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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

LIÇÃO 12 - COM SUBSIDIOS



3º Trimestre de 2012

Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva


Lição 12: As dores do abandono
Data: 16 de Setembro de 2012

TEXTO ÁUREO
Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca(Sl 68.6).

VERDADE PRÁTICA
Ainda que sejamos abandonados por parentes, amigos ou irmãos, Deus jamais nos desamparará.

HINOS SUGERIDOS
178, 187, 304.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Tm 5.8  Quem não cuida da família é pior que o infiel
Terça - Lv 19.32 Os idosos devem ser honrados
Quarta - Pv 27.10 Os amigos não devem ser abandonados
Quinta - Sl 50.15 Deus atende-nos no dia da angústia
Sexta - Êx 33.10,11 Moisés — o companheiro de Deus
Sábado - Jo 14.26 A promessa da vinda do Consolador

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 4.9-18.

INTERAÇÃO
Quem nunca se sentiu solitário ou abandonado ao atravessar um momento de dor e dificuldade? Os amigos e familiares podem até nos abandonar, mas temos um Deus que jamais nos desampara. Ele não nos deixa só (Is 49.15). As adversidades da vida muitas vezes embaçam os nossos olhos nos impedindo de ver o livramento do Senhor. Todavia Ele está conosco. Enfatize essa verdade durante o decorrer da lição, e mostre que como servos de Deus não podemos abandonar nossos irmãos, antes devemos consolá-los com o mesmo consolo que recebemos do Senhor.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Reconhecer a dor que um abandono familiar pode causar.
·         Discutir a respeito do abandono em momentos difíceis.
·         Conscientizar-se de que Deus jamais nos abandona.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Inicie a lição fazendo a seguinte indagação: “O que fazer diante do abandono?”. Ouça com atenção os alunos e explique que esta é uma situação muito difícil e que causa muita dor emocional, mágoas e ressentimentos. Porém, podemos tomar duas atitudes: a primeira é ter a consciência e a certeza de que Deus, como um Pai amoroso e bondoso, nunca nos deixa. (Leia Isaías 49.5). A segunda é perdoar os que nos abandonaram e desprezaram. Perdoar não é algo fácil. Todavia, é preciso para que possamos seguir em frente e sermos vitoriosos. Conclua lendo o texto áureo da lição.

COMENTÁRIO
introdução

Palavra Chave
Abandono: Deixar só, desamparar.
Hoje, trataremos dos efeitos que o abandono ocasiona na vida do servo de Deus. Não é novidade para ninguém, que é justamente nos momentos de angústia e aflição, que o ser humano sente-se esquecido por todos, inclusive pelos mais chegados. Todavia, consola-nos saber que o Senhor nunca abandona os seus filhos. Ele não os esquece. Aliás, o Pai Celeste conhece cada um de nós pelo nome. Quando o Senhor subiu ao céu, não nos deixou órfãos: enviou-nos o Espírito Santo, para consolar-nos e guiar-nos em todas as coisas (Jo 14.16).

