Seguidores

terça-feira, 2 de abril de 2013

FAMILIA, CRIAÇÃO DE DEUS - LIÇÃO COM SUBSIDIOS


Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
2º Trimestre de 2013

Título: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 1: Família, criação de Deus
Data: 7 de Abril de 2013

TEXTO ÁUREO
“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18).
VERDADE PRÁTICA
A família é uma instituição divina. Ela é a base da vida social.

HINOS SUGERIDOS
4, 33, 77.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 2.18 Não é bom que o homem viva só
Terça - Sl 68.6 Deus faz que o solitário viva em família
Quarta - Sl 119.105 A Palavra de Deus guia a família
Quinta - Sl 128.1 O temor de Deus traz bênçãos para a família
Sexta - Gn 12.3 A bênção de Deus sobre as famílias
Sábado - Sl 127.1-5 O Senhor edificando a família

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 2.18-24.

INTERAÇÃO

 Prezado professor, inicie a primeira aula deste trimestre apresentando o tema geral das Lições Bíblicas e explique que as treze lições analisam a mais importante instituição criada por Deus na face da Terra; a célula mater da sociedade — a família. Fale também a respeito do comentarista, pastor Elinaldo Renovato de Lima, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, professor universitário, bacharel em Ciências Econômicas e autor de diversas obras editadas pela CPAD. O enriquecimento espiritual que lhe advirá do estudo de cada lição será sentido em seu próprio lar e nas famílias de seus alunos. Que Deus abençoe nossas famílias.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender a família no plano divino.
Conscientizar-se das consequências da Queda para as famílias.
Analisar a constituição familiar ao longo dos anos.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição, sugerimos que reproduza conforme suas possibilidades a tabela abaixo. Inicie a aula com a seguinte indagação: “Quais são os principais desafios da família atual?”. Ouça os alunos com atenção. À medida que forem falando, preencha a primeira coluna do quadro. Em seguida afirme que muitos são os desafios da família e, por isso, precisamos da sabedoria divina para vencê-los. Logo após faça a seguinte pergunta: “Como podemos vencer esses desafios?”. Ouça as respostas e preencha a segunda coluna do quadro. Esta atividade incentivará a participação ativa dos alunos e a sua aprendizagem.

COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Família: Grupo de pessoas ligadas por casamento, filiação ou adoção.

A família é a mais importante instituição criada por Deus para a sociedade. Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de tratar de alguns temas que são extremamente relevantes para que tenhamos uma vida familiar bem-sucedida. Nesta primeira lição estudaremos a instituição da família no plano divino, bem como a sua constituição ao longo dos anos. Veremos também as consequências da Queda na vida familiar.

I. A FAMÍLIA NO PLANO DIVINO
1. O propósito de Deus. Deus criou a família com desígnios sublimes. O Criador não fez o ser humano para viver na solidão. Quando acabou de formar o homem, o Senhor disse: “Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora, que esteja como diante dele” (Gn 2.18). Este texto bíblico nos mostra o primeiro objetivo de Deus ao criar a família. Fica evidente que a célula mater da sociedade foi criada a partir da necessidade humana de ter companhia. O propósito divino era estabelecer uma instituição que pudesse propiciar ao ser humano abrigo e relacionamento. Atualmente temos visto e vivido um tempo de escassez na área dos relacionamentos. Estamos ficando cada vez mais superficiais, frios e distantes uns dos outros. Por se multiplicar a iniquidade o amor está esfriando (Mt 24.12). Por isso precisamos investir em nosso relacionamento familiar. Podemos dizer que o segundo propósito divino para a criação da família foi fazer dela um núcleo pelo qual as bênçãos do Senhor seriam espalhadas sobre toda a Terra (Gn 1.28).

2. Um lugar de proteção e sustento. Um Deus perfeito preparou um lugar excelente para receber a primeira família. O Jardim do Éden era um local especial de acolhimento, proteção e provisão. Adão e Eva tinham tudo de que precisavam para usufruir de uma vida saudável e feliz (Gn 1.29). Eles desfrutavam da companhia de Deus e nada lhes faltava. O propósito do Senhor era que cada família tivesse os recursos suficientes para sua subsistência, pois a escassez e as privações trazem conflitos para as famílias. Porém, com a ajuda do Pai Celeste estes conflitos podem ser sanados, pois o Senhor é o nosso bom Pastor (Sl 23). Deus deseja que cada família tenha a sua provisão diária (Mt 6.11). E da mesma forma que Adão tinha a responsabilidade de cuidar do Jardim (Gn 2.3), Deus deu a você a responsabilidade de zelar por sua família.

3. A primeira família. Deus formou Adão do pó da terra (Gn 2.7). Vendo que o homem não poderia viver sozinho, retirou uma costela de Adão e criou Eva, sua companheira (Gn 2.22). Isto mostra que diante do Todo-Poderoso homem e mulher são iguais na sua essência. Ambos vieram do pó da terra e um dia ao pó tornarão. Após criar a mulher, o Senhor ordenou o casamento, estabelecendo então a mais importante instituição de uma sociedade: a família (Gn 2.24).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Deus criou a família com desígnios sublimes. O Criador não fez o ser humano para viver na solidão.

II. A QUEDA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A FAMÍLIA
1. O ataque do Inimigo. Satanás levou a mulher a desobedecer à voz de Deus. Talvez, de modo suave e envolvente, ele tenha falado: “É assim que disse Deus: não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gn 3.1). Eva confirmou a ordem do Senhor (Gn 3.2,3), mas cedeu à tentação do Maligno. Este a iludiu, seduziu e a fez cair no pecado da desobediência (Gn 3.4,5), e Adão seguiu pelo mesmo caminho. O casal poderia ter recusado a sugestão do Diabo, mas não o fizeram, e depois de pecarem, caíram na condenação divina.

