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terça-feira, 3 de abril de 2012

LIÇÃO 02 - SUBSIDIOS

Lições Bíblicas - 2º Trimestre de 2012

A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO
Texto Áureo: Ap. 1.17,18 – Leitura Bíblica: Ap. 1.9-18

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INTRODUÇÃO
Em continuidade à contextualização das Cartas às Sete Igrejas do Apocalipse, destacaremos, na aula de hoje, a visão dada a João, do Cristo Glorificado. A princípio, ressaltaremos a figura do Revelador, que é o próprio Cristo, em seguida, as características da Sua glorificação. E por fim, a reação de João, que deva ser a de todos nós, diante do Cristo Glorificado.

1. CRISTO, O REVELADOR GLORIFICADO
João recebeu de Cristo a ordem para que enviasse às sete igrejas da Ásia menor as visões que lhes seriam reveladas (Ap. 1.9). O Apóstolo Amado estava em espírito, no Dia do Senhor (Ap. 1.10), ao que tudo indica, um dia de domingo, já que esse era o dia em que os primeiros cristãos se reuniam (At. 20.7; I Co. 16.2). “Em espírito” aponta para uma experiência sobrenatural, talvez semelhante ao arrebatamento experimentado por Paulo, registrado em II Co. 12.2. João teve, então, sua primeira visão, sete candeeiros de ouro, que representavam a igreja, tendo em vista que essa é a luz do mundo (Mt. 5.14). No meio dos candeeiros de fogo João viu um semelhante a filho de homem, certamente o mesmo que fora visto por Daniel (Dn. 7.13), a Sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve, representando Sua santidade e divindade. Os olhos de fogo revelam Sua vitória sobre os inimigos (Ap. 19.12). Seus pés semelhantes ao bronze polido, como refinado numa fornalha destacam Sua força e poderio, pois Ele tinha na mão direita sete estrelas. Sendo Ele a Palavra, sai, da Sua boca, uma afiada espada de dois gumes. A Palavra de Deus que é a espada do Espírito (Ef. 6.17), espada afiada, capaz de discernir as intenções do coração humano (Hb. 4.12). Ele, como aconteceu no princípio, cria uma nova realidade a partir da Sua palavra, como Deus, que, ao falar, a tudo fez (Gn. 1.3).

2. CARACTERÍSTICAS DA GLORIFICAÇÃO DE CRISTO
Essa é uma visão extraordinária, que chamou a atenção de João, inicialmente por Sua supremacia. Jesus é a maior autoridade em meio às igrejas, pois foi Ele quem derramou sangue para resgatá-la (Ap. 1.18,19). Os interesses humanos, inclusive os da liderança cristã, devem submeter-se à voz dAquele que é o Cabeça da Igreja (Ef. 1.22; 5.23; Cl. 1.18). Suas vestes caracterizam a soberania, pois as vestes compridas e o cinto de ouro era uma marca daqueles que tinham autoridade. Após a ressurreição Jesus declarou que todo o poder havia sido lhe dado no céu e na terra (Mt. 28.18). Ele é o Santo, pois não conheceu pecado (Hb. 4.15), o Justo (At. 3.14), o Santo de Deus (Lc. 4.34), nEle não há pecado (I Jo. 3.5). Seu olhar, como chamas de fogo, aludem à capacidade de ver todas as coisas, que se tornam patentes aos Seus olhos (Hb. 4.13). Ele conhece os pensamentos humanos, e os perscruta (Lc. 6.8), bem como os corações (Jo. 2.25), por isso pode se dirigir às igrejas dizendo que as conhece (Ap. 2.2,9,13,19,3.1,8,15). Cristo é graça e amor, mas as igrejas não podem esquecer que Ele, é Fogo Consumidor, que julga o Seu povo através do fogo (I Co. 3.13-15). Por isso aponta os erros das igrejas (Ap. 2.4,14,15,20; 3.1; 3.15, 16). Essas são as características do Cristo Glorificado, que, após a Sua morte e ressurreição, subiu à destra do Pai, recebendo a glória que lhe pertencia antes da fundação do mundo (Jo. 17.5).