I. O ABANDONO FAMILIAR
1. Na doença. Ninguém está imune às doenças, mesmo aqueles que professam servir a Deus (Gn 3.16-19). Por isso, quando enfermos, todos nós precisamos de ajuda e auxílio especializados. Infelizmente, há famílias que, nesses momentos, não suportando o estresse, acabam abandonando o doente à própria sorte, principalmente em se tratando de casos crônicos. Os que agem desta maneira demonstram não possuir ainda o genuíno amor cristão.
A pessoa enferma necessita do apoio, do carinho e da dedicação dos seus familiares, para vencer e suportar a enfermidade. Não podemos nos esquecer, ainda, dos casais que se divorciam quando um dos cônjuges adoece. Deus não aprova tal atitude (Mt 19.6).
2. No vício. Geralmente é na fase da adolescência que se conhece e se começa a consumir o fumo e o álcool e até drogas ilícitas. Muitos entram no submundo das drogas por carência afetiva, curiosidade ou para ser aceito por um determinado grupo social. A pessoa viciada perde a noção do certo e do errado e, para satisfazer o vício, é capaz de roubar e até matar. Alguns cometem suicídio porque se sentem sozinhos e abandonados por amigos e familiares. Lidar com viciados não é tarefa fácil. Mas é nessa hora que a família precisa fazer-se presente e estar unida para ajudá-los a livrarem-se das drogas (1 Tm 5.8).
3. Na melhor idade. A terceira idade, também chamada de melhor idade, é composta por aqueles que passaram dos sessenta anos. Em nossa sociedade, os idosos não são prezados, e algumas famílias chegam até a desampará-los. Muitos são colocados em casas de repouso, ou asilos, e lá permanecem sem assistência alguma. As Escrituras relatam que os mais velhos devem ser respeitados e ouvidos pelos mais novos (Js 23.1,2; Lm 5.12,14). O mandamento do Senhor de honrar o pai e a mãe continua válido para os dias atuais (Ef 6.1-3).


SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os filhos jamais devem desamparar os pais, pois o mandamento do Senhor de honrar o pai e a mãe continua válido para os dias atuais.


II. O ABANDONO EM SITUAÇÕES DIFÍCEIS
1. No desemprego. No desemprego, a situação financeira complica-se e o padrão de vida sofre drástica queda. Nesse momento é que conhecemos, de fato, nossos verdadeiros amigos (Lc 15.11-32). Até os familiares desaparecem, pois temem emprestar-nos dinheiro e ouvir-nos as lamúrias. O Senhor Deus, porém, não deixa seus filhos ao desamparo. Ele envia-nos o recurso necessário (Sl 37.25).
2. Da amizade. Todos sonhamos ter uma amizade parecida com a de Davi e Jonatas e com a de Rute e Noemi (1 Sm 18.1; Rt 1.8-18). Uma amizade desinteressada e verdadeiramente cristã. No momento da dor, Noemi encontrou em Rute um forte esteio e Davi descobriu em Jonatas um verdadeiro e leal protetor. Infelizmente, muitas pessoas são abandonadas e traídas por aqueles que pareciam grandes amigos. Até mesmo o apóstolo Paulo sentiu a dor do abandono: “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado” (2 Tm 4.16). O Senhor, porém, assistiu e fortaleceu o apóstolo. A Palavra de Deus adverte-nos a não abandonar o amigo (Pv 27.10). Sejamos, pois fiéis, leais e amorosos (Pv 17.17).
3. Da igreja. A igreja é o local onde o abandonado e solitário deveria encontrar amigos e irmãos (Mc 10.29,30). Infelizmente, há igrejas que se esquecem de seus membros e congregados; não os visitam, não oram por eles e nem lhes tratam as feridas. O Senhor Jesus, porém, interessa-se por cada uma de suas ovelhas em particular.
É chegada a hora de olharmos com mais carinho por aqueles que necessitam de nossos cuidados. Olhemos também pelos missionários que, muitas vezes abandonados, experimentam privações de toda sorte. Somos um só corpo e, como tal, devemos cuidar e zelar uns pelos outros, para que a Igreja de Cristo desfrute perfeita saúde (1 Co 12.12).


SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Senhor nunca desampara seus filhos.


