento, o noivo partia de sua casa acompanhado por seus amigos (Jo 3.29) ou ajudantes (Mt 9.15) tocando tamborins e também podendo ser acompanhado por uma banda (1 Mac 9.39). Como a procissão nupcial geralmente se realizava à noite (Ct 3.6-11), muitos portavam tochas ou lanternas (Mt 25.1-8). A alegria e a felicidade (Jr 7.34; 16.9; 25.10; Ap 18.22ss.) anunciavam sua aproximação à população local que ficava aguardando à porta das casas que ficavam à beira do caminho até a casa da noiva e também quando regressavam à casa do noivo (Mt 25.5,6).
A noiva aguardava lindamente vestida e adornada com joias (Sl 45.13ss.; Is 61.10; Ap 19.8). Para essa ocasião especial ela usava um véu (Gn 24.65; Ct 4.1,3; 6.7), que somente poderia retirar quanto estivesse sozinha com seu esposo, no escuro, na câmara nupcial (cf. Gn 29.23-25).

O noivo conduzia todos os convidados ao casamento, agora com a presença da esposa e seus acompanhantes (Sl 45.14b), até a casa de seu pai para a "ceia das bodas" (Ap 19.9). Todos os amigos e vizinhos eram convidados à festa do casamento (Gn 29.22; Mt 22.3-10; Lc 14.8; Jo 2.2) que era normalmente oferecida pelo pai do noivo (Mt 22.2). Recusar o convite para uma dessas festas representava uma grave ofensa (Mt 22.5; Lc 14.16-21). Geralmente, as festividades duravam uma semana (Gn 29.27ss.; Jz 14.10-12,17), mas o casamento era consumado na primeira noite (Gn 29.23). O anfitrião presenteava os convidados com vestes apropriadas (Mt 22.11); jogos e outras formas de diversão acrescentavam mais alegria à festividade (Jz 14.12-18). O último ato da cerimônia era conduzir a noiva à câmara nupcial (em hebraico, heder, Jz 15.1; Ct 1.4; Jl 2.16). Nesse quarto havia sido preparado um dossel (em hebraico, huppa,  Salmo 19.5, “tálamo”; Joel 2.16, um "aposento particular'" ou “recâmara”) sobre o leito ou cama nupcial (Ct 1.16). Em seguida, o noivo “entrava à noiva” (Gn 16.2; 30.3; 38.8) e o lençol manchado de sangue, dessa noite de casamento, era guardado como uma prova da virgindade da noiva (Dt 22.13-21).

4. Estado civil:
Em Israel, o estado civil do esposo era revelado pelo fato de que em hebraico ele é chamado de ba'al, o mestre ou senhor de sua esposa (Ex 21.22; Dt 21.13; 22.22; 2 Sm 11.26; Pv 12.4; 31.11,23,28). Isso traz a possibilidade de uma dupla interpretação para a profecia de Oséias 2.16, "E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamarás ‘Meu marido’ e não me chamarás mais ‘Meu Baal”. O fato da esposa aceitar o papel de dependente do marido pode ser visto quando Sara se dirige ao esposo Abraão como “meu senhor” ('adoni, Gn 18.12; 1 Pe 3.6).

DICIONÁRIO BIBLICO WYCLIFF – CHARLES F. PFIFFER, HOWARD F. VOS, JOHN REA.
 
INTERAÇÃOProfessor, nesta lição  você ensinará a respeito do  casamento. No  decorrer da  semana, leia  o  texto bíblico com atenção e  medite na  bênção que é  o matrimônio. A união entre um homem e uma mulher não  é somente para a perpetuação da  raça humana, mas para a formação da  família, a inst tuição mais importante de  uma sociedade. O casamento tem sido  atacado violentamente pelo Diabo. O número de divórcios, até  mesmo entre os crentes, vem aumentando. O matrimônio é uma aliança divina, um sacramento indissolúvel. A Igreja do Senhor JESUS, como "coluna  e firmeza da  verdade" deve trabalhar em  favor da  família, defendendo o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel. 
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar os princípios da   monogamia. 
Explicar os princípios da  heterossexualidade. 
Conscientizar-se da  indissolubilidade do  casamento 
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para a aula de  hoje sugerimos que reproduza o gráfico abaixo em  cartolina. leve-o para a classe e fixe-o em  um  lugar que poderá ser visualizado por todos durante o período
desse trimestre. De acordo com o gráfico, explique aos seus alunos o que a Palavra de DEUS ensina a respeito do  casamento. Diga  que os princípios e propósitos do todo-Poderoso para o matrimônio não mudaram e jamais mudarão.
 