3. ADORAÇÃO DIANTE DO CRISTO GLORIFICADO
Diante do Cristo Glorificado, a igreja somente pode prostrar-se e, em submissão, adorar Aquele que é o Primeiro e o Último, que foi morto, mas que está vivo para todo o sempre, o Amém, que tem a chave da morte e do inferno (Ap. 1.17,18). Por isso, João, ao ver o Cristo Glorificado, cai aos seus pés, como morto. Desde a Antiga Aliança, ninguém podia ver a face de Deus (Ex. 33.20), as manifestações divinas provocavam assombro (Ez. 1.28-29; 3.22,23; 44.4). Isaias, no seu chamado para ser profeta, sentiu a miserabilidade do seu pecado, e clamou por perdão (Is. 6.1-5). Saulo, o perseguidor da igreja, não conseguiu ficar de pé diante da revelação e da voz que o impactou no caminho de Damasco (At. 9.3-5). Diante das grandezas das revelações de Cristo, devemos nos humilhar em reconhecimento a Sua potente mão (I Pe. 5.5,6). Muitas igrejas estão perdendo o temor pelo Senhor, não percebem que esse é o princípio da sabedoria espiritual (Pv. 1.7; 9.10; Ec. 12.13). Precisamos atentar para o exemplo de Jó, homem fiel a Deus, que O temia, por isso, se desviava do mal (Jó. 1.8). Quando tememos a Deus a ninguém mais temeremos (Mt. 10.28), pois Ele está no controle de todas as coisas, inclusive da morte e do inferno (Ap. 1.17,18). Isso porque a morte e o inferno não foram capazes de detê-LO. Ele é o Deus Vivo, o mesmo ontem e hoje e eternamente (Hb. 13.8)

CONCLUSÃO
A visão do Cristo Glorificado proporcionou a João a compreensão espiritual dos mistérios de Deus. Podemos ter o entendimento de tais revelações através das páginas da Escritura, no registro bíblico de que as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, as sete igrejas (Ap. 1.20). Diante de tais verdades, mantenhamo-nos, humildes, pois a Palavra é revelada aos pequeninos (Mt. 11.25), não aos orgulhosos (I Co. 3.1-3). Imbuídos dessa sensibilidade, permaneçamos com os ouvidos espirituais atentos para ouvir o que o Espírito diz às igrejas (Ap. 3.6).


A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO
http://luloure.blogspot.com.br/2012/04/aula-02-visao-do-cristo-glorificado.html
Texto básico: Apocalipse 1:9-18
“Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”(Ap 1:17,18).

INTRODUÇÃO

João estava preso na ilha de Patmos em decorrência de sua lealdade à Palavra de Deus e ao testemunho de Jesus (Ap 1:9). Ele foi arrebatado em Espírito e ouviu por detrás dele uma voz com a limpidez, volume e timbre de uma trombeta (1:10). Ao voltar-se para quem falava, João viu “sete candeeiros de ouro”, que simbolizava as sete igrejas descritas no livro de Apocalipse (Ap 1:11; 1:20). A Pessoa no meio dos candeeiros era semelhante ao Filho do homem, cujas vestes externas eram talares, isto é, longas como a beca de um juiz (Ap 1:13). Ele estava cingido pelos peitos com um cinto de ouro, que simboliza a justiça e fidelidade do seu julgamento. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, retratando sua eternidade como o Ancião de Dias(Dn 7:9) e a sabedoria e pureza de suas sentenças. Os seus olhos eram como chama de fogo (1:14), que se referem ao seu conhecimento perfeito, discernimento infalível e escrutínio inescapável. Os seus pés eram semelhantes ao bronze polido (1:15), como que refinado numa fornalha; uma vez que o bronze costuma representar julgamento, sua presença aqui corrobora a ideia de que se tem em vista, a cima de tudo, a função judicial de Cristo. Sua voz era semelhante às ondas do mar ou a cachoeiras majestosas e assustadoras que descem uma montanha. Tinha na mão direita sete estrelas (1:16), uma representação de poder, controle e honra; Cristo está não apenas entre as igrejas, mas as têm em suas próprias mãos. Da sua boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes, representando a Palavra de Deus(Hb 4:12), que se refere aos veredictos incisivos e precisos acerca de seu povo, como se vê nas cartas às sete igrejas. O seu rosto brilhava como o sol ao meio-dia (1:16), com o esplendor ofuscante e transcendente da glória de sua divindade.
Esse que João viu é o Cristo Glorificado, que se revela não apenas em glória, mas como o Senhor de toda a glória, o qual está entronizado à destra do Pai e apresenta-se como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 17:14; 19:16). Ao vê-lo, João prostrou-se aos seus pés como morto. É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. Temos hoje uma visão do Cristo glorificado?