III. O DEUS QUE NÃO ABANDONA
1. Na angústia. Elias muito se angustiou, por causa das perseguições que lhe movia Jezabel (1 Rs 18.40; 19.1-3). Temendo por sua vida, o profeta fugiu para o deserto e, ali, desejou profundamente a morte (1 Rs 19.4). Após caminhar quarenta dias e quarentas noites até Horebe, escondeu-se numa caverna (1 Rs 19.8). Ele muito se entristeceu porque achava ser o único crente em todo o Israel. O Senhor, porém, animou-o, revelando-lhe que reservara sete mil servos fiéis, em todo aquele reino, semelhantes a ele (1 Rs 19.14,18). Quantas pessoas não se sentem exatamente assim? O Senhor nunca nos desampara. Nas horas de aflição, sempre faz-se presente (Sl 50.15).
2. O amigo. Abraão foi chamado de amigo de Deus (Tg 2.23). Será que podemos ter o mesmo privilégio? Jesus chamou seus discípulos de amigos, quando o esperado era que os tratasse como servos (Jo 15.15). Ele é o amigo fiel; não nos abandona na hora difícil. Na tempestade, livrou os discípulos do naufrágio iminente. Ele multiplicou pães e peixes e ressuscitou seu amigo, Lázaro (Mc 4.35-41; Jo 6.1-15; 11.11). Aleluia!
Ao morrer em nosso lugar, Jesus ofereceu a maior prova de amor e lealdade que um amigo pode dar (Jo 15.13). Cristo, o amigo verdadeiro, morreu na cruz do Calvário para que hoje tivéssemos direito à vida eterna. Para você ter esse amigo fiel ao seu lado, basta aceitá-lo como seu salvador pessoal.
3. A sua Igreja. Dias antes de sua morte, Jesus assegurou aos discípulos que não os deixaria sozinhos, pois haveria de enviar-lhes o Consolador (Jo 14.26). Ele não abandona a sua Igreja. A promessa foi cumprida no dia de Pentecostes, quando os discípulos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2). É o Espírito Santo que convence o homem do pecado, guiando-nos em todas as coisas. O Senhor cumpriu a sua Palavra. Por isso, quando o sentimento de abandono e solidão nos sobrevier, busquemos a Deus em oração e, assim, sentiremos a doce e confortável presença do Espírito Santo.


SINOPSE DO TÓPICO (III)
Jesus não nos deixou sozinhos, Ele enviou-nos o Consolador.


CONCLUSÃO
Ainda que a família e os amigos venham a abandonar-nos, Deus sempre nos acolherá. Ele está ao nosso lado. O seu Espírito orienta-nos em todas as nossas provações. Portanto, recorramos a Ele em nossas necessidades. Por outro lado, não nos esqueçamos de socorrer os que se acham em lutas e tribulações. É o que nos recomenda a lei do amor que nos entregou o Senhor Jesus. O seu mandamento é claro: amai-vos uns aos outros.

SUBSIDIOS
1) Introdução:

- Estamos estudando neste trimestre a respeito das aflições do justo, uma série de lições que tentam explicar o porquê passamos por aflições.
- Na lição introdutória, verificamos que as aflições são inevitáveis na vida do crente enquanto estiver neste mundo.
- Nas lições seguintes, analisamos diferentes situações aflitivas. Num primeiro bloco, tratamos de dramas biológicos: a enfermidade (lição 2) e a morte (lição 3). No segundo bloco, tratamos dos dramas sociais: os traumas da violência social (lição 4), as aflições da viuvez (lição 5) e a carência econômica (lição 6). No terceiro bloco, estudamos os dramas familiares: a divisão espiritual do lar (lição 7) e a rebeldia dos filhos (lição 8). No quarto bloco, vimos os dramas materiais: a angústia das dívidas (lição 9) e a perda dos bens terrenos (lição 10).
- Neste quinto bloco, estamos estudando os dramas de relacionamento: a inveja (lição 11) e as dores do abandono (lição 12). Por fim, estudaremos a respeito das condições necessárias para a vitória sobre as aflições, ocasião em que aprenderemos sobre a verdadeira motivação do crente (lição 13) e sobre a vida plena nas aflições (lição 14).
- Nesta lição, portanto, estudaremos os efeitos que o abandono ocasiona na vida do servo de Deus. O homem foi feito para viver em sociedade (Gn. 2.18). Por isso, quando se sente só, o homem experimenta uma sensação ruim.