Isso nos mostra que a família, desde a sua instituição, foi alvo dos ataques do Inimigo. Satanás fez de tudo para que o propósito de Deus para as famílias fosse destruído. Porém, Deus é soberano e Senhor, e seus propósitos jamais serão frustrados (Jó 42.2). Da semente da mulher nasceria o Messias, aquEle que esmagaria Satanás (Gn 3.15). O propósito do Inimigo é matar, roubar e destruir, mas Jesus veio ao mundo para destruir os intentos do Maligno (Jo 10.10).

2. Os resultados da Queda no relacionamento familiar. Qual é a origem dos males que atacam a família? O pecado. A vida familiar de Adão e Eva era perfeita, porém o pecado trouxe a disfunção para o seio da família. Depois da Queda podemos ver sentimentos como o medo, a culpa e a vergonha, perturbando a convivência do casal (Gn 3.3-12). O pecado sempre faz o relacionamento familiar adoecer. Há muitos lares doentes, onde a família deixou há muito tempo de ser um local de acolhimento, proteção e cuidado devido aos pecados não confessados e não abandonados. Essas transgressões causam culpa e separam as famílias da comunhão com Deus.

3. A vida familiar depois da Queda. O pecado de um único homem trouxe consequências terríveis para toda a humanidade. Depois da Queda a vida familiar já não seria mais a mesma. A mulher teria filhos com muita dor (Gn 3.16) e o seu desejo, ou seja, sua vontade estaria submetida à vontade de seu marido. Adão deveria comer agora seu pão diário com dores, pois o trabalho de arar a terra para ter sua subsistência garantida seria bem difícil (Gn 3.17). A Terra também foi afetada pelo pecado, produzindo espinhos e cardos (Gn 3.18). A morte física também é uma consequência da transgressão do homem (Gn 3.19). Deus ama o pecador, mas não tolera o pecado. Como punição pela desobediência, Adão e Eva, foram expulsos do Jardim do Éden (Gn 3.20-24). A vida no Jardim, antes da Queda pode ser comparada à vida eterna que um dia desfrutaremos no céu. Tudo era bom, pois foi tudo pensado, planejado e criado por um Deus que preza pela excelência. Se tivessem permanecido na obediência, Adão e Eva teriam sido felizes para todo o sempre. Todavia, Jesus Cristo veio ao mundo para resgatar as famílias da maldição do pecado. Cristo se fez pecado por nós, e na cruz levou as nossas iniquidades sobre si (Is 53.4). Isso nos mostra o quanto Deus deseja abençoar nossas famílias.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A família, desde a sua instituição, foi alvo dos ataques do Inimigo. Satanás fez de tudo para que o propósito de Deus para as famílias fosse destruído.

III. A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS
1. Família patriarcal. O modelo familiar com o passar dos tempos está sujeito a mudanças. Já tivemos a família patriarcal, monogâmica, consanguínea, etc. Todavia isso não altera o valor, a importância da família. A família patriarcal é um exemplo familiar onde é permitido ao homem ter diversas esposas. Este modelo é visto em todo Antigo Testamento, mas não era o molde determinado pelo Senhor. Deus o tolerou, porém esta nunca foi a sua vontade. No modelo de família patriarcal o pai (pater) era visto como o senhor da casa e da família. As esposas e os filhos não tinham liberdade de escolha, pois a palavra final era sempre do patriarca.

2. A família nuclear (monogâmica). Este foi o modelo idealizado pelo Senhor: Um homem e uma mulher, unidos pelo matrimônio. A poligamia vai contra o princípio divino do marido e da esposa ser uma só carne (Gn 2.24; Mt 13.5).

3. A família na atualidade. A família está inserida dentro de um contexto social e, portanto, sujeita a mudanças. Porém, os princípios divinos para as famílias são eternos e imutáveis (Mt 24.35). Os inimigos e desafios enfrentados pelas famílias na atualidade são muitos, todavia queremos destacar apenas os espirituais. Vejamos os principais inimigos da família na atualidade:

a) A carne. Aqui, referimo-nos à “carne” como a natureza carnal que se opõe ao Espírito Santo e volta-se para tudo o que é contrário à vontade de Deus. Sabemos que há uma luta constante entre essas duas naturezas: a carnal e a espiritual. O apóstolo Paulo experimentou tal luta (Rm 7.15-24). Ela é tão intensa, que pode nos fazer pensar que não há como sair vencedor (Rm 7.24). Mas Deus, em Cristo Jesus, nos dá a solução. Ele nos livra “do pecado e da morte” (Rm 8.1,2). O apóstolo Paulo nos adverte: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). A família cristã precisa, na direção do Espírito, combater a natureza carnal. Assim, evitará o adultério, os vícios e todas as mazelas que visam destruí-la.

b) O mundo. Diz-nos o apóstolo do amor: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2.15). Quanto a este ponto não há meio-termo: ou amamos a Deus ou amamos o mundo. Não há a mínima possibilidade de servimos a dois senhores (Mt 6.24). Saiba, pois, que existe vitória para quem escolher amar a Deus. E Ele dará vitória à nossa família a partir da fé que depositarmos nEle (1 Jo 5.4).

c) O Diabo. A Palavra de Deus nos ensina uma única forma de vencermos o Maligno: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Se a família sujeitar-se a Deus e resistir o Diabo, este fugirá, pois o segredo da nossa vitória contra Satanás começa com a nossa submissão a Deus, para que depois, sim, possamos resistir ao Diabo. E quando resistirmos ao adversário, não nos esqueçamos de usar a “armadura de Deus” (Ef 6.10-17), em especial, “o escudo da fé”, com o qual poderemos “apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). A família cristã precisa verdadeiramente crer naquele que a criou e usar a sua Palavra para direcionar suas tomadas de decisões e sua vida espiritual.
SINOPSE DO TÓPICO (III
Os três maiores desafios espirituais da família são: o mundo, a carne e o Diabo.