I. O CRISTO ENCARNADO

Por ocasião de sua primeira vinda para manifestar o evangelho, Jesus não apareceu glorificado. Teve uma vida semelhante à nossa, e esteve sujeito ao cansaço, à fome, à sede e demais limitações de um corpo não-glorificado. Precisou comer, dormir, andar, falar com as pessoas e tocá-las. Por meio de sua encarnação, Ele falou aos judeus sobre o plano da salvação. Paulo comenta que Jesus "aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens" (Fp 2:7). Nesse momento, Jesus experimentou a humanidade.
Nos primórdios do cristianismo, a igreja foi nuveada com doutrinas heréticas oriundas do segmento gnóstico. Um desses ensinos falsos era que Jesus não veio em carne, ou seja, esses falsos mestres alegavam que Jesus não havia encarnado, mas que um espírito se apossara do corpo do Senhor por ocasião do seu nascimento ou batismo, retirando-se por ocasião da crucificação. Os textos de 1João 4:1-3 denotam a existência desses falsos mestres. O apóstolo João, porém, cuidou logo de refutar esse ensino falso, que pertinaz procurava destruir a fé dos primeiros cristãos. João chamou esses falsos mestres de “anticristos” - “… muitos se têm feito anticristos…”(1João 2:18). E o pior de tudo é que eles saíram do seio da igreja – “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestassem que não são todos de nós”(1João 2:19). Esses falsos mestres se haviam infiltrado na comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter a doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato. Ora, se no início da Igreja foi assim, quanto mais hoje em que a apostasia é o principal tom.
1. A encarnação. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”(1João 4:2). O mais importante não é o fato histórico, ou seja, o fato de que Jesus nasceu no mundo em um corpo humano, mas, sim, a confissão de uma Pessoa Viva, de que Jesus Cristo veio em carne, a confissão que reconhece Jesus como o Cristo encarnado. Quem o confessa também se prostra diante dele como Senhor de sua vida.
Hoje, encontramos muitas pessoas dispostas a dizer coisas aceitáveis acerca de Jesus, mas não a confessá-lo como o Deus encarnado. Dizem que Cristo é “divino”, mas não que é Deus. Menosprezam a glória de Cristo. São, portanto, falsos profetas, falsos mestres.
No início da Igreja, os falsos mestres do gnosticismo negavam tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo. Eles negavam tanto a sua encarnação como a sua ressurreição. Eles negavam tanto a sua concepção virginal quanto a sua morte expiatória. Eles separavam o Jesus do Cristo; faziam uma distinção entre o Cristo divino e o Jesus histórico. Para eles, o Cristo veio sobre Jesus no batismo e se retirou dele na cruz. João classifica esta posição como heresia e procedente do anticristo.
Não foi o Cristo que veio "para" a carne de Jesus, mas o próprio Jesus era o Cristo vindo "em" carne. Quem negar isto, ou seja, quem negar que Jesus é o Cristo e que Ele veio em carne não é de Deus; é negar que ele seja o nosso Sumo Sacerdote, que nos abre acesso à presença de Deus; é negar que ele seja o nosso Salvador; é negar a redenção do corpo bem como a possibilidade do encontro entre o humano e o divino.
Portanto, a doutrina cristã fundamental, que nunca pode ser transigida, é a da Pessoa divino-humana e eterna de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Nenhum sistema pode ser tolerado, por mais estrondosas que sejam as suas pretensões ou por mais cultos que sejam os seus adeptos, se negar que Jesus é o Cristo vindo em carne, isto é, se negar a sua divindade eterna ou a sua humanidade histórica.
2. O objetivo da encarnação de Cristo. Em Nazaré, a cidade da juventude, Jesus entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume. Lá, Ele levantou para ler as Escrituras do Antigo Testamento. O auxiliar lhe deu o pergaminho no qual a profecia de Isaias estava escrita. O Senhor estendeu o rolo até a parte que agora conhecemos como Isaías 61, e leu o versículo 1 e a primeira metade do versículo 2: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor”(Lc 4:18,19).
Quando Jesus disse “hoje se cumpriu a Escritura que acabam de ouvir”, ele estava dizendo de maneira mais clara possível que era o Messias de Israel, e o objetivo de sua encarnação. Jesus veio para tratar dos enormes problemas que têm afligido a humanidade através da história:
·   Pobreza:Levar boas notícias aos pobres”(NTLH). A pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas como necessidade da alma. No Sermão da Montanha Jesus proclamou: “bem-aventurados os pobres”. Nesse contexto, pobre é o que tem uma carência espiritual! Por conseguinte, é aquele que reconhece suas verdadeiras necessidades espirituais. E por isso almeja um relacionamento mais profundo com Deus como o fez o salmista: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...”(Sl 42:1,2).
·   Tristeza:Restaurar os contritos de coração”(RC). O pecado escraviza e debilita o homem, os quebrantados de coração são aqueles oprimidos e machucados pelo pecado, portanto Jesus veio proporcionar a cura.
·   Escravidão:Apregoar liberdade aos cativos”. Os prisioneiros do pecado sentem medo da morte, sente-se culpado diante de Deus, praticam tudo aquilo que não agrada ao Senhor, motivos estes que conduziram Jesus ao calvário, dando liberdade integral ao homem oprimido pelo pecado. “Se, pois, o Filho do Homem vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”(João 8.36).
·   Sofrimento: “Dar vista aos cegos”. Existem cegos fisicamente e cegos espirituais, aqueles que não conseguem perceber a verdade de Deus, como nos mostra as escrituras – “nos quais o deus deste século (satanás) cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”(2Co 4:4). Jesus veio libertá-los desse sofrimento. Ele se apresentou como a resposta para todos os males que nos atormentam. E se pensarmos nesses males em sentido físico ou espiritual, isto também se aplica. Cristo é a resposta.
·   Opressão:Pôr em liberdade os oprimidos”. Isto é, romper os grilhões do mal e proclamar a libertação do pecado e do domínio satânico.
·   Perdição eterna: “anunciar o ano aceitável do Senhor”. Jesus encarnou-se para propiciar o amanhecer de uma nova era para o ser humano: a Salvação da sua alma. A salvação do homem anunciada pelo próprio Senhor Jesus cumpre-se na integra na vida daqueles que dão ouvidos as Escrituras Sagradas e deixam o poder de Deus agir em suas vidas. É significativo que Jesus termina a leitura com as palavras “anunciar o ano aceitável do Senhor”. Perceba que Jesus não acrescentou as palavras restantes de Isaias: “... e o dia da vingança do nosso Deus”. O propósito da sua primeira vinda, da sua encarnação, foi “anunciar o ano aceitável do Senhor”. A atual época da graça é o tempo aceitável e o Dia da salvação. Ao voltar à Terra pela segunda vez, será para proclamar o “Dia da vingança do nosso Deus”.