2) Conceito de abandono:
- Abandono é “ato ou efeito de deixar, de largar, de sair sem a intenção de voltar; partida, afastamento; falta de amparo ou de assistência; desarrimo”. É palavra de origem francesa, da expressão provençal “à ban donner”, cujo significado era “deixar ir para o exílio”, “dar um sinal, proclamar, pronunciar uma condenação ao exílio; banir”.
- No Antigo Testamento, na maior parte das vezes, a palavra “abandonar” é tradução, na Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), da palavra hebraica “azab”, cujo significado é o de “deixar só, desamparar”. Em Jr. 12.7, além de “azab”, temos a palavra “natash”, que tem também o significado de “deixar, abandonar”. Em Jr. 51.5, a palavra traduzida por “abandonar” é “alman”, cujo sentido é “deixar como viúva, desamparar como a uma viúva”.
- No Novo Testamento, a palavra “abandonar” é, na ARC, tradução da palavra grega “paradidomi”, cujo
significado é o de “deixar aos cuidados de outrem”, “entregar às mãos de alguém”.
- Notamos, portanto, que a ideia de abandono está vinculada a um afastamento de relacionamento, a uma cessão de uma convivência, à negação de ajuda e de amparo, a um isolamento. Sempre que dizemos que há abandono, há um ato voluntário de afastamento de alguém em relação ao próximo, há uma atitude de rompimento de relacionamento.
- É justamente nos momentos de angústia e aflição que o ser humano sente-se esquecido por todos,
inclusive pelos mais chegados. O nosso consolo é saber que Deus não nos deixa só. Ainda que uma mãe abandone seu filho, Deus não nos abandona (Is. 49.15). O Senhor nos enviou o Espírito Santo justamente para nos consolar e nos guiar em todas as coisas (Jo. 14.16).

3) Abandono familiar:
- A família é o grupo que mais deve afeição e cuidado entre si. Infelizmente nem sempre é assim que ocorre. É comum vermos famílias desestruturadas que não cuidam dos seus próprios integrantes, não lhes suprindo as carências físicas e emocionais. Paulo já havia dito que “se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1Tm. 5.8).
- O abandono pela família é sem dúvida o mais dolorido, pois é da família que esperamos mais afeto e compreensão. O cristão não pode abandonar sua família em hipótese alguma, a não ser, obviamente, quando deixa o lar de seus pais para se casar, formando uma nova família (Gn. 2.24), o que não significa, naturalmente, que deixará seus pais necessitados em situação de desamparo.
- Em muitos lares, na atualidade, há uma situação de completo abandono familiar, embora todos estejam a residir sob o mesmo teto. Isso porque nem sequer há comunicação ou diálogo entre cônjuges ou entre pais e filhos, gerando inúmeros casos de infidelidade conjugal e de “adoções” dos filhos por estranhos de má índole. Nossa lição fala em especial de três situações de abandono na família:
- 1) Na doença: conforme estudamos na lição 2, o crente não está imune às doenças. Nessas horas, todos precisamos de ajuda das pessoas que nos cercam. Infelizmente, há famílias que, justamente nesses momentos mais necessários, abandonam o doente à própria sorte, demonstrando não possuir ainda o verdadeiro amor cristão. É muito comum ocorrer isso entre cônjuges. Infelizmente, até a nossa lei prevê a possibilidade de separação por doença de um dos cônjuges.
- 2) No vício: muitas pessoas, especialmente adolescentes, procuram nas drogas e no álcool uma forma de suprir suas carências afetivas ou de ser aceito em um determinado grupo social. A pessoa viciada perde a noção de certo e errado e, para satisfazer o vício, é capaz de roubar e até matar. Alguns chegam até o suicídio, por se sentirem sozinhos e abandonados pelos amigos. Lidar com viciado não é fácil, mas é nessa hora que a família precisa fazer-se presente e estar unida para ajudá-lo a livrar-se das drogas.