CONCLUSÃO
Nunca a família foi tão desafiada pelas forças do mal como hoje. Porém, é na presença do Senhor que a família garantirá a vitória sobre os desafios da sociedade atual. Busquemos ao Senhor juntamente com toda a nossa casa.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ADEI, S. Seja o Líder que sua Família Precisa. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
 SOUZA, E. Â. ...e fez Deus a família: O padrão divina para um lar feliz. 1 ed., RJ: CPAD, 1993.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico
“Criado para relacionamentos
[...] A Bíblia começa nos dizendo que Deus em afinidade — Pai, Filho e Espírito Santo — criou o homem e a mulher para uma vida de relacionamentos mútuos e com Ele (Gn 1.16,17). Ambos refletem a glória de Deus. O homem foi criado primeiro (Gn 2.7), seguido pela mulher, que foi tirada do homem (Gn 2.21-23). A mulher foi criada, porque Deus declarou: ‘Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele [ou seja, uma auxiliadora para satisfazer-lhe as necessidades]’ (Gn 2.18).
Mas que necessidade tinha Adão e com a qual não podia lidar no utópico Éden com seu ecossistema perfeitamente equilibrado e a atmosfera livre de substâncias tóxicas? Solidão! Solidão foi a primeira emoção que Adão teve com a qual não podia lidar [...].
Ainda que no frescor do dia Deus viesse conversar com Adão, este precisava de alguém como ele mesmo — outro ser humano —, com quem pudesse se comunicar durante o dia. A mulher não foi criada para ser objeto sexual. Antes, foi criada para ser ouvinte incentivadora e comunicadora dinâmica. Era tão fundamental esse relacionamento, que o casal recentemente formado foi instruído a ensinar seus filhos a deixar pai e mãe e apegar-se aos seus respectivos cônjuges (Gn 2.24)” (CARLSON, R. et al. Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.35-6).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
“O propósito ou missão do casamento, como Deus designou
Em um mundo onde tudo está se tornando relativo e a felicidade se faz um fim em si mesma, é importante reafirmar que o casamento foi ideia de Deus, desde o início, e Ele o criou para cumprir os seus propósitos, que podem ser resumidos da seguinte maneira:

Oferecer glória a Deus. Não há nada cristão que não se destine a glorificar a Deus. Na verdade, o casamento é uma instituição social da qual evoluíram todas outras estruturas sociais. É importante apreciar a missão do casamento como um meio para honrar a Deus e oferecer louvores ao seu nome [...].
Propiciar companhia para o outro. Um dos propósitos fundamentais do casamento é a companhia [...] (Gn 2.18; Sl 68.8).
Servir, um ao outro. Não somente não era bom que o homem estivesse só, mas ele precisava de uma auxiliar. A intenção do casamento é criar companheiros que satisfaçam as necessidades, um do outro. Cada cônjuge tem necessidades que Deus deseja que sejam satisfeitas no casamento [...].

Procriar uma descendência devota. A função de procriação estava no centro do propósito de Deus, quando criou o primeiro homem e a primeira mulher. Ele lhes ordenou que fossem frutíferos que se multiplicassem e povoassem a terra — algo que nós fizemos muito bem. Mas a missão bíblica de ter filhos vai além do ato físico de ter bebês. Ela pede que as crianças tenham uma criação devota, e o casamento cristão cria a atmosfera ideal, amorosa e carinhosa, para se fazer isso.
Criar a unidade básica de trabalho e serviço. Os casais cristãos devem servir a Deus juntos, criar filhos devotos, manter a casa e servir na igreja e na comunidade [...]” (ADEI, S. Seja o líder que sua família precisa. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.108-09).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Família, Criação de Deus
Neste trimestre, trataremos do assunto família, e é importante que, introdutoriamente, tracemos algumas observações iniciais sobre esse tema.
Primeiro aspecto: quando Deus criou a família, Ele o fez em um ambiente perfeito: o Éden. A família não foi criada em meio a um ambiente de conflitos, guerras e desgraças, ou de doenças e falta de recursos para provisão. O plano divino era que Adão e Eva pudessem frutificar perto da presença de Deus, e não distante dEle.
Segundo aspecto: homem e mulher se complementam. Ambos foram criados com peculiaridades próprias que, quando estão unidos, suprem suas necessidades de afeto, reconhecimento e companhia. Essa complementação foi planejada pelo próprio Deus, por ocasião da criação do casal.
Terceiro aspecto: o lar é um ambiente de proteção e provisão. Apesar de o mundo desprezar essa prerrogativa, fazendo com que pais abandonem suas esposas e seus filhos, deixando-os à sua própria sorte, o homem foi vocacionado por Deus para ser o provedor da família, e a mulher, para ser a rainha do lar.
Isso não significa que a mulher não possa abraçar uma profissão e ajudar no sustento do lar, mas, sim, que essa segunda vocação, se for escolhida, precisa ser muito bem administrada para não gerar insatisfação ou desestruturar a família.
Quarto aspecto: há um interesse espiritual tanto na preservação da família quando na desestruturação dela. Nosso lar é um campo de batalha onde o Espírito de Deus luta contra Satanás, e nós precisamos ter consciência de que podemos glorificar a Deus com a nossa família. Isso ocorre quando apresentamos a fé cristã aos nossos filhos, quando oramos com eles e por eles, quando damos a eles o exemplo correto de paternidade e maternidade, quando tratamos bem o nosso cônjuge e quando oferecemos um exemplo correto e bíblico de adoração ao Senhor. Por não entenderem essa realidade muitos pais veem seus filhos se afastando de Deus e cedendo espaço para o Inimigo.

Quinto aspecto: é possível ensinar à família a ser submissa a Deus e a resistir ao Diabo. Ninguém consegue vencer o Diabo sem antes ser submisso a Deus e à Sua Palavra, e não há atalhos para essa vitória. Uma pessoa que resiste aos mandamentos divinos ou os despreza é alvo fácil das ciladas malignas, e isso pode ser ainda mais sério na família do cristão.
É um mito imaginar que seremos vitoriosos quando resistirmos aos ataques do Inimigo se não tivermos o menor interesse de, antes, sermos submissos a Deus e à Sua Palavra.