O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O CASAMENTO
Gênesis 2.18-24           
O casamento é uma ideia de DEUS
Gênesis 24.58-60
O compromisso é essencial para um casamento bem-sucedido.
Gênesis 29.10,11
O romance é importante
Jeremias 7.34
O casamento proporciona momentos de imensa felicidade.
Malaquias 2.14,15
O casamento cria  o melhor ambiente para a educação dos filhos
Mateus 5.32
A infidelidade quebra o vínculo da confiança, que é a base de  todos os relacionamentos.
Mateus 19.6
O casamento é permanente
Romanos 7.2,3
O correto é que apenas a morte dissolva um casamento
Efésios 5.21-33
O casamento está baseado nos princípios práticos do amor, não em sentimentos.
Efésios 5.23-32
O casamento é um  símbolo vivo de CRISTO e a Igreja.
Hebreus 13.4
O casamento é bom e honroso.
 
PALAVRA-CHAVE: casamento - é a união legítima entre um homeme e uma mulher.
 
RESUMO DA LIÇÃO 2 - O CASAMENTO BÍBLICO
I. O PRINCÍPIO DA MONOGAMIA 
1. Monogamia X Bigamia.
2. A poligamia torna-se comum.
3. Em o Novo Testamento.
a) Uma  esposa e um marido.
b) A harmonia conjugal.
c) A monogamia na  liderança cristã.
II. O PRINCÍPIO  DA HETEROSSEXUALIDADE 
1. "Macho e fêmea os criou".
2. "E se unirá à  sua mulher".
III. A INDISSOLUBILIDADE DO  CASAMENTO 
1. Uma só carne. .
2. A porta de entrada para o divórcio. .
.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico
"Da  indissolubilidade
A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua origem:
'Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne' (Gn 2.24). O Senhor JESUS CRISTO disse que essa passagem bíblica significa a indissolubilidade do casamento: 'Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que DEUS ajuntou não separe o homem' (Mt 19.5,6). É uma união íntima entre duas pessoas de sexos opostos que assumem publicamente o compromisso de viverem juntas; é uma aliança solene, um pacto sagrado, legal e social. Não existe no universo, entre os seres vivos inteligentes, uma intimidade maior do que entre marido e mulher, exceto apenas entre as três pessoas da  trindade.
O voto solene de fidelidade um ao outro 'até que a morte os separe', que se ouve dos nubentes numa cerimônia de casamento, não é mera formalidade. Isso tem implicações profundas diante de  DEUS: 'Porque o SENHOR foi  testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade' (Ml 2.14). O compromisso que os noivos assumem é diante de DEUS, independentemente de o casal ser ou não crente em JESUS. Isso diz respeito ao casamento per si,  vinculado de maneira intrínseca à sua natureza, pois assim DEUS estabeleceu essa aliança 'até que a morte os separe'" (SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.16-7).
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
GIlHAM, Anabel; Bill. Conversas  Francas sobre o Casamento. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez DEUS a família: O padrão divino para um lar feliz. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. 
 SAIBA MAIS pela Revista Ensinador Cristão, CPAD, nº 54, p.37.


O CASAMENTO BÍBLICO
Texto Áureo: Gn. 2.24 – Leitura Bíblica: Gn. 1.27-31; 2.18-24



INTRODUÇÃO
Diferentes modelos de casamentos são apresentados à sociedade, principalmente na mídia, como alternativos. Mas, de acordo com a Bíblia, a Palavra de Deus, existe apenas um padrão bíblico para o casamento. Na lição de hoje, mostraremos, a princípio, que a Bíblia, a Palavra de Deus, determina como deve ser o casamento, ainda que as culturas modernas, e pós-modernas, queiram impor seus modelos antibíblicos.