- 3) Na idade avançada: a chamada terceira idade, também conhecida como “melhor idade”, é talvez o momento em que as pessoas mais precisam de assistência dos seus familiares, em razão do esvanecimento das forças, com as consequentes doenças. Em nossa sociedade, muitas vezes, os idosos são desprezados; algumas famílias chegam a desampará-los por completo, colocando-os em casas de repouso ou asilos, sem nenhuma assistência familiar.
- A Bíblia relata que os mais velhos devem ser respeitados e ouvidos pelos mais novos (Js. 23.1-2; Lm. 5.12,14; Lv. 19.12; Ex. 20.12). O mandamento do Senhor de honrar o pai e a mãe continua válido para os dias atuais (Ef. 6.1-3). Jesus, inclusive, criticou a tradição judaica que invalidava esse mandamento (Mt. 15.3-6). Até mesma a Constituição Federal brasileira determina que os pais têm direito de ser assistidos por seus filhos na velhice, carência e enfermidade (art. 229).

4) Abandono em situações difíceis:
- Nossa lição relata três situações difíceis pelas quais podemos sofrer as consequências do abandono na nossa vida:
- No desemprego: normalmente, nesse momento, a situação financeira se complica e o padrão de vida sofre drástica queda. É nessas horas que conhecemos realmente nossos verdadeiros amigos. Até os familiares desaparecem, pois temem emprestar-nos dinheiro e ouvir-nos as lamúrias. A Bíblia nos ensina a amar o nosso próximo e ajudá-lo em momentos de necessidade (Lc. 10.25-37)
- Na amizade traída: todos sonhamos com uma amizade verdadeira, sincera, desinteressada everdadeiramente cristã, como a de Davi e Jônatas (1Sm. 18.1), ou a de Rute e Noemi (Rt. 1.8-18). Mas é frequente as pessoas serem traídas por aqueles que pareciam grandes amigos. Até Paulo sentiu a dor do abandono de seus amigos mais chegados (2Tm. 4.16). A Bíblia nos adverte a não abandonar o amigo (Pv. 27.10). Devemos ser fieis, leais e amorosos (Pv. 17.17).
- Da igreja: a igreja é o lugar onde o abandonado e solitário deveria encontrar amigos e irmãos (Mc. 10.29-30). Infelizmente, há igrejas que se esquecem de seus membros, não os visitam, não oram por eles e não lhes tratam as feridas. Até mesmo os missionários muitas vezes estão abandonados pelas igrejas que os enviaram, passando por diversas necessidades. Jesus disse que os falsos cristãos seriam caracterizados justamente pelo desamor e desprezo em relação aos desvalidos (Mt. 25.31-46).
- É hora de acordarmos para este problema; a igreja precisa tratar as carências dos seus membros. Somos um só corpo (1Co. 12.12); se um membro padece, todo o corpo padece (1Co. 12.26-27). Devemos cuidar e zelar uns dos outros, para que a igreja de Cristo desfrute perfeita saúde. Deus deseja que Seus filhos vivam em comunhão uns com os outros (Sl. 133) e que os desvalidos, desfavorecidos e vitimados pela vida encontrem apoio, atenção e ajuda em Sua casa (Tg. 1.27). Convém lembrar que Deus usa os crentes para consolar outros crentes, como fez com Tito em relação a Paulo (2Co. 7.6). Temos de ter o mesmo sentimento de Deus, pois passamos a participar de Sua natureza por força da salvação em Cristo (2Pe. 1.4) e, portanto, não podemos tomar a iniciativa de desamparar as pessoas.

- Afora as três hipóteses referidas na lição, há ainda o abandono que resulta da fidelidade do crente a Deus, quando ele passa a ser rejeitado pelo simples fato de adotar um estilo de vida e um discurso que se choca frontalmente com a mentalidade reinante neste mundo. Jesus previu que seria assim (Jo. 15.18-21). Jesus, inclusive, disse que as pessoas que deixaram parentes para servi-Lo ganhariam em troca, já neste tempo, novos parentes (Mc. 10.29-30). Neste caso, mais ainda se justifica que a igreja cuida desse irmão que enfrenta problemas.