SUBSÍDIOS
LIÇÃO 01 - FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS - 2º TRIMESTRE 2013
(Gn 2.18-24)
INTRODUÇÃO
Neste segundo trimestre de 2013 estudaremos sobre A Familia Crista no Seculo XXI: Protegendo seu Lar dos Ataques do Inimigo. O momento é mais do que oportuno para estudar este tema tão relevante, tendo em vista que o Diabo, o principal inimigo de Deus e da família, tem investido diuturnamente contra esta instituição divina. Nesta primeira lição, que tem por título: Família, Criação de Deus, estudaremos o que é família; sua importância para os cônjuges, filhos, Igreja e sociedade; a família, antes e depois da Queda; o propósito de Deus para a família; e os mandamentos divinos para cada membro da família.

I - DEFINIÇÕES E IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
Existem dois termos hebraicos para a família: o primeiro é bayit, que designa tanto uma “residência”, “templo”, “lar”, a “parte interior de uma casa”, “casa”, quanto também o conceito de “família” ou “os moradores de uma mesma casa” (Êx 12.7; Lv 25.29; Dt 11.20); o segundo é mishp?ha, que significa literalmente “família”, “parentes” ou “clã”. Neste caso, a ênfase está nos laços sanguíneos que existem entre as pessoas de um mesmo círculo (Nm 11.10). No grego, o termo é oikos e significa “habitação”, “casa” (I Tm 5.4).

O Aurélio define como “pessoas aparentadas que vivem geralmente na mesma casa, particularmente, o pai, a mãe e filhos”. Biblicamente, podemos dizer que família é o sistema social básico, instituído por Deus no Éden, para a constituição da sociedade e perpetuação da raça humana (Gn 2.18-24). Sem dúvida, a família faz parte do projeto divino visando a felicidade dos seres humanos (Sl 128). Já o termo lar, do latim lare é o ambiente onde vive a família. É no lar que marido, mulher, pais e filhos, encontram o ambiente adequado para amadurecer, conviver e compartilhar seus sentimentos. Vejamos, então, a importância da família para os cônjuges, filhos, Igreja e sociedade:

1.1 A importância da família para os cônjuges. É no seio da família que marido e mulher passam a conviver juntos e aprendem a suportar e a perdoar mutuamente (I Co 13.7; Cl 3.12,13); a ter paciência (Rm 5.3; I Co 13.7); a lidar com os problemas do dia a dia (Gn 16.1-6; 27.1-46; 30.1); de forma que o lar contribui, não só para o amadurecimento do casal, como também, para o ajustamento de ambos.

1.2 A importância da família para os filhos. O lar é o ambiente onde os filhos se sentem seguros e felizes, junto aos pais, onde recebem amor, carinho, proteção e educação cristã (Dt 6.1-8; Pv 22.6; Ef 6.1-4; II Tm 1.5,6), e também aprendem, desde cedo, a serem responsáveis e a se prepararem para o futuro (II Tm 1.5,6; 3.14-17).

1.3 A importância da família para a Igreja. É possível existir família sem igreja, mas não existe igreja sem família. Uma igreja não pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé ou espiritualmente mortas (I Co 3.1-3;5.1-13; 6.9-11). Quando a família cristã vive em paz e harmonia no lar, a Igreja também é beneficiada, pois, estando em paz com Deus e com os seus, a família passa a viver em comunhão com os irmãos (Sl 133; At 2.42; Rm 12.18).

1.4 A importância da família para a sociedade. A sociedade é composta por famílias. Logo, famílias estruturadas geram sociedades estruturadas; e, consequentemente, famílias desestruturadas geram sociedades desestruturadas. É por esta razão que Satanás investe tanto contra os lares (Gn 3.1-5), pois, desestabilizando-as, ele desestruturará também a sociedade. A sociedade só poderá ser forte e equilibrada, se as famílias também estiverem assim.

II - A FAMÍLIA, ANTES E DEPOIS DA QUEDA
Antes da Queda, o primeiro casal vivia em paz e harmonia. Não havia nada que lhes trouxesse dissabores (Gn 1.31). Além disso, pela viração do dia, o Senhor vinha dialogar com Adão e Eva (Gn 3.8). Mas, o Diabo investiu contra o casal, colocando dúvidas na mulher sobre a bondade e a retidão de Deus (Gn 3.1-5). Então, Eva deu ouvidos a voz da serpente e comeu do fruto que o Senhor Deus havia proibido, e deu também ao seu marido (Gn 3.6). Dessa forma, o pecado entrou no mundo e trouxe uma série de consequências maléficas para a família: a mulher passou a ter filhos com mais dores (Gn 3.16); a terra tornou-se maldita e passou a produzir espinhos e cardos, tornando o trabalho humano mais difícil e pesado (Gn 3.17-19); e o homem, tornou-se mortal (Gn 3.19). Podemos dizer, então, que todos os dissabores e aflições que afetam a família, tais como: violência familiar, divórcio, vício, infidelidade conjugal, e outros, são consequências do pecado.

III - O PROPÓSITO DE DEUS PARA A FAMÍLIA
Ao instituir a família, Deus tinha propósitos pré estabelecidos, como veremos a seguir:

3.1 Propagação do gênero humano. Deus deu ao homem o direito de gerar seres semelhantes, para que haja perpetuação da espécie (Sl 127.3). Ao instituir a família, Deus disse ao primeiro casal: “Frutificai, multiplicai-vos e enchei a terra…” (Gn 1.28). Encontramos diversos exemplos na Bíblia de casais gerando filhos (Gn 4.1,2; 5.1-32; 6.10; 10.1-32; 11.10-32). Logo, as uniões homossexuais não podem ser consideradas como famílias, pois, além de serem condenadas por Deus (Lv 18.22; Rm 1.26,27), não são capazes de procriarem.