II. O CRISTO  HUMILHADO E FERIDO DE DEUS

O capítulo 53 de Isaias é um dos textos mais conhecidos da Bíblia. Nele o profeta dá riqueza de pormenores sobre o sofrimento de Jesus. Após indagar quem havia dado crédito à pregação do Servo do Senhor, apresenta-O sem parecer nem formosura, fala que Ele está desprezado e tornado o mais indigno entre os homens (Is 53:3). Diz que Ele assumiu a posição de vítima no sacrifício, tomando sobre si as nossas enfermidades, as nossas dores. Tornou-se Ele o ferido de Deus e oprimido [humilhado] (Is 53:4). Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades (Is 53:5), ou seja, assumia a condição da vítima dos sacrifícios da lei, levando a culpa do ofertante sobre si (Is 53:6). O profeta afirma que não houve apenas sofrimento, mas morte, pois foi levado como cordeiro ao matadouro (Is 53:7), sendo cortado da terra dos viventes (Is 53:8), devidamente sepultado (Is 53:9), embora fosse justo. Sua morte representou verdadeira expiação do pecado (Is 53:10), que teria o agrado do Senhor e representaria a justificação de muitos (Is 53:11), a ponto de levar sobre si o pecado de muitos e de poder interceder pelos transgressores, embora, para tanto, tivesse tido de ser contado com eles (Is 53:12).
Cristo foi humilhado, mas não abriu a sua boca. Diz o profeta Isaias: “Ele foi oprimido [humilhado], mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”(Is 53:7). Esta observação do profeta Isaias acerca do Sofredor paciente ocorre duas vezes neste versículo. Ele não abriria a sua boca. Em primeiro lugar, Ele não precisava se defender, visto que nenhuma acusação válida foi feita contra Ele. Em segundo lugar, seu julgamento foi apenas uma farsa judicial conduzida por hipócritas sem princípios, reivindicando motivos piedosos, enquanto naquele exato momento estavam violando as leis judaicas da jurisprudência; por conseguinte, nenhuma defesa faria diferença. Diante do Sinédrio, Jesus falou somente quando o silêncio significaria uma renúncia da sua divindade e de ser o Messias(Mt 26:63,34). Diante de Pilatos, Ele somente falou quando o silêncio significaria a renúncia da sua realeza. E diante do incestuoso Herodes, o Tetrarca, não falou uma só palavra(Lc 23:9). Como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim o nosso Senhor suportou em silêncio a sua humilhação.
É bom ressaltar que o sofrimento de Cristo e sua morte na cruz são o ponto central da história. Para lá todas as estradas do passado convergem; e de lá saem todas as estradas do futuro. Somente conhecemos a Cristo vendo-o na cruz. Somente encontramos Jesus se pudermos vê-lo como Cristo crucificado. Não podemos vê-lo antes da cruz somente, nem depois somente. Muitos param antes da cruz. Outros tentam encontrá-lo somente como ressuscitado. Muitos evitam a cruz, e assim fazendo rejeitam a Jesus. É bom ressaltar que não estamos simplesmente falando do madeiro em si mesmo, mas da “cruz” de Cristo que representa a sua obra redentora mediante sua morte substitutiva no Calvário.