- Em alguns países fechados para a pregação do Evangelho, a situação é ainda mais difícil, sendo muitas vezes o cristão condenado à prisão e até à morte. Só nos 10 primeiros anos deste século XXI, morreram 1.050.000 cristãos no mundo pelo simples fato de professarem a fé cristã. Jesus falou que esses acontecimentos se intensificariam nos últimos dias (Lc. 21.16-17).
- Existem várias razões para um crente sofrer abandonos por causa de sua fé. As principais delas são:

- 1) O Evangelho prega uma salvação exclusivista; Jesus é o único caminho, a verdade e a vida (Jo. 14.6); Jesus não é apresentado nas Escrituras como mais uma alternativa, mas como a única; isso é suficiente para provocar a antipatia da maioria das pessoas, porque crer em Jesus implica admitir que todas as demais religiões estão erradas;

- 2) A Bíblia fala do inferno como algo real, onde serão lançados todos os que rejeitarem Jesus, passandoa eternidade em tormentos terríveis; trata-se de uma mensagem antipática, ainda que a preguemos commuito amor no coração pelos perdidos;

- 3) O Evangelho nos diz que somos pecadores (Rm. 3.23), que não somos merecedores de salvação (Rm.3.20), que nossas boas obras não são mais do que a nossa obrigação, não valendo nada para garantir umaeternidade no céu (Ef. 2.8-9) e que, se quisermos ser salvos, é preciso nos arrependermos dos nossos pecados (Mc. 1.15) e procurarmos viver uma vida santa (Hb. 12.14), de acordo com a Palavra de Deus (Jo. 17.17); em suma, trata-se de uma vida de renúncia (Lc. 9.23-25); portanto, pregar e viver essas verdades fará com que sejamos naturalmente rejeitados pela maioria do mundo, sendo vistos como um incômodo por nossos discursos e estilo de vida.
- Resumindo, o fato de sermos diferentes do mundo nos faz repugnáveis para o mundo, motivo pelo qual o mundo nos abandona. E assim é porque, embora estejamos no mundo, não somos deste mundo (Jo. 15.19).

5) Como lidar com o abandono:
- Em primeiro lugar, devemos deixar de lado todo tipo de ilusão sobre esta questão. É preciso identificar corretamente a causa do abandono, para tratar dela de forma correta. Não adianta, por exemplo, atribuir o abandono ao fato de ser crente, se ele decorre de uma atitude errada do abandonado.
- Em segundo lugar, devemos viver intensamente a vida como membros do Corpo de Cristo, em comunhão com os nossos irmãos em Cristo (Mc. 10.29-30; 1Co. 12.26-27). Se perdemos até a nossa família por causa da nossa fé, Deus nos dá uma família muito maior. O salmo 68 diz que Ele “faz que o solitário viva em família” (Sl. 68.6).
- Uma outra atitude importante para quem está passando por situação de abandono é perdoar os que nos abandonaram e desprezaram. Perdoar não é algo fácil. Todavia, é preciso para que possamos seguir em frente e sermos vitoriosos. Enquanto estamos guardando mágoas de alguém, não vamos conseguir viver em paz.
- Por fim, devemos descansar em Deus, fortalecendo-nos no Senhor e na força do seu poder (Ef. 6.10), e na assistência incomparável do Consolador, o Espírito Santo de Deus (Rm. 8.26-27).