3.2 Proporcionar prazer ao casal. Embora este não seja o único objetivo do casamento, não podemos negar que seja um dos principais (Pv 5.18; Ec 9.9). Deus criou os seres humanos sexuados (macho e fêmea) para lhes proporcionar a bênção do prazer conjugal (Gn 1.26,27; Hb 13.4). Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo ensina acerca dos perigos da abstinência sexual (I Co 7.3-5), e diz que ela só deve ocorrer por consentimento mútuo, por um tempo determinado pelo casal e para um fim específico.

3.3 Subsistência e provisão. Ao criar o homem, o Senhor lhe deu algumas atribuições, tais como: arar a terra, cuidar do jardim e dar nome aos animais (Gn 2.15,19,20). Ainda no capítulo quatro do livro de Gênesis, encontramos os homens realizando diversas atividades, como: lavrador (Gn 4.2); pastor (Gn 4.2); criador de gado (Gn 4.20); tocador (Gn 4.21); ferreiro (Gn 4.22), dentre outros. No exercício de sua profissão, o homem tralhava para promover o sustento e bem estar da família.

IV - OS MANDAMENTOS DIVINOS PARA A FAMÍLIA
A Bíblia é o manual da família. Nela encontramos os preceitos e mandamentos divinos para os cônjuges, filhos, pais, como veremos a seguir:

4.1 Os deveres do esposo
-Amar a esposa (Ef 5.25-30; Cl 3.19);
-Governar bem a sua casa (1Tm 3.4,12);
-Trabalhar para prover o sustento familiar (Gn 3.19; 1Ts 4.11,12; 1Tm 5.8);
-Ser o sacerdote do lar (Gn 18.19; Jó 1.5).

4.2 Os deveres da esposa
-Ser submissa ao marido (Ef 5.22-24; Cl 3.18);
-Atender as necessidades do lar, tais como: alimentação (Pv 31.21-22);
-vestuário (Pv 31.21-22), e da casa (Tt 2.5);
-Quando necessário, ajudar nas despesas financeiras (Pv 31.16-18,24);
-Ensinar as mulheres mais novas a desempenharem seu papel de esposa e mãe (Tt 2.3-5).

 4.3 Os deveres dos pais
-Educar os filhos com disciplina, conforme o modelo bíblico (Pv 13.24; 19.18; 22.6,15; 23.13,14; 29.15,17);
-Ensinar, desde cedo aos filhos a temerem e amarem ao Senhor (Dt 6.1-9);
-Conduzir os filhos a Deus (Jó 1.5; Js 24.15; At 16.30-34; Ef 6.4);
-Ser exemplo para os filhos (Pv 22.6).

4.4 Os deveres dos filhos
-Ser obediente aos pais (Ef 6.1; Cl 3.20);
-Honrar aos pais (Êx 20.12; Dt 5. 16; 27.15);
-Ajudar aos pais nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; I Sm 17.15).
CONCLUSÃO

A família foi a primeira instituição divina e a célula mãe da sociedade. Ela foi instituída pelo Criador para perpetuação da espécie, proporcionar prazer ao casal, e promover meios de subsistência. Mas, para que o propósito divino seja alcançado, é necessário que cada membro da família cumpra o seu papel com fidelidade, diligência e amor.

REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
OLSON, N. Laurence. O Lar Ideal. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

SUBSIDIOS

FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

2º Trimestre/2013

 Texto Básico: Gênesis 2:18-24

07/04/2013

 “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2:18).

 INTRODUÇÃO

O primeiro grupo social a que uma pessoa pertence é a Família, grupo criado pelo próprio Deus (Gn 2:23,24) e que procura suprir as necessidades sentimentais, afetivas e emocionais básicas do ser humano. A função da Família é, precisamente, impedir que haja o sentimento de solidão, que caracterizava Adão antes da formação da mulher (Gn 2:20).

A Igreja, principalmente a Igreja Local, é formada pela soma de suas Famílias. A Igreja é o reflexo das Famílias. Famílias bem estruturadas formam Igrejas bem estruturadas. Isto é verdade, e Satanás sabe disto! Por esta razão, de forma mais acentuada nestes “últimos dias”, ele tem investido, pesadamente, contra a estrutura familiar, de forma especial, através da televisão, usando, principalmente, suas novelas: desmoralizando o casamento, incentivando as uniões ilícitas, incentivando o homossexualismo, enaltecendo a liberdade sexual, quebrando a hierarquia familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, e coisas correlatas. O objetivo de Satanás é enfraquecer, desmoralizar, acabar com a estrutura familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que combatendo a Família, está prejudicando a Igreja.

Certamente que o assunto deste Trimestre – Família Cristã no século XXI(protegendo seu lar dos ataques do inimigo) -, é oportuno e será de grande proveito para cada crente em Cristo, em particular, e para a Igreja, no seu todo.

Nesta Aula inaugural, o assunto proposto é “A Família, criação de Deus”. Veremos, portanto, a Família tal como foi planejada por Deus, sem entrar nos detalhes das atribuições - responsabilidades e deveres de seus membros, os quais serão vistos nas Aulas posteriores.

I. A FAMÍLIA NO PLANO DIVINO


Deus, o criador da Família


De todas as coisas que Deus criou, apenas uma, no seu julgamento, não estava boa – “E disse o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja só...”. Esta constatação foi feita por Deus logo após o homem ter conhecido e nomeado cada uma de todas as espécies animais - “Havendo pois o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente isso foi o seu nome. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus; e a todo o animal do campo..”(Gn 2:19).

Para ser companheira do homem, Deus criou uma mulher – “E disse o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2:18). Esta foi a decisão de Deus para suprir a carência afetiva e física do homem. Qualquer desvio deste principio contraria a decisão de Deus, e constitui pecado!

E Deus criou a mulher – “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma de suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher; e trouxe-a a Adão”(Gn 2:22). Observemos a simplicidade da declaração bíblica, ao dizer: “formou uma mulher”.

Esta mulher foi formada como resultado da decisão de Deus de que não era bom que o homem estivesse só. Assim, biblicamente, para ser companheira do homem, Deus formou uma mulher. Qualquer distorção a este principio viola a decisão de Deus.