III. O CRISTO GLORIFICADO

João tem uma visão do Cristo na sua glória excelsa (Ap 1:13-18): “E, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro”.
E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo”;
“E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua  voz, como a voz de muitas águas”.
“E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece”.
“E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último”;
“E o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”.
No versículo 16, veja o que João diz: “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece”. O que João vê agora não é mais um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória, Glorificado. A luz do sol supera o brilho dos candelabros. O que João contempla aqui não é mais um rosto desfigurado, ensanguentado, mas um rosto que brilha como o sol. Agora não é mais o Cristo humilhado, mas o Cristo exaltado. Não é mais o Cristo torturado pela sede, esbordoado pelos algozes, ferido pelos soldados, mas o Cristo majestoso diante de quem todo joelho se dobra.
Ele disse a João: “fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”(1:18). Aqui, o Cristo Glorificado mostra a João a sua vitória triunfal.  Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Morte, aqui, se refere ao corpo, e o inferno, à alma. A palavra inferno também pode ser traduzida por “Hades”, um termo usado para descrever o reino dos mortos e o estado sem corpo. Quando uma pessoa sem salvação morre, a alma vai para esse lugar, enquanto o corpo desce à cova. Para o cristão, entretanto, esse estado corresponde a estar na presença do Senhor; na ressurreição, a alma será reunida ao corpo glorificado e arrebatada à casa do Pai Celestial.
Tanto a morte quanto o Hades serão lançados no lago do fogo no juízo final (Ap 20:14). Quem tem as chaves tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt 28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (Ap 3:7), mas também a chave da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna.
João quando viu o Cristo em sua Excelsa Glória ele não suportou, caiu como morto – “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto”(v. 17). O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai a seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3,4) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele habita em luz inacessível (1Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar.
O que a igreja necessita hoje é uma clara percepção de Cristo e Sua glória. Necessitamos vê-lo exaltado em Seu alto e sublime trono. Há uma perigosa ausência de admiração reverente e adoração em nossas assembléias hoje. Orgulhamo-nos de nos levantar sobre os nossos próprios pés, em vez de cairmos com o rosto em terra ante os pés do Cristo Glorificado.
1. Ressurreição. A ressurreição é a restituição à vida, ou seja, o retorno à unidade entre corpo, alma e espírito, que havia quando da vida física. É válido ressaltar que a ressurreição de Jesus foi a primeira ressurreição propriamente dita, porque Jesus ressuscitou em corpo glorificado, para não mais morrer, visto que não pecou e venceu o pecado e a morte, morte que é o último inimigo a ser derrotado(1Co 15:54, 55). Por isso, Jesus foi feito “as primícias dos que dormem” (1Co 15:20). É importante observar que Jesus ressuscitou enquanto homem e, portanto, foi o Deus Pai quem O ressuscitou (At 2:32; 3:15; 4:10; 10:40; 13:30,37; Rm 4:24; 1Co 6:14; 15:15; 1Pe 1:21). Com a ressurreição, Jesus foi exaltado sobre todo o nome (Fp 2:9).
A ressurreição de Jesus Cristo é a demonstração de que o seu sacrifício foi aceito por Deus (Is 53:10-12), assim como a saída do sumo sacerdote do lugar santíssimo em vida significava, no tempo da lei, que Deus havia perdoado as iniquidades do povo e que cobrira os pecados por mais um ano (Lv 16:29-34).
A ressurreição de Jesus Cristo é a demonstração de que Ele venceu a morte e que, por isso, também nós poderemos nEle vencê-la e alcançar a vida eterna (Rm 8:11; 2Co 4:14; Ef 2:6; 1Ts 4:14).
A ressurreição de Jesus Cristo é a principal garantia de que devemos aguardá-lo, pois, assim como Ele ressuscitou, como havia prometido, Ele também voltará para arrebatar a sua Igreja e nos livrar da ira futura (1Co 15:51-57; 1Ts 1:10).
2. Ascensão. A Ascensão de Jesus Cristo é a Sua grande coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores. É o evento pelo qual Cristo cumpriu o seu ministério terreno, concluiu suas aparições pós-ressurreição, deixou a Terra, e subiu ao Céu, de onde aguardamos o seu retorno fisicamente, conforme nos garante a Palavra de Deus. À semelhança do que ocorrera no Monte da Transfiguração, o corpo de Cristo foi elevado aos Céus já revestido de glória, poder e celestialidade. Quando da sua segunda vinda, teremos um corpo semelhante ao dele (1Co 15:50-58; 1João 3:2).
No Evangelho segundo escreveu Lucas é descrito esse fato da seguinte forma: "Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o Céu" (Lc 24:50-51 ARA). O Livro de Atos o descreve da seguinte forma: “Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" (Atos 1:9-11 ARA).
Podemos afirmar ainda que a Ascensão de Cristo é o término de sua missão vicária e de sua presença visível na terra. Se o dia da sua crucificação fosse a Palavra final, estaríamos perdidos e nos restaria a confissão de desespero dos discípulos de Emaús: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel" (Lc 24:21 ARA); seria o triunfo da lei, de Satanás e do Inferno. Todavia, Cristo triunfou sobre os poderes das trevas, sobre o pecado, a morte e Satanás. Agora, a cristandade pode confessar alegre e vitoriosamente: "Creio na ressurreição da carne e na vida eterna", pois a ascensão de Cristo é a aprovação e a confirmação divina de toda a obra redentora de Cristo, e sua coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como Redentor e Juiz de vivos e de mortos. Glórias sejam dadas ao Senhor Jesus Cristo!
3. A Segunda Vinda. A Promessa da segunda Vinda de Cristo é a mais importante para a Igreja, é a razão da sua própria fé. Ela é lembrada no Novo Testamento por 318 vezes. É "a bem-aventurada esperança" de que trata Tito 2:13. Esse tão aguardado evento significará, para a Igreja, o ápice de sua peregrinação neste mundo (Mt 16:18). Ela representa o último estágio do processo da Salvação, que é a glorificação. Paulo, na sua última epístola, mostra que era esta a sua esperança, tanto que diz que esperava a coroa que estava reservada não só a ele, mas a todos quantos amassem a vinda do Senhor (2Tm 4:8), a nos indicar, portanto, que o motivo do bom combate, da guarda da fé e da carreira até o fim era o amor à vinda de Jesus.
Em apocalipse 1:7, João faz uma descrição da gloriosa vinda do noivo da igreja para estabelecer o seu reino na terra: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”. É a verdade mais preciosa que contém a Bíblia. Enche o coração do crente de gozo e o cinge com força para a batalha. Eleva-o por cima das lutas, temores, necessidades, provas e ambições deste mundo, e o faz mais que vencedor em todas as coisas. W. J. Grier diz que na sua gloriosa vinda, as nuvens serão a sua carruagem; os anjos, a sua escolta; o arcanjo, o seu arauto e os santos, o seu glorioso cortejo (W.J.Grier. O maior de todos os acontecimentos. Imprensa Metodista. São Paulo, SP).
Na primeira vinda, a glória de Cristo não era autoevidente, mas na segunda vinda o será (Mc 14:61). A igreja triunfa com Ele, enquanto Seus adversários lamentarão (1:7; 6:15-16; Zc 12:10).