6) Exemplos bíblicos de pessoas abandonadas:
- Elias: Elias é um excelente exemplo de pessoa que se sentiu abandonada por ser fiel. Mesmo diante de um ministério profícuo, tendo sozinho desafiado 850 profetas de Baal e de Asera e vencido, Elias se isolou, sentindo-se abandonado, chegando a pedir a morte, achando que estava só na luta em favor de Deus (1Rs. 19.10). Mas Deus lhe consola, cuida dele, fala com ele, demonstra-lhe Seu poder e lhe dá uma nova missão, alertando-o que Ele reservou 7.000 pessoas que, como ele, não dobraram seus joelhos perante Baal. Portanto, embora se sentindo abandonado, Deus não o abandonou e ainda lhe mostrou que ele tinha a companhia de muitos irmãos.
- Davi: Davi é um exemplo de pessoa que se sentiu abandonada em razão de seus próprios erros. Embora sendo um fiel servo de Deus, como homem, Davi também pecou. E, em razão de seu pecado, sentiu-se abandonado por Deus, fruto da sua perda de comunhão com Ele. Convém notar que não foi Deus que o abandonou, mas ele que se sentiu abandonado, porque o pecado faz separação entre Deus e o homem (comparar com Adão e Eva, que, quando pecaram, envergonharam-se de comparecer à presença de Deus  e se esconderam, embora Deus tivesse vindo encontrar com eles, como antes). No salmo 51, Davi suplica a Deus para que Ele não o lance fora de Sua presença (Sl. 51.11), no que foi atendido por Ele, tendo Deus o perdoado (2Sm. 12.13).
- Jesus: Jesus viveu em íntima comunhão com Deus durante toda a Sua vida terrena. Não obstante, nos momentos que antecederam a Sua morte, Jesus se sentiu abandonado, angustiado e triste (Mt. 26.38), e isto por causa dos nossos pecados, que já pesavam sobre Seus ombros. Nem mesmo os discípulos puderam acompanhá-lo nesse momento de sofrimento, chegando a dormir enquanto Ele agonizava. Após a Sua prisão, todos se dispersaram, exceto Pedro, que o acompanhou de longe, mas chegou a negá-Lo. Jesus chegou a clamar na cruz expressamente: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc. 15.34). Não está dito que Deus realmente O tinha abandonado, mas Ele se sentiu abandonado por Deus, por causa do pecado, que afasta os homens de Deus.
- Paulo: Paulo é outro exemplo de pessoa que se sentiu abandonada em razão de ser fiel; mas sobretudo é um exemplo de como deve se comportar o crente abandonado. Já perto do fim da sua vida, preso em Roma, Paulo reclama a Timóteo do abandono de seus irmãos mais próximos. O texto da leitura bíblica em classe (2Tm. 4.9-18) mostra claramente os sentimentos de tristeza e abandono que tomaram conta de Paulo nesse momento difícil. - Paulo sabia que estava chegando perto do fim de sua vida, e pede a Timóteo que vá vê-lo depressa. Mais do que precisar da companhia de Timóteo, Paulo queria lhe ministrar um último ensinamento: mostrar a Timóteo como um cristão deveria morrer por sua fé.
- Em seguida, Paulo esclarece o porquê está sozinho: Demas o havia desamparado, amando as coisas do mundo; Crescente, Tito e Tíquico também estavam longe, provavelmente pregando o Evangelho; apenas Lucas tinha ficado com ele. E por isso Paulo pede a Timóteo que tome a Marcos e vá vê-lo (convém notar que este é o mesmo João Marcos, sobrinho de Barnabé, que Paulo recusou anos antes como companheiro, porque ele os tinha abandonado na viagem, mas agora ele era útil, e Paulo o reconheceu).
- Paulo relata a Timóteo o problema que teve com Alexandre, o latoeiro (provavelmente o mesmo blasfemador citado em 1Tm. 1.20), para que Timóteo se guarde dele (notar que a referência do v. 14 não é, como parece, uma oração imprecatória; Paulo apenas faz referência ao salmo 62, que fala em misericórdia, não em castigo ou vingança).
- Paulo termina o relato dizendo que ninguém o assistiu em sua defesa, mas ele sentiu a presença do Senhor o amparando.