O Espírito Santo, ao inspirar Moisés, quando este escrevia o Livro de Gênesis, foi criterioso ao declarar que Deus criou macho e fêmea – “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou “(Gn 1:17).

O “macho” a Bíblia chama de “homem”; a “fêmea” a Bíblia chama de “mulher”. O macho, o homem, é chamado de um ser do sexo masculino; a fêmea, a mulher, é chamada de um ser do sexo feminino. Para a Bíblia existem, apenas, dois tipos de sexo: ou a criatura é Homem, ou, então, é Mulher. Não existe a “coluna do meio”. Um Homem e uma Mulher, biblicamente, formam um casal.

A Primeira Família

A primeira Família, formada pelo próprio Deus, teve como principio a formação de um casal, ou seja, Deus uniu, com a sua bênção, um homem e uma mulher – “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a”(Gn 1:28). Estava, assim, realizado, pelo próprio Deus, o primeiro casamento, e determinado uma de suas três funções: a perpetuação da raça humana através da geração de filhos.

Portanto, segundo o plano de Deus, o modelo para formação de uma Família é a união de um casal, de um Homem e de uma Mulher, ou seja, de um macho e de uma fêmea - “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”(Gn 2:24). Qualquer tentativa de formar uma Família contrariando este principio estabelecido por Deus, é contrária à Bíblia Sagrada.

O Senhor Jesus Cristo fez questão de confirmar este principio declarando: “Porém, desde o principio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher. E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois mas uma só carne”(Mc 10:6-8).

Portanto, pelo casamento entre um homem e uma mulher, forma-se uma Família. Essa Família poderá, ou não, ter filhos. Os filhos são um complemento da Família, porém, a família pode subsistir sem eles.

O propósito de Deus ao criar a Família

a) Proporcionar ao ser humano abrigo e relacionamento. O texto bíblico de Gênesis 2:18 mostra isso: “Far-lhe-ei uma adjutora, que esteja como diante dele”. Segundo o pr. Elinaldo Renovato, “atualmente temos visto e vivido um tempo de escassez na área dos relacionamentos. Estamos ficando cada vez mais superficiais, frios e distantes uns dos outros”. Jesus mesmo nos alertou que isso aconteceria nos últimos dias - “por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará” (Mt 24:12). Devemos fazer de tudo para que este amor não seja esfriado no âmbito familiar. Quando o amor fenece o relacionamento sadio e tolerável também se esvai, e é isso que o inimigo das nossas almas deseja. Um família sadia significa uma igreja sadia. Esforcemos, pois, em investirmos no bom relacionamento familiar.

b) Um dos propósitos de Deus ao instituir a Família foi a propagação da raça humana. O plano de Deus foi fazer da Família um núcleo pelo qual as bênçãos do Senhor seria, espalhadas sobre toda a Terra – “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gn 1:28). Assim, a união de dois homens, ou de duas mulheres, contraria este propósito de Deus. Portanto, qualquer tentativa de formar uma Família através da união de duas pessoas do mesmo sexo, não procede de Deus e não pode ter a concordância de Sua Igreja.

Jesus e a Família

Nosso Senhor Jesus Cristo valorizou a Família. Veio ao mundo através de uma Família. Além de pais, teve irmãos e irmãs (Mt 13:55-57). Teve seu crescimento físico, social, intelectual e espiritual no seio da Família (Lc 2:52). No seu ministério, não costumava a hospedar-se em hotéis, mas desfrutava da hospitalidade de um lar (Mt 8:14; Lc 10:38-42). Em muitos milagres, demonstrou seu cuidado para com a Família (Mt 8:14-15; Lc 7:12-16). Seu primeiro milagre foi realizado numa festa de casamento (João 2:12). Ensinou-nos a orar, chamando Deus de "Pai Nosso" (Mt 6:9). Enfatizou o quarto mandamento, mandando honrar pai e mãe (Mt 15:3-6; Mc 7:10-13). Teve um trato especial com as crianças, abençoando-as (Mc 10:13-16).

II. A QUEDA E AS SUAS CONSEQUENCIAS PARA A FAMÍLIA

1. O ataque do inimigo. A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não foi um relato teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana. A essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à vontade divina e na realização de sua própria vontade. O seu pecado foi uma transgressão deliberada ao limite que Deus lhe havia colocado. A tentação veio de fora, da parte de Satanás, que os instigou  a desobedecer à ordem de Deus. Satanás sabia que não seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a Deus. Ele investiu, então, sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais frágil que o homem, facilmente cederia as suas provocações.

A sutileza é a marca registrada do diabo (João 8:44) e, portanto, tudo quanto se referir a tal comportamento tem como mentor e inspirador o inimigo das nossas almas. As Escrituras registram ser ele o mais sutil de todos os seres criados por Deus e não há coisa alguma sutil que não esteja, de modo direto ou indireto, relacionado a ele.

Observamos, no relato da queda do primeiro casal, que o diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase imperceptível, quase sem ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de surpresa, num momento em que a mulher não esperava e que, o texto nos leva a crer, estava solitária, sem a companhia de seu marido, diríamos que num instante de distração. O diabo apareceu como uma serpente no Éden e, ante à distração do primeiro casal, conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua tarefa destruidora.

A distração, o “cochilo espiritual”, são fatais para a saúde espiritual da Igreja. O caminho da vigilância está relacionado com a meditação diuturna da Palavra de Deus. Quando meditamos nas Escrituras, quando as estudamos ininterruptamente, o adversário não encontra brecha para agir. Eva, porém, estava distraída e, por causa disto, o diabo pôde se aproximar e iniciar um diálogo com a mulher, lançando-a no campo da dúvida: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3:1b). Diante de tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou firmeza, pois, em sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais ardiloso.