1. BÍBLIA, PALAVRA DE DEUS
Um dos objetivos principais daqueles que se opõem ao padrão bíblico para o casamento, é descredenciar a autoridade da Bíblia. Para tanto, afirmam que a Bíblia não passa de um livro humano, e que, por isso, é produto da cultura e de uma época. Por conseguinte, tentam inculcar na sociedade que os valores exarados nas Escrituras não mais se aplicam aos dias atuais. É muito comum ouvir expressões tais como “papel cabe tudo”, ou “a Bíblia é a palavra de homens”. No entanto, uma análise criteriosa da Bíblia mostrará que ela apresenta consistência interna e externa que comprava que se trata de Palavra de Deus, não apenas de homens. A Bíblia não é apenas um livro, mas uma biblioteca – bíblia, plural de livros em grego, composta de 66 livros, sendo 39 do Antigo e 27 do Novo Testamento. Os textos foram escritos por homens, ao longo de 1.500 anos, a divisão em capítulos e versículos foi feita no século XV d. C. A Bíblia, ainda que tenha sido escrita por humanos, não é exclusivamente humano, pois, conforme aponta Pedro, ela foi inspirada por Deus (II Pe. 1.20,21). Paulo assegura que toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, é divinamente inspirada, theopneustos em grego, isto é, soprada por Deus (II Tm. 3.16,17). Por conseguinte, ela é proveitosa, é útil para revelar os desígnios de Deus, e principalmente, para sua santificação em Jesus Cristo. Tudo o que foi escrito nas Escrituras tem um propósito, Deus, Aquele que inspirou os autores humanos, assim o fez para a edificação do Seu povo (Rm. 15.4; I Co. 10.11). Por isso a Bíblia deve ser amada e estudada por todos aqueles que professam a fé cristã (I Pe. 3.15; II Tm. 2.15; Is. 34.16; Sl. 119.130). A principal razão para considerar a Bíblia é que o Senhor Jesus lhe conferiu autoridade (Jo. 7.17), tendo em vista que as Escrituras testificam a respeito dEle (Lc. 24.44). Mas é preciso que a Bíblia seja interpretada apropriadamente, atentando para o texto e o contexto, com discernimento espiritual (I Co. 2.14), reconhecendo também nossas limitações (I Co. 13.12).

2. A COSMOVISÃO HUMANA SOBRE O CASAMENTO
O pressuposto daqueles que defendem modelos diferentes de casamento, conforme já apontamos anteriormente, é o de que a Bíblia é um livro meramente cultural, por conseguinte, pode ser questionado. A cultura, de fato, é uma produção humana, e, em sua vertente antropológica, não existem culturas superiores ou inferiores, todas elas são diferentes. A Bíblia também está repleta de aspectos culturais, costumes que variaram de geração para geração. No entanto, há princípios da Bíblia que são supraculturais, isto é, estão para além das culturas locais, e transculturais, podem ser aplicados em todas as culturas, pois a Palavra de Deus é eterna, viva e eficaz (Ml. 3.6; Hb. 4.12). As propostas de casamento, ou contratos que tramitam nas legislações humanas, estão fundamentadas na cosmovisão humanista. O fundamento não é a Bíblia, mas a filosofia pós-moderna, que se sustenta no princípio relativista – não existe verdade, apenas vontade de verdade. Os defensores do casamento poligâmico, homossexual e dissolúvel não têm compromisso com a verdade bíblica, justamente porque não acreditam que ela seja a verdade. Os países que adotaram modelos alternativos, diferenciados da Bíblia, para o casamento, são aqueles que podem ser categorizados como pós-cristãos. O Brasil ainda é considerado um dos principais países cristãos do mundo, mesmo que muitos dos que são contabilizados como cristãos não passam de nominais. Por isso, mesmo aqueles que se dizem cristãos, por desconhecerem a Bíblia, apoiam projetos e propostas legislativas para o casamento que nada têm de bíblicas. Aqueles que professam a fé em Cristo, e que são verdadeiramente cristãos, por conhecerem as Escrituras, que não podem se afastar dos padrões bíblicos para o casamento.