7) O Deus que não abandona:
- Deus nunca desampara os justos (Sl. 37.25) e consola os abatidos (2Co. 7.6).
- Elias muito se angustiou por causa das perseguições de Jezabel (1Rs. 18.40; 19.1-3). Temendo por sua vida e achando que era o único em Israel que ainda servia a Deus, o profeta fugiu para o deserto, desejando profundamente a morte (1Rs. 19.4). Após caminhar 40 dias até Horebe, escondeu-se numa caverna (1Rs. 19.8). Mas Deus o animou, revelando-lhe que reservara 7.000 servos fieis como ele (1Rs. 19.14,18).
- Quantos crentes também não estão se sentindo sós como Elias, achando que não há mais ninguém fiel como eles, que estão lutando sozinhos? Mas o Senhor não nos desampara, fazendo-Se presente nas horas de aflição (Sl. 50.15).
- Abraão foi chamado de amigo de Deus (Tg. 2.23). Jesus chamou Seus discípulos de amigos, em lugar de servos (Jo. 15.15). Nós também temos esse privilégio. Ele é o amigo fiel, que não nos abandona na hora difícil.
- Na tempestade, Ele livrou os discípulos do naufrágio; multiplicou pães e peixes para suprir a necessidade da multidão; ressuscitou Seu amigo Lázaro (Mc. 4.35-41; Jo. 6.1-15; 11.11).
- Ao morrer em nosso lugar, Jesus ofereceu a maior prova de amor e lealdade que um amigo pode dar (Jo. 15.13). Cristo morreu na cruz do Calvário para que hoje tivéssemos direito à vida eterna. Para termos esse amigo fiel ao nosso lado, apenas precisamos aceitá-lo como salvador pessoal. Ele tomou sobre Si nossas enfermidades e nossas dores (Is. 53.4), inclusive as dores da discriminação e do abandono.
- Dias antes da Sua morte, Jesus assegurou aos discípulos que não os deixaria sozinhos, pois haveria de enviar-lhes o Consolador (Jo. 14.26). A promessa foi cumprida no dia de Pentecostes, quando os discípulos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas (At. 2). Ele não abandona a Sua
igreja. É o Espírito Santo que convence o homem do pecado, guiando-nos em todas as coisas. Por isso, quando o sentimento de abandono e solidão nos sobrevier, busquemos a Deus em oração e, assim, sentiremos a doce e confortável presença do Espírito Santo (Jo. 14.16-18; 16.13; Rm. 8.26-27).
- Portanto, ainda que a família e os amigos venham a abandonar-nos, Deus sempre nos acolherá. Ele está sempre ao nosso lado. O Seu Espírito nos orienta em todas as nossas provações. Portanto, recorramos a Ele em nossas necessidades.
- Por outro lado, não nos esqueçamos de socorrer os que se acham em lutas e tribulações. É o que nos recomenda a lei do amor que nos entregou o Senhor Jesus (“amai-vos uns aos outros” – Rm. 12.10; 1Pe. 1.22).

Referências bibliográficas:
- Bíblia Apologética de Estudo. 2ª. edição. Editora ICP, 2006.
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD, 2003.
- CARVALHO NETO, Inacio de. As dores do abandono. Subsídio em vídeo publicado no site http://www.assembleiadedeus.org.br/.
- CHAMPLIN, Russell Norman, Ph.D. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, v. 4. Editora Hagnos, 2002. COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as aflições da vida. Editora CPAD, 2012.
- DAKE, Finis Jennings. Bíblia de Estudo Dake. Editoras CPAD e Atos, 2009.
- FRANÇA, Jeferson. As dores do abandono. Subsídio em vídeo publicado
no site http://www.adlondrina.com.br/.
- FRANCISCO, Caramuru Afonso. As dores do abandono. Subsídio publicado
no site http://www.portalebd.org.br/.
- GILL, Deborah Menken. Comentário bíblico pentecostal: novo testamento, v. 2. 4ª. edição. Editora
CPAD, 2009.
- Novo Testamento trilíngue: grego, português e inglês. Editora Vida Nova.
- SILVA, Eliezer de Lira e. Lições bíblicas: vencendo as aflições da vida – muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas. Editora CPAD, 2012.
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD, 2005.


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