Falseando a Palavra, Eva respondeu“...do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”. Percebe-se que a mulher demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Enquanto a ordem divina era para que não se comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn 2:16,17), a mulher respondeu à serpente que a ordem era a proibição de se comer e se tocar na árvore que estava no meio do jardim (Gn 3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher alterou em dois pontos a ordem divina, a saber: a) árvore da ciência do bem e do mal por árvore que está no meio do jardim; b) não comereis por não comereis nem tocareis. Agora Satanás estava em condições de contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle sobre a mulher. Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto à veracidade da Palavra do próprio Deus - “...certamente não morrereis”. Uma maneira muito sutil de afirmar que Deus havia mentido.

Não tendo havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”(Gn 3:1-5).

Sem qualquer ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutilezaSatanás já estava com a mulher na “palma de sua mão”. Eva se deixou enganar – pensou que seria como Deus. Olhou – “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos”; Desejou – “...árvore desejável para dar entendimento...”; Tomou – “...tomou-lhe do fruto...”; Comeu - “...comeu...”;Morreu – A Palavra de Deus era verdadeira – “...no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2:17).

O diabo mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas quais o primeiro casal acreditou e que foram a sua derrocada. Assim também trabalha ainda hoje. Uma vez se desprendendo das Escrituras, os homens são iludidos com falsas promessas e fantasias (que as Escrituras denominam de “fábulas”, ou seja, “contos da carochinha” (1Tm 1:4; 4:7; 2Tm 4:4; 2Pe 1:16), falsidades que a seu tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos, significarão a morte eterna.

2. Os resultados da Queda no relacionamento familiar

Em primeiro lugar, a rebelião. Adão acusou a mulher por lhe ter oferecido o fruto proibido - “a mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi” (Gn 3:12). Daí já se percebe que o relacionamento entre o casal já não era como dantes.

A rebelião de Adão e Eva encerrou o relacionamento íntimo que eles haviam desfrutado com Deus. A natureza de sua rebelião foi tal que rompeu a sua maneira de se relacionar não só com Deus mas também um com o outro. Em vez do mútuo amor e compromisso, sua rebelião contra Deus resultou em vergonha mútua (Gn 3:7). Seu relacionamento interpessoal não era mais harmonioso. Essa rebelião resultou, acima de tudo, na separação de Deus e na percepção de que Deus era Alguém a quem temer, Alguém de quem eles precisavam se esconder (Gn 3:8-10). Deus e os seres humanos não estavam mais unidos em amor e harmonia. O que era necessário era um ato de reconciliação.

Em segundo lugar, a desigualdade de gênero, ou seja, a diferença de tratamento entre o homem e a mulher. Feitos para serem iguais diante de Deus, pois, para Deus, não há acepção de pessoas (Dt 10:17), homem e mulher, por causa do pecado, passaram a ter posições diferenciadas no relacionamento entre si, tendo o Senhor determinado o domínio do homem sobre a mulher (Gn 3:16). Este domínio não é desejo divino, mas reação divina ao pecado cometido. O pecado é gerador de desigualdade, pois é iniquidade e, em virtude disto, a humanidade sob o pecado é um triste quadro de injustiças, de desigualdades e de dominações. Entre tais desigualdades, destaca-se a “desigualdade de gênero”.

Em terceiro lugar, a contaminação da vida familiar. O pecado, ao trazer a desigualdade de gênero, já tornou tensas as relações entre marido e mulher, mas, logo em seguida, com o primeiro homicídio, bem demonstrou que vinha a atacar de forma direta a própria Família. Desde então, o pecado tem transtornado muitíssimo a vida familiar, vida esta que se encontra, nos nossos dias, em frangalhos, por causa, precisamente, do pecado. O pecado gera a destruição da vida familiar, pois desfaz a pureza e a estabilidade entre marido e mulher, retirando assim a necessária autoridade moral indispensável para o relacionamento entre pais e filhos, gerando milhares e milhares de vidas sem afeto e sem amor.

3. A vida familiar depois da Queda. Quando Deus criou a Família, Ele o fez em um ambiente perfeito: o Éden. A Família não foi criada em meio a um ambiente de conflitos, guerras e desgraças, ou de doenças e falta de recursos para provisão. O plano de divino era que Adão e Eva pudessem frutificar perto da presença de Deus, e não distante dEle.

A queda, como registrada em Gênesis, trouxe transtornos e males irreparáveis para a Família e, por conseguinte, para toda raça humana(Gn 3:17-19; Gl 3:21). Toda natureza passou a sofrer as consequências do pecado, que introduziu a morte no mundo e destituiu o homem de sua perfeita comunhão com o Criador (Gn 3:16-19). Entenda-se morte, aqui, não apenas como a separação física dos entes queridos, mas, sobretudo, a separação espiritual e eterna de Deus (Rm 5:12). Esse é o efeito mais dramático da desobediência de nossos primeiros pais, já que Deus não os criou para morte, mas para a vida. É tanto que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer ser humano. Sua expulsão do jardim do Éden, todavia, é o símbolo perfeito dessa perda (Gn 3:22-24). A enfermidade física é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva.

Mas, o inimigo ainda não parou a sua investida contra a Família. Por ser de origem divina, o inimigo tem atacado a Família de maneira implacável. As tentações aos pais de família, principalmente na área do sexo e do mau relacionamento com os filhos tem sido constante; os ataques aos filhos, lançando-os contra os pais; dos pais contra os filhos; o problema das drogas, do sexo ilícito, da pornografia, de outros vícios, do homossexualismo. Estamos vendo isso com muita intensidade nestes últimos dias da Igreja na Terra. Satanás sabe que ele já está julgado e quer levar o maior número de pessoas com ele parta o Inferno (ler Salmo 9:17).

O domínio do pecado sobre o homem faz com que sejam praticadas as chamadas “obras da carne” (Gl 5:19-21), que prejudicam grandemente a própria convivência e sobrevivência da humanidade. O pecado, a começar da Família, dilapida a estrutura social e instala a barbárie e o egoísmo como modos de sobrevivência e de permanência no convívio social. Por mais tecnologicamente civilizados que estejam os homens, o aumento do pecado produz cada vez mais pecado, cada vez mais maldade, cada vez mais selvageria. Santifiquemo-nos ainda mais, pois Jesus está voltando!