CONCLUSÃO

Temos hoje uma visão do Cristo glorificado? Temos honrado o seu glorioso nome? Estamos nos preparando para nos encontrar com Ele, como as virgens prudentes? Nossas lâmpadas estão cheias de azeite?



Lição 02 - A Visão do Cristo

Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves
LIÇÃO 02 – A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO

INTRODUÇÃO
Durante a sua vida, o apóstolo João contemplou ao Senhor Jesus de diversas maneiras. Ele O viu como homem, às margens do mar da Galileia, quando foi chamado para segui-LO (Jo 4. 21,22); também revestido de glória, quando Ele transfigurou-se (Mt 17.1,2); viu a Jesus como o cordeiro de Deus, quando Ele foi crucificado (Jo 19.26); e da mesma forma a Cristo depois que Ele ressuscitou (Jo 20.19-26); e quando Ele foi e ascendeu ao céu (At 1.9-11). Porém, uma das experiências mais gloriosas de João foi a visão do Cristo Glorificado, registrada no primeiro capítulo do livro do Apocalipse.
No entanto, antes de explicar sobre esta maravilhosa experiência do apóstolo João na ilha de Patmos, estudaremos, embora resumidamente, sobre a encarnação, morte, ressurreição e ascensão do Senhor Jesus Cristo.

I – A PESSOA E OBRA DE DE CRISTO
As Escrituras afirmam que Deus criou o homem reto (Ec 7.29), pois, ele foi criado à imagem e semelhança do próprio Deus (Gn 1.26,27). Porém, por causa do pecado (Gn 3.1-24) todos os homens tornaram-se destituídos da glória de Deus (Rm 3.23), marchando para a perdição eterna (Rm 2.5). Por isso, foi necessário que Jesus, o Filho de Deus, se humanizasse para aniquilar o pecado pelo seu próprio sacrifício (Hb 9.28; I Pe 2.24). Vejamos, então como se deu a encarnação, morte, ressurreição e ascensão de Jesus.