3. O CASAMENTO BÍBLICO
O princípio fundamental do casamento bíblico é o de que Deus, e não os homens, o ordenou, portanto o casamento não é uma opção, mas uma orientação divina. A primeira cerimônia de casamento foi realizada pelo próprio Deus no Jardim do Éden (Gn. 1.28), tornado homem e mulher, uma só carne (Gn. 2.24). A união do primeiro homem e mulher no Éden reafirma o modelo bíblico para o casamento: monogâmico, heterossexual e indissolúvel. A natureza pecaminosa, carnal, impulsionou os primeiros homens à bigamia e poligamia (Gn. 4.18; 5.25), que resultou em invejas e intrigas (I Sm. 1.4-8). Os patriarcas, que optaram pela poligamia, pagaram um custo alto pela decisão (Gn. 29.21-23; 28-31; 30.1-10), bem como os reis de Israel (I Rs. 11.4.7-9). No Novo Testamento, tanto Jesus quanto Paulo foram contundentes  quanto à proibição da poligamia (Mt. 19.3-6; I Co. 7.1,2), não permitindo que essa fosse uma prática comuns entre os cristãos, especialmente entre aqueles que atuam no ministério pastoral (I Tm. 3.2,12). A heterossexualidade é outro aspecto do casamento cristão, já que Deus criou “macho e fêmea” (Gn. 1.26; 2.24). Na religião judaica, o homossexualismo deveria ser punido com a morte, sendo este considerado uma abominação aos olhos de Deus (Lv. 18.22). Não há brecha para a prática homossexual no contexto cristão, sendo essa reprovada pelo apóstolo Paulo (Rm. 1.26). Mas isso não deve ser motivo para homofobia, não podemos esquecer que Jesus ama a todos, inclusive aos homossexuais, por isso, devemos orar por eles, e conduzi-los à verdade, que é Cristo. Não podemos esquecer que todos pecaram (Rm. 3.23), não apenas os homossexuais, e que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna (Rm. 6.23). O casamento cristão deve ser indissolúvel, portanto, não separe o homem o que Deus ajuntou (Mt. 19.6). Leis e mais leis estão sendo criadas pelas autoridade a fim de favorecer o divórcio, mas os cristãos seguem o princípio bíblico para o casamento, por isso, independentemente das leis humanos, optam por obedecer antes a Deus do que aos homens (At. 5.29).

CONCLUSÃO
Vivemos em uma cultura pós-moderna, e pós-cristã, que nega o Absoluto, e defende o relativismo. Diante desse contexto, nós, os cristãos, precisamos nos fundamentar na doutrina bíblica. No que tange ao casamento, o modelo bíblico é o monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Não podemos, enquanto cristãos comprometidos com a Palavra, fazer concessões. Os modelos humanistas, que estão sendo admitidos na sociedade contemporânea, têm fundamentação na filosofia, não na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.

BIBLIOGRAFIA
ADAMS, J. E. A vida cristã no lar. São Paulo: Fiel, 2011.
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.


O CASAMENTO BÍBLICO
I - INTRODUÇÃO:

A monogamia, a heterossexualidade e a indissolubilidade do casamento estão implícitas na história de Adão e Eva, visto que Deus criou apenas uma esposa para Adão e juntou, para formação de um casal, um macho e uma fêmea, até que a morte os separasse.

II – A POLIGAMIA:

A poligamia nunca foi estabelecida por Deus para nenhum povo, sob circunstância alguma.

De fato, a Bíblia diz que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram, como se pode ver pelo seguinte:

(1) – A primeira referência à poligamia ocorreu no contexto de uma sociedade pecadora em rebelião contra Deus, na qual o assassino Lameque “... tomou para si duas esposas” – Gn 4.19, 23.

(2) – Deus, repetidamente, advertiu os polígamos quanto às consequências de seus atos - Dt 17.17; I Rs 11.2.

(3) – Deus nunca ordenou a poligamia; como o divórcio, Ele somente permitiu, por causa da dureza do coração do homem – Dt 24.1; Mt 19.8

(4) – Todo praticante da poligamia na Bíblia pagou um alto preço por seu pecado – I Cr 14.3

Aliás, a Bíblia demonstra que a poligamia trazia tribulação, e frequentemente leva ao pecado, como, por exemplo, nos casos de Abraão (Gn 16.1-9; 21.8-14); Jacó (Gn 30.1-24; 37.1-4, 17-36); Gideão (Jz 8:29-9:57); Davi (2 Sm 11; 13); Salomão (l Rs 11:1-11).

Ciúmes na família se originam daí, como no caso das duas esposas de Elcana, uma das quais se mostrava adversária da outra (l Sm 1:6 cf. Lv 18:18).

(5) – Deus odeia a poligamia, assim como o divórcio, porque destróem o Seu ideal para a família – Ml 2.16.