III.  A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS

1. Modelos de Famílias surgidas ao longo dos séculos. A Família está inserida dentro de um contexto social, e portanto, sujeita a mudanças. Porém, os princípios divinos para as Famílias são eternos e imutáveis (Mt 24:35). Ao longo dos séculos o modelo familiar teve várias mudanças. Vejamos, sucintamente, alguns modelos que a Bíblia apresenta:

a) Família patriarcal, quando o homem tem pelo menos duas esposas. Neste modelo, o pai(pater) era visto como o senhor da casa e da Família. As esposas e os filhos não tinham liberdade de escolha, pois a palavra final era sempre do patriarca. Este modelo é visto em todo Antigo Testamento, a partir de Lameque(descendente de Caim) – Gênesis 4:19 – “E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá”. Lameque foi o primeiro a rejeitar o princípio do casamento monogâmico, ordenado por Deus (Gn 2:22-24). A partir daí a depravação hereditária se alastrou progressivamente no lar e na Família.

b) Famílias monoparenterais, quando há somente a presença de um dos pais, como é o caso de Agar e Ismael, depois de serem expulsos por Sara.

c) Família de solteiros, como parece ser o caso de Marta, Maria e Lázaro.

d) Famílias nucleares (monogâmica), que são aquelas Famílias compostas de pai, mãe e filhos, como é o caso da Família formada por José, Maria, Jesus e seus irmãos. A poligamia vai contra o princípio divino do marido e da esposa ser uma só carne (Gn 2:24; Mt 19:5).

e) Família conjugal, que é aquela cujo casal ainda não tem filhos ou que não teve filhos, como é o caso de Áquila e Priscila.

f) Família ampliada, que á aquela em cuja convivência há pessoas além dos cônjuges e filhos, como é o caso de Pedro, que possivelmente tinha a sua sogra por perto.

g) Famílias unipessoais, onde só uma pessoa mora numa casa, podendo ser um pessoa solteira, uma viúva, ou uma divorciada, muito comum nos nossos dias, e não muito difícil de encontrar em nossas igrejas.

Portanto, sendo a Família uma instituição criada pelo próprio Deus, ao homem é indispensável que mantenha o modelo previsto pelo Senhor, pois só assim poderá cumprir o seu papel na ordem universal e se apresentar como alguém submisso ao senhorio de Deus. Como crentes, não podemos jamais querer ser tidos como verdadeiros e autênticos servos do Senhor, se não estivermos vivendo uma vida familiar de acordo com a vontade do Senhor, que é o modelo estampado na Sua Santa Palavra.

2. A Família na atualidade. Temos ouvido nesses últimos anos uma frase que parece que a cada dia que passa, tem mais simpatizantes, ei-la: “A Família é uma instituição falida”. Este é o conceito de Família para a maioria das pessoas do mundo moderno, e de fato, esta instituição formada por Deus, apresenta assustadoras estatísticas de sua desintegração. Eis alguns dos sintomas de degeneração familiar que se nos apresentam nesses dias: crises, desencantos e desilusões nos casamentos; separações e divórcios; crianças abandonadas; filhos irreverentes e indiferentes aos pais; brigas constantes entre os casais; etc. Como inverter este triste quadro e transformar meu lar em um exemplo mais vívido dos propósitos e objetivos de Deus?

Para a sua estabilidade a Família necessita urgentemente de um motivo espiritual. Não será com o conforto dos lares modernos que iremos construir lares felizes. A Família é um projeto divino, nasceu no coração e na mente de Deus, não é um acidente histórico ou uma necessidade social, ou ainda, um sistema para funcionar – A Família é ideia de Deus.

Sem a Família não pode o homem atingir o propósito estabelecido por Deus quando de sua criação. Não há como o homem atender ao que lhe é exigido pelo seu Criador sem que exista a Família.

Sem a Família o homem não pode sequer ser considerado um homem no sentido estrito da Palavra e as consequências que têm vindo à sociedade moderna em virtude do intenso e progressivo processo de desintegração familiar que temos contemplado é uma prova do que estamos a dizer. Via de regra, os criminosos mais hediondos que têm surgido, que nem sequer se portam como seres humanos, tamanha a sua bestialidade, são pessoas que foram vítimas da ausência da instituição familiar no histórico de suas vidas. A destruição da instituição familiar representa, assim, a própria destruição da humanidade, da imagem e semelhança de Deus na vida dos seres humanos e é por isso que o adversário de nossas almas, que nos odeia e nos detesta, tem investido tanto na destruição desta instituição. Destrua-se a Família e estarão destruídos os seres humanos e, por conseguinte, toda a sociedade.

CONCLUSÃO


Ao criar a primeira Família, Deus constituiu, nos limites do Jardim do Éden, o seu espaço de habitação (Gn 2: 7-15). O lar em que os primeiros cônjuges viveriam um para o outro, teriam filhos e juntos desfrutariam de tudo quanto Deus lhes preparara. Era um lugar de bênçãos que cumpriria as verdadeiras funções do lar. Esse foi e continua sendo o propósito de Deus para a Família.

Podemos fazer do lugar em que habitamos, com a ajuda de Deus, um abrigo de paz contra as tempestades que nos cercam, onde pais e filhos possam dar-se as mãos numa vida de permanente celebração da glória de Deus e alcançarem, por fim, uma velhice feliz e vitoriosa. Amém!!

--------

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 54 – CPAD.

A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.

Comentário Bíblico Beacon, v.2 – CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.

A Promessa de um Lar Feliz – Dr. Caramuru Afonso Francisco – Portal EBD.

 
POSTADO PELO EV. NATALINO DOS ANJOS
PROFESSOR DA E.B.D. e PESQUISADOR
PASTOR NA ASSEMBLEIA DE DEUS DA CIDADE DE TESOURO
CAMPO DE GUIRATINGA - MATO GROSSO









Nenhum comentário:

Postar um comentário