1.1. A Encarnação de Cristo. O apóstolo João inicia o evangelho falando acerca da eternidade de Cristo, o Verbo de Deus (Jo 1.1-3). Porém, no versículo 14 ele diz: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” o que significa dizer que Cristo, o Deus eterno (Rm 9.5), tornou-se humano (Fp 2.5-9). Foi por meio desse milagre que Deus introduziu no mundo o Primogênito (Hb 1.6); que fez com que Jesus viesse ao mundo em semelhança de carne (Rm 8.3). A encarnação deu a Jesus condições de ser o Mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5) e ser o fiel sumo sacerdote, para expiar os pecados do povo (Hb 2.17).

1.2. A morte de Cristo. Durante Seu ministério, Jesus fez muitos milagres: Ele curou enfermos (Mt 8.16,17; 9.35; At 10.38); ressuscitou mortos (Lc 7.11-16; Jo 11.41-45); acalmou tempestades (Mt 8.24-26); multiplicou pães e peixes (Mt 14.13-20) e operou muitos outros sinais e maravilhas. Porém, uma das maiores e mais importantes obras realizadas por Ele foi a Sua morte na cruz do Calvário. Assim como o cordeiro pascoal no Egito foi degolado em favor dos hebreus (Ex 12.13,23), assim também Cristo, nosso “Cordeiro Pascoal” (I Co 5.7) foi sacrificado por nós (I Pe 3.18). Ele morreu como nosso substituto (Rm 5.6-8; 8.32; Gl 2.20; 3.13; Ef 5.25; I Ts 5.10; I Tm 2.6; Tt 2.14).

1.3. A Ressurreição de Cristo. A ressurreição física e corporal do Senhor Jesus Cristo é o fundamento inabalável do Evangelho e da nossa fé (I Co 15.13-23) e é também o milagre mais significativo das Escrituras, pois dela dependem todas as promessas para os crentes, bem como a esperança da vida eterna (I Co 15). De acordo com as Escrituras, a ressurreição de Cristo é uma Doutrina Fundamental do Cristianismo, pois, como diz o apóstolo Paulo, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e a nossa fé (1 Co 15. 14); os apóstolos são falsas testemunhas (1 Co 15.15); nós permanecemos em nossos pecados (1 Co 15.17); os que dormiram em Cristo estão perdidos (1 Co 15.18); e os cristãos são os mais miseráveis de todos os homens (1 Co 15.19). Por isso, a ressurreição de Cristo é uma doutrina fundamental do Cristianismo (I Co15.4; II Tm 2.8).

1.4. A Ascensão de Cristo. Durante o Seu ministério, o Senhor Jesus falou diversas vezes sobre a sua ascensão, e que se assentaria à direita de Deus (Mc 14.62; Jo 6.62; 7.33; 13.33; 14.28; 16.5; 17.11). E, quarenta dias após a Sua ressurreição (At 1.3), à vista de seus discípulos (Mc 16.19; Lc 24.51), Ele subiu aos céus numa nuvem (Lc 24.51) e foi recebido em cima (At 1.3) como o Rei da glória (Sl 24.7-10). Ao retornar ao céu, Ele foi coroado de honra e de glória (Hb 2.7) e foi exaltado soberanamente (Fp 2.9), e encontra-se à destra do Pai a interceder por nós (Rm 8.34; Hb 7.25).

II – A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO
A palavra para Glória no grego é “Doxa” que é aplicada para descrever a natureza de Deus em sua automanifestação, ou seja, o que Ele essencialmente é e faz (Jo 17.5,24; Ef 1.6,12,14; Hb 1.3; Rm 6.4; Cl 1.11; 1Pe 1.17; 5.1; Ap 21.11). Já a palavra grega “Doxazõ” significa magnificar, engrandecer, atribuir honra, exaltar. (Mt 5.16; 9.8; 15.31; Rm 15.6,9; Gl 1.24; 1Pe 4.16). A visão do Cristo glorificado ocorreu quando João estava exilado na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo (Ap 1.9). João diz que foi arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouviu uma voz, como de trombeta, que lhe disse que escrevesse em num livro o que visse, e enviasse às sete igrejas da Ásia. Quando João virou-se para ver quem lhe falava, ele viu sete castiçais de ouro, e, no meio dos sete castiçais, um ser semelhante ao Filho do Homem (Ap 1.10-13). Vejamos, então a descrição joanina do Cristo glorificado e seu significado:

2.1 Ele estava vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro (Ap 1.13). A veste comprida de Cristo era uma vestimenta usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de duas funções. Isto aponta para a dupla função do Filho de Deus, como juiz e sacerdote (2 Tm 4.8; Hb 3.1). O cinto de ouro cingido a altura do peito era também usado pelo sacerdote quando este ministrava no santuário (Ex 28.8,27; 39.5,20).