III – A MONOGAMIA:

A monogamia é o padrão de Deus para os homens. Isto está claro nos seguintes fatos:

(1) – Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o relacionamento monogâmico de um homem com uma mulher – Gn 1.27; 2.21-25.

(2) – Esta ficou sendo a prática geral da raça humana, seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o pecado a interrompeu – Gn 4.1, 23.

(3) – A Lei de Moisés claramente ordena a proibição da multiplicação de mulheres – Dt 17.17.

(4) – A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem bíblica que dá o número das muitas mulheres de Salomão – I Rs 11.2 (- “Não caseis com elas, nem casem elas convosco”).

(5) – Jesus reafirmou a intenção original de Deus, e ao observar que Deus “os fez homem e mulher” e os juntou em casamento – Mt 19.4.

(6) – O N.T. enfatiza que “cada um tenha a sua própria esposa (no singular), e cada uma, o seu próprio marido (no singular)” – I Cor 7.2.

(7) – De igual forma, Paulo insistiu que o líder da Igreja deveria ser “esposo de uma só mulher” – I Tm 3.2, 12.

(8) – Na verdade, o casamento monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e Sua noiva, a Igreja – Ef 5.31-32.

IV – O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE:

Gn 1.26-27; 2.24 – Deus criou um ser masculino e um feminino.

Ele não uniu dois machos ou duas fêmeas; Ele não criou para Adão um outro homem; Ele não trouxe Eva para se unir a outra mulher; Ele uniu um homem e uma mulher, um macho e uma fêmea, Adão e Eva.

Após uni-los, Deus os abençoou e, só então, disse: “Crescei e multiplicai-vos”. Isto é, o Senhor estabeleceu que Adão e Eva teriam atração sexual um pelo outro e que, da relação sexual entre eles, nasceriam filhos – Gn 1.27-28.

Aliás, é por causa desse princípio que a espécie humana tem subsistido. Se não houvesse casamento entre homem e mulher, não seria possível a perpetuação da espécie.

Por isso, devemos seguir os princípios éticos, morais e espirituais baseados no conhecimento que temos da lei e da vontade soberana de Deus para que o ser humano tenha uma vida plena, feliz e eterna em seu matrimônio.



V – O CASAMENTO É INDISSOLÚVEL:

Vejamos duas definições de casamento, que mostram que a vida conjugal é indissolúvel:

(1) - O casamento é um ato solene pelo qual duas pessoas de sexos diferentes se unem PARA SEMPRE, sob a promessa recíproca de fidelidade no amor e da mais estreita comunhão de vida.

(2) - Casamento é um contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem INDISSOLUVELMENTE, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses e comprometendo-se a criar e a educar a prole que de ambos nascer.

Gn 2.24 cf Mt 19.5-6 – A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua origem. Jesus disse que a passagem bíblica de Gn 2.24 significa a indissolubilidade do casamento. É uma união íntima entre duas pessoas de sexos opostos, que assumem publicamente o compromisso de viverem juntas.

Ml 2.14 - O voto de fidelidade que se ouve dos nubentes numa cerimônia de casamento, não é mera formalidade; tem implicações profundas diante de Deus. Ou seja, o compromisso que os noivos assumem é diante de Deus, independentemente de o casal ser ou não evangélico. Isso diz respeito ao casamento “per si”, vinculado de maneira intrínseca à sua natureza, pois assim Deus estabeleceu essa aliança, “até que a morte os separe”.

VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
 Além das leis brasileiras não permitirem o casamento com mais de um cônjuge simultaneamente, Deus também condena a poligamia.

Mc 10.7-8 – Nesse texto bíblico não é dito que o homem se unirá a “suas mulheres”. Está no singular! Jesus enfatizou o casamento de um homem com uma só mulher, e não o de um homem com várias mulheres, ou vice-versa.

Logo, defendemos que o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel deva ser incentivado, apoiado e honrado nas esferas públicas de relacionamento.


FONTES DE CONSULTA:

(1) – Lições Bíblicas CPAD – 2º Trimestre de 2013 – Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato.

(2) – O Novo Dicionário da Bíblia – Edições Vida Nova

(3) – Pastor Silas Malafaia Responde – Central Gospel

(4) – Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” Bíblicas – Mundo Cristão – Norman Geisler e Thomas Howe



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