2.2. Sua cabeça e cabelos eram brancos como a lã e como a neve (Ap 1.14). Certamente a cor dos cabelos de Cristo não significa velhice, pois ele morreu aos 33 anos de idade, e depois ressuscitou em um corpo glorioso e incorruptível, que não envelhece. Assim, a cor branca dos seus cabelos aponta para a sua divindade, santidade e eternidade (Dn 7.9)

2.3. Seus olhos eram como chamas de fogo (Ap 1.14). Os olhos como chamas de fogo fala da onisciência de Cristo, que tudo vê, conhece e perscruta. Diante dEle todas as coisas são nuas e patentes (Hb 4.13). Por isso, nas sete cartas às Igrejas da Ásia, Ele disse: “Eu sei as tuas obras” (Ap 2.2,9,13,19; 3.1,8,15).

2.4. Seus pés eram como latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha (Ap 1.15). Na simbologia profética, os pés como latão reluzente tem dois sentidos. 1º) Fala do sofrimento de Cristo, pois Ele passou pela fornalha do sofrimento, e foi provado no fogo do juízo de Deus, sofrendo até a morte em lugar do pecador (Lc 22.44; Hb 5.7); 2º) Fala do seu poder para julgar. Ele mesmo disse: “É-me dado todo o poder no céu e na terra...” (Mt 28.18); e, o apóstolo Paulo disse: “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés” (1 Co 15.25).

2.5. Sua voz era como a voz de muitas águas (Ap 1.15). Isso fala do poder irresistível de Sua Palavra e de Sua autoridade. A voz de Cristo é poderosa, infalível e determinante. Isto fica bem claro nas cartas às igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, onde Cristo demonstra a Sua autoridade para elogiar, exortar, repreender, advertir; bem como em fazer promessas aos vencedores, e ninguém pode questionar ou contestar (Ap 2.1-3.22).

2.6. Na Sua mão havia sete estrelas (Ap 1.16). As sete estrelas na mão direita do Senhor são os “sete anjos”, ou seja, os pastores das sete igrejas da Ásia Menor (Ap 1.20). Isso mostra o seu cuidado com a liderança da Igreja. Estar nas mãos de Cristo significa estar guardado e protegido (Jo 10:28).

2.7. Da Sua boca saía uma espada de dois fios (Ap 1.16). A espada de dois fios representa a Palavra de juízo que sai de Sua boca. A espada é a única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador, conforme (Ap 19.5). No livro do Apocalipse, Cristo não é apresentado como réu, como nos Evangelhos, e sim, como juiz (Ap 14.7; 15.4; 18.10; 19.2).

2.8. Seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece (Ap 1.16). A visão de João agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido; mas, do Cristo cheio de glória. Observe que as igrejas são castiçais; seus ministros são estrelas (Ap 1.20); mas o brilho do rosto de Cristo é como o sol, que supera o brilho dos candeeiros e das estrelas.
Quando João viu a Cristo glorificado, caiu a seus pés como morto (Ap 1.17). Mas, o Senhor Jesus tinha uma palavra de ânimo para ele: “Não temas; Eu sou o Primeiro e o Último” (Ap 1.17). Com estas palavras, o Senhor Jesus não apenas lembrou a João que Ele estava vivo, mas também estava com ele em meio ao sofrimento. E não apenas isto. João ainda tinha uma missão a realizar antes de sua morte: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” (Ap 1.19). João o apóstolo da revelação do final dos tempos, contemplou o Cristo Eterno (Ap. 1.17), Ressuscitado (Ap. 1.18-a) e Triunfante (Ap. 1.18-b) e o revelou as sete igrejas da Ásia. E hoje, a igreja de Cristo também é advertida, instruída e confortada com esta belíssima mensagem do Senhor!

CONCLUSÃO
Após a Sua ressurreição, o Senhor Jesus disse acerca do apóstolo João: “... eu quero que ele fique até que eu venha” (Jo 21.22). Muitos cristãos chegaram a pensar que João não morreria. No entanto, esta promessa do Senhor Jesus dizia respeito, exatamente, a Sua aparição a João na ilha de Patmos. Segundo os historiadores, esta gloriosa experiência ocorreu por volta do ano 90-96 d.C., quando os demais apóstolos já haviam morrido. No entanto, a promessa de Jesus à João estava firme: “... eu quero que ele fique até que eu venha”. E, naquela ilha, exilado e solitário, o Senhor Jesus apareceu a ele para lhe dar uma das mais gloriosas experiências de sua vida. Esta experiência foi registrada nas páginas da Bíblia, não apenas para que saibamos o que João viu, mas também, para alimentar a nossa esperança de um dia também ver o Cristo ressurreto.

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